Twenty One escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 4
Girls, Girls, Boy


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!
Dedicado à Dama do Poente, que me mostrou essa música incrível que encaixou bem com as mensagens subliminares e a cena desse capítulo!



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"Sou apenas um vilão disputando a atenção de uma garota

Uma garota que não consegue se decidir"

(PANIC! AT THE DISCO, Girls/Girls/Boys, tradução livre)

 

Aquilo definitivamente era um streap-tease.

Ao som de Girls-Girls-Boy, Nico Di Angelo rebolava sobre o parapeito da ponte. Sua camiseta branca se encontrava no chão há tempos, e logo seu cinto se juntaria à ela sobre o concreto. Percy se encostou na BMW apenas para retirar os sapatos e Thalia se aproveitou da posição do garoto do garoto para admirá-lo, antes que ele se dirigisse até a extremidade da ponte e também se equilibrasse na proteção.

—Vamos, Thalia! — Will chamou, retirando os tênis para se juntar aos dois garotos que gargalhavam e dançavam como se estivessem completamente acostumados a rebolar na beira de um precipício todas as noites em festas dionisíacas.

Thalia preferiu ficar escorada no carro, sorvendo o que restava do líquido azul de uma das garrafas. O primeiro motivo era seu considerável medo de altura; O segundo, seu péssimo equilíbrio, sobretudo com saltos altíssimos; e, por último, a visão que tinha dos três rapazes se despindo com as melodias de Panic! At The Disc naquele ângulo, era o paraíso. Era difícil até descrever a maneira como eles dançavam, os braços movendo-se como se não pertencem à um corpo, as cabeças girando, e Nico ainda se arriscava mais ao fechar os olhos e pular.

Percy saltou da proteção para o piso da ponte apenas para tirar a calça, revelando uma boxe azul escura. Seus olhos estavam fixos em Thalia enquanto se despia, com um sorriso encrenqueiro e a expressão demonstrando desafio. Pelo jeito a capacidade de flertar sem palavras era uma herança genética naquela família. Ele foi até a morena  sem desmanchar o sorriso sacana, e, sem falar nada, a puxou para dançar, colando seu corpo ao dela e puxando o blazer aos poucos, revelando os ombros nus e dando ênfase no decote em “v” da blusa frente única.

— Se junte à nós. — Ele falou baixinho no ouvido dela, em um tom rouco, passando os dedos pela clavícula da moça suavemente.
Thalia gargalhou, o abraçando pelo pescoço enquanto ele a segurava pela cintura, apertando o corpo seminu contra o dela e Thalia pode sentir como ele estava quente depois de dançar.

— Achei que você salvasse donzelas do Di Angelo. — Ela se viu sussurrar no ouvido de Percy quando ele a apertou.

— Nunca disse que deixo ela seguras. — Ele retorquiu em um tom rouco, mas seus olhos verdes demonstravam que não passava de brincadeira, de flertes inofensivos. Talvez ela estivesse certa: Percy tinha o coração machucado.

Thalia olhou por cima do ombro do moreno e viu que Nico e Will se entretinham em sua própria dança.  Haviam descido da ponte e agora dançavam tão colados quanto Thalia e Percy, a diferença é que as mãos dos garotos percorriam por locais que só eram permitidos naquela faixa horária porque passava da meia-noite.

Will estava dando um chupão no pescoço do Di Angelo quando sua calça jeans caiu no chão e Thalia pode ver o corpo esguio, mas definido do loiro — resultado de horas semanais na academia —, que chamava atenção pelo bronzeado contrastante à cueca branca listrada em tons de verde.

 

Thalia voltou sua atenção para Percy. Ele ria no seu ouvido, antes de se afastar apenas para pegar na mão dela e a girar, puxando-a contra si logo em seguida. As mãos de Thalia tocaram no peitoral do garoto, que aliás, era o mais definido dos três. Pelo jeito, Will não era o único frequentador assíduo de academias.

— Eu estou aqui te dando o maior mole e você vai ficar secando eles? — Percy resmungou em um tom carente e Thalia riu, movendo as mãos para a bunda do garoto, seu maior fetiche.

—Não posso fazer nada se esse show particular é realmente bom.  — Thalia tentou falar em um tom rouco e, a julgar pela forma como Percy se arrepiou, conseguiu.

