Twenty One escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 12
Seven Years


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas!
Desculpem por mês passado não ter conseguido postar. Estive enrolada com o NanoWrimo... Eu não consegui bater a meta, mas, ao meu ver, foi bom participar. Senti que minha escrita melhorou e espero que vocês concordem com isso.
Espero também que vocês gostem desse capítulo.
Boa leitura!

Relembrando:
Thalia Grace e Luke Castellan moram juntos a anos;
Nenhum deles teve uma infância fácil;
Viveram parte da infância e da adolescência como fugitivos pelo país, juntos com Annabeth, tendo que roubar para comer;
Annabeth está de volta e quer morar com os amigos;



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"Quando eu tinha 7 anos, minha mãe disse

Faça alguns amigos

Ou acabará sozinho"

(LUKAS GRAHAM, Seven Years)

 

Annabeth Chase havia esperado sete longos anos para aquele reencontro. Todo o inferno que havia sido sua adolescência, todos os problemas que haviam enfrentado, cada insulto que lhe fora dirigido… Ela só havia aguentado aquilo tudo porque tinha a esperança de reecontrar seus melhores amigos, sua verdadeira família.

E lá estava ela: com o coração acelerado, lágrimas nos olhos e a mente turva, tão trêmula que mal conseguia se manter em pé. Sempre fora forte, sempre fora calma, conseguia manter o controle em situações complicadas, mas, ao se ver de frente a Luke e Thalia, todas as suas emoções foram à mil. E ela nunca havia sentido tanto medo quanto no momento em que suplicou:

— Eu vim pra ficar com vocês. — Apertou as mãos, ansiosa. — Eu posso?

Thalia foi a primeira a reagir:

— É claro! — Ela pulou de alegria e envolveu a amiga nos braços, a apertando e rindo, até que Annabeth ficasse sem ar novamente.

A loira também riu, mas não durou muito, ao perceber que eram só as duas comemorando. Com um calafrio, ela se soltou dos braços de Thalia e fitou o amigo, sentado no sofá com a expressão séria e olhando para as próprias mãos.

― Luke? ― perguntou, nervosa. Sentou-se ao lado dele no sofá, mas o rapaz não lhe dirigia o olhar, a expressão ilegível. ― Eu posso ficar com vocês?

― É claro que sim! ― Thalia repetiu, batendo o pé nervosa. Annabeth lhe dirigiu um olhar, analisando a garota que parecia chocada e irritada com a falta de respostas de Luke, os olhos azuis faiscando. ― Por que não poderia?! Diga à ela que sim, Luke!

No entanto, o rapaz continuou em silêncio, fitando as próprias mãos. Annabeth engoliu a vontade de chorar que lhe subia, formulando os inúmeros argumentos e pedidos que teria que fazer caso o amigo dissesse que não. Pelo o que pareceu uma eternidade, ele continuou imóvel, os pensamentos distantes e o olhar fixo em um ponto cego. Por fim, lentamente ele ergueu o rosto, virando-se para Annabeth:

― E seu pai? ― Sua voz foi profunda e baixa, causando um arrepio na loira.

― Não se preocupe. ― Annabeth assegurou, colocando o máximo de firmeza que conseguia. ― Eu dei um jeito nele.

Thalia engoliu um grito, chamando a atenção de Annabeth, apenas para fitá-la apreensiva, com as mãos na boca.

― O que você fez? ― Thalia engasgou, a olhando aterrorizada. Annabeth ergueu a sobrancelha e depois riu, sentindo o corpo relaxar um pouco. Pelo menos Thalia não havia mudado.

― Pelo amor, eu não matei ele, Lia! ― Annabeth assegurou. ― Ele está vivo e bem, assim como sua preciosa família. ― continuou, o tom amargo e desprezível, os olhos cinzentos semicerrados ao cuspir as palavras. ― Mas ele entendeu dessa vez, não vai vir atrás de mim de novo. De nós. Eu garanto.

O silêncio foi longo, tempo suficiente para Thalia se sentar no tapete ao lado de Annabeth, deitando a cabeça no sofá. Luke permaneceu quieto, seus olhos azuis refletindo o quão profundo eram seus pensamentos e Annabeth sabia que ele estava em uma batalha interna. E não era para menos.

