Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 66
Capítulo Sessenta e Seis


Notas iniciais do capítulo

Queeeem estava mega nervouser para este capítulo? Eeeeuzinha! *-* Espero que gostem porque é simplesmente muito gostoso, sério.

E para tornar essa leitura ainda mais gostosa, por favor, peço que coloquem a música sugerida no início do capítulo porque ambiente DEMAIS a cena ♥



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Save Me - Hanson

 

Natalie acordou com um feixe fraco de luz furtivo do sol que driblava a cortina da janela e tocava seu rosto, aquecendo-o delicadamente. Antes de abrir seus olhos, memórias da noite anterior nocautearam-na. Lembrou-se dos olhos verdes de Hunter sobre seu corpo. E do prazer descomunal que um proporcionou ao outro. Aquilo não havia sido um sonho, afinal. Sentiu os dedos de Hunter afagar os seus cabelos com doçura.

Os lábios dele desenhavam um sorriso discreto enquanto rememorava cada detalhe da noite passada. Lembrou-se do toque de Natalie em seu corpo e sentiu o coração acelerar inexperientemente. Não se lembrava de alguma vez ter se sentido daquela maneira. Uma paz se apossava de todo o seu corpo.

— Morning, Freckles...— a voz rouca e fraca de Hunter quebrou o silêncio e invadiu os ouvidos de Natalie quando ele a flagrou sorrindo discretamente sobre o seu tórax.

Levantou o rosto sem tirar a cabeça do peito de Hunter. Não queria ter que desencostar dele. Viu-o sorrir de volta ainda meio preguiçoso. Pensou no quão encantador era ouvir aquele apelido ser pronunciado por ele, com o sotaque britânico tão carregado.

— Morning...— ela respondeu quase em um sussurro. Começou a fazer um desenho imaginário sob as tatuagens do tórax de Hunter com a ponta do dedo indicador enquanto lhe lançava um olhar doce e um tanto quanto angelical. Aquela visão acertou o rapaz em cheio. Estava realmente apaixonado.

— Nossas brigas podiam acabar assim mais vezes... – ele falou com uma expressão travessa, seus lábios deixando escapar um sorrisinho contido.

— Quem sabe se você admitir estar apaixonado em todas elas... – Natalie respondeu risonha enquanto vestia sua blusinha e calcinha jogadas sobre a cama e deitava no seu próprio travesseiro. Viu-o enrolar-se com metade do edredom branco que os cobria, tampando os ombros e ficando de bruços.

— Então esse era o segredo?! – Hunter fingiu estar abismado.

— Idiota! – Natalie riu, acertando-lhe o travesseiro no rosto e fazendo-o gargalhar gostosamente. (GIF)

Como reação, Hunter avançou sobre ela, cobrindo-a com o edredom que o envolvia, prendendo-a e fazendo-a rir ainda mais. Apertou-a contra seu corpo e depois ficou a observá-la bem de perto, estudando todo o rosto dela. Aos poucos deixou que o sorriso desaparecesse de seus lábios, ficando mais sério.

— O que foi? – Natalie o encarou levemente preocupada, estudando-o de volta.

Hunter franziu sua testa, juntando as sobrancelhas como se estivesse um tanto emburrado. Respirou fundo:

— Me desculpa. – ele pediu sinceramente.

— Do que você tá falando? – ela entortou a cabeça.

— De tudo. Por tudo, desde o início. E principalmente por ontem, pelos últimos dias. – Hunter pareceu estar um pouco constrangido e abaixou o rosto. – Sei que fui muito mais escroto do que eu normalmente sou. O ciúmes me deixou completamente fora de mim.

— Hunter... – Natalie tentou lhe interromper, mas ele não a permitiu.

— Não... Eu preciso disso. Eu preciso me explicar, acho que você merece uma explicação. – o rapaz finalmente voltou a olhar nos olhos cor de mel dela. – Depois daquela noite na Throgs Neck Bridge eu fiquei... – mesmo depois de ter admitido seus sentimentos por Natalie na noite anterior, ainda era um suplício confessar algumas coisas a ela. Era tão incomum para Hunter falar sobre seus sentimentos...! – Eu fiquei ainda mais maluco por você. Conhecer mais um pouco sobre os seus pensamentos, sobre seus gostos me fissurou ainda mais... E depois daquele beijo... – ele jogou os cabelos para trás um pouco incomodado. – Achei que as coisas finalmente iam rolar entre a gente. E aí veio a balada com a Anna, aquela foto...

