Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 83
[2ªT] Capítulo Cinco


Notas iniciais do capítulo

Aooow, meus babies lindos! Que saudadinhas, eu fico uma semana sem postar e parece que é um século, que agonia hahahah
E em homenagem a uma leitora que ama me ameaçar, tive que vir correndo publicar esse capítulo. Sinta-se muito bem atendida, Jessica, e agradeça à LINDA da Laura por me reportar seus reacts maravilhosos com cada bapho que rola em Defenceless, ririri ♥ vocês são incríveissss!

Bom, chega de papo, que eu tô MEGA ansiosa, porque esse é o momento de vocês FINALMENTE conhecerem a Winter e o Oliver, os melhores amigos do Benjamin! E vemos o lindo do nosso Hans sendo ainda mais Hans! Digo, ainda mais lindo ♥ Todo mundo preparado? Então bora lá ♥



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Natalie havia combinado de receber Hans para uma noite de culinária. Os dois haviam desenvolvido o hobby de cozinhar juntos, e pelo menos uma vez por semana, confabulavam e se reuniam para elaborar um novo prato. Daquela vez era noite de fettuccine a carbonara.

Depois do desafio de fazer um macarrão caseiro, os dois estavam se deliciando com o prato e os acompanhamentos na mesa de jantar, enquanto conversavam animadamente.

— Não teve a menor graça! Vocês me fizeram acreditar que eu realmente havia sido esquecida no hotel! - Natalie segurava o riso enquanto apontava o garfo na direção de Hans, que ria sentado à sua frente.

— Teve sim, N! - Hans quase engasgou com a pequena porção que terminava de engolir, de tanto rir. - Você devia ter visto a sua cara.

— Eu vi, esqueceu? No vídeo que o Tom fez o favor de gravar quando apareci só de pijama carregando as malas no hall do hotel. - Natalie sequer havia terminado de falar e Hans explodiu em gargalhadas ao se lembrar do acontecimento, o que a fez desistir de conter a própria risada. - Ok, foi uma boa pegadinha.

Um acompanhou a risada do outro, e Natalie pôde ter certeza, pelo olhar do loiro, que os dois estavam pensando a mesma coisa: em como sentiam saudades dos velhos tempos de Elite Four. Em como se divertiam pregando peças um nos outros. Era impossível pensar em tudo isso e não pensar em Hunter. Mas é claro que nenhum dos dois expôs qualquer opinião sobre aquilo. E para acabar de vez com a chance de Hans falar algo do gênero, Natalie iniciou um novo assunto depois de tossir fracamente.

— Ouvi que o Luke vai lançar o primeiro single dele nas próximas semanas… - ela tomou um gole de seu vinho tinto. - Já pensou em quando vai começar o seu projeto?

— Hm! - Hans limpou a boca com o guardanapo. - Em breve. Já tenho as maiorias das composições prontas. Acabei aproveitando materiais que produzi sozinho nos últimos tempos. Gostaria de te mostrar, inclusive. Saber o que você acha. Queria muito que… que você participasse disso. - ele parecia tímido.

Natalie deu um sorriso surpreso.

— Sério? Isso é ótimo! Eu adoraria, Irish! Seria uma honra, você sabe.

— Mesmo?

— Claro! Por que não seria? Sabe que torço por você!

Hans respirou fundo, franzindo a testa como quando alguém está agoniado. Natalie logo percebeu que algo estava errado com o amigo.

— O quanto você torce?

— Ahn…? - Natalie lhe lançou um olhar confuso, mas ao mesmo tempo, desconfiado, com os olhos cor de mel estreitados.

O irlandês apoiou as duas mãos nas extremidades da mesa de vidro, os braços abertos. Ele tomou ar para falar de uma vez:

— O suficiente para aceitar ser a minha fotógrafa oficial?

There. Natalie o encarou como se ele houvesse acabado de lhe dar um spoiler de alguma série que ela estava acompanhando, e Hans prendeu a respiração, deixando os lábios em uma linha fina. (GIF)

 

Look Outside - Nat and Alex Wolff

 

— Hans… não sei se essa seria uma boa ideia.