― Annabeth, da última vez... ― O Castellan se pronunciou novamente, seu rosto em uma carranca de dor.  ― Thalia se machucou. Machucou feio.

Ele não precisava dizer mais, Annabeth sabia que ele se culpava, mesmo que a culpa tenha sido de Annabeth. Ela olhou para Thalia, quieta no chão. Seus pés estavam descalços e os shorts eram curtos, deixando a vista a cicatriz perto do tornozelo.

A memória amarga assolou a mente de Annabeth, lembrando-a do que foi um dos piores dias de sua vida. Ela se lembrava de entrarem na loja de conveniência, de tentarem furtar o suficiente para comer, dos gritos do proprietário. E do pânico ao ver a arma.

― Eu sei. ― Annabeth sussurrou, fugindo das memórias. Deus, como ela sabia disso, a cada noite era um pesadelo sobre o mesmo dia. ― Mas eu juro, Luke, eu juro que não vai acontecer de novo!

Havia dor em seu timbre e também desespero. Se Thalia e Luke soubessem o quanto ela havia chorado, havia se culpado… Se seu pai não houvesse os perseguido tanto, se tivesse entendido que Annabeth jamais desistiria de fugir, se ele não tivesse se transformado em um monstro protegido pelas leis… Luke, Thalia e Annabeth nunca teriam que fugir por todo o país.

― Por favor… ― Annabeth suplicou mais uma vez e a lágrima desceu por seu rosto. ― Eu fiz tudo dentro da lei. Ele não pode jogar a policia atrás de nós, não pode dizer que eu fugi, eu sou dona de mim agora. Eu consegui emancipação!

Seus olhos percorrerem suas malas na porta da sala, quase a procura do documento que havia sido sua carta de alforria. Ela havia feito tudo o possível para ser livre, para voltar para seus amigos e deixá-los em segurança.

― E seu pai sabe disso? ― Luke perguntou, sua sobrancelha levemente arqueada em descrença.  ― Ele desistiu?

― Não se preocupe, Luke. ― Annabeth entoou, sua voz firme. Sabia que, se seu pai tentasse mais uma vez, ela poderia lidar com ele. Sem machucar os amigos. E ela também tinha esperanças de que sim, ele havia desistido de tê-la junto de si.

― Luke, por favor… ― Thalia suplicou, fazendo um pequeno bico. ― Se Annabeth diz que cuidou de tudo… Você sabe que ela é mais esperta que nós dois.

Annabeth sorriu agradecida para sua amiga, assentindo com a cabeça.  Sim, ela sabia que era a mais esperta, mesmo sendo a mais nova.

― Eu sei, Thalia. ― Luke assentiu e suas mãos seguraram as de Annabeth. Ela o olhou nos olhos e encontrou dor, desejo e conflito. ― Eu quero você com a gente, Annie. Não pense que não quero. Eu amo vocês duas, mais do que tudo no mundo. Vocês sabem disso.

Sim, sabiam. Assim como sabiam que logo vinha uma negação.

― E porque eu amo você, Annabeth, que eu não posso deixar você ficar.

A menina não respondeu, apenas abaixou a cabeça, observando suas mãos juntas as de Luke. Ela ouviu os gritos de Thalia, sentiu o pulo que havia dado para se levantar, mas não se pronunciou.

― Por que não?! ― Thalia questionava, sua voz embargada.

― Porque ela merece mais.

O silêncio se firmou novamente com as palavras de Luke, e Annabeth tentava entender o que ele queria dizer com aquilo. Com Luke e Thalia ela teria amor… a única coisa que nunca havia tido, não desde que a mãe morreu quando era uma criança… O que seria mais importante do que ter amor?

― Não, não mereço. ― Annabeth sussurrou, percebendo que suas lágrimas desciam pelo rosto.

― Merece. ― Luke continuou e até sua voz estava embargada. ― Você merece uma casa melhor, merece estudar, merece ter tudo o que quiser.

― Eu trabalhei nos últimos anos, juntei dinheiro… ― A loira argumentou. ― E vou arranjar outro emprego… Eu posso conseguir o que eu quiser assim… Nós podemos! Eu não quero luxo, não quero uma casa enorme ou sei lá o que mais as pessoas querem. Eu só quero vocês!

