Twenty One escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 5
João e Maria


Notas iniciais do capítulo

OLÁ PESSOINHAS!
Eu sei que eu sumi, mas tive um bloqueio terrível com esta fanfiction, fiquei meses sem conseguir escrever. Hoje a inspiração bateu na minha porta e resultou nisto, a qual espero que gostem.
Se eu tive motivação pra postar hoje, podem agradecer uma pessoinha em especial. Aliás, este capítulo é dedicado à ela, que divulgou a fanfiction, me animou no Whatsapp e ainda enviou uma linda recomendação: Little Mary, vulgo MaryDiÂngelo ♥
Obrigada, Sweetheart! Esse capítulo é um singelo "obrigada por toda a força".
Ademais, sugiro que cliquem nos links das músicas (cada uma que é mencionada está ligada à fanfiction) e desejo uma boa leitura!



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"Por detrás da coisa mais delicada, havia sempre alguma coisa de trágico. Os mundos tinham de sofrer as dores de parto, para que pudesse nascer a flor mais insignificante..." (WILDE, Oscar. O Retrato de Dorian Gray)

Thalia tentava ao máximo parar de tremer, enrolada em cobertores no carro de Nico, com Will ao seu lado quase em um tom azul, Percy no passageiro e Nico dirigindo, todos com apenas as roupas íntimas úmidas debaixo dos cobertores, com exceção do Di Angelo, que apenas havia vestido a jaqueta de couro. Thalia tinha quase certeza de que havia alguma lei que proibia dirigir seminu.

De qualquer forma, ela quase reclamou quando a BMW parou em frente a sua casa em um dos bairros pobres da cidade, mas não por ter que deixar os rapazes, e sim pelo medo do ar gelado da madrugada.

— A Cinderela está entregue. — Nico sorriu como se fizesse chacota, a observando pelo retrovisor.

— Obrigada. — Thalia agradeceu pela carona, juntando suas roupas o melhor que pode, revirando o bolso da calça a procura da chave, mas sem sucesso na busca. Ótimo, havia perdido!

Suspirando, ela deixou que o cobertor deslizasse por seus ombros.

— Pode levar. — Percy quem ofereceu, olhando para trás por cima do banco. — Você vai congelar antes de chegar até a porta.

— Não precisa. — Ela sorriu desafiadora e abriu a porta do carro, estremecendo ao sentir o vento gelado. Com certeza ela teria uma hipotermia.

Para provocar o Di Angelo, Thalia andou lentamente até a porta, batendo com força, tentando não tremer enquanto esperava Luke aparecer. Quando o loiro abriu a porta lentamente, a Grace quase o empurrou para entrar na casa quente, murmurando um: "Nem me pergunte", batendo queixo. O rapaz ainda olhou o lado de fora da casa, vendo o carro partir em alta velocidade, antes de trancar a casa novamente.

Luke franziu a testa ao observar Thalia deixar as coisas jogadas na sala e correr para o banheiro, gritando pra ele pegar a toalha dela. Ele somente suspirou, prevendo as noites que passaria cuidando da amiga gripada.

— Conseguiu o que queria? — Castellan perguntou ao bater na porta do banheiro pra entregar a toalha.

— Deixa aí! — Thalia respondeu aos gritos sobre o barulho do chuveiro, não querendo se afastar da água quente. — Eu não vou sair daqui hoje!

— Vamos ficar o resto da vida sem conseguir pagar a conta d’água, mas acho que não tem problema!

Luke retrucou com escárnio, sentando-se no sofá da sala logo depois de pegar um cobertor. O cômodo era anexo à cozinha e perto o suficiente da porta do banheiro pra que ele pudesse se recostar no estofado vermelho sem ter problemas em compreender as palavras da amiga.

— Devo perguntar por que você apareceu nua? — Ele perguntou, se enroscando até abraçar as pernas.

— Você não acredita no que eu fiz! — Thalia gritou alto o suficiente para ele ouvir. — Pulei de uma ponte!

— E agora voltou pra me assombrar?! — O rapaz retrucou em tom de chacota, olhando no relógio que marcava a Hora dos Mortos.

— Algo assim! — O som do chuveiro cessou e a porta do banheiro se abriu, fazendo Luke desviar os olhos como uma forma de respeito. Logo Thalia se enroscava na toalha e corria para seu quarto, deixando a porta entreaberta para gritar. — Sabe aquela ponte atrás do antigo cemitério? Nós pulamos lá de cima!

