Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 8
Capítulo Oito


Notas iniciais do capítulo

Não me matem :( Sei que demorei um tantão pra postar! Me perdoem, gente!
Espero que ninguém ainda tenha me abandonado! ♥ Pra recompensar, postarei dois capítulos seguidos!

Divirtam-se ♥



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Uma semana já havia se passado desde a fatídica noite do show no Madison Square Garden, e embora Natalie tentasse negar a si mesma, não conseguia parar de pensar na faísca que havia surgido entre ela e Hunter Saxton. Várias vezes na semana flagrou-se com o pensamento perdido naquela noite. Se amaldiçoava e repetia a mesma desculpa de sempre. “É claro que não consigo esquecer. Por mais que ele seja um idiota, tenho que concordar que ele é um gato, Aliás... Não é todo dia que um famoso quer me levar pra cama, né?”. Pronto, aquela argumentação mental era o suficiente para fazer com que ela não se sentisse traída pelo próprio pensamento.

Talvez ela se sentisse menos culpada se soubesse que aquela noite não estava presa somente à memória dela. O acontecimento estava ainda mais vivo na mente de Hunter Saxton. Diversas vezes ele se pegou encarando a tela do celular com o número dela pronto para ser clicado. Mas seu orgulho sempre acabava falando mais alto. Além do mais, não conseguia nem pensar no que diria. Nunca se rastejou por nenhuma garota, e aquela decididamente não seria a primeira vez.

 

**

 

Natalie e Anna estavam terminando de se aprontar para a festa que aconteceria na Lavo, uma das baladas mais bem vistas de New York, conhecida por receber ilustres celebridades com certa frequência. Era uma das boates favoritas das amigas.

Anna optou por um vestido preto acinturado e sem decote, com a saia era solta, dando um ar mais vintage. Na cintura, trazia um detalhe metálico, como se fosse uma fivela. Deu destaques ao par de sapatos de pedrarias com cores mais claras.

Decidiu não exagerar na maquiagem. As cores da sombra eram escuras e o batom era nude. Os cabelos estavam soltos e caindo como cascatas sobre as costas. (LINK)

— Miga, o que você acha? Não tá muito exagerado? – Natalie perguntou enquanto ia para a sala. Anna deixou seu queixo cair enquanto olhava a amiga de cima abaixo. 

O vestido da garota era branco, trabalhado em renda e com uma leve transparência. Trazia detalhes discretos de dourado por todo o tecido, que se estendia apenas a dois dedos acima do meio da coxa. A gola do vestido era alta e as mangas compridas, o que tirava o ar de “vestido curto demais”. As costas eram parcialmente descobertas por uma fenda em formato oval. O salto de um tom mais voltado para o creme.

Na escolha da maquiagem, assim como Anna, havia decidido dar mais destaque aos olhos com cores escuras e um batom nude. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo, fazendo com que o look ficasse mais clássico. (LINK)

— Tá demais, né? Sabia, vou trocar, dois segundos. – ela já estava se preparando para voltar para o quarto quando Anna se manifestou.

— Mas nem por um decreto! Você arrasou nesse vestido, que isso!

Natalie virou-se para Anna novamente.

— Tem certeza? Olha seu look, você tá impecável, toda maravilhosa! Não quero sair parecendo uma árvore de Natal...

— Natalie, você acha que eu deixaria você fazer papel de ridícula? Não responda. – Anna riu, arrancando risadas de Natalie também. – Brincadeira. Você sabe muito bem que a gente só sai se as duas estiverem lindas, lembra? Nosso lema! Uma só arrasa se a outra arrasar, senão nada feito.

— Vou confiar na sua palavra... – Natalie lhe apontou o dedo. – Ai, migaaa, você tá perfeita! – ela correu para abraçar a amiga.

— NÓS estamos perfeitas! – Anna retribuiu o abraço. – Agora vamos logo, porque né... A sexta-feira é uma adolescente louca pra “putear”.

Natalie gargalhou antes de seguir a amiga.

 

**

 

Naquela noite, Natalie e Anna decidiram pegar um táxi para chegar até a 39 East  58th Street, endereço da Lavo – Natalie vivia reclamando das quadras que tinham que andar do metrô até a balada.