—Perseu! — O Di Angelo gritou e Thalia se virou para ele, olhando-o, mais uma vez, em pé sobre a proteção da ponte. Talvez dizer que ela olhou tenha sido um eufemismo meu. Perdoe-me, mas o que posso dizer é que, se Percy ganhava no quesito peitoral, Nico definitivamente ganharia um prêmio pela bunda delineada pela boxe preta.  — Poderia nos dar a honra de sua companhia, ou ficará a noite inteira devorando a senhorita Grace com os olhos? Isto é, se não devorá-la de outra forma, se é que me entende.

— Não me dê o benefício da escolha Di Angelo, ou roubarei seu carro e ficará congelando até que seu corpo atinja a temperatura da sua alma.

— Poxa! E eu nem sou de capricórnio!  — Nico fez um bico, o que era muito estranho a julgar que ele estava seminu.

Thalia pensou em dizer que aquele era seu signo, mas preferiu assistir Percy revirar os olhos e subir sobre o parapeito ao lado do primo, deixando uma visão privilegiada para Thalia.

— Você realmente vai pular? — Ela gritou, imaginando a aflição de saltar no riacho uma hora daquela. A ponte não era muito alta, mas o que preocupava era a correnteza e as pedras, além da falta de iluminação.

— Nos vemos lá embaixo, Milady. — Percy piscou por sobre o ombro antes de saltar.

Thalia engoliu o fôlego e correu para a proteção da ponte, procurando Percy no riacho  entre as águas escuras. Ela só soltou a respiração quando Percy emergiu, gritando.

— Cara, tá muito gelado! — Ele gritou, nadando contra a correnteza.  — Pulem logo, isso é incrível!

— Sim, nós realmente vamos pular. — Nico falou em um tom de gozação e Thalia tentou reprimir o arrepio que a envolveu quando olhou para ele. Estava bem próximos e ela tinha que olhar para cima para vê-lo, uma vez que o parapeito chegava a altura dos seus seios e Nico estava em pé sobre ele, completamente imune ao frio gelado da noite que jogava os fios rebeldes e negros em todas as direções. — Se junte a nós.

— Ela tem medo de altura. — Will confidenciou no tom de escárnio de sempre e Thalia se perguntou porquê o considerava um amigo.

— É mesmo? — Nico perguntou, mas seu tom era realmente de surpresa, sem malícia ou ironia.

— Não sou fã de altura. — A Grace admitiu dando de ombros e tentando desviar os olhos azuis do corpo de Nico. Estava mais difícil que ela gostaria de admitir.

— Willian? — O moreno chamou, mas sem deixar de olhar Thalia. — Por que não vai na frente?

— Pular sozinho? — Will perguntou erguendo a sobrancelha loira. — Acho que você quer despir minha amiga para outras coisas, Di Angelo.

— Então você definitivamente deveria saber que está atrapalhando. — Nico revidou, mas continuava sorrindo, o que sustentava o sorriso de Will.

— Achei que fosse um encontro. — Solace falou em um tom entediado, apenas para atrapalhar o casal. Ele sabia quais eram as reais intenções do Di Angelo ao convidá-lo para a D’Lirium naquela noite.

— Nunca tenho encontros na minha boate, Senhor Solace. — Por fim, Nico desviou os olhos escuros de Thalia, para se virar para Will, com uma piscadinha.

— Mas podemos resolver isso amanhã.

— Encontro dia de sábado não significa nada romântico?

— Não é isso que estamos procurando?! — Retrucou, mordendo o lábio inferior.

— Não ouse me ligar no domingo, Di Angelo.

Will sorriu e pulou, de frente para Thalia e de costas para a água.  Por um momento, o sorriso do Di Angelo vacilou e ele ficou olhando preocupado enquanto o corpo de Will caia na água com seu grito em trilha sonora, antes de emergir gargalhando.

Thalia percebeu que Nico havia soltado um palavrão em uma língua desconhecida e estava tenso, as mãos cerradas em punhos, mas ele logo sorriu novamente ao ver Will se juntar a Percy, toda a preocupação se esvaindo.

— Então somos só nós dois, Thalia. — Novamente ele voltou os olhos castanhos para Thalia, com o sorriso que ele julgava ser sedutor.

— Eu não vou pular, se é o que está pensando. — Ela logo advertiu, apontando para o riacho.

— Por quê? Por que não pula? — Ele parecia realmente interessado e sério, como se de fato não soubesse a resposta da pergunta.

— Não ouviu o que Will falou? — Thalia ergueu a sobrancelha, dando destaque aos olhos azuis.