— Por que não? Já fizemos isso no passado. A diferença é que antes éramos um grupo. Não vejo como isso poderia ser uma má ideia.

Natalie descansou o garfo no prato e apoiou os cotovelos sobre a mesa para que pudesse sustentar a cabeça com as mãos.

Ela havia adorado a experiência como fotógrafa da Elite Four, e aquilo era inegável. Além disso, modéstia à parte, ela tinha um certo dom para a coisa. Muitas outras celebridades haviam tentado contratá-la para trabalhos eventuais, mas Natalie era obrigada a recusar por conta do contrato de exclusividade com a banda. E mesmo que aquela profissão se afastasse consideravelmente do seu curso na faculdade, fotografar era algo que a preenchia e a completava. Mas desde o acontecido, ela não havia mais segurado uma câmera na mão. Era como se toda a sua inspiração houvesse ido embora com Hunter na noite em que ele a largou no apartamento.

Havia tentado fotografar meses antes e havia odiado cada enquadramento, cada foco, cada iluminação e brincadeira com a sombra que tentara fazer. Era como se o seu poder especial tivesse sido gasto durante toda uma fase de video game e que só tinha validade para um determinado momento bônus que já havia acabado. Achava que já não seria mais capaz de fazer os milagres que fazia com a máquina fotográfica em punho.

— Não fotografo mais, sabe disso…

— C’mon, Nats. Não pode estar falando sério. Você ama fotografar!

Natalie respirou fundo. Sim, amava fotografar, mais do que tudo.

— Eu não sei mais fotografar, sei lá…! - ela gesticulou repetidamente. - Algo mudou. Eu… eu não consigo mais tirar a essência das coisas, das pessoas, dos momentos. Não quando eu já nem sei mais a minha própria essência.

Hans respirou fundo, e sem tirar os olhos de Natalie, levantou-se da cadeira. Contornou a mesa para se aproximar dela, que girou o seu corpo para ficar de frente para ele. O loiro se agachou, ficando de cócoras, na altura dos joelhos dela. Sem cerimônias, alcançou as mãos da melhor amiga, segurando-as firmemente.

— Eu sei o quão… doloroso e traumático foi tudo o que aconteceu, mas… - ele mordeu o lábio inferior por um instante. - Não foi você quem disse que não podíamos parar as nossas vidas? Você me encorajou a voltar a fazer o que eu mais amo, mesmo com os meus medos e minhas angústias. E se eu consigo, você também consegue. - Hans apertou a mão da amiga levemente, encarando os olhos amendoados à sua frente. - Eu preciso de você. Não consigo imaginar mais ninguém que possa me entender e me ajudar a seguir em frente, alguém que consiga me ajudar a expôr quem eu quero ser e o que eu quero mostrar. Por favor.

Naquela altura, Natalie já estava com os olhos marejados, lutando para não deixar que as lágrimas lhe escapassem furtivamente. Ela deu um sorriso fraco, explicitamente emocionada com as palavras dele. Hans estava certo: ela não podia parar sua vida, ou deixar de fazer o que mais amava por alguém que não valorizou o que ela tinha de melhor a oferecer. Ele não merecia.

— Grrr…! Tá, Irish. Você venceu… seu chato.

Hans nem esperou Natalie terminar de falar. Pulou na garota, agarrando-a e abraçando-a fortemente, o que a fez gargalhar.

— Ei, para de me assediar! Já te disse que você não faz meu tipo. - Natalie brincou, fingindo que estava tentando se livrar do abraço de Hans.

— Ah, é? Ouvi dizer que loiros são o seu novo fetiche. - Hans brincou, soltando-se dela. Quando se afastou, percebeu a cara debochada, e um tanto surpresa, da garota de sardas.

Não demorou mais do que dois segundos até Natalie relacionar a palavra “loiro” a Benjamin, e amaldiçoou Anna até a terceira geração.

— Benjamin, né? - ele perguntou como se fosse um vidente que soubesse de tudo.

