Cunhadozone escrita por Luminária


Capítulo 3
Capítulo 3 - Final


Notas iniciais do capítulo

Ho hey
E aí vai o capítulo final :3



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Os corredores de um colégio podem se assemelhar à savana selvagem. Os predadores observam suas presas o tempo todo, apenas esperando o momento certo para atacar.

— Cunhado! – Lumi exclamou animadamente ao vê-lo, abraçando- por trás.

Edward estava com falta de ar, será que ela sabe que não se pode abraçar uma pessoa pelo pescoço.

— Você namora com meu irmão ou comigo? – o loiro questionou ironicamente, mas havia um fundo de verdade naquilo.

— Tô namorando todo mundo, é o efeito Safadão. Por quê? Quer usar meu um por cento vagabundo?

E assim a lista de cantadas ruins de Lumi cresce um pouco mais a cada dia. Quanto mais se reza... Ah, não, ele é ateu, então esquece.

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Não havia sido muito simples para Sá chorar de uma forma que parecesse real, mas depois de rever a cena da queima do Going Merry as lágrimas começaram a fluir, mesmo que o roteiro que Lumi escrevera fosse cômico, de certo modo. Fingir um drama e se fazer de vítima para Winry estava sendo fácil, ainda mais com Al ao seu lado para “se desculpar pelo que fez” (todos precisam de aulas de teatro com Alphonse Elric, é impressionante como ele é convincente).

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— Será que dá pra me soltar agora?

Já fazia quase cinco minutos desde que o abraço entre os cunhados mais amorosos da história havia começado. Lumi sabia como enlouquecer Edward (e qualquer outra pessoa, é um dom peculiar) e isso o mantinha afastado enquanto Sá e Alphonse cuidavam da outra metade do casal vinte.

— Não! Quando você acha o amor verdadeiro é preciso se agarrar a ele, cunhado.

Quem em sã consciência faz uma declaração de amor e usa “cunhado” como vocativo?

— Amor verdadeiro? – Edward tentava se livrar de seus braços, mas ela não estava facilitando as coisas para o seu lado. - Se o Al ficar sabendo dessas coisas...

— Deixa saber!

— Ah, e eu vou contar mesmo.

— Se aconteceu com a gente foi porque ele estava ausente!

— O que você bebeu hoje?

— Só leite. – a garota sorriu maliciosamente, olhando fixamente para seu rosto.

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— Isso é por causa do Al e da Lumi? – Winry perguntou com preocupação, aquilo não era uma atitude típica da mais velha. Ela nunca havia visto Sá chorar em público, nem mesmo quando sofreu uma queimadura de terceiro grau na perna esquerda, próxima à panturrilha, justamente o local onde qualquer pancadinha dói. Outra coisa que parecia fora do lugar era o fato de Sá estar perdidamente apaixonada por Alphonse. Ela nunca havia demonstrado muito interesse em namorar ou qualquer garoto, mas agora ela estava morrendo por desidratação por causa do fim de seu relacionamento. Winry, mentalmente, concluiu que o amor muda as pessoas. - Calma, não precisa chorar. – Winry consolou a amiga, abraçando-a – O Al não tem culpa se ele gosta da Lumi.

— É racismo! – Sá fez a linha revoltada – Ele só ficou com a Lumi porque ela também é meio loira! Ele não aceitaria um filho de cabelos escuros!

Seria pedir muito um roteiro mais realista? Mas se não for maluco, não é a Lumi.

— Al, isso é verdade? – que raio de roteiro é esse que queima seu filme para garota que estão te ajudando a conquistar? Lumi deve ter algum plano por trás do plano, a única explicação. - Você escolhe namoradas pela cor do cabelo?

— Preconceituoso! – a “ex namorada” o xingou

— E- EU?

— É, Al! – Winry começou, seria isso um mau sinal? – Uma namorada é muito mais do que a cor do cabelo! Eu esperava mais você, Alphonse.

— N- Não é desse jeito que a Sá falou, Winry. – ele falou, segurando a loira suavemente pelo braço.

E, como sempre, tem alguma coisa fora do roteiro. É como a escritora do grupo sempre diz: se nada der errado, então não fui eu que fiz. Sá, sendo obrigada a improvisar também, saiu correndo para fora da sala e bateu a porta com força.