— Mas qual a graça de pular se você não tem medo?

— Eu deveria supor que pular de uma ponte é divertido? — Ela deu um sorriso irônico, apertando os braços quando um vento gelado balançou seus cabelos curtos e a arrepiou.

—Não. — O Di Angelo respondeu, sentando-se no parapeito, e a tocando nos braços para que ela se colocasse entre as pernas dele. Thalia não sabia se ignorava o fato dele estar só de cueca, ou se tirava proveito. — É libertador. — Ele falou suavemente, a olhando nos olhos e demonstrando que realmente acreditava no que dizia. — É libertador você perder todo o controle.

— O pânico é legal? — Thalia cruzou os braços para afastar o frio, apesar do calor que emanava do corpo do garoto já estar ajudando com isso.

— Quando você nada mais pode controlar, percebe que nunca controlou nada. — Ele apoiou as duas mãos no suporte e jogou a cabeça para trás, apesar de permanecer em um ângulo que ainda poderia olhá-la nos olhos.

— Filosófico. — A Grace retrucou irônica. — Vai dizer "controle seu medo e ninguém poderá te controlar”? Isso é de algum filme, não é?

— É isso que eu falei, Grace: — Nico ignorou o último comentário dela, pensando se realmente valeria à pena mostrar sua filosofia de vida àquela garota. — A grande diferença entre sobreviver e viver. O último é um estado constante de pânico, de liberdade, de aventura. É você querer gritar de alegria toda vez que poder respirar mais uma vez. É você apreciar as pequenas coisas, regozijar-se com a simples possibilidade de poder tentar mais uma vez.

— Tipo: “É, sobrevivi! Agora posso tentar me matar novamente”? — Thalia perguntou irônica, apesar de se sentir, de alguma forma, incomodada com o que ele disse. Com a forma que ele disse.

— Isso — Nico gesticulou para a água. — não é perigoso. Bem, não se você não sabe nadar, claro. Mas, nesse ponto, o rio não é tão perigoso, a altura não é tanta e Percy sempre pula primeiro. Ele é expert nisso. Não há realmente perigo. Bom, pelo menos se você pular da maneira certeza, não vai haver nenhum perigo.

— O que Will não fez? — Nico franziu a testa diante da fala de Thalia e ela deu de ombros; — Vi como ficou depois que Will pulou.

— O que Will não fez. — O Di Angelo repetiu e endireitou a postura, o que o aproximava mais de Thalia. — Vê só, garota? Tire os sapatos e se junte a nós.  Antes que Will e Percy congelem lá em baixo.

— E se eu não quiser? — Ela requereu, sorrindo de canto, apesar de já se sentir convencida.

— Fique aqui.  — Nico deu de ombros. — Já vamos voltar mesmo. Mas, admito, desapontaria-me um pouco. — Thalia olhou para a água apreensiva, mordendo o lábios inferior e Nico sussurrou em um tom persuasivo.  — Você pode pelo menos tentar.

— Tudo isso para me ver de lingerie, Di Angelo? — Thalia questionou e ele piscou os olhos negros para ela, um sorriso de canto malicioso.

—Me permiti ajudá-la a se despir? — Ele usou seu tom rouco na categoria que acreditava ser sedutor.

—Acho que consigo fazer isso sozinha.

—Tenho certeza disso. Tanto quanto da de que quero ajudá-la.

—Então ajude. — Ela piscou para ele, afastando-se um pouco para tirar os saltos altos e deixá-los de lado.

Nico saltou do parapeito e se aproximou dela, tocando-a na cintura e deslizando os dedos até o botão da calça jeans. Ele desabotoou e desceu o zíper vagarosamente, com um sorriso sacana, antes de começar a puxar a peça para baixo.

Apesar de ser jeans skinny, o tecido era maleável e deslizou facilmente, e Thalia disse a si mesma que os arrepios que sentia eram, única e exclusivamente, por conta do ar frio da noite que atingia sua pernas, que nada tinha a ver com o olhar do Di Angelo a devorando enquanto a despia. Depois de retirar a calça dela, Nico deslizou os dedos por toda a lateral das pernas da garota, subindo até a cintura.

— E isso? Vai tirar?  — Perguntou com os dedos no cós da calcinha preta, brincando com o elástico.

— Direitos iguais, querido. — Thalia revidou, tocando-o na barra da cueca.

