Sobre o amor. escrita por UchihaTenshi


Capítulo 3
Verdades.




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Algumas coisas específicas da natureza humana não podem ser expressas por meio de palavras, assim eram os sentimentos que Naruto tinha em si. Hinata entrou um tanto atordoada em sua casa, era certo que ainda ficava mexida por ter o Uzumaki perto de si, mas ainda assim era errado, deveria abrir mão de tê-lo consigo, pois era comprometida e por isso nada mais certo do que não vê-lo mais. Passara quatro anos fora e em um pequeno espaço de tempo o loiro retornou ao espaço que tinha em sua vida como se nunca tivesse estado tão longe. Os dois amantes, apenas no sentido de se amarem de fato, passaram a noite entre sonhos, Naruto tentava acalmar o coração da certeza de reconquista-la, não era justo com a morena, ele abrira mão dela sem se dar conta no passado e agora que ela estava feliz ele não tinha o direito de tomá-la para si.

O inferno com isso!

Tinha o direito sim, bastava jurar a si mesmo que a faria mais feliz do que qualquer outro ser humano na Terra, bastava amá-la com tal arrebatamento que ela nunca sentisse necessidade de outra pessoa, que ela nunca sentisse que qualquer dia em sua vida não fosse menos que perfeito. O Uzumaki fora trabalhar naquele dia mais cedo que o costume, talvez pela ansiedade ou pela pressa, apenas queria terminar logo. Antes do almoço colocou na cabeça que não esperaria mais, almoçaria com a Hyuuga, primeiro ligou pra Neji, precisava do número de Hinata, mas o Hyuuga lhe disse que a prima estava na floricultura Yamanaka, que por ironia, pertencia a prima de Naruto. Dirigir por Konoha nunca pareceu tão lento e o Uzumaki bufava enquanto apertava o volante com força, parou em frente a floricultura e desceu rapidamente contornando o lugar, a porta dos fundos estava encostada como ele sabia que estaria, entrou com um pequeno sorriso enquanto via o contorno do corpo feminino dentro da estufa de orquídeas, parou entre o vão da porta olhando para a morena que parecia distante com seus pensamentos enquanto algumas flores tocavam sua pele.

— Quando casarmos você prefere que tipo de flor?

— Não sei Naruto-kun. – Respondeu corada.

— A Hina gosta de girassóis, o que é engraçado. Essa flor se parece mais com a personalidade de Temari-san. – Ino falou colocando o dedo no lábio inferior enquanto pensava. – Mas pensando bem tem muito a ver com seu próprio nome não é mesmo Hinata?

— Eeh? – O Uzumaki a encarava.

— Eu prefiro os girassóis Naruto-kun. Eles sempre se viram em direção a luz.

O Uzumaki riu.

— Você é minha luz Hina. – Falou antes de dar um beijo apaixonado nos lábios da morena.

Agora pensando daquela maneira Hinata não acreditava que ele realmente gostava de si, sorriu com o pensamento afastando-os.

— Orquídeas? – A voz do Uzumaki se fez presente e ela o olhou com um pequeno sorriso. – Pensei que preferisse os girassóis.

— São as flores do brasão da família de Toneri. – Ela respondeu simplesmente. Não sabia o que Naruto estava fazendo e por mais que não pudesse negar a si mesma que tudo aquilo mexia demais consigo, não podia permitir-se entregar novamente aquele tipo de sentimento. Não queria sofrer novamente, já havia passado por aquilo. Por outro lado Naruto ficava impaciente, esperou tanto tempo que ela voltasse pra tentar se reconciliar que agora mesmo diante do casamento da Hyuuga só podia pensar e rezar pedindo que o coração da morena ainda lhe pertencesse.

— Hinata, no papel que o Deidara passou estava especificado seu buquê também. – Ino chegava falando despreocupada sem notar o primo em meio as flores com a Hyuuga. – Ele pediu lírios brancos, nada de girassóis.

Naruto deu um pequeno sorriso e a olhou sabendo que ela estaria corada, naqueles momentos ele realmente achava que ainda era capaz de conquista-la.

— Tu... tudo bem Ino-chan.

— Kami! Apenas Naruto te fazia gaguejar desse jeito. – A Yamanaka falou rindo ainda olhando a prancheta. – Aquele baka nem se deu conta que deveria ser ele a casar com você né?

— I.. Ino-chan eu não...

— Tudo bem Hina. – A loira bufou. – Sempre soube que ele era burro, mas ter ignorado seus sentimentos por uma vida toda foi demais até pra ele.

Hinata tinha o rosto todo vermelho, os olhos demonstravam todo o susto que ela tinha enquanto a amiga ia falando, já Naruto sentia como se levasse uma sequência de socos no pé do estomago, sabia de tudo aquilo e principalmente sabia que merecia escutar bem mais.

— Ele sabe que vai casar? Pois eu espero que ele esteja sofrendo muito.

— Já estou. – A voz rouca fez a loira dar um pequeno grito enquanto se dava conta da situação. Hinata tinha a cabeça baixa enquanto Naruto tinha o semblante mais triste do que ela já o achara ter visto, recompôs a postura e encarou o primo.

— Pois espero que sofra muito mais, é o mínimo que merece e tomara que todos os jornais estampem o quanto Toneri e Hinata estarão felizes, pois mandarei emoldurar uma foto e comprarei edições de todas as revistas que saírem sobre o casamento e vou te mandar uma sempre que me der na telha. Se não é capaz de lutar por ela agora como não foi no passado, não a merece. – Ino falou antes de sair pisando duro enquanto Naruto se pegara imaginando sobre o quanto a Hyuuga deve ter chorado no colo da Yamanaka.

