Astronaut: ReFlying escrita por Kaline Bogard


Capítulo 16
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Boa semana!!



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Astronaut: ReFlying

Kaline Bogard

Capítulo 14

 

Na segunda-feira pela manhã, Peter nem se deu ao trabalho de evitar Wade. Conformou-se com o destino e sentou-se ao lado dele no ônibus. Foi recebido por um grande sorriso por debaixo do capuz.

— Bom dia.

— Bom dia, baby boy! Como você está? Se recuperou da ressaca? A gente tá muito bem, obrigado. Nem chegamos a gorfar...

— Wade, pode esquecer essa história? É constrangedora.

— Não pra mim.

— Wade Wilson, solidariedade 10/10 — Peter resmungou. O outro riu e passou o braço por seus ombros, atraindo-o para o costumeiro abraço.

— Você fica uma gracinha de mau-humor, Petey. A gente adora.

— Hn... me diga, você conhece a Jessica Jones? — Parker perguntou como quem não quer nada. Precisava conseguir umas fotos da menina para ilustrar a edição semanal do colégio. Se os dois faziam parte do mesmo projeto, as chances de terem contato eram enormes.

— Conhecemos sim. Aquela garota é esquisita.

A afirmação ganhou um olhar agudo de Peter. Ali estava o clássico exemplo do ditado: o sujo falando do mal lavado... Apesar disso, a descoberta era interessante. Teria Jones alguma doença mental, como Wade? Seria o requisito para fazer parte do programa lançado pela S.H.I.E.L.D.?

— Alguma chance de me apresentar pra ela?

— Nenhuma. Jones nunca responde os meus ‘bom dia’...

Peter não replicou. Teria que resolver por conta própria. O fim da conversa coincidiu com a chegada ao colégio. Assim que saltaram seguindo o fluxo de alunos, apontou um dedo para Wade, impedindo as intenções do rapaz de segui-lo.

— Nem pense! Vá direto para a sua sala.

— Tudo bem — ele concordou tão rápido, que Peter ficou desconfiado. Acabou dando as costas e avançando — Dê o seu show, baby boy!! — Wade terminou o incentivo acertando um tapa animado no traseiro de Peter.

— DROGA, WADE!! — o pobre garoto resmungou. Sentiu o rosto esquentar e tratou de sair dali o mais rápido que conseguiu, para fugir das risadas que pareceram acompanhá-lo.

— Ele vai ficar furioso com a gente. Ah, se vai. Talvez até chute a nossa bunda... não, chutar não. Mas que o baby boy vai ficar nervoso, vai — foi falando sozinho, enquanto assistia Peter afastar-se, sem sequer notar que aproveitara o tapa para lhe colar um cartaz.

Pertence a Wade Wilson”, era o que estava escrito.

—--

O sucesso da festa da Tarika foi assunto recorrente na manhã do colégio. E era a primeira vez que Peter sabia do que estavam falando, por ter participado dos fatos ao vivo e em tempo real.

Ainda estava mal humorado com a travessura de Wade, que lhe rendera duas ou três piadas até descobrir o papel colado estrategicamente no final das costas. Tal experiência o fez pensar seriamente em desistir de tentar as fotos com Jessica Jones. Sentia o impulso de correr só de imaginar que a garota podia ser uma esquisitona, e acabasse se tornando uma stalker também...

Não sobreviveria a dois “Wade” em sua vida.

Pela hora do almoço, arrastou-se até o refeitório, passando pela área dos armários antes para pegar sua câmera. Encontrou Clint, Natasha, Tarika e Loki sentados em uma mesa, juntou-se a eles após pegar seu almoço.

— Bom dia!

— Olá! Recuperou-se bem? — Tarika perguntou.

— Acho que sim — Peter respondeu incerto. Era seu primeiro porre, não tinha parâmetros para decidir o que era recuperar-se bem ou não. Contudo, era fato que já não se sentia mais tão podre, estava quase normal.

— Acho que foi o absinto — Natasha sussurrou pensativa, mexendo na comida.

— Não coloquei absinto — Clint falou mais do que depressa.

— Alguém levou e colocou. Encontrei a garrafa vazia depois — a ruiva apontou o garfo para o namorado — Vigie melhor o balde na próxima vez.

— Okay! — Clint bateu continência.

