O Rebelde de Ferro escrita por ValentinaV


Capítulo 11
A Sala de Cinema


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, princesos! Espero que gostem desse capítulo :D
Mais uma vez, obrigada Juju! Você é uma linda ♥



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Acordei na manhã seguinte duas horas mais cedo que o normal. Resolvi usar esse tempo para escrever uma carta com as novas rotas que havia descoberto no quarto andar na noite anterior, para que meu pai incluísse no mapa da Facção. Após escrever com a tinta invisível, usei caneta normal no outro lado da folha para escrever palavras amenas com um “Sinto saudades” no final. Por mais que invasão de privacidade fosse um crime passível de prisão, e a carta fosse selada antes de ser enviada, nós sabíamos que todas as correspondências oficiais eram vigiadas e eu não podia correr o risco de ser pego por eles.

Logo após finalizar, deixei a carta selada em cima da cama com um bilhete pedindo a Troy que colocasse no correio. Ele deveria demorar mais uma hora e alguns minutos até bater em minha porta. Mal havia amanhecido lá fora. Troquei de roupa e desci as escadas até o jardim para começar minha corrida.

Faria tudo que fosse possível para minha mente não voltar ao fracasso da noite anterior.

O céu era de um alaranjado estranho, como o pôr-do-sol de casa. Eu não entendia como, mas as nuvens da capital ficavam flocadas como pingos de tinta derramados por alguém lá de cima, e a brisa que soprava nunca era tão fria como os ventos de onde eu morava. A capital ficava protegida por uma cordilheira de montanhas, e por sua posição geográfica inusitada, o clima não era igual em nenhum outro lugar de Ilea. Pelo menos eu precisava usar menos força para fazer minhas atividades físicas.

Quando já estava na quarta volta, pensando ainda sobre a desigualdade não apenas climática de meu país, passei novamente pelos fundos do castelo, na área dos empregados e comecei a ver uma movimentação rápida e agitada dos criados que mal haviam acordado e já carregavam pilhas de tapetes, caixas com alimentos e móveis finos para dentro e para fora.

Desviei minha rota para mais perto da movimentação e percebi duas criadas me olhando enquanto equilibravam uma caixa de taças de cristal nas mãos. Elas pareciam assustadas e animadas ao mesmo tempo em me ver ali.

— Senhor, o que está fazendo aqui? – A mais velha perguntou, curvando-se junto com a outra e deixando o cabelo cair em seu rosto.

— É a minha prática matinal, simplesmente não consigo ficar sem correr. – Dei um sorriso simpático.

Ouvi suspiros de longe, mas quando virei não consegui ver qual das várias criadas havia os feito.

— Sim, nós o vemos todos os dias, mas... – A mais nova, que tinha um cabelo curto e loiro cacheado começou a dizer, mas a outra deu uma cotovelada e ela se deu conta no que dizia – Ah, quero dizer, está muito cedo para começar a correr!

Deixei a risada sair ao mesmo tempo em que as duas garotas coravam em minha frente. Percebi então que elas lutavam entre olhar para o meu rosto ou para meu tronco, que só naquele momento me dava contar estar desnudo.

Por que as garotas sempre se impressionam com peitoral e abdômen fortalecidos? Eu nunca ia entender.

— É cedo, mas eu preciso manter a forma. – Bati em minha barriga, e ri no momento em que elas fixaram os olhos nela – Eu como o dobro de porcarias nesse castelo e absolutamente não posso ficar gordo.

— Absolutamente o senhor está certo. – A mais velha murmurou.

Alguém perto de um dos caminhões estacionados assoviou para nós. Percebi estar incomodando o andamento do trabalho dos serviçais, ou talvez apenas estava tirando o sossego dos rapazes que lançavam olhares furtivos para mim, como se eu estivesse prestes a atacar aquelas garotas.

Bem, a insegurança deles devia ser em relação a elas me atacarem. E não ao contrário.

— Parece que estou atrapalhando. – Falei com pesar, e as garotas bufaram um pouco insatisfeitas com minha despedida – Só me respondam uma coisa, para quê é tudo isso? Haverá uma festa no castelo?