— Você podia simplesmente ter tirado essa história a limpo. Aquilo foi má-fé de um paparazzi nojento. – Natalie não conseguiu evitar.

— Eu sei. Você falando isso faz eu me sentir ainda mais idiota, porque era realmente muito mais simples. E eu convivo nesse meio, devia ter imaginado que não tinha nada a ver. – ele deu um riso meio sem graça. – Mas eu já estava morrendo de ciúmes de você com o Hans. Sempre senti um lance entre vocês dois.

— Existe sim um lance entre o Hans e eu, Hunter. – o castanho a olhou um pouco chocado, mas Natalie viu a expressão em seu rosto se suavizar quando ela continuou a falar. – Mas é de AMIZADE, nada mais que isso. Eu me identifiquei com o Hans como não me identifico com alguém há muito tempo. Ele tem os gostos parecidos com os meus e sempre parece compreender tudo o que eu sinto. Ele é um amigo incrível. – Hunter sentiu-se ainda mais envergonhado ouvindo-a. – Aliás, você, mais do que ninguém, deveria saber disso. – Natalie acariciou o rosto dele lentamente, consolando-o. – O Hans te ama, marrento. Ele o tem como irmão, e ouvir todas aquelas coisas realmente o machucou.

— Eu consigo estragar tudo, né? – Hunter a olhou frustrado. Sorriu fracamente quando ela o chamou de marrento.

— Você é um desastre natural, Hunter Saxton. – ela encostou a testa na dele. – Mas também é uma brisa pura que se faz necessária na vida de todos. Todo mundo te adora. E o Hans vai te perdoar porque ele é o Hans. – os dois riram fracamente com a constatação dela.

— Espero que esteja certa.

— Eu sempre estou certa! – Natalie se sentou.

— Não conhecia esse seu lado egocêntrico. – ele arqueou as sobrancelhas divertidamente.

— Não é egocentrismo. É realismo. – Natalie deu uma piscadela antes de começar a gargalhar quando Hunter pulou sobre ela novamente, deitando-a na cama.

— Você fica linda pela manhã, sabia? – o castanho estreitou os olhos verdes como se conseguisse enxergar através dela.

— É mesmo? Acho que você tá falando isso porque tá apaixonado.

A garota de sardas afastou os cabelos compridos que estavam lhe atrapalhando enquanto dava um sorriso encantador e um tanto quanto atraente. (GIF)

— É, pode ser... – Hunter respondeu com a voz um pouco abafada enquanto dava alguns beijos no pescoço de Natalie, fazendo-a sentir cócegas.

Ele deitou ao lado dela. Fitou-a por alguns instantes, sorrindo quase imperceptivelmente. Não conseguia acreditar que estava deitado ao lado de Natalie, apenas passando um tempo juntos. Nada de discussões, nada de ofensas...!

Sentia-se leve. Sentia-se completo. Percebeu que nunca havia se sentido daquela forma antes. Poderia passar o dia ali naquele quarto, só com ela. Lembou-se de quando se conheceram, e parecia um passado muito distante daquele momento em que a paz reinava.

Depois voltou o seu olhar para o teto, pensativo. Aquilo chamou a atenção da garota, que passou a olhá-lo com curiosidade, pois ele parecia estar se lembrando de algo. Quando pensou em questioná-lo, Hunter acabou sendo mais rápido:

— Lembre-me de mandar um presente à Georgia.

Natalie afastou o rosto um pouco desnorteada para focá-lo melhor.

— Georgia? Que Georgia?

— Esse não é o nome daquela garota que você levou ao camarim? – Hunter continuou a olhá-la com um ar audacioso.

— S-sim... Mas o que tem ela?

— Não posso falar. – ele escondeu os lábios de uma vez.

— Como assim, “não posso falar”? – Natalie imitou um terrível sotaque britânico, arrancando risadas de Hunter.

