Twenty One escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 16
Nuances


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas!
Hoje Twenty One completa dois aninhos e isso só foi possível com a ajuda de vocês!
Muito obrigada por cada comentário, por cada recomendação, cada palavra de apoio nas redes sociais... Sem vocês, Twenty One seria só mais um arquivo no meu computador. Um obrigada especial pra Mary que é quem me dá mais forças com essa fic, esse capítulo é especial pra você!
Enfim, boa leitura!

Recapitulando:
Thalia conheceu Nico na cafeteria, quando ele tava desenhando ela e a ignorou quando ela se aproximou;
Nico e Thalia pularam de uma ponte no rio para se divertirem no começo da história;
Eles enfim saíram em um encontro, a qual ela demorou para aceitar;
O resultado foi uma noite de sexo ;)



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Thalia acordou com a claridade. Apertou os olhos e rolou entre os lençóis, sentindo seu corpo protestar com uma dor familiar ao enfiar o rosto nos travesseiros, lembranças vagas aflorando em sua mente enquanto despertava. Di Angelo, ela se lembrou. Thalia e o Di Angelo haviam ficado e ela não havia ido embora depois.

Suspirou e se forçou a girar novamente, ficando de costas, com cuidado para cobrir os seios com os lençóis. Se espreguiçou, os olhos azuis se adaptando a luz forte, tentando assimilar os detalhes.

O Di Angelo estava sentado há alguns metros, a cadeira encostada na janela e os pés apoiados em um banco formando um ângulo agudo, firmando o que parecia ser um caderno nas coxas enquanto desenhava nele. Os cabelos negros estavam bagunçados, caindo sobre os olhos cor de cobre, um contraste denso com a pele pálida sob a luz da manhã, nada mais do que a cueca boxer preta cobrindo o corpo.

Ele ergueu a cabeça e sorriu quando flagrou o olhar de Thalia, voltando logo a atenção para o caderno, mordendo o lábio inferior enquanto rabiscava com o lápis negro. A cena toda a lembrava daquele dia na cafeteria, quando se apresentou e conseguiu pouco mais que o silêncio dele, o silêncio que provocou sua curiosidade, levando-a até o ponto em que agora se encontrava, nua e, novamente, no silêncio.

No entanto, as circunstâncias eram claramente outras.

Thalia se sentou sobre a cama, os lençóis brancos ao redor do corpo enquanto os olhos azuis vagavam pelo apartamento. Estava certa ao supor que era um apartamento mesclado com um ateliê, no entanto, não parecia ser do Di Angelo.

Nos cavaletes que não estavam cobertos, quadros coloridos pareciam uma confusão abstrata, com muito azul, vermelho e alaranjado. As pinturas se expandiam pelas paredes, com desenhos de cores vibrantes em um contraste claro contra os móveis brancos e a parede de vidro, algo tão destoante de Nico que seria difícil imaginá-lo vivendo ali, tampouco criando aquilo. Todas aquelas obras explodiam vida, energia e felicidade, mesmo que Thalia não entendesse de arte, o que era nada a ver com o Di Angelo e seus assuntos mórbidos.

— Gostou? — A voz do Di Angelo estava baixa e rouca, mas pareceu ecoar pelo recinto, enquanto Thalia se levantava ainda enrolada em lençóis quase translúcidos, os pés descalços tocando o chão respingado de tinta.

— São lindos... — Thalia murmurou ao se aproximar de um dos quadros, porque eram mesmo lindos. Tão diferentes dos quadros que havia visto na noite anterior, mas pareciam ainda mais belos, talvez porque fossem mais felizes do que sensuais. — Por que estão aqui? Não em uma exposição?

O Di Angelo demorou um pouco para responder, enquanto Thalia vagava por entre os quadros, cada um parecendo mais belo que o outro:

— Porque eles não estão prontos. — Ele disse, por fim. — E nunca ficarão.

Thalia franziu a testa, sem entender, então começou a perceber os detalhes nos quadros, a forma como havia partes em que a tela estava sem tinta. Pinturas inacabadas que formavam padrões de imagens, pareciam incompletas, como se faltassem os detalhes. Além do mais, pouquíssimo tinha uma assinatura, algo que parecia um R.E.DARE em letra de forma, como se uma criança tivesse rabiscado com canetinha.