— Não seja por isso, querida. — Ele se aproximou mais, para sussurrar-lhe no ouvido. — Eu deixei Willian tirar minha calça, quer fazer o mesmo com o pouco que me resta?

— Tentador… — Ela espalmou a mão sobre o peito dele e sentiu a pele que já não estava tão quente depois de ser castigada pelo vento gelado da noite. — Mas acho que em outra ocasião isso seria melhor não?

— Isso é um convite? — Nico sussurrou no ouvido dela, causando-lhe arrepios.

— Entenda como quiser. — Ela o empurrou suavemente, como que para afastá-lo.

Contudo, Nico lançou um sorriso malicioso e se aproximou mais, quase abraçando-a para alcançar o tecido no pescoço da garota que mantinha a blusa frente única no lugar.

— Acho que vou ficar com isso. — Thalia sussurrou, ainda com a mão no tórax dele.

— Por quê?

— Eu estou sem sutiã. — Ela respondeu e Nico riu, rouco, na sua garganta.

— Direitos iguais, lembra? — Retrucou, brincando com o tecido entre os dedos. — Nós três também estamos. Além do mais , posso pedir a Percy que não olhe.

— E você?  Vai prometer não olhar?

— Nunca faço promessas que não consigo ou não quero cumprir. — O Di Angelo mais uma vez falou em um tom baixo, e um arrepio percorreu a coluna de Thalia.

— Vai tirar ou não?  — Thalia perguntou no mesmo tom que ele, e, logo depois, Nico deslizou o tecido sobre sua cabeça,  deixando que ele deslizasse e se acumulasse na cintura da garota, revelando os seios.

O Di Angelo puxou a blusa para baixo, fazendo-a deslizar pelas pernas da garota até se juntar a calça no chão, deixando-a nua no torso.

Ele realmente não cumpriria a promessa, Thalia pensou, enquanto os olhos do garoto percorriam seu corpo exposto.  Pra relatar de maneira mais verídica possível, não foram só os olhos do Di Angelo que estavam ali, mas também seus dedos, que percorriam todo o percurso das costas dela e da lateral do corpo, aproximando-se dos seios.

— Eu preferia muito mais dançar com você agora. — Nico sussurrou em seu ouvido e Thalia deixou uma risada maliciosa escapar.

— Eu tenho certeza disso. — Ela se afastou dele e criou coragem para subir no parapeito, contando até três.

Ali em cima, a altura parecia bem mais alta do que realmente era, e Thalia sentiu o ar gelado lhe chicotear o corpo, os cabelos negros e curtos voando em todas as direções.

"Isso é uma péssima ideia", pensou. "Eu devia descer daqui agora".
Ela estava quase tomando essa decisão quando sentiu a mão do Di Angelo envolver a sua. Olhou em direção ao garoto que sorria de canto, sem malícia, apenas a incentivando.

—Nervosa? — Perguntou e Thalia engoliu em seco, antes de assentir com a cabeça.  — Melhor assim. Eu também tenho pavor de altura.
Como que para provar, ele olhou para baixo e engoliu em seco, apertando a mão dela como que nervoso, e Thalia franziu a testa, vendo sinceridade no ato.

—Mas é o que torna mais legal, não? — Ele perguntou, ainda encarando a água escura. — No três?

Mais uma vez Thalia engoliu em seco e assentiu. A voz do di Angelo soou distante enquanto ele contava, mas, ao chegar no três, Thalia somente apertou a mão dele e tomou coragem. Ela fechou os olhos. E pulou. E gritou.

(...)

Thalia não conseguia lembrar todas as sensações e reações do seu corpo, mas ainda podia sentir a sensação da queda, o medo a fazendo gritar tão alto que soava como alguém externo, o pânico fazendo seu coração acelerar e, então, a pressão das suas pernas contra a água. Enquanto afundava, ela entendeu por um segundo o que o Di Angelo havia dito, pensou entender sobre estar tão sem opções que se encontra a plena liberdade de desistir, de fechar os olhos e se deixar levar pelo desespero.

Tudo isso, a fez sentir uma grande euforia quando envolveram sua cintura e a puxaram para cima, e quando o ar encheu seus pulmões novamente, ela sentiu como se não respirava a vida toda.

— Você está bem? — A voz de Percy soou em seu ouvido e Thalia pode ver que ele quem a salvou do afogamento. Ainda atordoada pela quase overdose de emoções, ela assentiu, antes de abrir um sorriso.