— É segredo. – Hunter cobriu o rosto com o edredom, escondendo-se.

Natalie riu um tanto perplexa enquanto tentava puxar o edredom para descobrir o rosto dele, sem sucesso. O rapaz era bem mais forte do que ela.

— E desde quando você tem segredos com uma garota de 14 anos que você só viu UMA VEZ, Hunter Saxton?

— Ciúmes, Freckles? – a voz de Hunter estava ainda mais abafada, e Natalie percebeu pelo tom do castanho que ele estava sorrindo por debaixo da coberta.

— Ah, é, Hunter. É Ciúmes, sim. – Natalie falou debochada e deu um puxão mais forte no edredom quando Hunter estava distraído, revelando a expressão descarada do cantor. Ela fingiu estar séria para conseguir passar mais credibilidade. – Anda, pode falar!

— O que eu ganho se eu te contar? – ele a olhou divertida e sugestivamente.

— Não ganha nada. Fala logo. – Natalie se ajoelhou na cama, olhando-o.

— Não... Veja bem. Isso não é justo. – Hunter ajeitou os travesseiros em sua cabeça. Estava adorando vê-la inconformada por não saber do que ele estava falando. – Eu estou prestes a revelar um segredo, tenho que ganhar algo em troca.

— Ok, se você NÃO contar, suas fãs vão ter um motivo muito grande pra querer me matar, porque eu vou cortar esse seu cabelo. – Natalie lhe lançou um olhar irreverente, e Hunter precisou se conter para não rir.

— Ok, você ganhou. – puxou-a para perto para que ela se deitasse em seu ombro. A garota o fez, mas continuou a olhá-lo atenta, como uma criança curiosa. – Lembra que você achou que havia me passado o seu número na Lavo quando ficou bêbada? – Natalie assentiu já estreitando os olhos. – Então... Não foi isso. Eu convenci a Georgia a me passar o seu número.

Hunter ficou olhando para Natalie, que continuava séria. Imaginou que a garota começaria a blasfemar a qualquer momento. Ficou espantado quando a viu abrir um pequeno sorriso. Ela carregava uma expressão surpresa no rosto.

E Natalie estava surpresa, de fato. Primeiro porque o mistério do número do seu celular finalmente havia sido desvendado. “Georgia, sua piveta......! Obrigada.” Ela a agradeceu mentalmente. Como ela não havia pensado naquela possibilidade antes?

Segundo porque Hunter Saxton estava admitindo que queria voltar a encontrá-la, queria ter procurado por ela, ligado para ela. Aquilo não aconteceu, de fato. Mas pensar que o primeiro encontro dos dois já havia surtido todo aquele efeito a deixou inflada de felicidade. Sentiu-se uma adolescente apaixonada.

— Por quê? – Natalie simplesmente perguntou.

— Por que o quê? – Hunter ficou um pouco desconsertado.

— Por que você pediu o meu número? – ela sorriu irritantemente de canto, parecendo muito com o que o próprio Hunter costumava fazer.

Ele rolou os olhos e bufou, arrancando uma risadinha de Natalie.

— Porra, você é muito convencida, né garota?! Você quer mesmo ouvir, não é? Ok. – ele conteve o sorriso quando a viu morder o lábio de maneira travessa. – Eu queria tentar reverter o que eu havia falado pra você no camarim. Não tinha ideia de como, mas era a intenção. Só que os moleques me zoaram TANTO por ter levado um fora de você que eu perdi a paciência e deixei pra lá.

— Oh, o orgulho do comedor alfa foi ferido. – Natalie cutucou-o comicamente.

— É, tipo isso. – Hunter rolou os olhos, rindo da provocação da castanha.

Natalie desencostou sua cabeça do ombro de Hunter, para poder fitá-lo. Olhou diretamente naquele par de olhos verde-claros. Os mais claros que ela já havia visto em toda a sua vida. E eles a encaravam com zelo, carinho e necessidade.

Pela primeira vez em muito tempo ela percebeu que se sentia plenamente feliz. Sentia-se verdadeiramente adorada, algo que achou que não seria capaz de sentir tão cedo. Ainda mais se aquele sentimento viesse de Hunter. (GIF)

O rapaz sentiu-se tenso com o peso do olhar amendoado de Natalie lhe encarando tão profundamente.