— Acho que vai gostar dele… - Natalie comentou enquanto apoiava o braço no encosto de sua cadeira e cruzava os pés descalços.

— Se ele estiver te tratando como se deve, então acho que sim - Hans deu o sorrisinho torto que Natalie amava.

— Ah, ele trata… - Natalie riu, lançando um olhar malicioso que fez Hans empurrá-la de leve na cadeira.

EW! Me poupe dos detalhes sórdidos - ele fingiu fazer ânsia. - Aw, God!

Natalie se levantou para devolver o empurrão no amigo, o que os fez iniciar uma acirrada lutinha - brincadeira recorrente entre eles.

Os dois gargalhavam, já rolando pelo chão, e Natalie estava tentando concretizar uma chave de coxa em Hans quando a campainha tocou.

— Salvo pelo gongo! Se safou da humilhação de me pedir penico! - Natalie se desenroscou do amigo no pulo e correu para a porta toda descabelada.

— Vai sonhando, eu já ia acabar com você! - Hans se levantou todo desgovernado e ajeitando a gola esgarçada da camiseta que Natalie havia puxado em meio a lutinha.

Ela riu debochadamante enquanto abria a porta e dava de encontro com os conhecidos e favoritos olhos azuis de Benjamin. O rapaz franziu a testa enquanto um sorriso engraçado e curioso surgia nos lábios. As mãos continuaram descansando nos bolsos da calça de moletom que ele vestia. Adorava-o naqueles tipos de roupa. Não conseguiu evitar lhe escaneá-lo de cima abaixo, o que o fez sorrir ainda mais. Benjamin era mesmo encantador.

— Tudo certo? - ele focou seu olhar nos cabelos desgrenhados da garota.

— Tudo! Por quê?

No mesmo instante, Hans apareceu no campo de visão de Benjamin, que continuou com a expressão divertida. Os dois ficaram se estudando enquanto Natalie ficou no meio, observando aquela situação. Benjamin estreitou os olhos minimamente, como se tivesse uma leve impressão de que conhecia Hans de algum lugar. Enquanto isso, o irlandês o olhava sem saber que opinião formar.

— Ah, Benjamin, esse é o Hans. Comentei com você sobre ele, lembra? - Natalie tentou apresentá-los. - Hans, esse é o Benjamin.

— Ah, claro! - Benjamin finalmente tirou a mão direita do bolso para oferecê-la a Hans, que apertou-a no mesmo instante. - Ela falou bastante de você.

— Como vai? - Hans cumprimentou, sorrindo simpaticamente.

— Tranquilo!

Natalie virou-se para Benjamin novamente.

— E aí?

— Tá livre amanhã à noite? - Benjamin era sempre direto.

Natalie olhou para cima, pensativa. Apoiou-se na porta.

— Hm, tô sim! Algum plano?

— Quer ir lá em casa? Winter e Oliver já estão me infernizando. Especialmente a Winter - ele rolou os olhos, fazendo Natalie rir fracamente. - Não para de perguntar quem é a misteriosa “Garota da Lavanderia”.

Hans franziu a testa um tanto constrangido, o que fez Natalie rir ainda mais.

— Ótimo apelido… bom, tudo bem. Preciso levar algo?

— Só a sua honrosa presença. - Benjamin piscou em tom brincalhão. - Além disso, temos “parada” de sobra.

Natalie torceu o rosto minimamente, como se Benjamin houvesse acabado de cometer um erro irreparável usando a palavra “parada”. E ela teve certeza disso ao reparar na expressão de Hans, que havia passado de simpático para algo mais próximo do que ela conseguiu nomear mentalmente de “puto da vida”. Ele sabia exatamente a que “parada” Benjamin estava se referindo: maconha.

Oh… right.— Natalie deu um sorriso amarelo, e Benjamin logo percebeu a besteira que havia cometido. Ele levantou as sobrancelhas com seus olhos um tanto arregalados - Depois me fala direitinho o horário? - ela já estava com a mão na maçaneta.