— Cadê o Wade? — Tarika perguntou para Peter.

— Não sei, não sou babá do cara — a resposta veio malcriada. Lembrou-se do cartaz que carregara sem perceber até sentar-se na carteira, quando o estrago já tinha sido feito.

— Pois Tony e Bruce mataram o almoço e foram pro laboratório de ciências. Niat foi pro clube de corrida, eles vão pra primeira fase do estadual no começo do mês que vem. Não é como se eu fosse “babá” deles, mas a gente tenta cuidar uns dos outros — Tarika devolveu o sermão no mesmo tom de voz.

Peter moveu-se desconfortável.

— Desculpa, mas ele me tira do sério.

— E isso torna tudo mais divertido — Clint riu antes de morder a maçã. Era viciado naquela fruta — Wade é muito doido.

— Algum de vocês conhece a Jessica Jones? — Peter mudou o rumo da conversa.

— Faço duas matérias com ela — Tarika revelou. Seu tom era mais ameno — Mas ela é meio casca grossa, nunca fala com ninguém.

— Preciso tirar pelo menos uma foto — Peter soou desanimado — Pro jornal.

— Boa sorte — Barton desejou de boca cheia.

Peter suspirou e não respondeu. Sorte era uma palavra que, definitivamente, vivia em falta no seu dicionário.

—--

Depois do almoço, Peter aproveitou o tempo vago entre duas aulas opcionais para andar pelo colégio atrás de seu novo alvo. Talvez rendesse alguma foto. Não havia muitos alunos circulando por ali aquela hora. A maioria envolvida em atividades dos clubes ou em aulas opcionais. Apenas os “nerds” como Peter Parker, com milhões de créditos acumulados, podiam se dar ao luxo de relaxar a grade curricular.

Peter debatia-se em um conflito interno, do qual talvez se arrependesse muito. As palavras de Tarika ficaram rodando em sua mente, Wade era um amigo. Inconveniente, chato, com atitudes inapropriadas, etc, etc, etc. Mas, ainda assim, um amigo.

Pegou o celular e mandou um SMS perguntando onde ele estava. A resposta demorou uma fração de segundos para vir. Ou melhor, as respostas. Parker recebeu uma chuva de mensagens recheadas de emoticons, a uma velocidade humanamente impossível de ser real! Como Wade conseguia aquilo?! Talvez da mesma maneira que conseguira colar a plaquinha na sua bunda sem que percebesse...

Em algum momento, entre os corações vermelhos, beijinhos, rostinhos corados, caretinhas e afins, Wade explicou que estivera conversando com o diretor Fury, algo relativo ao projeto da S.H.I.E.L.D.. Peter aproveitou e perguntou se Jones estava com ele. E foi necessária uma nova chuva de emoticons para Wade contar que não, sequer vira a colega. E que poderiam se encontrar depois das aulas, para Petey matar as saudades.

O garoto nem se dignou a responder. Tratou de varrer o sermão de Tarika da cabeça e tentou organizar os próximos passos. Jessica Jones não se misturava com os outros alunos, mas naquele horário deveria estar em uma das aulas? Ou não? vagar a toa era pouco efetivo. Resolveu tentar a sorte na secretaria e pedir os horários de Jones para alguma funcionária. Ele era do jornal, talvez conseguisse.

Como sempre, quis o destino que seus planos não se concretizassem. Ele atravessava a área aberta para alcançar o prédio administrativo quando viu justamente quem procurava. Jessica Jones, além de cinco ou seis estudantes que andavam por ali.

Desviou os passos sem pressa, pensando em como iria abordá-la. Foi então que percebeu que ela não estava sozinha. Havia um homem bem mais velho, do tipo sinistro, a frente dela. Peter nunca vira ninguém parecido naquela escola.

A situação tornou-se preocupante quando o desconhecido estendeu a mão e pegou a menina com firmeza pelo braço.

Peter era uma constante vitima de valentões, e geralmente não revidava. Mas era uma pessoa que não conseguia assistir calado injustiças feitas com alguém que não podia se defender. Principalmente com uma garota!

— Ei, tá tudo bem aí? — se viu perguntando para a dupla, sem que pudesse se segurar.


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Notas finais do capítulo

Petey sendo Spidey!

Quem aposta em confusão? Hehe