— Por que nunca ficarão? — Thalia sussurrou, olhandos as cores nas paredes que serpenteavam o ateliê. Quando seus olhos encontraram a parede mais extensa, Thalia reparou no desenho que os padrões formavam, uma obra que, diferente das outras, parecia não só finalizada, mas perfeita.

Nico ainda estava em silêncio enquanto Thalia tentava entender a imagem projetada. Diferente das demais pinturas, aquela tinha muitos tons de verde, principalmente nuances que lembravam o mar, o alaranjado não era tão forte junto com o vermelho um tanto opaco e o bege, e havia muitos tons escuros: verde e azul se aproximavam do preto, mas isso não tornava o quadro escuro, frio ou triste.

Pelo contrário, tinha tanta vitalidade quanto qualquer outro e, de certa forma, parecia ainda mais bonito e importante, como se cada pincelada transbordasse sentimentos calorosos.

Thalia se afastou da parede e, a cada passo, mais a pintura se parecia com um rosto, um rosto bem familiar. Ao fixar a atenção na pele bronzeada, nos cabelos negros e, principalmente, nos olhos verdes, ela reconheceu Percy Jackson, com um sorriso tímido e apaixonado, se isso fizesse algum sentido.

— Quem…? — Tentou perguntar, sem saber o que mais tinha curiosidade: Quem era R.E.Dare ou se aquele era realmente Percy.

— Uma amiga. — O Di Angelo respondeu sem que Thalia completasse a pergunta. Ele ainda desenhava sentado na cadeira, mas seus olhos escuros agora se dirigiam à ela.

— Sua e de Percy? — Thalia questionou, ainda vagando pelo apartamento, encontrando um caderno de desenho sobre uma das mesas. Reconheceu a ilustração de um casal, sendo um deles obviamente Percy, enquanto a garota tinha longos cabelos cacheados, olhos grandes e sardas. Talvez aquela fosse R.E.Dare.

— Você o reconheceu? — Nico questionou, dessa vez apoiando o queixo na mão direita, o cotovelo sobre o encosto da cadeira.  

— Como não? É maravilhoso. — Thalia retorquiu, folheando o caderno e encontrando mais desenhos de pessoas sorridentes e apaixonadas. Todos estavam em preto e branco, os traços a lápis parecendo familiares e ela logo reconheceu a assinatura do Di Angelo.

— A pintura ou Perseu? — O rapaz questionou, mas Thalia apenas respondeu com um dar de ombros e um sorriso malicioso, deixando o caderno sobre a mesa e aproximando-se do rapaz. — Rachel era uma amiga minha. — respondeu, voltando à pergunta anterior. — Já de Perseu…

Deixou o final no ar, enquanto Thalia se atentava ao uso do verbo no passado. Aos poucos, as peças foram se encaixando, formando um quadro muito mais cinza e triste do que qualquer outro que Rachel E. Dare pintou.

As lembranças do jogo de “Um mentira e duas verdades” passearam pela mente de Thalia, as palavras de Nico sobre Percy ter tido o coração quebrado ecoando, algo que parecia incontestável agora.

— Sinto muito por ela. — Thalia sussurrou, parando há poucos metros de Nico que apenas assentiu, seus olhos baixos, algo bem diferente do desdém que ela esperava.

— Tem café na garrafa. — Ele gesticulou os fundo do aposento, mudando de assunto. — Fique a vontade.

Thalia aceitou retornarem ao silêncio e, praticamente, deslizou até a mesa, seus pés descalços tocando o chão gelado e o corpo encolhido contra o lençol na manhã fria. Se atentou ao fato de que não havia mandado mensagem para os amigos, ou que sequer sabia que horas deveriam ser e nem sabia por onde andava seu celular, mas não fez nada sobre nenhum dos fatos: Apenas capturou uma xícara com desenhos coloridos e encheu com o líquido escuro e fumegante.

— O que tanto faz? — Thalia perguntou, uma mão segurando o lençol e a outra levando a xícara de café até os lábios, aquecendo-se e aprovando o gosto forte.

Como ela já esperava, o Di Angelo não respondeu, apenas deu um sorriso arrogante e voltou o lápis para o papel, concentrado. A Grace se aproximou, olhando por sobre o ombro do rapaz, os traços que formavam sua silhueta de costas, o lençol abraçando-lhe o corpo, a transparência deixando a mostra cada curva e os cabelos jogados de uma forma sensual sobre seus ombros.

Levou a xícara aos lábios quando Nico a olhou, erguendo a sobrancelha com um sorriso malicioso.