— Sim, haverá! – As duas responderam ao mesmo tempo, mas a mais velha tomou a palavra com rapidez – A princesa eliminou dois selecionados ontem a noite e hoje enviará convites para os parentes dos candidatos restantes. Todos virão com aviões particulares que os buscarão onde quer que morem e chegarão amanhã. Devem ficar durante o sábado e o domingo vendo jogos dos selecionados, competindo e cavalgando nas dependências do castelo se quiserem. Vai ser bem movimentado.

— E a princesa fez isto de última hora. – A mais nova comentou.

— Quieta, Amber. – A mais velha repreendeu.

— Bom, então vai ser um fim de semana e tanto! – Acenei com a cabeça e me despedi – Obrigado, garotas!

— De nada, Martin! – Elas acenaram ao mesmo tempo. Antes de estar longe o bastante, ainda pude ouvir murmúrios e lamentos sobre o quanto Amora era sortuda.

Mas eu só tinha cabeça para pensar em como minha família apareceria naquela maldita festa. Eu não teria tempo de enviar uma carta e receber a resposta de meu pai, então teria de saber na hora se alguém viria ou não para me acobertar.

Tinha que preparar uma boa desculpa para caso ninguém de minha suposta família viesse no fim de semana.

♕.♕.♕

— Já ficou sabendo, cara? Nossas famílias vêm no fim de semana! – Shang disse assim que se sentou ao meu lado.

Eu não estava tão animado quanto ele. Na verdade, não conseguia tirar os olhos do meu prato, com medo de encarar sem querer a princesa depois do que havia acontecido. Ela não havia aparecido no café da manhã e nem no jogo de polo, então o almoço era o primeiro momento do dia em que nos víamos depois do “incidente” e eu ainda não sabia se ela estava zangada ou decepcionada comigo. Preferia fingir que aqueles bolinhos de batata eram os melhores da minha vida, embora eu não estivesse lá com muita fome.

— Recebi o comunicado por Troy. – Espetei um bolinho e coloquei um pedaço na boca. Não queria dizer que tinha tido informação privilegiada antes – Você acha que sua mãe e suas irmãs vão vir?

— É claro que sim! – Ele sorriu e seus olhos se transformaram em duas linhas felizes – Azula, minha irmã mais nova é louca pelo castelo. Vai amar conhecer os jardins e as grandes salas decoradas. Minha mãe ficará encantada pela beleza das roupas, e minhas outras irmãs Tai e Juei vão querer fazer amizade com todos os rapazes! Você precisa ver como elas não param de falar e...

— Acho que isso é de família então... – Eu dei uma risada e ergui os olhos rapidamente.

Amora estava olhando para mim de esguelha e se assustou quando viu que havia sido pega. Seu rosto parecia mais vermelho que o normal, embora ela não fosse de ficar corada com as emoções. Por outro lado ela não parecia zangada. Sua expressão era indecifrável e eu desviei os olhos assim que ela desviou os dela.

— Ela consegue ficar mais linda a cada dia, não é mesmo? – Shang confidenciou mais baixo – Puxou a simpatia da rainha.

Enfiei um bolinho inteiro na boca. Então a rainha tratava diferente quem gostava, mesmo.

— Vocês já tiveram um encontro? – Ele espetou um pedaço de pato ao vinho branco e mordiscou enquanto sorria – Sem ser o Grande Salvamento, é claro.

— Ainda não. – Menti com calma, controlando a expressão facial – Mas já a considero uma amiga.

O descendente de orientais ergueu uma sobrancelha e deu de ombros, voltando-se ao seu prato. Terminei minha comida em silêncio enquanto ouvia Igor e Shang discutindo sobre uma partida do dia anterior que ambos achavam terem sido injustiçados por serem expulsos da piscina.

Só tive tempo para limpar a boca no guardanapo de tecido antes que um bilhete parasse ao meu lado direito. Com uma caligrafia desleixada, a princesa havia escrito:

Em uma hora esteja na Sala de Cinema. Amora.

Dobrei o bilhete tão rápido quanto pude e levantei para sair do salão de refeições.

— Encontro com a princesa, hã? – Eric alfinetou do outro lado da mesa, mas por sorte, apenas Shang prestou atenção.

Tive o cuidado para falar tão baixo que mal eu podia ouvir, porém, articulado o bastante para que a leitura labial fosse óbvia e atingisse o loiro exibido como um soco no meio de seus olhos.

— Você ainda terá o seu, Weiss. Ou talvez não.