— Pularam?! — Luke exclamou, se pondo de pé de uma vez. — Thalia...!

— Isso é uma loucura?! — Ela questionou aparecendo na entre a fresta da porta, tampando os seios com os braços. — Eu sei! Mas eles me garantiram que era seguro. — ela voltou para trás da porta, terminando de se vestir o mais rápido possível.

— E você se divertiu?

Luke perguntou por fim, tentando não dar uma de super protetor, mesmo que seus instintos seriam de sempre protegê-la de tudo. Thalia saiu do quarto correndo com apenas uma camiseta larga que cobria a calcinha por baixo.

— Muito. — Ela admitiu, sentando-se ao lado do amigo que abriu espaço para que ela se juntasse debaixo do cobertor para aquecê-la. Luke a abraçou, uma lembrança do tempo em que eram mais que amigos surgindo em sua mente.

— E você conseguiu o que queria? — Ele perguntou, recostando a bochecha sobre a cabeça dela. Os cabelos estavam molhados e gelados, o que fez um arrepio percorrer o corpo de Luke.

— Acho que sim. — Thalia suspirou, abraçando o amigo pela cintura em busca de calor. — Ele deu em cima de mim. E do Will. Eu não entendi esse cara.

— E ele é legal? — Luke interrogou sem olhá-la nos olhos, um leve sorriso nos lábios.

— Ele é daquelas pessoas que é legal e sabe disso. — Thalia deu de ombros, quase sussurrando. — São as piores pessoas.

— Você quer ver ele novamente?

— Não.

— Thalia — Luke suspirou, a apertando mais no abraço. —, você precisa de novos amigos.

— Ele é só um garoto mimado e triste, Luke. — A Grace explicou em um tom baixo e sério. — O tipo de pessoa que não preciso na minha vida. Ok, é legal se divertir por uma noite, mas isso é tudo: Uma noite.

— Eu me preocupo com você, Lia. — O rapaz admitiu, deixando um beijo sobre a cabeça dela, antes de afagar-lhe os cabelos. — Quantas pessoas além de mim você tem? Quando foi a última vez que saiu com um amigo ou uma amiga?

“Quando foi a última vez que se envolveu com alguém?”, a pergunta era implícita para ambos. A resposta era Luke, eles sabiam disso.

— São três hora da manhã. — Thalia retrucou, sabendo que ele tinha razão, mas jamais admitiria isso. — Não é hora para conversas tristes.

Luke suspirou, a apertando nos braços novamente.

— Eu só me preocupo com você, Lia. — Repetiu o argumento, sentindo a garganta apertar. Thalia era a pessoa que ele mais amava em todo o mundo, era sua maior preocupação e tesouro. — Quando eu me for, quem vai cuidar de você?

— Quem disse que eu não vou primeiro que você? — Ela rebateu, mas entendeu o que Luke disse. E entender isso fazia seu coração apertar. — Posso dormir com você essa noite?

— Sabe que sempre pode. — Thalia sorriu, o apertando e agradecendo à Deus pelo amigo, a melhor e única família que tinha.

 

(...)

 

De fato, não era o objetivo de Thalia reencontrar o Di Angelo: Tudo bem, ela havia se divertido com o jeito intrigante e boêmio do garoto, mas isso era tudo. Ela o encarava como um garoto solitário e mimado, que, provavelmente, vivia sob as asas dos pais e fazendo mil besteiras sem se importar com ninguém e nem com nada. Essas pessoas eram tóxicas e Thalia não estava disposta a ser coadjuvante das confusões que ele se metia. Já havia visto filmes demais para saber que o destino de garotas assim eram a morte ou a eterna posição de vadia. Ela não seria assim.

Por isso, ela não pisou no café nenhuma vez naquela semana, não procurou Will, nem foi a boate. Ela passou a semana toda percorrendo a cidade em busca de emprego, o que se provava um trabalho para Hércules, uma vez que ninguém queria contratá-la. Também não era um absurdo: Ela sequer havia chegado ao colegial e a única experiência era como garçonete café caindo aos pedaços de Dionísio; Sem falar, é claro, na ficha criminal.

Por isso, ela pensou em desistir várias vezes. Só não o fez por causa de Luke: ele economizava há anos o que conseguia na loja de artigos místicos que herdou da mãe, tudo para pagar uma faculdade. Thalia não suportaria depender mais dele. Ela ia conseguir outro emprego, não economizaria esforços.