― E é esse o problema, Annabeth! ― Luke exclamou, se levantando de uma vez. Agora estava irritado, aquilo era claro, seu rosto vermelho e os olhos apertados. ― Você pode ter muito mais! Pelo amor! Você só tem dezessete anos! Não pode achar que nós somos o seu melhor futuro!

― Thalia tinha dezesseis quando veio pra cá! ― Annabeth argumentou, também se pondo de pé, o desespero a fazendo gritar. Não, de jeito nenhum ela voltaria para o inferno que era a casa de seu pai! ― Por que eu não posso?!

― Thalia não teve escolha! ― Luke argumentou, exasperado. ― Nenhum de nós dois tivemos, você tem!

― Não, eu não tenho! ― Annabeth continuou gritando. ― Vocês não sabem o que eu passei, não sabem como é! Eu não consigo mais! Eu não vou voltar, Luke, nunca mais! Eu não volto para a casa dele! Eu não volto pro inferno!

Gritou ainda mais alto, trêmula e chorando. Eles não sabiam, não sabiam como era! Annabeth sabia que seus amigos poderiam achar que ela só era uma menina mimada querendo ser rebelde, sabia que os outros a olhavam assim, afinal, seu pai dizia que lhe daria tudo o que ela queria, não era?!

Luke e Thalia sabiam que Frederick Chase era muito pior do que deixava transparecer, mas, ainda assim, eles pareciam achar que a pequena Annabeth exagerava, que ela não tinha motivos reais para fugir. Annabeth admitia que os problemas dos amigos eram piores ― uma mãe louca e uma mãe que havia sumido com um dos filhos eram realmente motivos para fugir de casa! ―, mas isso não significava que os seus motivos eram fúteis!

Annabeth fechou as mãos em punho, pensando em seu pai, na forma como ele a olhava. Pensou em sua madrasta, na crueldade com que ela lhe dirigia ordens, nos tapas e socos que não havia poupado desde a infância de Annabeth cada vez que não era obedecida. Pensou nos irmãos mais novos, a qual até tentou tratar com carinho, mas já na infância haviam sido envenenados pelo desprezo dos pais com a meia-irmã. Annabeth era uma espécie de gata borralheira, mas aquela era só a parte rasa dos seus problemas, apenas a parte que ela conseguia contar para os amigos.

Por dentro, era tudo muito pior…

― Se vocês não me quiserem… ― Annabeth sussurrou, sua voz rouca pelo choro. ― …eu encontro outro lugar. Mas não volto para lá.

― Annie… ― Thalia sussurrou, mas Annabeth não lhe dirigiu o olhar. Ela olhava para Luke, o queixo erguido e os olhos cinzentos firmes.

― Eu arranjo um emprego, um lugar para morar… ou ainda que eu tenha que viver na rua… Mas eu não volto. Essa é a minha escolha. Eu escolhi vocês, mas, se sua resposta é não… então eu escolho a rua. Eu posso viver na miséria, mas não serei uma prisioneira.

― Você tem certeza? ― Luke perguntou, sua voz rouca e sombria. O peso da responsabilidade, Annabeth pensou, desde os doze anos ele havia assumido a responsabilidade pelas duas. E agora ela estava lhe jogando mais. Contudo, ela precisava fazer isso.

― Certeza. ― Annabeth confirmou e Luke abaixou o rosto.

Houve o silêncio mais uma vez, algo pesado que os puxava para baixo. Não era uma decisão fácil, não era um pedido simples, mas, ainda assim, Annabeth suplicou mais uma vez:

― Familia, Luke. Você prometeu.

Ele havia prometido. Prometido que sempre cuidaria delas, que formariam um lar, que seriam uma família. Havia prometido que, juntos, conseguiriam ser felizes. Eram apenas crianças ao prometerem e Annabeth sabia que era um golpe baixo o lembrar daquilo. Um golpe baixo reclamar tal promessa. Mas ela precisava. Precisava que ele cumprisse, precisava que fossem uma família.

Luke ergueu o rosto, olhando-a nos olhos. Havia tanta dor, tanta saudade e tanto medo no azul… ele sorriu e a puxou para um abraço apertado, uma lágrima descendo pelo rosto. Chega de lutar. Não conseguia mais resistir: era o momento daquela pequena família se unir novamente.

