Nove Meses escrita por Miriã Melo Lima


Capítulo 10
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo!
O próximo e o último!
Postarei o último amanhã e o epílogo tbm.

Capitulo editado e revisado 13/06/2017



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POV Hermione

— Você viu a entrevista dela? – olhei Ronald brevemente, antes de voltar a observar a foto de Rose estampada na primeira página do Diário do Imperador.

Rose estava linda, com uma barriga já grande, os seios maiores e um jeito de mulher forte, decidida e independente.

Quando foi que minha menininha havia se tornado tão adulta? Ainda me lembrava do dia que ela nascera, tão pequena e dependente, que chegava a assustar.

— Quando que ela deixou de ser nossa menininha Hermione? – ouvi a voz de Ronald soar no silêncio de nossa sala de jantar, observando de longe a foto que olhava.

Sorri, olhei-o seriamente, antes de suspirar.

— Ela cresceu não foi? – perguntei baixo, enquanto ele balançava levemente a cabeça. – Ronald, ela pode ter mil filhos, milhares de rugas e cabelos brancos, e mesmo assim, sempre será nossa menininha! Sei que é difícil para você encarar isso, mais ela não deixou de ser nossa filha, porque vai ser mãe! Rose tem sido incrivelmente forte, ela é tão determinada, que às vezes, me pergunto de onde tira tanta força, e aí já lembro das milhares de noites de sono que perdemos ao longo dos anos, nos preocupando com a educação dela, com a forma como íamos cria-la e fizemos um excelente trabalho... Pode não ter sido como imaginávamos, mas ela está pronta, e também, não está sozinha, sei que é um pai ciumento e toda essa marra se da mais ao fato dela ter entregado seu coração à um homem, do que ela estar grávida, mas Scorpius ama nossa filha... E ele ama incondicionalmente e incontestavelmente Hera. – suspirei. – Não deixe que esse orgulho lhe faça perder a chance de ver sua filha tornar-se mãe, Ronald. Ela precisa de você, é o pai dela e sempre será, querido.

— Ela não parece precisar de mim, nem se lembra da minha existência. – bufou, chateado, enquanto suspirava.

— Não pode julgá-la! Ela foi incansável no início... Mandou-lhe milhares de cartas com milhões de pedidos de desculpas, você nunca as respondeu e quando finalmente lhe escreveu, foi frio e implacável.

— De que lado você está, Hermione?

— Do lado da nossa família, amor, não seja tão orgulhoso.

Oitavo mês, aguenta, que eu já estou chegando... Só quero um jeito de te encontrar...”

— Preciso fazer xixi.– anunciei, pela décima vez, em menos de uma hora.

— Merlin. – Scorpius riu, fazendo-me revirar os olhos e sair batendo o pé.

Quando voltei ao quarto de Hera, vi Scorpius finalizar a montagem do berço da nossa filha, havíamos gastado toda nossa manhã lendo o manual de instruções e tentando seguir todas as recomendações que continham ali.

— Ficou bom. – sorri, me aproximando, enquanto ele revirava os olhos, divertido.

— Sabe que teríamos terminado pelo menos duas horas mais cedo, se você não fosse ao banheiro a cada cinco minutos, não é? – provocou-me, com aquele sorriso cínico nos lábios.

— Ei, não vou a cada cinco minutos ao banheiro, talvez dez, cinco não! Me dê um descanso, sou uma mulher grávida. Sua filha está pesada, faz pressão em minha bexiga, me deixou que nem uma baleia e com os pés inchados, então, tenha um pouco de amor. – Scorpius gargalhou, revirando os olhos, diante das minhas reclamações.

— Para mim, você nunca esteve tão linda. – ele sorriu verdadeiramente, fazendo-me revirar os olhos.

Mamãe já havia me avisado sobre o estágio final da gravidez, entretanto, definitivamente, eu não sabia como era complicado.