— Eu gosto de te desenhar, já te disse isso. — Explicou, puxando as pernas de cima do banco e deixando o caderno ali, enquanto virava o corpo para ela ainda sorrindo.

Cruzou os braços atrás da cabeça, a tatuagem no pulso chamando novamente a atenção de Thalia, mas novamente não conseguiu vê-la. No entanto, isso não a impediu de admirar-lhe o corpo seminu, desde os músculos leves nos braços contraídos até o tórax magro e pálido.

— Você é bela, Thalia Grace. — O Di Angelo continuou, seus olhos estreitos e o sorriso de quem gostava da forma com que ela o admirava. — E eu ainda adoraria que posasse nua para mim.

— Talvez possamos marcar. — Thalia replicou, inclinando-se para deixar a xícara vazia ao lado do caderno com seu desenho e parte do lençol escapou-lhe entre os dedos, uma fina camada transparente cobrindo seus seios.

Ele a avaliou, ainda com os braços atrás da cabeça e o sorriso malicioso, sem disfarçar quando os olhos escuros atentaram-se ao busto dela.

— Você é interessante, Thalia. — disse, por fim. — Também surpreendente e… instigante.

— Isso são elogios? — Ela retorquiu com um sorriso de escárnio.

— Eu não sou de transar mais de uma vez com a mesma pessoa. — O Di Angelo continuou, aumentando o sorriso malicioso em seguida. — Salvo alguma maravilhosas exceções, claro.

Thalia revirou os olhos, sentando-se em um banco de frente pro Di Angelo, que apertou os lábios, o semblante ficando sério. Ele corrigiu a postura e agora seus braços estavam apoiados no colo, os pulsos para baixo, escondendo a tatuagem.

— A questão, Thalia, é que às vezes eu me machuco e, às vezes, eu machuco outras pessoas. No sentido figurado, claro, não sou um Christian Grey. — acrescentou com um pequeno sorriso para aliviou o clima tenso que se formava. — É só que as pessoas me odeiam quando me conhecem de verdade, eu já te disse que elas sempre vão embora.

— Por quê? — Thalia perguntou, não só curiosa, mas também preocupada.  — O que você faz que assusta tanto as pessoas?

— Não é o que faço, é o que eu tenho. — Nico corrigiu, os nuances dourados de seus olhos exibindo um brilho triste. — É algo que eu não escolhi e nem posso controlar, mas ainda assim as pessoas não entendem. — o tom se tornou lentamente dolorido até que fez uma pequena pausa, respirando fundo. — Olha, eu nunca te faria nenhum mal e nunca te colocaria em perigo. Ao contrário do que as pessoas pensam, eu sou responsável.

— Você está me deixando nervosa. — Thalia murmurou, apertando os lábios. — Não pode me dizer o que é?

Nico fechou os olhos e balançou a cabeça que não, parecendo ainda mais nervoso e triste. Quantas pessoas deviam ter decepcionado-o para que agisse daquela forma? Para que tivesse tanto medo?

— Não posso. — murmurou, por fim. — É algo que eu aprendi que é melhor que poucas pessoas saibam, pra mim e pra elas. — “e eu não quero você me odeie agora”, parecia estar implícito na frase.  — Will sabe, mas não foi por uma escolha minha. E ele é seu amigo, então, se não acredita quando eu digo que está segura comigo, pergunte a ele.

Thalia não sabia exatamente o que pensar ou como agir. A cada segundo, sua curiosidade aumentava, ao passo que seu estômago enchia de borboletas com a apreensão e o medo que as palavras dele provocavam.

Era como na ponte, Thalia pensou, quando estavam em pé na proteção e Nico a convidada pra pular, por mais que soubesse do medo de altura dela, por mais que soubesse que ela tinha todos os motivos para não fazer e toda a liberdade de recusar.

No entanto, ela aceitou pular daquela ponte. Ela aceitou porque o Di Angelo lhe disse que era seguro, aceitou porque ele lhe havia prometido liberdade e prazer, aceitou porque ele lhe ofereceu a mão e disse que estaria com ela. E ele estava propondo que ela pulasse numa relação com ele, da mesma forma como havia pulado da ponte. Thalia havia adorado pular  e perceber que cada promessa dele havia se cumprido.

— O que você está sugerindo? — Thalia questionou, vendo-o relaxar os ombros e abrir um sorriso.