— O que foi? – era a vez dele perguntar, e o fez e uma vez, desconfiado.

Natalie deixou um pequeno e tímido sorriso se desenhar em seus lábios.

— Só estou feliz. – ela respondeu simplesmente. Hunter arregalou os olhos, deixando-os passear por todo o rosto de Natalie, estudando cada traço da expressão que ela carregava.

Hunter merecia ouvir aquela constatação, saber que era o motivo da felicidade dela naquele momento. Apesar de todos os pesares, das discussões, dos desentendimentos e xingamentos, Hunter sempre fora honesto com ela. Sempre expressava seus sentimentos, não importava quão confusos eles fossem. Não importava o quão ridículo ele pudesse parecer diante dela. Ele sempre o fez. Assim como na noite da balada, em que admitiu não a ter tirado da cabeça. Ou como na noite da briga no show, em que ele disse que Natalie trazia tudo o que havia de bom dentro dele. Ou até mesmo como fez na noite passada, gritando em alto e bom som que estava apaixonado por ela.

E estava na hora de Natalie ser honesta com ele também.

Viu os olhos verdes de Hunter brilharem e se estreitarem enquanto um sorriso um tanto quanto sutil apareceu em seus lábios. Ela havia dito uma pequena frase. Três palavras. E de alguma forma elas foram capazes de dizer tudo o que ela nunca havia lhe dito durante todo o tempo em que se conheciam.

Hunter respirou fundo, tentando sair do êxtase no qual Natalie o havia mergulhado. Ouvir aquilo o havia deixado radiante. E quando algo o deixava assim, era praticamente impossível controlá-lo.

— Posso te deixar ainda mais feliz. – Hunter apoiou o seu corpo sobre o próprio cotovelo para olhá-la, já que Natalie havia se sentado. Usou o tom mais sacana que conseguia, fazendo-a rir.

— Ah, é? Como? – Natalie arqueou uma de suas sobrancelhas provocativamente, segurando o riso.

Em resposta, Hunter avançou sobre Natalie, mas a garota de sardas foi mais rápida e se levantou da cama. Ria como uma criança.

— Vem aqui! – ele chamou de forma manhosa enquanto a assistia vestir uma camisa qualquer que ele havia jogado na poltrona no dia anterior.

— O que eu ganho? – a castanha sorriu maliciosamente ao passo de que se aproximava dos pés da cama como se dançasse lentamente, o que o fez rir baixo.

— Essa frase é minha, Freckles. – Hunter se esforçou para andar de joelhos sobre a cama sem tirar o edredom, que agora lhe cobria da cintura para baixo. Sentou-se na frente de Natalie. – Vem aqui.

— Hunter, a gente tem uma agenda, temos que...! – Natalie soltou um grito esganiçado quando Hunter puxou-a pela cintura, fazendo-os rir enquanto o rapaz lutava para jogá-la na cama.

A garota puxava seu corpo contra Hunter, gargalhando. Ele a teria derrubado na cama se não houvesse levado um susto quando ouviram alguém bater na porta.

Involuntariamente, Natalie se desvencilhou dos braços de Hunter e correu para atender.

— Natalie, você não está vestida...! – Hunter gritou tentando alertá-la, mas era tarde demais.

Thomas ficou com os pés estancados na soleira da porta, olhando sugestivamente para Hunter e Natalie, que estavam imóveis.

— Bom dia, safados.

Hunter jogou-se na cama e acompanhou a gargalhada de Natalie, que naquele momento já não estava se importando com mais nada. Estava tão feliz que nem mesmo Thomas tendo lhe flagrado de calcinha a abalaria.


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Notas finais do capítulo

AI GENTE!
Alguém ainda consegue acreditar que esses dois estão nesse love todo? Parece um sonho, né? Espero que não tenhamos de acordar dele tão cedo! ♥

Pessoar, vamo pro grupo? Umas galerinha já vem entrando, mas seria muito importante pra mim que vocês apareessem por lá. Quero muito interagir e conhecer meus lindos leitores. Vem comigo? ♥

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