— Gomem. – Hinata falava baixo. – Sabe como Ino é...

— Tudo bem, ela tem razão. – Naruto respirou fundo e tocou uma flor com as pontas dos dedos. – Não caiu a ficha que vai casar ainda. – Hinata o olhava, tinha vontade de chorar, ele sorriu e a encarou, os passos foram naturais até chegar onde a morena estava, os dedos contornaram o pequeno rosto pálido e ela fechou os olhos sentindo a pele formigar onde ele tocava. – Não acredito que vai se casar com alguém que não seja eu.

As testas se encostaram e a respiração de ambos se encontrava diante dos rostos calmos, Hinata tinha certeza que se casaria com Toneri, mesmo o albino não sendo o homem da sua vida, sabia que aprenderia a amá-lo, ele sempre fora gentil e muito carinhoso consigo respeitando todos os limites que a Hyuuga impunha, logicamente já haviam dormido juntos e ainda nisso Toneri era sempre muito carinhoso consigo, mas estar ali com Naruto era como se estivesse completa, como se não importasse mais nada no mundo, nem seu pai, sua família, seu noivo.

Respirou fundo.

— Nosso tempo acabou Naruto-kun. – Ela falou baixo e chorosa enquanto um bolo parecia se formar em sua garganta, o Uzumaki desceu o rosto dando um beijo na curva do pescoço da Hyuuga que sentiu-se estremecer, se afastou com calma e a encarou alguns segundos antes de se virar e ir embora.

Ino voltou para a estufa assim que viu Naruto sair pela porta da lateral da floricultura, o Uzumaki tinha o semblante duro e a loira encontrou Hinata estática, porém quando abraçou a amiga, a morena chorou profundamente até sentir-se esgotada e voltou pra casa apenas ao entardecer. Não se encontrou com Naruto nos outros dias, não falaram sobre nada e mesmo na pequena reunião que Ino organizou o Uzumaki não apareceu e apenas quando se deu conta de que ficava a porta esperando por ele é que Hinata percebeu que apenas tinha ido para vê-lo, se casaria no domingo e no sábado a noite estava esperando o homem que nunca poderia ter para si.

Suspirou frustrada.

— Ele está sofrendo. – A voz de Sakura veio de trás de si, porém logo a rosada estava ao seu lado. – Ele sofreu todos os dias desde que você foi embora.

Hinata a olhou. Gostava muito de Sakura e mesmo na época da escola as duas eram amigas e a Haruno sempre lhe pedia desculpas pelas trapalhadas de Naruto, como se ela tivesse culpa...

— Tudo bem Sakura-chan. – Hinata sorriu tristemente. – Ele vai ficar bem, não vai?

— Lembra aquela cabana que você costumava dizer que ia fugir pra lá? – Sakura falou sorrindo e Hinata riu baixo.

— A do bosque no monte dos Hokages? – Perguntou vendo a Haruno assentir.

— Você sempre sumia e ia pra lá quando o baka fazia alguma coisa. – Ambas sorriam. – Depois que você foi embora Naruto caiu em si, doía vê-lo sofrer daquele jeito. Um dia Neji contou sobre como sempre tinha que te buscar lá e Naruto acabou encontrando a bendita cabana. – Sakura sorria, mas Hinata apenas escutava. – Ele juntou dinheiro um bom tempo e fez uma oferta irrecusável a Tsunade-sama por aquele pedaço de terra. Agora é ele que fica lá. No começo Sasuke ia busca-lo depois de uns dois dias, Ino também já foi passar o natal com ela depois que Jiraya sensei morreu, mas agora ele chega a ficar mais de semanas lá. Geralmente quando é seu aniversário.

Hinata sentia as lágrimas descerem pelo rosto.

— Eu não sei se você ainda ama o Naruto e nunca poderei imaginar o quanto sofreu com tudo o que aconteceu Hinata, mas ele te ama e sinceramente quando te vejo ainda penso na menina que sempre corava quando ele estava perto, que o admirava e que o amava. Você o amou quando ele não era ninguém e agora ele te ama com tudo o que se tornou, mas talvez seja tarde, não sei.

— Porquê está me falando isso? – Hinata perguntou chorosa e Sakura sorriu.

— Nós mulheres temos que ajudar umas as outras. – Sorriu a olhando enquanto segurava em seus ombros. – Naruto não aparece na empresa desde terça-feira. – Sakura mordeu o lábio como se pensasse. – Acho que deve ter se escondido em algum canto.

Hinata sorriu abraçando a amiga e logo saiu correndo até o carro de Sasuke que Sakura fizera questão de lhe entregar a chave alegando que conseguiria domar a fera depois, ela se lembrava perfeitamente do caminho para chegar a antiga cabana, porém mesmo que não se lembrasse o caminho agora era totalmente arrumado, uma pessoa não encontraria a entrada a menos que soubesse onde ela estaria, mas depois de entrar na estrada correta que começava alguns quilômetros após o monte era fácil chegar até a construção. A cabana ainda era como ela se lembrava, mas parecia mais florida ao redor do que antes e ela riu ao encarar os girassóis que rodeavam a construção, uma música baixa ressonava dentro do local e sentiu o coração palpitar conforme se aproximava.

 


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