— Isso… Foi… Incrível! — Conseguiu sorrir, ainda se pendurando ao pescoço do moreno.

— Você tem certeza? — Thalia piscou os olhos, ao ver que Will quem perguntava, o semblante sério e preocupado, o que era invulgar nele.

— Absoluta. — Ela riu, e então apertou os braços em torno de si, seu corpo registrando que a água estava muito gelada, começando a quase ficar dormente. — Eu vou congelar!

Seu queixo começou a bater e o corpo todo a tremer, mas ela ainda estava rindo, rindo junto com os garotos que pareciam tão inebriados pela adrenalina quanto ela.

— É o apocalipse. — Will falou e sua voz também estava trêmula devida a baixa temperatura. — Thalia Grace pulando de pontes, nua, devo acrescentar, e não mandou ninguém à…

— Por favor, Senhor Solace. — Nico o cortou, e Thalia notou como os cabelos negros e molhados do rapaz lhe caiam na testa. — Sem palavras de baixo calão.

— Você parece um velho. — Foi a resposta de Will e Nico fez uma careta, parecendo ser sua primeira reação verdadeira, antes de fazer um bico.

— Hey, Ghost, cuidado com os cabelos brancos. — Percy implicou e Thalia percebeu que as mãos do rapaz ainda lhe segurava pela cintura, mantendo-a sobre a água.

— Suponho que eu deveria responder com alguma ofensa igualmente infantil, — Nico retrucou, ainda com o bico. — Mas, eu sou um cavalheiro.

— Ah, cale a boca. — Percy retrucou em um tom que só melhores amigos conseguem usar.

— É melhor sairmos daqui. — Will falou, ficando em um tom azulado demais para seu bronzeado.

— Concordo com o Solace. — Nico falou, já nadando para a margem. Thalia conseguiu se desvencilha de Percy depois que ele confirmou que ela estava bem, e logo estava saindo da água gelada e encontrando um frio mais gelado ainda.

— Como você ainda me enfia nisso? — Percy resmungou para Nico, que pulava na margem tentando se esquentar.

— Ah, vamos, Perseu. Você adora isso tanto quanto eu. — Eleo retrucou e Thalia o seguiu enquanto corria para a ponte, onde o carro estava.

— Ei, Di Angelo. — A morena chamou, enquanto apertava os braços em torno se si. Um dos motivos era o frio, o segundo era que ela estava se sentindo exposta de mais com o torso nu. Quando ele se virou para encará-la, foi bem para seus seios que ele olhou, o que fez ela revirar os olhos. — Duas mentiras e uma verdade. Você ainda não terminou.

— É verdade. — Ele sorriu. — Bom, vamos lá: Uma já foi, certo?

— Coração quebrado. — Ela lembrou e ele assentiu. — Qual a segunda?

— Hum… Eu tenho uma foto com o papa.

— Não mesmo. — Ela revidou e ele deu de ombros.

— Eu até estou no colo dele.

— Acho que nem você seria capaz de desonrar um homem tão santo.

Will e Percy riram, enquanto acompanhavam a discussão dos dois. O quarteto já estava sem ar e congelando o que dificultava a subida para a ponte.

— E a última? — Thalia gritou, engolindo em seco. — Seja algo realmente interessante, por favor.

— A minha iniciação à embriaguez, ou, para leigos, meu primeiro porre, foi aos doze anos.

— Di Angelo parece o tipo de cara que já saiu do útero com uma garrafa na mão. — Will comentou, fazendo até o próprio Nico rir.

— Irei até o Hades para checar essa informação. — Percy comentou, fazendo Nico rir com a piadinha interna. Mas Thalia foi a única a perceber como o corpo do rapaz se retesou com a fala do primo.

— E então, Thalia? — Nico questionou, retardando o passo para ela alcançá-lo, ficando lado a lado. — Qual seu palpite?

— Duas mentiras e uma verdade? — Ela ergueu a sobrancelha, o fitando sob a luz fraca da rua enquanto ele balançava a cabeça.

— Não. Vamos mudar as regras, sim? Uma mentira e duas verdades.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

✓ Suas definições de inveja foram atualizadas!
Só eu morri de inveja da Thalia?!
E aí? Gostaram?!
Se quiserem me enviar músicas que conversem com a fic, eu vou amar ♡
Espero que tenham gostado e obrigada por lerem!
Para quem queria um streap do Nico em EMNSC...