― Senti sua falta. ― Annabeth riu entre lágrimas, apertando-o mais forte no abraço, tentando acabar com aquela saudade.

― Bem-vinda de volta, Annie. ― Luke sussurrou, não controlando mais o choro.

 

Mais tarde, as duas meninas haviam se enrolado entre cobertas em cima da cama, tentando matar a saudade.

― Ainda não acredito que estou aqui. ― Annabeth suspirou, sentindo Thalia desembaraçar seus cabelos, úmidos pelo longo banho que havia tomado. ― Não sabe o quanto eu sonhei com esse momento.

― Eu também, Annie. ― Thalia disse. ― Eu esperei muito por esse momento. Ter nossa família de volta.

E, para confirmar, ela abraçou Annabeth, ainda de costa e pelos ombros, deixando um beijo no topo da cabeça da mais nova. Annabeth riu, mas não durou muito. Virou-se para a amiga, a expressão culpada e o coração acelerado. Desde o momento que havia entrado naquela casa, não havia conseguido parar de se lembrar do dia em que tudo havia dado errado, o dia em que Thalia havia levado um tiro.

― Lia… ― Annabeth começou, engolindo em seco. ― Aquele dia… Eu sinto muito. Foi minha culpa e…

― Shiu! ― Thalia brigou, colocando o dedo indicador sobre os lábios de Annabeth, a silenciando. ― Não foi sua culpa. Foi apenas um acidente.

Annabeth fechou os olhos, se lembrando do dono da loja apontando a arma para Thalia. Lembrava de se encolher atrás de uma prateleira, Luke a protegendo com o corpo enquanto o velho dono perguntava se havia mais alguém na loja e Thalia mentia que não. Luke, Thalia e Annabeth tinham dezesseis, treze e dez, respectivamente. Mas isso não importava para o homem. Annabeth ainda se lembrava do pânico, se lembrava de pensar que Thalia seria morta, afinal, era aquilo que o homem gritava enquanto empurrava a jovem em direção a saída, a arma apontada.

― Não foi sua culpa, Annie. ― Thalia repetiu, mas Annabeth ainda estava dentro daquela memória.

Era como se ainda visse Luke mandando que ela ficasse escondida enquanto se esgueirava por entre as prateleiras. Era como se ela ainda visse o amigo pegar um jarro pesado, tentando se esconder atrás do homem para acertá-lo. Annabeth sabia que aquilo ia dar errado, que precisava de distração e foi o que buscava quando começou a derrubar as coisas da prateleira, chamando a atenção do dono da loja. No entanto, antes que Luke pudesse avançar sobre ele, o homem gritava que os mataria.

Era como se Annabeth ainda pudesse ouvir o barulho alto do tiro que acertou a amiga naquele momento.

― Ei, me prometa que não vai ficar remoendo isso. ― Thalia pediu segurando as mãos da amiga. ― Luke já se culpa, você também… Mas não foi nossa culpa. Nós só estávamos com fome!

Annabeth assentiu, ainda que soubesse que ela nunca se perdoaria. Em sete anos não havia se perdoado, como o faria agora?

― Prometa, Annabeth. ― Thalia repetiu, mas Annabeth desviou os olhos. Felizmente, Luke bateu na porta já aberta, chamando a atenção das meninas.

Sem cerimônia, ele entrou no quarto, se sentando na cama de Thalia, um leve sorriso, mesmo que os olhos ainda demonstrassem preocupação.

― Luke, pode dizer para Annabeth que não foi culpa dela? ― Thalia pediu, o tom irritado como sempre acontecia quando era contrariada.

― Annie…  Você nos salvou. ― Luke ergueu a sobrancelha, o olhar determinado. ― Aquele cara poderia ter atirado em Thalia em um lugar pior.

Annabeth suspirou, repassando novamente os acontecimentos depois do tiro. Ela não havia visto, mas os amigos haviam lhe contado depois que Luke havia se atirado sobre o homem e o surrado, a necessidade de protegê-las misturado a raiva e culpa de ver sua amiga machucada.