Assim que mostraram suas identificações e deram o nome do promoter que as havia colocado na lista de entrada, o segurança logo deu passagem para que elas atravessassem as portas.

Antes mesmo de adentrarem o salão já conseguiam ouvir a batida forte e dançante da música. Natalie já começou a se movimentar no mesmo ritmo, arrancando risadas de Anna.

O salão estava lotado, as luzes minimamente iluminando o local, tornando o ambiente amarelo, vermelho e lilás. A batida era ensurdecedora, e ao mesmo tempo, viciante. Anna segurou na mão de Natalie para não se perderem conforme atravessavam o mar de pessoas alcoolizadas que dançavam. (LINK)

Pararam em uma mesa qualquer porque o local estava tão cheio que era impossível chegar na mesa do promoter delas. Anna abordou um rapaz aleatório que parecia já não estar no mesmo plano que elas, de tão alcoolizado que estava.

— De quem é essa mesa? – ela perguntou relativamente alto para que o rapaz a escutasse.

— Chris! – ele respondeu no mesmo tom.

— Cade ele?!

O rapaz apontou para um homem moreno que parecia ser o centro das atenções na mesa. Parecia igualmente alcoolizado, para sorte delas.

Anna se embrenhou e foi até o homem com o intuito de fingir que aquela era a sua mesa e o seu promoter. Sempre faziam aquilo quando a bebida da mesa delas acabava, então não seria nenhuma novidade.

— Oi, Chriiiis!

— Oii! – ele a cumprimentou sorridente.

— Até que enfim te achamos! – Natalie conteve o riso enquanto via a amiga encenar. – Onde arranjo bebidas?

— Bebidas? Um momento! – ele se esticou por cima da mesa, puxando o balde de gelo com garrafas de vodca. Com uma mão segurou o fundo de dois copos enquanto com a outra despejava o líquido até a metade. Depois pegou a jarra de suco e repetiu o gesto, misturando o conteúdo. Entregou um copo a cada uma. – Divirtam-se!

Natalie e Anna levantaram o copo em resposta e deram risadas cúmplices. Antes de dar um enorme gole na bebida, bateram um copo no outro, brindando.

— É HOJEEE! – as duas gritaram, risonhas.

 

**

 

Natalie e Anna dançavam animadamente no ritmo da música em meio à multidão de pessoas. Adoravam ser o centro das atenções naquele tipo de evento e faziam por merecer, não só pelas roupas sempre bem produzidas, como na maneira de dançar e agir. Sempre saíam da balada com pelo menos dois novos amigos para a lista.

Anna já estava no seu terceiro copo de bebida, e Natalie na segunda. Sempre fora a mais fraca das duas, então procurava manter o controle para não passar vexame como muitas outras vezes no passado.

As duas pulavam, dançavam e se abraçavam uma a outra, levemente alcoolizadas. Riam do estado das pessoas ao redor e provocavam os rapazes que achavam atraentes. Era de praxe. Se divertiam com pouco na companhia uma da outra.

— Miga, PRECISO ir no banheiro. – Anna comentou enquanto puxava Natalie com uma mão e levantava a outra para o alto com o copo para que ninguém derrubasse a sua bebida enquanto cruzavam o salão lotado.

Quando chegaram à porta, Natalie rolou os olhos. A fila do banheiro feminino sempre era a mais longa. As duas encostaram na parede do corredor enquanto o segurança controlava o número de mulheres para entrar.

De repente um casal, junto de outra mulher, passou entre elas, furando a fila.

— Fala, Danny Man! – o homem abraçou o segurança, que retribuiu o gesto.

— E aííí! Como é que você tá? – ele cumprimentou a mulher do homem, dando passagem para ela entrar no banheiro, furando a fila na frente de Natalie e Anna, que seriam as próximas.

As duas instintivamente olharam uma para a outra, visivelmente revoltadas com a atitude do segurança e começaram a reclamar em português. Sempre que alguma atitude as incomodava, elas começavam a soltar blasfêmias na língua nativa para que ninguém entendesse.

Logo a vez delas chegou e elas adentraram o banheiro cheio de mulheres esperando para usarem as cabines. As duas moças que furaram a fila estavam entre elas. Natalie e Anna se direcionaram para ficarem esperando pela cabine ao lado da delas.