— Sexo, principalmente. — estabeleceu, inclinando o corpo para trás como um gato se espreguiçando no sol. — Liberdade, prazer…

— O pacote Di Angelo. — replicou, fazendo-o rir antes de assentir.

— O pacote Di Angelo com alguns acréscimos. — O Di Angelo piscou, sorrindo malicioso. — Talvez um pouco de poliamor com o Solace…

— Não ache que Will concordaria com isso. — Thalia brincou, estreitando os olhos. — Não sou bem o tipo dele. O que me faz perguntar qual o nível da relação de vocês…

O rapaz apoiou novamente o braço no encosto da cadeira, o rosto apoiado nas mãos enquanto lhe dirigia um sorriso cínico, avaliando-a: — Tem certeza de que quer saber disso?

— Acho que até já sei. Will já fez insinuações suficientes pra que eu tivesse uma ideia…

— Monogamia não está incluso no pacote, Thalia. — Nico completou, seu olhar dizendo que as insinuações de Will eram bem fundamentadas.

De certa forma, isso relaxou Thalia. Ele havia dito que Will sabia o tal grande segredo, o grande “perigo” de qualquer relacionamento com o Di Angelo e, se Will sabia dos riscos e não era impedido, provavelmente o cenário era melhor do que o Di Angelo mostrava.

— No entanto, eu adoro sair, gosto de romance. — Nico continuou, puxando-a das questões interiores. — Podemos ir a exposições, cinema, jantares… Quero te mostrar um pouco mais do meu mundo, quero te ver encatada de novo como ontem à noite. E, claro, podemos fazer coisas mais interessantes também, já andou nua em um balão?

— Dispenso a parte do balão. — Thalia resmungou, arrancando outra risada do Di Angelo. Percebeu que gostava de ouvi-lo rir. Não aquele sorriso cínico, mas um riso de verdade, algo instintivo e não superficial.

— Podemos fazer coisas diferentes que não envolvem altura. — O Di Angelo replicou dramaticamente. — Existem vários lugares divertidos pra ficarmos nus.

— Consigo pensar em um nesse momento. — Thalia sussurrou, pondo-se de pé e se aproximando do rapaz, apenas a mão ainda segurando o lençol transparente no busto.

— Então isso é um sim, Thalia? — O Di Angelo questionou com a voz rouca, inclinando-se para trás quando ela, deliberadamente, sentou-se no colo dele.

— Talvez…

Ela sussurrou, soltando o lençol e deixando que ele deslizasse por seu corpo, agrupando-se nos quadris. Os olhos do Di Angelo brilharam em malícia ao tocá-la na cintura, seus dedos subindo com delicadeza, contornando-lhe cada curva até tocar-lhe os seios.

Ele se inclinou para frente, deixando beijos pelo pescoço de Thalia e foi a vez dela morder os lábios para conter os suspiros, sentindo a respiração quente do Di Angelo lhe provocando arrepios até que lhe beijasse o canto da boca.

Thalia sorriu sapeca, afastando-se antes que seus lábios se encontrassem, os olhos do Di Angelo faiscando em desafio, as mãos descendo até a cintura dela novamente para firmá-la no colo. Se aproximou novamente, no entanto, ela também se afastou, segurando-o pelos ombros ao provocá-lo.

Ela se aproximou com cuidado, seus dentes puxaram o lábio inferior do Di Angelo com delicadeza, afastando-se mais uma vez assim que ele tentou beijá-la novamente. Nico também sorria, divertindo-se com o jogo ao descer os beijos novamente pelo pescoço dela, mordiscando com cuidado, suas mãos subindo para a nuca de Thalia, numa tentativa de conseguir o que queria. No entanto, dessa vez não era um beijo.

Ele conseguiu morder-lhe o lábio inferior, como ela havia feito, afastando-se quando ela se aproximou, invertendo o jogo. Obviamente, era ele quem ditava as regras, mas Thalia não era de só observar: ela marcou-lhe o pescoço com beijos, mordidas e chupões, as unhas passando pelas costas de Nico, sua cintura o provocando cada vez que se movia.

Quando O Di Angelo subiu as mãos para seus seios, ela impediu o movimento, segurando-lhe a mão direita e virando-a para cima. Os olhos azuis enfim conseguiram se fixar na tatuagem, uma palavra escrita em letras pequenas e cursivas: soldatino.

