Mary Bennet escrita por CuriosaRomanticreeder


Capítulo 4
Capitulo 4 - Acaso.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora.
Acatando a sugestão de capítulos maiores, segue mais um capitulo.



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— Bom dia Lizzy!

— Bom dia! - Diz Elizabeth.

— Poderia, por favor me esclarecer quem nos acorda pela manhã? - Diz Sr. Elizabeth beijando o topo da cabeça de seu marido.

— Creio que as duas jovens senhoritas devido a melodia, diz Darcy sorrindo para sua esposa.

— Gostaria de ter acordado ouvindo simplesmente o som de sua voz, o que não ocorreu. - Diz Elizabeth sentando-se a mesa ao lado de seu marido.

— Perdoe-me, mas fui forçado devido ao trabalho, mas agora estou livre para desfrutar de sua maravilhosa companhia.

— Isso é realmente maravilhoso Sr. Darcy - Diz Elizabeth.- O que me faz recordar de que devo lhe agradecer muitíssimo por sua generosidade em contratar aulas exclusivas para Mary de piano.

— Sabe que isso não advém de minha generosidade, mas sim de um desejo egoísta de vê-la sorrir a  cada vez que Mary lhe chama para mostrar seu progresso.

— O que pelos paços devo presumir que ocorrerá daqui a alguns segundos. - Diz Elizabeth sorrindo.

— Bom dia Lizzy, Darcy!

— Bom dia Georgiana, onde está Mary? - Diz Elizabeth olhando para porta.

— Confesso que não sei, fui chamá-la para praticar comigo esta manhã, mas não estava em seus aposentos. Pensei que estivesse caminhando com você, pois a Sr. Reynolds disse que ela saíra para caminhar.

— Creio que ela deva ter saído cedo para ver o nascer do sol então. - Diz Lizzy.

— Creio que sim!

— Mas Georgiana, não estava ao piano sozinha, estava? - Pergunta Darcy.

— Não, FitzWillian e o Sr. Blastorn estavam comigo, mas decidirem ir andar a cavalo pela propriedade e eu desci para tomar o café.

— Ah Sim! agora tudo faz sentido. - Diz Darcy sorrindo para as duas pessoas mais importantes em sua vida.

A Sra. Reynolds entra no recinto para entregar aos Darcys a correspondência acompanhada por Mary, Fitzwilliam e Sr.Blastorn, com estes últimos extremamente sorridentes.

—Ora Srta. Não fique assim, peço perdão pelo susto, mas não podes me culpar pelo pobre cão. - Diz Blastorn.

— Não o culpo pelo cão, muito menos pelo susto, mas sim por sua falta de compostura ao rir de uma jovem dama que por resultado de suas ações sorrateiras pôs se ao chão. - Diz Mary sentando-se à mesa assim como seus acompanhantes. - Bom dia Lizzy, Sr. Darcy! Bom dia Georgiana!

— Como assim, pôs ao chão? - Indaga Sr. Darcy. - O que vocês fizeram com a pobre moça?

— Solicitamos os cavalos para um passeio pela propriedade, quando estávamos a caminho do estábulo, a Srta. Mary estava vindo da direção oposta, - Diz Fitzwilliam.

— Porém lendo um livro ao mesmo tempo - Acrescentou o Sr. Blastorn.

— Porém ambos estavam em completo silêncio, por isso não os ouvi vindo em minha direção. - Diz Mary ao Sr. Blastorn.

— O Sr. Blastorn viu o cão e decidiu brincar com o pobre coitado - Diz Fitzwilliam.

— Creio que o Sr. deva confirmar sua definição da palavra brincar Sr. Fitzwilliam, pois para mim estava mais para assustar o pobre do cão - Diz Mary ainda descontente com toda situação. - Para resumir, ele assustou o pobre cão que saiu em disparada em minha direção e se enfiou debaixo de minha saia a procura de proteção desse ser sem amor aos animais resultando na minha queda, e diferente do Sr. Fitzwillian, que saiu em meu auxílio, o Sr. Blastorn desatou a rir como vocês todos podem notar. - O que fez Sr. Blastorn rir ainda mais.