Dei as costas, e assim que saí do salão sem chamar atenções, corri escadaria acima, afim de preparar-me para o encontro com Amora. Era impressão minha ou a comida não tinha caído bem? Minha barriga começava a se revirar e eu precisei de uma ducha fria para aplacar o nervosismo. Não tinha certeza se aquele seria um bom encontro ou um mal encontro. Se seria um “Olá, Martin, vamos fingir que nada aconteceu e que eu não te acho um babaca”, ou um “Olá, Martin, você é um babaca”.

Vindo da princesa, não aquela da TV, mas a da vida real, eu poderia receber qualquer resposta.

— Algum problema, senhor Rudolf? – a voz de Troy me fez pular para trás e derrubar a toalha que antes estava presa em minha cintura – Oh.

— Você ficou doido? – Eu puxei a toalha e me cobri novamente, agora virando-me para a porta, onde o rapaz havia ficado parado como uma estátua – Poderia ao menos ter batido.

— E-eu bati, senhor. – Seu rosto tomou cor rapidamente e ele se encolheu, como se estivesse pronto para enfiar a cabeça em um buraco – Três. Três vezes. Achei que estivesse com alguma problema e...

— Tudo bem, tudo bem – Acenei com as mãos para que ele deixasse para lá – Eu só me assustei.

— Não ficou bravo por eu tê-lo visto nu?

— Por que ficaria? – Dei risada – Não tenho timidez em relação a isso, Troy. É só o meu corpo.

O rapaz balançou a cabeça concordando e então segurou na maçaneta, prestes a ir embora.

— Espere. – Pedi, abrindo o guarda-roupa – Subi para me arrumar para um encontro com a princesa Amora na Sala de Cinema... O que devo usar, na sua opinião?

Troy levou a mão ao queixo e por alguns segundos tornou-se pensativo, trocando o olhar entre mim e o guarda-roupa. Eu estava mesmo pedindo ajuda para me vestir? Desde quando eu começara a ficar daquele jeito?

Tudo bem, era só o nervosismo.

— Pode ser a bermuda de algodão azul marinho com uma camiseta gola V de cor clara. Tem uma branca, uma bege com listras pretas e uma salmão nessa semana. Qualquer uma delas ficará boa.

Agradeci o rapaz e o dispensei, vestindo a bermuda de algodão e a camiseta salmão. Por menos que eu acreditasse, estava parecendo um cara normal, indo para um encontro normal com uma garota normal.

Seria bom se nada daquilo fosse mentira.

Saí do quarto com dez minutos de antecedência, não antes de me inundar com um perfume que até então eu não tinha usado – e por que resolvi usar? – e segui até o primeiro andar, parando na frente de uma porta marrom escura. Um guarda estava parado do outro lado daquele corredor, de olho em mim, e eu acenei para ele, perguntando se a princesa já me aguardava. Ao invés dele me responder, a porta abriu sozinha e entrei guiado pela única luz de uma tela enorme que cobria a parede inteira da sala.

Oito andares de sofás macios e contínuos se estendiam do patamar onde eu estava até perto do teto. A decoração das paredes possuía tantos cartazes de filmes clássicos e recentes que eu demorei um pouco para visualizar a máquina de pipocas, a geladeira cheia de bebidas doces e borbulhantes e as duas prateleiras com caixas de chocolates e doces diversos.

— É o melhor lugar do mundo, não é mesmo?

Amora estava sentada no sétimo andar de sofá, exatamente no centro, com um controle remoto na mão, olhando fixamente para a tela. Procurei uma escada para juntar-me a ela mas percebi que os degraus eram os próprios sofás.

— Tire os sapatos antes de subir. – Ela disse ainda sem me olhar.

Obedeci e escalei os andares de sofás até chegar no mesmo andar dela. Lá em cima o ar condicionado era mais forte e notei haver duas cobertas felpudas dobradas ao lado de Amora, como se aguardassem o filme começar para nos cobrirem magicamente.

— Isso aqui é o máximo – tentei quebrar o gelo, sentando-me com um pouco de distância dela –, obrigado por me convidar.

— Achei que ia gostar. – Ela clicou em uma seleção de filmes e começou a passar os títulos – Todos gostam.