As duas bebericavam os copos enquanto esperavam, o que não demorou muito. Quando a porta se abriu e uma moça ruiva saiu dali, as duas mulheres passaram na frente delas novamente, e o ato fez o sangue de Anna subir.

Ela segurou a porta da cabine, impedindo a moça de fechá-la.

— Ei, é a nossa vez!

— Estávamos na fila, não viu? – a mulher respondeu grosseiramente.

— Vi, vi que vocês estavam na OUTRA fila.

— Vem cá, qual o seu problema? – a mulher estufou o peito, começando a se irritar, enquanto a amiga dela parecia estar tonta e sem nenhuma condição de reagir.

— Qual é o SEU problema. – Anna copiou a postura da mulher. – Você já furou a fila lá fora, quer mais o quê?

Natalie tampou a boca para evitar que o riso lhe escapasse da garganta. Anna sempre se metia em discussões como aquelas nas baladas.

A camareira no banheiro interviu.

— Sem briga! – ela voltou-se para as duas meninas já dentro da cabine. – Vocês não podem entrar juntas.

— Tá. – a mulher respondeu, rolando os olhos e deixando a amiga sozinha na cabine.

Quando a camareira se virou, uma nova cabine foi liberada. Anna empurrou Natalie para que as duas entrassem juntas sem que a mulher notasse e trancou a porta rapidamente.

O problema é que as duas já estavam alcoolizadas o suficiente para não conseguir disfarçar e ficaram soltando risadinhas.

— Ei! - a camareira começou a bater com a mão espalmada na porta, provocando um som oco e insuportável. – Vocês não podem usar o banheiro juntas.

— Ai, Anna... – Natalie sussurrou entre risos. – Melhor sairmos, vai dar merda.

— Mas nem fodendo! Passa pra lá. – ela sussurrou de volta, empurrando a amiga para o canto do cubículo e entregando seu copo a ela. Abaixou a calcinha e flexionou os joelhos.

— EI! – a camareira batia ainda mais forte contra a porta.

— MEU DEEEEUS, O QUE QUE HÁ!? – Anna gritou em resposta. – Eu estou mijando, não posso abrir agora!

Natalie não conseguiu evitar e deixou que uma gargalhada escapasse. Segurou-se na cabine para não cair com os dois copos na mão. Não demorou para que Natalie repetisse o gesto da amiga.

Depois que deram descarga, olharam uma para a outra e ficaram sérias.

— Cara de vaso. – Anna assentiu.

— Cara de vaso. – Natalie confirmou.

Anna destrancou a porta e as duas foram direto para a pia para lavar as mãos. Não olharam para o lado, mas conseguiam sentir o olhar enfurecido da camareira sobre elas. Precisaram fazer um enorme esforço para não rir. Quando saíram, explodiram em risos.

— Que bruta, gente! – Anna comentou, engasgando-se com a própria risada.

— Quanta frescura! O que ela achou? Que íamos nos pegar dentro da cabine? Pelo amor de Deus! – ela ouviu Anna rir ainda mais alto enquanto ela deu um enorme gole da sua bebida, finalizando-a.

Percebeu na hora que não devia ter bebido de uma vez. Sentiu o líquido descer rasgando pela garganta, deixando um rastro quente até o seu estômago.

— Vai com calma! – Anna a alertou. – Não vou segurar o cabelo de ninguém na privada hoje.

— É por isso que estou com ele preso. – Anna riu da piada e Natalie roubou o copo dela após depositar o seu próprio (agora vazio) em uma bancada enquanto saíam do corredor dos banheiros.

Anna puxou-a pelo braço para voltarem para a pista no mesmo momento em que Natalie virou o copo para beber o drinque. Fechou os olhos enquanto bebia e deixou-se ser puxada pela amiga. Por esse motivo não conseguiu desviar e acabou trombando em alguém que vinha de encontro a ela. Felizmente não derrubou a bebida no vestido, senão haveria mais uma briga naquela noite.

Ela levantou o rosto e perdeu o ar ao dar de encontro com os inesquecíveis e brilhantes olhos verdes que haviam assombrado seus pensamentos durante a última semana.


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