— E o livro? pergunta Sr. Darcy.

— Caiu na grama, diferentemente do chapéu da Srta Mary, que caiu na lama - Diz Sr. Blastorn tentando conter a risada. - Mas diferente do que a Srta Mary acha, como sou um bom cavalheiro, já pedi a ela que me acompanhe a cidade para que eu possa lhe restituir pelo chapéu que agora se encontra perdido para sempre.

— Então creio que todos devemos ir para garantir segurança a Mary. - Diz Georgiana sorrindo. E assim todos acabam rindo também, com exceção de Mary.

 …

 –Então diga-me Srta, quais destes preferes? - Diz Sr. Blastorn. - Temos a opção pomposa de penas e muitas fitas.  

—Assim seja se a intenção for chamar atenção como um bobo da corte! - Diz Lizzy.

—Então temos a opção de abas extremamente largas e com flores.

— Que tal uma opção menos extravagante e mais na moda, como este belo bonnet em Azul com uma simples fita branca? - Diz Geogiana.

— Perfeito! - Diz Mary.

— Agora vamos sair daqui antes que Darcy me pergunte mais uma vez se não quero vestidos novos. - Diz Lizzy.

— Homens! Sempre presumem que as mulheres vivem para a vestimenta. - Diz Mary saindo juntamente com Lizzy e Georgiana. O Sr. Blastorn vindo logo atrás após efetuar o pagamento do bonnet.

Lizzy e Geogiana param na loja de fitas. Deixando para trás Mary e o Sr. Blastorn.  Enquanto Mary continua sua caminhada pela cidade admirando a diferença nas construções e pensando em como tudo nesta região era tão mais belo nota que  o Sr. Blastorn passa a encará-la - Deseja dizer algo Sr.?

—Desculpe! Não entendi.

— Se deseja dizer algo, ou realmente se desculpar pela inconveniência desta manhã, fique seguro de que ouvirei suas palavras sem nenhum julgamento inadequado.   

— Devo confessar Srta. Mary que sua personalidade me intriga. O que lhe permite ter a certeza de que seu julgamento está sempre correto? Que sempre sabe a melhor maneira de se portar e o que seria melhor dizer ?- Diz Sr. Blastorn com uma afeição de desafio, mas ainda sim sorridente.

Mary, pega de surpresa por tal indagação. Olha espantada para o Sr. Blastorn, tomando um tempo maior para lhe responder.

— O Sr. me avalia de maneira equívoca, nenhuma pessoa poder estar sempre correta em seu julgamento, todos somos imperfeitos, assim todos somos sujeitos a erros. Mas todos podemos buscar orientação sobre a melhor maneira de agir e meditar em como isso pode afetar outras pessoas.

— A Srta. diz que seu julgamento não seria inadequado, mas não apercebes que já o fez de maneira inadequada? E embora diga que todos são sujeitos a erros, não consegue deixar passar meros acidentes movidos pelo acaso. Sem contar a sua credulidade na inutilidade dos homens e a maneira como o expressa como sendo independência.

— Suas palavras Sr. Blastorn só confirmam minhas afirmações. Seu comportamento foi inadequado, se eu poderia o passar por alto? Sim poderia, porém passaria o Sr. por alto quando lhe usam como motivo de chacota? E seria esse o comportamento exemplar de um cavaleiro? Quanto independência, sim nós mulheres podemos ser independentes, e se isso destaca as falhas características de um cavalheiro, nada o posso fazer. Mas o Sr. deixa isto em evidencia neste exato momento, onde o Sr. não consegue aceitar a ideia de que uma dama possa viver sozinha feliz consigo e sua vida.

— E pensar que tudo ocorra por um cão. - Diz Sr. Blastorn rindo.