Perguntei-me em silêncio o que significava “todos gostam”. Todos os outros garotos? Ou todos que visitavam a Sala? Todos do castelo ou todo mundo mesmo? Virei-me para olhá-la melhor de perto e percebi que suas vestes eram simples – um short preto de tecido indefinido e uma camiseta de manga curta cheia de flores coloridas com um nome que não reconheci – e agradeci mentalmente Troy por ter me feito ir simples também.

Depois de rodas alguns nomes, Amora perguntou qual deles eu preferia, mas deixei que ela escolhesse. O filme escolhido foi um clássico da primeira década do século, Harry Potter e o Cálice de Fogo.

— Você já viu? – Ela deu play e a entrada começou a passar, enquanto me passava uma coberta.

— Há muito tempo, para falar a verdade – peguei a coberta e deixei do meu lado. Não estava nem um pouco com frio – E você?

— Umas quinhentas vezes. Quer pipoca?

— Agora não, talvez mais tarde.

Amora me olhou pela primeira vez desde que eu chegara na Sala, mas foi por um curto instante. Não consegui decifrar que tipo de pensamentos passava em sua cabeça. Resolvi me aconchegar no sofá, nem tão longe e nem tão perto, esperando que as cenas do filme fizessem com que ela falasse ou interagisse comigo. Mas por quase metade do filme, ficamos em silêncio; ela sem esboçar reação nenhuma e eu a olhando de esguelha, esperando algum tipo de sinal.

— Essa cena é muito boa. – Resolvi arriscar quando o personagem principal abre um ovo de dragão dentro de uma banheira.

— O fantasma dessa garota é muito chato – Ela resmungou.

Amora parecia chateada. E eu não sabia se era comigo. Ela se remexeu até virar o rosto levemente em minha direção metade escuro e metade claro pela luz da tela.

— Você está... Chateada?

— Estava. – Ela soltou todo o ar – Agora nem tanto.

— Quer conversar?

— Eu ia te elogiar por não tagarelar no meio do filme, mas já não o farei mais. – Ela se virou para a tela novamente.

Eu não estava entendendo nada. Aproximei-me um pouco dela, deixando ainda quase um metro de distância entre nós.

— Então por que me convidou? Poderia assistir o filme sozinha em silêncio.

Ela se virou bruscamente para mim com o olhar zangado.

— Já tive muitos problemas por hoje. – Seu tom era áspero – Achei que você pudesse ser uma boa companhia.

— Eu posso. – Concordei e cruzei os braços, virando-me para a TV – Não darei mais um “piu”.

A princesa virou para frente e suspirou fundo. O que quer que ela estivesse pensando ficou em silêncio. O filme entrou na parte que o personagem principal pula num lago para realizar uma das provas da competição, e precisa tirar um amigo de lá de dentro. Senti Amora se remexer de um jeito estranho no sofá, mas não me virei. A cena continuou até que o garoto começasse a ser sufocado por bichos marinhos estranhos que o arrastavam lago abaixo, enquanto ele tentava subir.

Amora arfou.

Virei-me para olhá-la, mas ela já se afundava nas cobertas com as mãos em volta do pescoço, e o rosto em desespero. Lembrei-me das aulas de Psicologia na Academia; a princesa estava retornando ao trauma do afogamento, desencadeado pela cena do filme.

Avancei para perto dela e arranquei sua coberta, Amora estava com falta de ar e seu corpo agia exatamente como se estivesse se afogando. Puxei seu tronco para cima até que ela ficasse apoiada de costas em meu peito, e com os dois braços livres, puxei o queixo para cima para desbloquear a passagem de ar e coloquei uma mão sobre sua barriga.

— Solta e puxa. – Murmurei com calma em seu ouvido, embora meu coração estivesse correndo uma maratona. – Acompanha meu movimento, princesa.

Suas costas pareceram relaxar um pouco e sua barriga acompanhou quando eu pressionei e quando soltei. Fiz mais algumas vezes e logo Amora já conseguia pegar grandes quantidades de ar sem pausas. Soltei a garota, que voltou a sentar no sofá, agora de costas para o filme. Peguei o controle e passei daquela parte.

— Eu não entendo – Ela murmurou e foi difícil de ouvir. – Foi como se eu voltasse àquele momento.

— Sua mente trouxe o trauma de volta por causa do filme. – Eu expliquei simplesmente. – Talvez você precise de uma terapia para se readaptar à água.