Assim, ela madrugou para ir ao hospital infantil, mesmo que unidades de saúde lhe dessem tanto calafrio quanto funerárias. Vestiu seu melhor jeans, blusa e blazer e se deu o trabalho de ignorar o olhar de desprezo da recepcionista ao questionar sobre a entrevista de emprego. Quarenta e sete minutos foi o que ela esperou até que alguém a encaminhasse a uma sala privada onde aconteceria a entrevista e, em três minutos, ela recebia um “você não é apta.”; sequer usaram o eufemismo “entraremos em contato.”.

De queixo erguido, ela assentiu para a mulher que a entrevistou e se virou para sair, tentando ao máximo impedir as lágrimas de se formar por causa do olhar de nojo que a mulher lhe dirigia. Ela se sentia tão decepcionada e humilhada que nem percebeu quando alguém lhe chamou, apenas quando este alguém se colocou na sua frente.

— Thalia? — Ela ouviu a voz do Di Angelo e ergueu o rosto, apertando os lábios para não chorar. — Você está bem?

— Sim. — Surpreendentemente, sua voz soou estável e o sorriso que ofereceu até pareceu verídico. Os olhos azuis estavam completamente livres de lágrimas e sentimentos, apenas o furor de sempre, como se houvessem raios ali. — E você?

Como resposta, o Di Angelo deu de ombros e Thalia se perguntou o que diabos ele estaria fazendo em um hospital infantil. Ele não parecia preparado para uma entrevista como ela, vestindo coturnos, jeans escuros e camiseta cinza com uma frase sarcástica sob uma jaqueta de couro.

— Está indo embora? — Nico questionou, cruzando os braços e Thalia tentou não engolir em seco, ao notar o corredor cheio de funcionários que lhes olhavam de soslaio, como que incomodados com a presença deles. — Tem algum compromisso agora?

— Na verdade, não. — Thalia sorriu, fuzilando uma enfermeira com os olhos sobre o ombro de Nico. Se aquelas pessoas lhe queriam intimidar por serem financeiramente superiores, elas não iam conseguir tão fácil.

— Ótimo. — O Di Angelo a segurou pelo pulso e a puxou pelos corredores, sabendo exatamente aonde ir. — Perseu me deixou na mão hoje, e não gosto de ficar sozinho. — Thalia deveria perguntar onde ele estava a levando ou o que fariam, mas, vindo do Di Angelo, era melhor não saber.

Por fim, ele a puxou para o estacionamento, correndo em direção a já conhecida BMW e abrindo o porta-malas, entupido com caixas grandes de papelão repletas de brinquedos e fantasias.

— O que é isso? — Thalia perguntou, vendo-o revirar as caixas e capturar um capuz vermelho, que provavelmente bateria nas coxas da Grace, e jogar para ela.

— Experimente. — Ordenou, ainda mexendo na caixa até tirar uma máscara marrom feita de EVA. Quando ele a colocou sobre a face, Thalia não impediu a risada, vendo-o fingir rosnar, fazendo uma garra com os dedos e arranhando para frente. Thalia colocou a mão na boca, impedindo a gargalhada, decidindo que aquele era o lobo mau mais estranho que já havia visto na vida. — Então, Grace, já fez uma criança rir hoje?!

 

(...)

 

Não, Thalia não tinha feito. E, pra ser sincera, ela nunca havia feito, não daquela forma: contando histórias, imitando palhaços e cantando para criancinhas enroladas em fios, agulhas e esparadrapos.

Nico a arrastou por diversas salas, sabendo exatamente onde ir, brincando com as crianças como se fosse uma delas. Ele imitava o lobo mau, apertava o nariz vermelho onde saia uma buzina e até fazia surgir flores de plástico e fitas da manga do paletó velho que havia colocado.

Era mágico, cantor, palhaço e vilão para as crianças, gargalhando e nenhum pouco desconfortável, surpreso ou melancólico ao ver crianças doentes. Já Thalia tinha que contar até dez ou mais para evitar chorar em alguns casos… Mas Nico a puxava pela mão, sorrindo e a apresentava como assistente, antes de perguntar para as crianças se devia lhe dar flores ou fazê-la desaparecer.