— Não levas nada a sério Sr. Blastorn? 

— Claro que sim Srta. Porém a vida também é feita de momentos de descontração.

— E de importunar jovens damas inocentes? - Indaga Sr. Fitzwilliam.

—Somente a mais efusivas. - Blastorn responde rindo.

—  Perdoe-me Srta Mary por este jovem. - Diz Fitzwilliam rindo.

Mary sem entender nada, dá de ombros, faz uma mesura e continua sua caminhada tentando entender o que se passara ali.

Fitzwilliam relata aos Darcy o que ouvira da conversa de Mary e o Sr. Blastorn durante o chá da tarde no escritório do Sr.Darcy.

—Então quer dizer que August agora está determinado a infernizar Mary? - Diz Lizzy.

—Devo dizer que é o que me parece Elizabeth. - Diz Fitzwilliam.

—Só espero que Mary encare tudo isso como o que é, uma brincadeira, mas não creio que seja dessa maneira que deva estar vendo as coisas. - Diz Darcy preocupado.

—Acha que ela tenha se ofendido profundamente com os comentários dele? - pergunta Fitzwilliam.

—Talvez - Diz Lizzy - Considerando que ela e Darcy sofram do mesmo mal. Nunca sabem identificar uma piada!

—Graças a Deus tenho você Sra. Darcy para me ajudar neste quesito.

—Deve-se então considerar que o Sr. Blastorn vá ajudar a Srta. Mary da mesma maneira? - Indaga Fitzwilliam.

—Está me dizendo que encara as brincadeiras de August Blastorn como investidas em Mary? - pergunta Lizzy a Fitzwilliam.

—Se assim o for, o pobre rapaz vai acabar com uma bela de uma rejeição. - Diz Darcy fazendo todos rir.

No jantar Mary demonstra seu ressentimento por comer em total silêncio. Sr. Blastorn nota as intenções de Mary em mostrar sua angústia pelo silêncio, e assim decide minar qualquer hipótese de deixá-la quieta em seu mundo. 

— Diga me Srta. Mary desfrutou de sua leitura esta tarde? Georgiana comentou que passou todo o resto do dia na biblioteca.

— Sim, de fato foi muito agradável. - respondeu Mary

— E qual livro estava lendo?

— Creio que não seja uma leitura que Sr. apreciaria Sr. Blastorn.

— Diga-me e assim saberemos.

— Otelo de William Shakespeare.

Sr. Blastorn abismado com tal declaração não conseguia parar de olhar para Mary com incredulidade. Nunca pensara que este tipo de leitura a traria prazer, mesmo se tratando de uma tragédia. Cria que Mary lia apenas livros dedicados às damas sobre comportamento e etiqueta.

Para Darcy isso também fora um surpresa, e assim pôs-se a perguntar: - O que lhe chama atenção em Otelo?  

— Shakespeare revela a fraqueza humana. Assim como Otelo, qualquer um pode ser facilmente persuadido, haja vista as circunstâncias em que nelas se encontra. Na maior parte das vezes, o ser humano tende a agir com base em seus sentimentos e emoções, dificilmente conseguindo alcançar um equilíbrio com a razão. - Diz Mary.

— Sim de fato, isso é bem retratado no enredo. - Diz Darcy.

— Devo confessar Mary, também me surpreende que aprecie tal leitura, pois por diversas vezes a vi lendo os sermões para moças. - Diz Georgiana.

— De fato é a primeira vez que leio algo do tipo, mas houve críticas muito boas sobre este exemplar o que aguçou minha curiosidade e ao encontrá-lo na biblioteca vi-me na oportunidade de conhecer enredos diferentes.

— Quando terminar, eu gostaria de lê-lo também.- Diz Elizabeth olhando para o marido com orgulho de sua irmã que agora estava com um olhar de vitoriosa para o Sr. Blastorn que ainda se encontrava sem palavras.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. E não esqueçam de dar a sua opinião. É sempre bom saber que há alguém por ai.



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