— Eu senti tanto medo. – Amora abraçou os joelhos e enfiou a cabeça entre eles, deixando a cortina de cabelos cobrir tudo. – Eu sou uma tonta mesmo.

Meu coração parou por alguns instantes. Eu quase deixei aquela garota ir embora para sempre. Ela agonizou por minha causa e agora estava traumatizada. Eu precisava fazer alguma coisa para ajudar. Por alguma razão, meu braço envolveu as costas dela, tirando-a do torpor. Amora endireitou as costas, mas ficou olhando para baixo.

— Você não é uma tonta. – Aproximei-me um pouco mais, tentando fazer com que ela me olhasse. – E aquilo já passou, hã? Você está segura e não acontecerá novamente.

— Não até o próximo ataque. – Ela disse obscura. – Não até que uma das Facções resolva tentar um golpe, ou que nossos inimigos invadam as fronteiras, ou que os empresários quebrem nossa economia e implantem o caos no país, ou...

— Eu não vou deixar que nada te aconteça. – A frase escapou de minha boca.

Ou é você que fará acontecer, Bengt?

— Eu odeio precisar de proteção vinte e quatro horas. Eu odeio ter que ver um guarda a cada metro quadrado. – Sua voz aumentou, e de repente Amora estava gritando para o mundo – Eu odeio ser princesa! Eu odeio ser filha única!

Agarrei os ombros dela e fiz com que a princesa finalmente me encarasse.

— Eu disse que não vou deixar que nada te aconteça, não enquanto eu estiver neste castelo, está bem? – Minha voz saiu mais alta e séria do que Amora esperava, e ela arregalou os olhos – Você está me ouvindo?

A garota piscou forte duas vezes, contendo suas lágrimas. Quando percebi que Amora estava prestes a desabar em minha frente, inclinei-me para frente e selei nossos lábios, como se aquilo fosse deixa-la inteira e sem se partir.

Ou será que a partiria ainda mais, Bengt?

A princesa não se moveu nos primeiros segundos, e cheguei a pensar em desfazer aquele beijo, mas a garota se moveu antes. Ela abriu ligeiramente a boca em volta de meu lábio inferior o beijando, e produzindo um estalido. A boca de Amora afrouxou e abriu um pouco para encaixar-se entre meus lábios, como se estivesse pedindo para que eu continuasse, e me beijou de novo, desta vez fazendo pressão em meus lábios e desfazendo todo o meu autocontrole.

Respondi seu beijo com mais intensidade, e ela pareceu gostar pois avançou em minha boca da mesma forma que eu avançava na dela. Com uma mão, puxei o cabelo para trás de seu rosto enquanto que com a outra puxava seu corpo para cima do meu. Amora era tão leve quanto uma pluma, e logo que suas pernas se encaixaram em volta do meu quadril, e eu abracei sua cintura, pedi passagem, e ela cedeu. A língua dela era quente e doce de uma forma que eu nunca havia provado antes, e quanto mais a sentia, mais me perguntava onde mais Amora seria tão quente e tão doce.

Meu abdômen se contraiu, tentando controlar a animação, obviamente em vão. Se a princesa percebeu, não demonstrou reação nenhuma, apenas continuou a movimentar sua boca em perfeito movimento com a minha.

Aquele beijo era tão afoito e sensual, tão cheio de energia acumulada, que parecia que eu ia desmoronar, caso ela se afastasse. Como se pensasse a mesma coisa, Amora não deixou seu fôlego atrapalhar nosso beijo. Entre um beijo e outro ela inspirava sutilmente pelo nariz e expirava fazendo cócegas em minha bochecha, muito mais hábil do que eu, que respirava sem controle.

Quando finalmente o cansaço nos tomou, ela recuou alguns centímetros e eu abri os olhos, encontrando os seus me fitando.

— Queria que tivesse me beijado antes. – Ela admitiu, com um sorriso travesso.

— Eu posso beijar quantas vezes quiser.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo é FESTAAAAAAAAA
Tuts tuts
Será um capítulo INTERATIVO, então quero saber de VOCÊS, o que acham que vai rolar nessa festa? Famílias, selecionados, beijos, confusões... As melhores ideias vão aparecer no capítulo! Comentem :D



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