Maudit escrita por Sidhe


Capítulo 1
Souffrance


Notas iniciais do capítulo

Este é o primeiro capítulo, se eu for escrever seqüência. Mas vale como one-shot. Depois da vigília de Paris, pensamentos voam sobre Adrien/Chat.



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Maudit

By Sidhe

 

Adrien estava em seu quarto, no fim da madrugada de vigília parisiense. Desfez o uniforme, a catsuit insinuante que Plagg, parecendo gostar de fazer ele passar vergonha, lhe dava, se jogando no colchão imenso. Fungou, estava um pouco preocupado com um resfriado, aquelas noites estavam sendo bem frias e o látex protegia tudo menos seu rosto, que ficava vermelhinho com o vento frio cortando-lhe a pele. Mas fungar não era só pelo resfriado. Lágrimas quentes insinuaram nos olhos verdes. Ele estava triste, realmente triste. Seu companheiro, Lordbug, nunca saberia o quanto seu interior inflamava com um sentimento exorbitante, que transbordava em mais lágrimas que caiam pelos lados do rosto bonito do modelo. Ele sempre flertava, claro, mas eram mais piadas. Piadas sempre tem um fundo de verdade, mas o companheiro levava apenas como... Piada. Como se seus sentimentos fossem uma brincadeira, como se o grande Chat Noir flertasse com qualquer um.

Não. Era difícil o moreno entender que só fazia as “piadinhas” com ele? Eram companheiros de armas, se um bastão e um ioiô fossem considerados armas, mas Adrien queria mais. Queria ter coragem de, quando segurasse acidentalmente o braço de Lordbug, tivesse coragem de puxar e finalmente sentir os lábios do outro, que tinha certeza que eram macios, mesmo com o frio rachando os lábios de, bem, todo mundo.

Chutou os tênis e, mesmo com a roupa civil, se enrolou no edredom, as lágrimas não o deixando. Quanto mais lembrava do látex vermelho e preto, mais doía, mais ardia seu coração. Nunca iria ter coragem de seriamente pedir, sei lá, que ele o acompanhasse num café. E nem ao menos sabia sua identidade civil. Talvez quando soubesse, iria se sentir humilhado. O que um garoto, fútil, modelo, normal, poderia oferecer em troca? Beijos castos e tímidos? Se sentia a vontade no traje de Chat Noir, como se o uniforme preto e a máscara lhe dessem coragem. Coragem. Não o suficiente para convidar, perguntar, não brincar sobre o que sentia. Mais lágrimas. Se enrolou mais no cobertor, em posição fetal. Será que o outro herói sentia isso por alguém? Havia um código secreto de que todos os heróis teriam que ter coração de gelo, para encarar friamente as ameaças dos vilões? Não sabia, mas seu coração não era de gelo, hell, não. Ele derretia, formava uma calda quente e incomodava o fundo do estômago.

Tentou dormir. Virou de um lado, fechando os olhos. Não conseguia parar de pensar em Lordbug, como ele estivera gracioso na luta hoje, como esteve perto do rosto amado. Amor. É isso que os amantes apaixonados chamam de amor? Preferia ter uma pizza no lugar de coração, doía demais. Além do que, a pizza podia comer.

Enfim, quatro da manhã. Era hora de descansar um pouco, o sono fechando mais os olhos verdes do chaton, que queria muito mais do que beijar os dedos de seu my lord.


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Notas finais do capítulo

Então. Comentários são super bem vindos. Se quiserem uma continuação, podem pedir. Realmente, foi um desabafo, na verdade.



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