— Claro, te mando mensagem. - ele respondeu já dando as costas. - Prazer! - ele indicou Hans com a cabeça. O irlandês respondeu apenas assentindo.

Natalie mal teve tempo de fechar a porta e se virar para encarar Hans, que logo se pronunciou.

— “Parada”? Seriously, Natalie?! - o loiro abriu os braços enquanto Natalie passava por ele. - Ele é seu fornecedor agora, ou o quê?

Natalie girou os calcanhares na direção do melhor amigo no mesmo instante, incrédula com o que acabara de ouvir.

— Fornece…? Geez, Hans… - a garota de sardas foi direto para o sofá, apoiando os pés no assento.

 "Geez" digo eu. Achei que esse Benjamin fosse um cara legal… - Hans a seguiu, jogando-se logo ao lado dela. Ele parecia realmente decepcionado.

— E é! Que mania de achar que fumar maconha faz de uma pessoa “não legal”. Eu ainda sou a mesma Natalie de sempre. E o Benjamin… - ela fez uma pausa, não conseguindo evitar o sorrisinho que insistia em se formar. - O Benjamin é um cara incrível, inteligente, culto, engraçado…! Sempre sabe como me surpreender e me fazer rir, tipo, O TEMPO todo.

Hans observava a garota pelo canto do olho, analisando como o corpo dela parecia se portar de forma diferente enquanto falava sobre Benjamin. Fazia muito tempo que não conseguia enxergar vida nas palavras, ou mesmo nos olhos de Natalie. E parecia que o tal do Benjamin, mesmo sendo um "maconheiro cretino", estava fazendo um excelente trabalho para devolver o que ela havia perdido, de alguma forma. Só esperava que o que a fazia estar melhor não fosse o que ele poderia “lhe oferecer”, narcoticamente falando.

— Você não está com ele só por causa…?

— Claro que não, Hans! O que você acha que eu sou? Uma chaminé brisada ambulante? - os dois se encararam por alguns segundos antes de rirem do questionamento de Natalie.  - Sério. Nossa vida não gira em torno disso. Há um universo de outras coisas em Benjamin, e que valem totalmente a pena, believe me.

— Espero que esteja certa...

 

**

 

Natalie respirou fundo antes de tocar a campainha. Quando conversaram sobre ela conhecer os amigos de Benjamin, semanas antes, não ficou nem um pouco nervosa. Havia considerado aquilo algo completamente normal, afinal, eram só os amigos dele.

Mas não era o que o seu coração disparado sentia enquanto se debatia com certa violência contra a caixa torácica dela. Parecia que ele estava pronto para ser cuspido para fora do corpo e sair andando pelo corredor do andar dele. Tocou a campainha antes que decidisse voltar correndo pela escada de incêndio.

Foi questão de segundos até que a figura conhecida de Benjamin atendesse a porta, escancarando-a animadamente. Natalie percebeu o rapaz trocar a garrafa de cerveja de mão para puxá-la para um beijo rápido. Ela já reconheceu a música que estava tocando do lado de dentro, um rock clássico do final dos anos 70.

 

Come Together - Aerosmith

 

— Hey!

— Hey! - Natalie tentou soar o mais tranquila possível enquanto Benjamin já a trazia para dentro do apartamento.

Viu Oliver sentado no sofá, com os pés apoiados na mesinha de centro enquanto dava um longo gole de sua cerveja. Quando viu Natalie aparecer, levantou a long neck em sua direção, como se estivesse fazendo um brinde à garota.

— Heeeey, youuu! Finalmente! - ele exclamou, animado. - Hey, Winwin, ela chegou!

Natalie sorriu enquanto dava mais alguns passos a dentro. Viu uma garota magra e mais alta que ela subir o pequeno lance de escadas que dividia o ambiente da cozinha e da sala, dançando intuitivamente ao ritmo da música. Foi impossível não lembrar de alguma cena de um filme cult.