Se no começo eu odiei o primeiro trimestre da gravidez, o terceiro, sem dúvidas, superava qualquer desconforto que havia sentindo até agora.

Meus pés inchavam com sapatos pouco confortáveis, ou se ficasse mais de cinco minutos em pé, minha barriga havia esticado de uma forma assustadora nessas últimas semanas, meus seios estavam inchados e doloridos, meus cabelos estavam crescendo com agilidade assombrosa, a falta de ar era constante, para subir escadas, era um terror.

Dormir havia se tornado um luxo, as posições eram complicadas, virava de um lado para o outro tentando ficar confortável, Scorpius havia comprado uma almofada para me auxiliar nisso, que ajudara o suficiente para dormir algumas poucas horas por noite.

Sem mencionar as dores nas costas, na lombar e na virilha, parecia que todo meu corpo se modificava constantemente, o que não era uma mentira.

Hera me castigava com chutes fortes e cada vez mais baixos no meu ventre, me fazendo soltar gemidos constantemente.

Era terrível, embora suportável, o que mais pesava mesmo com todos esses incômodos, era a ansiedade que eu sentia para conhecê-la.

Ouvir seu chorinho, sentir seu cheiro, saber com quem ela se parecia, como seria nossa vida…

Nossa interação.

Cada dia estava mais perto, e eu contava os minutos para finalmente conhecer minha pequena.

Estávamos finalizando cada pequena pendência que restava, antes que ela resolvesse vir ao mundo, obviamente, fomos avisados que provavelmente Hera não esperaria pelas quarenta e duas semanas, primeiro, porque eu era jovem demais, segundo, porque meu corpo era pequeno e ela era grande, uma hora ou outra, minha bolsa romperia e teríamos que estar com todo o enxoval pronto.

Depois de conversar com minha mãe, resolvi que aceitaria o apartamento que Scorpius havia me dado, e iria me mudar para lá quando Hera nascesse, eu sabia que ela não teria como abrir mão de seu trabalho para estar durante todo o período de descanso após o parto, mesmo tendo insistindo de estar pela primeira semana conosco, nas outras três semanas em que estaria de repouso, Astória havia se oferecido para me ajudar, não contestei. Astória estava sendo presente em todos os passos desta gravidez, sempre mostrou-se interessada pela neta e não podia negar a chance dela estar me ajudando no começo.

Scorpius também estaria comigo, obviamente, que ele era tão inexperiente quanto eu, mais só em saber que ele estaria ali, sentia-me mais segura!

Scorpius vinha sendo meu alicerce e eu precisava dele me ajudando com nossa filha. A bolsa já estava pronta, o quarto havia sido finalmente finalizado e decorado por mim e por Scorpius, o enxoval estava montado e eu passava horas e horas, dobrando e desdobrando cada roupinha, imaginando como ela ficaria com cada uma.

Definitivamente, eu nunca havia imaginado que era possível amar alguém tão incondicionalmente sem nem ao menos conhecê-la, eu estava provando do amor mais leal e sincero do mundo e era grata por ter a oportunidade de conceber um filho, claro, que se pudesse ter escolhido, teria sido mais cuidadosa e me preservado para ter esse filho em um momento mais adequado, mas hoje, quando sinto minha filha chutar forte em minha barriga, a única coisa que consigo pensar é que este era o momento.

Hera era minha maior riqueza. Minha maior felicidade, o motivo de ter aprendido a ser forte, a buscar por motivos bons em meio ao caos, a encarar o mundo com a consciência de que não importava o quanto falassem ou me apontassem, mais valia minha felicidade, do que agradar pessoas que verdadeiramente não se importam.

Maternidade não é fácil, nem tinha Hera em meus braços e já tinha esta certeza, no entanto, é algo que te completa, que te cura e te dá fôlego para continuar.

Hera sempre seria meu motivo para ser forte, para lutar e não desistir nunca, pois sempre existiria alguém que dependeria da minha força.


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