Normalmente Thalia conseguia segurar as lágrimas em qualquer situação, mas quando saíram do quinto quarto, ela teve que se recostar na parede, fechar os olhos e respirar fundo. Nico a puxou para si, a abraçando e afagando os cabelos dela, silencioso como sempre, enquanto a garota mordia o lábio inferior, evitando chorar.

— Por que coisas assim acontecem? — Ela se viu questionar, pensando na menina que não devia ter mais de três ou quatro anos e foi diagnosticada com leucemia. Felizmente, suas chances de cura eram altas, mas era triste ver uma criança tão pequena ligada à aparelhos. — São apenas crianças… Deveriam poder correr, subir em árvores, comer terra… Não viverem como se fossem feitas de vidro.

Nico a apertou na cintura, como se concordasse, depositando um beijo nos cabelos dela.

— Eu sei. — Ele sussurrou em um tom baixo e rouco. — Mas o mundo é cruel, Thalia. Cruel e cheio de demônios… Eles querem roubar tudo o que é puro e ingênuo. Ser bom é um pecado para eles. Os bons morrem cedo.

— Você já perdeu pessoas boas. — Thalia suspirou, o apertando mais. A forma como ele falou, tão triste e machucado… Ele não parecia o cara que flertava com todos e pulava de pontes na madrugada. Parecia um menino perdido.

— Eu aprendi desde cedo que só os cruéis sobrevivem, Grace. — Nico resmungou, os músculos enrijecendo sob os braços de Thalia antes dele se afastar, uma expressão sombria no rosto. — Tive provas irrefutáveis disso.

— Posso perguntar que provas?

Os lábios do Di Angelo se repuxaram, como se quisesse sorrir, mas acabou por suspirar, os olhos escuros opacos ao se recostar ao lado de Thalia.

— Éramos apenas eu, minha mãe e minha irmã. — Seu tom era ainda mais rouco e baixo, como se sua voz estivesse trincada ao encarar o teto. — Eu nunca fui um exemplo de filho, puxei ao meu pai devo pressupor.

Dessa vez seu sorriso deu certo, um sorriso cruel combinado ao tom sarcástico, que se desfez aos poucos, conforme o silêncio pesava por alguns ssegundos. Thalia apertou os braços ao entorno de si, o clima frio do hospital parecendo ainda baixo com a presença sombria do Di Angelo, com seu jeito quase assustador. Ela pensou que ele não completaria o pensamento, mas também não se assustou quando o tom de Nico soou como o sussurro de um menino assustado:

— Eu fui o único a sobreviver.

Thalia engoliu em seco, parte dela queria perguntar o que havia acontecido, mas parte dela também não queria saber. E, a julgar pela expressão dolorosa e triste de Nico, seria crueldade lhe perguntar aquilo. Por fim, ela apenas suspirou e desencostou da parede, estendendo-lhe a mão.

— Ainda temos algumas salas para visitar, não? — Ela tentou lhe dar um sorriso, a qual Nico respondeu minimamente, um pouco menos abatido ao pegar sua mão.

 

(...)

 

Ver os sorrisos das crianças quando eles entravam nos quartos era reconfortante para Thalia, mas não se comparava ao vê-las dançar e cantar, tentando acompanhar Nico que puxava as cantigas de roda dedilhando um violão.

Haviam oito crianças no espaço comum repleto de brinquedos coloridos, as idades eram diversas: alguns eram pequeninos e ainda tropeçavam nos paços com pouco mais de três anos; Outros já eram maiores e ajudavam os mais novos, mas Thalia chutaria que nenhum passava dos dez. As enfermeiras estavam atentas a cada criança, mas pareciam já acostumadas com o Di Angelo.

Ele era uma caixinha de surpresas e cantava muito bem, Thalia pensou ao ver as crianças o rodearem, fazendo giros com os versos suaves de uma música desconhecida pela Grace. Era em uma língua discrepante da sua, tendo como título “João e Maria”, segundo Nico, mas, mesmo sem entender os versos, lhe parecia linda, a ponto de Thalia se ver acompanhando as crianças na dança, as vezes fazendo giros sozinha, outras segurando meninas e meninos pelas mãos, formando uma roda que dava voltas lentamente.

Enquanto dançava, Thalia pensava que talvez o tivesse julgado demais e Nico não fosse tão mimado assim. Pelo o que ele havia dito sobre sua família… Fazia sentido a tristeza no seu olhar, bem como a declaração enquanto jogavam “duas mentiras e uma verdade” — ou, no caso dele, uma mentira e duas verdades —, a declaração sobre o coração partido. Não era só o amor romântico que nos quebrava, afinal de contas.