A garota tinha cabelos castanhos escuros na altura do ombro, pele cor de âmbar e os olhos misteriosamente verdes e sedutores, contornados com lápis preto. Os lábios eram carnudos, com uma pintinha logo acima, próximo do nariz, dando um ar ainda mais charmoso ao seu fino rosto. (FOTO)

Ela ainda não havia parado para olhar Natalie. Parecia determinada e ocupada em sua performance dançante, girando e mexendo o corpo de um lado para o outro com os punhos em haste. Natalie não conseguiu evitar um pequeno sorriso quando viu a expressão divertida de Oliver observando a garota se remexer enquanto roubava um gole da cerveja dele.

— Winter, a Natalie chegou. Quer um autógrafo? - Benjamin brincou. Virou-se para Natalie. - Ela não para de perguntar sobre você, já está ficando meio esquizofrênico.

Natalie e Oliver riram, e a morena se pronunciou antes de devolver a garrafa a Oliver e se virar.

— Ora, ouvi histórias honrosas sobre a Laundry Girl (Garota da Lavanderia). Fiquei curio… - ela estancou quando finalmente bateu os olhos em Natalie.

Expressiva como era, Winter deixou que seus olhos verdes se arregalassem e um bico curioso se formasse em seus lábios enquanto ela entortava a cabeça na direção de Natalie. Parecia reconhecê-la de algum lugar, e parecia saber exatamente de onde. (GIF)

— Perdeu a língua? - Oliver debochou, levantando-se para ir em direção de Natalie para finalmente cumprimentá-la. - Sou o Oliver, guardei suas roupas, tudo bem?

Natalie riu, olhando Benjamin de canto.

— Sou Natalie, falei com a sua mãe. Tudo e você?

Oliver gargalhou, jogando o corpo para trás. Deu uma piscadela para Benjamin, em sinal de aprovação. Winter se aproximou do grupo.

— Eu não te conheço? - a morena deu um sorrisinho que Natalie não gostou nada. Tinha certeza que Winter já a havia reconhecido de alguma matéria ou algo do tipo. Sentiu sua mandíbula tensionar.

— Não tenho tanta certeza disso… - Natalie fingiu também se esforçar para se lembrar de onde poderiam se conhecer. - Dizem por aí que tenho o rosto bem comum… mas pode ser que talvez você tenha me visto em alguma festa. Eu não vou lembrar porque eu provavelmente estava totally high, mas…! - Natalie levantou os ombros divertidamente, e os garotos riram.

Winter deu um sorrisinho sacana. Apoiou o queixo na mão, ainda pensativa.

— Hm… não, não acho que tenha sido em alguma festa. Talvez tenha sido na internet…

Natalie desfez o sorriso lentamente quando percebeu que sim, Winter sabia exatamente de quem ela se tratava, mas por algum motivo ela se calou, desviando os olhos. (GIF)

— Não se envergonhe, Natalie… nossa Winter deve estar ainda mais Stoned (chapada) que você, e  ela mal sabe o que fala a maior parte do tempo. - Oliver parecia ter feito uma piada interna, pois Benjamin caiu na gargalhada enquanto Winter desferiu socos no braço de Oliver repetidamente, já rindo.

Shut the fuck up, you idiot!— Winter riu e Natalie continuou a observar o trio ainda meio em choque.

— Certo… - Benjamin passou o braço por cima dos ombros de Natalie, puxando-a para perto. - Acho que está na hora do momento pelo qual esperávamos. Conta pra ela, Win. O mundo precisa saber.

Natalie olhou para Benjamin totalmente confusa, franzindo o cenho. Quando voltou a olhar para Winter, a viu rolar os olhos, mas o sorriso parecia nunca abandonar o rosto da morena.

— Shit… bom, você vai ouvir esses idiotas falando sobre isso o tempo todo, então vamos lá. - ela se aproximou de Natalie, oferecendo a mão para cumprimentá-la. - Sou Winter Stone, prazer!

Natalie não conseguiu evitar rir quando aceitou a mão da garota, que a puxou para um abraço. Stoned, traduzido para o português, significava "chapado". Winter continuou:

— Sim, sou Stoned de berço. - Benjamin e Oliver já se seguravam um no outro enquanto riam descontroladamente. Winter segurou Natalie pelo ombro para que as duas pudessem assisti-los. - Pronto. Felizes, imbecis?