— Sá! – Winry gritou pela morena, indo até a porta e virando a maçaneta – Al, eu não consigo abrir. – tentou mais uma vez – Não. – e mais uma vez – Não. – e mais uma vez – Droga! Está trancada! - ficar trancado com a Winry fazia parte do plano? Caso sim, ninguém havia avisado nada ao menino. – Estamos presos aqui, Al.

Exatamente. Eles estavam presos, apenas os dois, completamente sozinhos. Talvez essa fosse a real razão para Lumi servir como distração para Edward? Para que ele pudesse ficar a sós com sua garota? Aquela realmente parecia uma boa oportunidade para tentar ficar mais próximo de Winry, mas Alphonse sentiu sua consciência pesar.

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Alphonse estava deitado no sofá da sala de estar pensando sobre a vida.

O jovem estava dividido; por um lado ele estava com a consciência leve por ter contado tudo sobre o plano à Winry, mas por outro ele se sentia um tanto idiota. Ele estava completamente sozinho com a garota de quem gosta e, já que conhece os interesses e a personalidade da loira, poderia muito bem ter dado início a um plano de conquista. Alguma coisa dentro de si, contudo, dizia que não era certo tentar roubar a namorada de outro alguém, ainda mais a de seu próprio irmão. Lumi e Sá acabaram entendendo seu lado e apoiaram sua decisão, mesmo que isso significasse o fim de suas carreiras como cupidos (ou apenas do caso/ da missão, já que não sabemos qual casal será flechado no futuro).

— Al. – o irmão mais velho, que estava alheio a situação, preocupado, chamou. – Você já está deitado aí há quase duas horas.

— Estou? – questionou

Alphonse olhou para a tela de seu celular e viu o horário: fazia quase duas horas, realmente. Quem diria que pensar prejudicava tanto a noção de tempo, não é mesmo?

— Aconteceu alguma coisa? – Edward retomou a fala

— Não foi nada. – disse – Eu só resolvi pensar em umas coisas aí.

— Tem certeza de que está tudo bem? – perguntou mais uma vez, arqueando a sobrancelha.

— Tenho sim.

— Nesse caso, vou dar uma saída.

— Vai aonde?

— Ao hospital. – Edward informou - Meu braço está doendo muito e eu não consigo mexer direito, acho que a maluca da sua namorada fez alguma coisa nele.

“A maluca da sua namorada”? Coitado, ele não sabe de absolutamente nada mesmo.

— Se você bebesse leite, não quebraria tantos ossos. – havia certo tom de brincadeira no conselho de Alphonse

— Eu prefiro ser quebrado inteiro e virar uma amoeba. – revidou, levantando-se e andando até a porta da frente. – Fui.

Al ficou sozinho em casa, mas não demorou muito para que campainha soasse.

— O que será que ele esqueceu? – pensou em voz alta, abrindo a porta e tendo uma surpresa.

— Podemos entrar? – Lumi e Sá perguntaram em uníssono com uma torta de calabresa em suas mãos

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— Eu ainda não acredito que você desistiu da crush. – Lumi comentou, servindo um pedaço da torta ao amigo. – Vai ver ela não era a crush certa, né?

— Eu não sei. – Alphonse deu uma garfada e logo continuou – Eu só não quero acabar brigando com o meu irmão.

— Você fez o certo, Al. – Sá o apoiou – Não compensa trocar seu irmão por um namoro que você nem sabe se vai dar certo.

— Acho que sim. – falou com a voz tristonha – Lumi, Sá, vocês acham que eu ainda vou ter uma namorada de verdade?

— Se depender da Lumi, vai. – Sá confirmou

— Só não estamos juntos porque isso depende de você. – Lumi reforçou

Alphonse sorriu:

— E quando eu gostar de alguém de novo, vocês vão me ajudar?

As duas amigas se entreolharam, concluindo que estava na hora de fazer o que haviam ensaiado.

— Onde houver uma friendzone... – Lumi começou, levantando-se e rodopiando

—... Sempre vão estar lá... – Sá continuou, repetindo os movimentos da amiga de uma forma menos extravagante

—... As agentes cupido! – completaram ao mesmo tempo, rindo se si mesmas logo em seguida.

O loiro sorriu. Com esses hambúrguer e refrigerante, a cunhadozone não seria um grande problema para a felicidade da batata frita substituta.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a todos que leram essa loucura aqui, I love you, coisas iluminadas
Beijinhos de luz e até a próxima :*



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