Não sabia o que significava e também não se importou em perguntar. See Nico tinha tanto medo de agulhas, aquela tatuagem deveria ter um significado profundo que Thalia não tinha certeza se queria saber, ainda mais depois de uma conversa tão complicada e melancólica que agora se resolvia em beijos.

Foi por isso que, em vez de questionar, ela somente levou os lábios até a tatuagem, roçando-os numa carícia, sentindo a pulsação leve sob o ponto. Nico arfou e ela encontrou seu olhar, ele parecia um tanto hipnotizado por aquele gesto, surpreso e Thalia decidiu que a expressão de surpresa dele, um tanto inocente e encantadora, era uma de suas favoritas.

Ela lhe soltou a mão, que logo a segurava na cintura novamente, e o tocou no rosto, aproximando-se. Suas respirações se misturaram, os lábios estavam entreabertos e as íris de Nico praticamente eram indistinguíveis com as pupilas dilatadas pela luxúria. Ele queria beijá-la, aquilo era óbvio, tanto quanto ela queria beijá-lo.

No entanto, Thalia também queria revidar a noite anterior, cada vez que ele a havia feito implorar e não conseguiria isso dando a Nico o que ele queria, quando ele queria e como queria.

Sorrindo maliciosa novamente, ela o beijou no canto dos lábios e depois ergueu-se, sua cintura roçando na dele com um óbvio volume, e seus lábios tocaram a orelha de Nico. Ela mordiscou-lhe o lóbulo, sorrindo, antes de sussurrar-lhe:

— Ou talvez eu não aceite.

Não se deu tempo de ver-lhe a expressão confusa, apenas ergueu-se do colo do Di Angelo e deu-lhe as costas, afastando-se com o coração acelerado e o corpo queimando de desejo. Contudo, sequer conseguiu dar dois passos, o Di Angelo segurou-lhe o pulso e a puxou, um pouco mais brusco que o comum, e Thalia logo se via contra o corpo dele, os olhos escuros a analisando em um misto de desejo e raiva.

— Isso é um não? — Ele questionou com a voz rouca, a mão livre a tocando no rosto, retirando cada fio fora do lugar e afagando a pele em seguida.

Ela sorriu, sem lhe responder, uma vingança por cada vez que ele lhe presenteava com o silêncio, e o Di Angelo a retribuiu com um aperto na cintura, puxando-a mais para si, o lençol completamente no chão a expondo.

— Se for um não, você tem três segundos para me afastar, ou tomarei como um sim.

Thalia podia sentir seu coração bater tão alto que era como se ele quem contasse cada segundo que o Di Angelo havia lhe dado. Seus olhos azuis vagavam pelo corpo dele, pelo desejo exposto até na forma como ele a segurava, nos lábios entreabertos contandos os segundos, nos olhos negros banhados na luxúria.

Ele também era lindo, Thalia pensou. Não uma explosão de cor e vida como as obras de Rachel, mas vários nuances de sombras e traços em preto e branco como seus desenhos, algo fácil de interpretar ao primeiro olhar, contudo, que poderia muito bem esconder seus próprios segredos.

Quando os lábios do rapaz pronunciaram o três, ela sequer teve tempo de reagir, a boca de Nico logo estava na sua, a mão na cintura a puxando mais para si, acabando com qualquer jogo que ela sequer estava interessada em continuar.

O prêmio já estava ganho: Nico a beijou com força e rapidez, o total oposto da noite anterior. Suas mãos desceram pelo corpo de Thalia enquanto ela o abraçava pelo pescoço e, antes que pudesse raciocinar, era erguida por ele, o lençol esquecido no chão enquanto o enlaçava com as pernas, sentindo ainda mais prazer do que quando havia pulado daquela ponte com ele.

Nuance: "Sutileza; diferença quase imperceptível entre coisas quando comparadas.

Alteração ou modificação gradativa (de uma cor)."

(Dicio.com.br)




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Notas finais do capítulo

Olha só quem se acertou! Tá que não é um "eu te amo" padrão, mas é um começo né?
O que cês acham que o Nico esconde? Até onde vai o relacionamento de Nico e Will? Estão gostando da história? Estão com inveja da Thalia? No lugar dela, vocês aceitariam? Gostaram das mudanças (propositais) no banner?

Enfim, adoraria ouvir a opinião de vocês! Muito obrigada pelo carinho e pela atenção nesses dois anos. Eu amo vocês ♥