O rapaz parecia ter perdido toda a família cedo demais — afinal, ele parecia ser da idade de Thalia que sequer completou vinte e um — e a Grace podia sentir o que significava aquilo. Ela jamais teve uma família comum, jamais teve uma mãe ou pai que se importasse, mas perdeu quem mais amava cedo demais também, antes de encontrar Luke e o perder diversas vezes desde então.

Ela jamais teve realmente uma família tradicional e/ou estável, mas já havia ficado sozinha vezes o suficiente para entender a solidão. Agora, tudo o que a restava realmente era Luke e parecia que Nico não estava em uma situação melhor junto com Percy.

Nico di Angelo não era tão ruim assim, afinal, ninguém que dedicava sorrisos tão fáceis e verdadeiros à doces crianças poderia estar tão quebrado que não pudesse ser consertado.

— Mais uma! — Um garotinho rechonchudo pediu, sentando ao lado de Nico e passando as mãos pelas cordas do violão.

— Só se Thalia ajudar a cantar! — O Di Angelo impôs sorrindo para ela, que assentiu, se sentando do outro lado.

Enquanto eles cantavam, Thalia notou a presença de uma médica ruiva que dirigia um sorriso pesaroso à Nico, observando-o atentamente. Ela não era jovem, mas continuava bela mesmo com alguns fios grisalhos, seu rosto com muitas marcas de expressão transmitia paciência, doçura e cuidado, o que combinava com o jaleco repleto de bordados de bichinhos. Era, obviamente, uma pediatra.

— De novo! — O mesmo menino pediu quando terminaram os versos de “London Bridge Is Falling Down”, fazendo Nico rir.

— Eu adoraria, mas preciso ir antes que a doutora Ártemis me puxe pela orelha. — Nico sorriu para a moça, guardando o violão. — Thalia, minha querida, pode me esperar aqui? Tenho certeza que pode fazer companhia à essas pestinhas enquanto resolvo uma coisas.

— Claro. — A Grace sorriu, mas seus ombros estavam tensos e seus pensamentos confusos.

— Pode vir se quiser. — A pediatra se pronunciou e sua voz era tão doce e calorosa quanto Thalia imaginou. — Esse menino já quebrou a maior parte das regras desse hospital mesmo.

Thalia abriu a boca para responder, mas, ao ver como o corpo de Nico estava tenso ao olhar para ela, decidiu forçar um sorriso e balançar a cabeça.

— Vou esperar aqui mesmo. As crianças são bem mais legais do que ele.

Nico lhe ofereceu um sorriso em agradecimento, já se dirigindo até a porta para seguir a doutora.

— Volto já. — O Di Angelo prometeu, olhando-a sobre o ombro.

É, talvez ele não fosse tão ruim assim.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Músicas: João e Maria - Chico Buarque (recomendo o cover da Iolanda)

Vocês viram a citaçãozinha no começo? Gostaram? Sempre que puder vou colocar. Aliás, até adicionei uma ao capítulo três... São livros que li e recomendo!
Gostaram da música? Toda essa cena deles cantando no meio das crianças e a Thalia dança me surgiu quando minha amiga estava cantando e pensei: uau! Eu preciso escrever essa cena!
Agradeço novamente à Mary por todo o apoio e espero que ela esteja viva ♥
Agradeço também à Cibele Soares, que respondeu todas as minhas dúvidas sobre visitas à hospitais e me encheu de vontade fazer também!
E, por último, mas não menos importante, agradeço você que está lendo e não desistiu de Twenty One. Quero voltar a postar todo dia 21 e espero que me acompanhe. Aliás, eu adoraria que você se manifestasse, me deixa um pouco triste ver que tem gente só acompanhando e não manda nenhum oi... Tem o dobro de leitores do que a quantidade total de reviews.
Espero que tenha se divertido e deixo aqui os questionamentos...
O que será que o Nico tava realmente fazendo no hospital?
O que aconteceu com a família dele?
E a família da Thalia?
Qual é o problema do Luke?
Onde está Will Solace?
Você gostou da nova capa? E do aesthetic?
Você pode fazer parte do meu grupo também, sempre que dá eu deixo conteúdos exclusivos:
https://www.facebook.com/groups/214089935682143/
Enfim, obrigada e até logo!