Nove Meses escrita por Miriã Melo Lima


Capítulo 8
Capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

Capitulo editado e revisado 13/06/2017



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Tudo estava em paz, embora, ainda houvesse muitas coisas para serem resolvidas, estava tranquila, pois, sabia que não teria que enfrentar nada sozinha, Scorpius sempre estaria comigo.

Ele estava sempre por perto, pronto para me amparar caso eu precisasse, aguentava minhas oscilações de humor, minha fome desmedida e meus desejos estranhos nos momentos menos apropriados.

Até mesmo se acostumara a dividir seu dormitório de monitor-chefe comigo na maioria do tempo, ele não se importava com meus livros espalhados pela cama, nem mesmo com a quantidade exorbitante de comida que me acompanhava, na verdade, ele parecia se importar quando eu não estava ali.

Era estranho, ao mesmo tempo, muito acolhedor a forma como ele se mostrava diferente quando estava comigo, as pessoas já estavam falando que estávamos juntos, que algo estava diferente, porque Scorpius parecia simplesmente estar mudando

Eu não sabia se ele se encontrava com garotas, ou se saía nas madrugadas para beber, embora pudesse apostar que não.

Ele estava levando a sério a história sobre ter responsabilidade comigo e com nossa filha, Scorpius sabia que precisávamos dele.

Parecia até mais preocupado com o futuro, algo a ver com ser um bom exemplo para Hera.

Sim, nossa filha se chamaria Hera, havíamos discutido sobre isso por alguns dias, até finalmente encontrar um nome que agradasse à nos dois... Hera é um nome forte, uniforme e bonito, assim como ela seria.

Passávamos bastante tempo imaginando como ela seria também, com quem se pareceria mais, se seria ruiva ou loira, se teria olhos claros ou escuros, se seria calma ou explosiva...

Hera dominava cada segundo do tempo livre que tínhamos, e aos poucos, aquilo deixou de ser um problema, para ser a causa dos nossos sorrisos mais bonitos.

Eu estava mudando, sentia isso na forma como pensava, agia e falava, assim como via milhares de mudanças à vista em Scorpius, ele estava empenhado e comprometido comigo, e aquilo me encantava na mesma medida que assustava.

Assustava, porque era impossível questionar seus sentimentos naquela altura, assustava porque era intenso, forte e perturbador.

Uma hora ou outra teríamos que decidir e conversar sobre aquilo, e mesmo sabendo disso, eu tentava não me concentrar nisso, porque não estava preparada para mais nenhuma mudança.

Minha maior surpresa foi em uma tarde fria que Scorpius invadiu meu quarto, com um sorriso enorme estampado em seus lábios, fazendo-me lhe acompanhar a algum lugar.

Como estava grávida e não podíamos aparatar, usamos uma chave de portal, que Minerva havia liberado exclusivamente para Scorpius naquele dia, fazendo minha curiosidade aguçar ainda mais.

Planamos no centro de Londres, em um bairro da alta sociedade, com milhares de prédios de luxo.

No começo, quando ele me empurrou para dentro de um dos prédios, pensei que talvez, ele estivesse me levando para conhecer sua família, o que me deixou apreensiva e nervosa, no entanto, quando chegamos ao décimo terceiro andar e ele me empurrou para dentro do apartamento noventa e sete, e ele estava vazio, não consegui compreender.

Aquele sorriso dele continuava lá, de uma forma contagiante, que era impossível não corresponder àquela empolgação, ele me mostrou o amplo apartamento com muita calma, mostrando-me a enorme cozinha superequipada e moderna, passando pela sala de jantar e a sala, a sacada com uma vista bonita da cidade, depois, o banheiro social, e o quarto com suíte principal de casal, espaçoso e muito bonito, parando repentinamente na porta ao lado do quarto, me dando um breve olhar ansioso, antes de abrir completamente a porta, deixando à vista, o quarto de um bebê. Aquele era o único cômodo que não estava decorado, mas o tom de bege clarinho das paredes, e o papel de parede de rosa chá de ursinho e coraçãozinho, não deixavam dúvida que era um quarto de bebê.

Havia algumas coisas espalhadas pelo quarto, que provavelmente comporiam a decoração.

Era lindo, impossível negar o quanto era lindo e especial aquele momento.

Scorpius estava me mostrando seu apartamento e o quarto que teria para nossa filha nele, ao menos foi isso que pensei, até ele me entregar à chave.

— Se quiser mudar a decoração dos cômodos fique à vontade, minha mãe tentou deixar tudo neutro, por não conhecer exatamente seu gosto, o quarto dela, fica por sua conta! Sei que você vai querer decorar e organizar tudo do seu jeito.

— O que? Como assim? Eu não, Scorpius, eu…

— Rose. – ele me cortou rapidamente. – O apartamento é seu, ponto final. Ou melhor, se você é incapaz de receber um presente meu, considere então, um presente para Hera.

— Isso não é um presente qualquer, Scorpius! É um apartamento! – expliquei.

— Exatamente. – ele suspirou. – Escute, sei que seu pai não responde suas cartas e que está lhe evitando, assim como você tem o feito, já que está insistindo em passar o Natal em Hogwarts, considere aqui como uma segurança para vocês, um lugar para você poder ir quando precisar, se resolver continuar na casa dos seus pais.

— Obrigada. Não sei como faria para lidar com tudo isso, sem seu apoio, de verdade, obrigada.

— Não precisa agradecer, sabe que sempre estarei aqui, sempre.

***

O tempo estava correndo, as pessoas em Hogwarts já haviam percebido a barriga que aos poucos crescia, era impossível escondê-la naquela altura, já estava com seis meses.

O tempo realmente corria, era incrível como de uma hora para outra a minha vida havia mudado, nem conseguia acreditar que já havia passado da metade da minha gravidez.

Estávamos no Jardim, curtindo a tarde ensolarada que estava fazendo. Dominique e Lily estavam fazendo alguns deveres atrasados, enquanto Scorpius me servia como travesseiro, enquanto eu lia a síntese que havia feito na semana passada.

Eu já havia sentindo Hera se mexer em outros momentos, era sempre uma sensação leve e que normalmente só eu conseguia senti-la, entretanto naquele dia, ela chutou forte.

Tão forte que Scorpius pulou atrás de mim, me encarando surpreso, como se não acreditasse que ela havia feito aquilo.

Era uma sensação estranha, mas que sempre enchia meu peito de alegria.

— Foi ela? Isso foi forte demais... – ele sorriu abertamente quando confirmei, enquanto Lily e Dominique largavam os cadernos para tentarem sentir também.

Hera estava estranhamente feliz naquele dia, talvez fosse uma resposta ao meu estado emocional, ou ao carinho que Scorpius fazia em minha barriga, ou simplesmente porque ela estava entediada lá dentro, não importava muito o motivo, a única coisa que importava era na felicidade única que era compartilhar aquele momento com as pessoas que mais a amavam no mundo.


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