 

**

 

Nada era complicado com Benjamin, e com seus amigos era ainda menos. Natalie ria das piadas sem graça e das insinuações com duplo sentido de Oliver o tempo todo, e Winter insistia que ela não precisava rir só para ser simpática. A pior parte era que ela não estava fazendo esforço algum. Principalmente quando já haviam dividido um baseado.

Fumar maconha parecia algo muito rotineiro, principalmente para Oliver e Winter - que Natalie acabou descobrindo serem um casal muito rapidamente ao ver a garota pular no colo de Oliver e beijar-lhe sem nenhum pudor ao som de algum outro rock clássico. Já Benjamin havia lhe confessado que não fazia uso diário, apesar de ter um kit em casa. Dependia muito do seu humor e do quanto precisava relaxar.

Era engraçado analisar como cada um levava aquele hábito de uma maneira diferente. Natalie havia optado pelo “estilo de vida” porque era a maneira que ela havia encontrado de fugir de seus próprios pensamentos e não sucumbir à depressão ou qualquer coisa que a destruísse psicologicamente de vez. Sua mente viajava, e dessa maneira ela poderia se desligar de seu pensamento mais viciante: Hunter Saxton.

Natalie voltou para o planeta Terra quando finalmente terminaram a terceira partida de Clue (Detetive). Oliver havia ganhado duas vezes, e Winter uma. Benjamin se pronunciou dizendo que era injusto, pois o casal já estava acostumado a jogar aquele jogo quando fumavam, e aquilo virou uma divertida discussão que Natalie adorou assistir.

Quando Benjamin e Oliver se voluntariaram para comprar mais cerveja, Natalie e Winter optaram por ficar no apartamento. Enquanto Natalie foi ao banheiro, Winter correu para o iPod plugado nas caixas de som, a fim de trocar a música para um ritmo mais pop.

Ao sair do banheiro, Natalie viu Winter bem focada no aparelho.

— Cansou de rock? - Natalie se jogou no sofá, observando a garota.

— Se deixar o Oliver comandar, nunca sairemos dos anos 70. - a morena comentou, mordendo o lábio enquanto parecia buscar algo bastante específico.

E parecia que ela havia achado o que tanto procurava. Seus olhos verdes fitaram Natalie no mesmo instante, como se estivesse esperando por algo. E a garota de sardas logo conseguiu sacar quando ouviu as conhecidas notas do piano e a voz de Hunter logo inundou a sala.

 

If I Could Fly - One Direction

 

If I could fly, I'd be coming right back home to you

 

I think I might give up everything, just ask me to

Pay attention, I hope that you listen cause I let my guard down

Right now I'm completely defenceless

 

O coração de Natalie batia tão forte que ela teve a impressão de que ele houvesse parado. Sentiu tontura, sentiu ânsia, sentiu algo lhe fechando a garganta enquanto seus olhos cor de mel continuavam a encarar Winter, arregalados.

 

For your eyes only, I'll show you my heart

For when you're lonely and forget who you are

I'm missing half of me when we're apart

Now you know me, for your eyes only

For your eyes only...

 

Aquela era uma das inúmeras músicas na qual Hunter havia se inspirado nela para compor. Sem pensar, Natalie correu na direção de Winter e puxou o iPod para si, arrancando o cabo auxiliar rapidamente.

— Eu sabia. Você é ela, não é?

 


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Notas finais do capítulo

EEEEEEEITA, que a Natalie foi flagrada, vyadu! O famoso "eu sei o que você fez no verão passado", né não, povo? Que que será que essa descoberta da Winter vai render?

Mas falando no Hans: como não amar esse amigo incrível que apoia e sabe tão bem como convencer a Natalie? ♥ nossa Freckles está voltando aos eixos de pouquinho e pouquinhooo!
E ele surtando com o estilo de vida do Benjamin? MELHOR PESSOAAAAA hahahaha um bapho atrás do outro, meldels.



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