A própria Annabeth havia corrido para Thalia, tentando a ajudar. E, depois, tudo havia sido uma confusão com polícia, ambulâncias e pessoas gritando com eles. Ela se lembrava de Luke lhe consolando, mesmo que assustado, dizendo que eles ficariam bem, que Thalia ia ficar bem, que tudo ia se resolver e a culpa não era de Annabeth.

E, logo depois, o pai dela lhe dizia o contrário: Sim, havia sido culpa dela. Tudo o que ela tocava se quebrava e seus amigos acabariam morrendo se Annabeth não se afastasse. Foi assim que ele havia conseguido a promessa de que Annabeth deixaria seus amigos em paz, que ela não voltaria a procurá-los, não voltaria a fugir. Através de ameaças e chantagens emocionais, Frederick Chase havia conseguido prender a filha por sete anos.

― Não vamos mais falar do passado. ― Annabeth ordenou, tentando fugir das memórias. ― Agora estamos juntos e vai ficar tudo bem. Amanhã eu vou procurar um emprego, eu trouxe algum dinheiro que pode nos ajudar com a casa, mas não vai durar muito.

Luke negou com a cabeça, voltando a ficar sério, seus olhos azuis persuasivos.

― Vamos deixar uma coisa bem clara, Annabeth Chase: Você não vai trabalhar, não enquanto não tiver um diploma. ― O rapaz ordenou, seu tom incontestável. Annabeth começou a protestar que não era justo, que ela queria ajudá-los, mas era em vão. ― Eu e Thalia não tivemos essa chance. E nem somos espertos como você. Pelo menos um de nós precisa conquistar nossos sonhos e você será a maior arquiteta que o mundo já viu. Não é?

Annabeth apertou os lábios, emocionada pelo apoio dos amigos e desistindo de lutar. Quando Luke colocava uma ideia na cabeça, era impossível fazer mudá-lo de ideia.

― Não se preocupe com dinheiro. ― Luke assegurou. ― Eu tenho o suficiente para nós três.

Ela podia dizer, ao olhá-lo nos olhos, que aquilo era uma enorme mentira. Não, ele não tinha, mas ele jamais daria o braço à torcer, e não adiantava protestar. Então, ela apenas assentiu, sem conseguir dizer como estava feliz com aquilo tudo. Sem conseguir dizer como estava feliz ao voltar para sua família.

 

(...)

 

Thalia Grace acordou cedo no dia seguinte. Pegou toda a coragem que tinha e deixou todo o orgulho em casa. Sabia, melhor do que Luke, que não, ele não conseguiria sustentar os três. E não poderia mais se dar ao luxo de fingir que encontraria um emprego melhor, precisava pegar o que lhe restava.

Ao entrar na cafeteria de Dionísio, seu estômago estava embrulhado, mas ela forçou um sorriso ao se sentar no balcão, onde Will já sorria atendendo os clientes com bom humor e cantarolando “Seven Years”, que tocava baixo ao fundo. Ele estava sozinho, felizmente, ainda não haviam achado algum outro infeliz para a substituir.

― O que a traz aqui tão cedo, Thalia? ― Will lhe implicou, lançando um olhar reluzente demais para uma manhã fria. ― Procurando um certo moreno misterioso?

Perguntou, sorrindo malicioso, mas tudo o que Thalia fez foi praguejar. Ela havia se esquecido completamente do Di Angelo. Logo quando havia prometido deixá-lo em paz, tinha que voltar ao início de toda a história. Thalia negou para Will, suspirando e olhando a porta atrás do balcão, que dava para a sala de Dionísio.

― Na verdade ― Thalia começou, erguendo-se do balcão e tomando fôlego para o que viria. ―, vim pegar meu emprego de volta.

 

 


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Notas finais do capítulo

Música: Seven Years, Lukas Graham

Acho que, agora, vocês possuem todas as peças sobre o passado da Thalia.
O que acharam? O que acreditam que vai acontecer? Alguém já tinha deduzido a história dos três?
Espero que tenham gostado e qualquer dúvida é só falar!
Obrigada por todos os comentários e por todo o apoio, sobretudo a Mary, que me incentiva de uma maneira que nem sei agradecer.
Obrigada por lerem e desejo a todos um feliz natal e um próspero 2018, com ainda mais capítulos!
Beijos!