Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 64
Capítulo Sessenta e Quatro


Notas iniciais do capítulo

Gente. Agora é sério.

Segura na minha mão aqui porque vocês vão ficar nada bem (ou vão).



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O silêncio se instalou por alguns segundos que mais pareciam uma eternidade. No ambiente que há pouco menos de um minuto era preenchido de músicas e risadas agora jazia apenas o som da respiração pesada de Hunter. Natalie conseguia ver o peito do rapaz subir e descer em busca de mais ar, pois parecia que não lhe estava sendo o suficiente.

Hunter estava, na verdade, tentando controlar a vontade súbita de quebrar tudo naquele quarto depois de ver Natalie levemente alcoolizada dançando para Hans. Sabia que se quisesse que a garota ao menos lhe dirigisse a palavra ele deveria manter a calma. Conseguir falar com ela por si só já seria uma guerra... Mas ganhar aquela batalha contra o ódio que estava lhe consumindo parecia ainda pior. Principalmente ao lembrar-se dos flashes de Natalie e Hans que a sua mente havia criado momentos atrás.

— Será que a gente pode conversar? – Hunter sentiu a garganta seca.

— Não, não vai rolar. – Natalie repetiu a frase que ele havia dito a ela mais cedo. A garota se aproximou da mesinha onde o seu copo jazia e serviu uma dose de whisky. Olhou para Hunter com certo escárnio enquanto pegava o objeto e o levantava na altura dos lábios para provocá-lo antes de tomar um gole. – Estou ocupada bebendo. (GIF)

Hans prendeu a respiração quando viu a perplexidade ganhar o rosto do amigo. A mandíbula do castanho ficou em evidência quase que instantaneamente, mas ele não perderia a pose. Hunter Saxton jamais perdia a pose.

Sem quebrar o contato visual com ela, ele se aproximou da mesinha em que Natalie colocou a garrafa e pegou o outro copo que estava sobre a superfície, servindo a si mesmo.

— Tudo bem, te acompanho. – Hunter virou o copo de uma vez, sentindo a bebida descer rasgando em sua garganta. Continuou a encarar Natalie insistentemente. Esta o olhava um tanto quanto frustrada.

Hans se levantou da cama quase que de repente, fazendo com que Hunter se lembrasse da presença dele no recinto.

— Hunter, é melhor você sair.

— Ora, mas por quê? Achei que estavam se divertindo aqui! – o rapaz depositou o copo vazio com certa brutalidade sobre a mesa e jogou os cabelos que lhe caíam no rosto com as mãos.

Hans já estava começando a se alterar.

— Não acha que já fez cena demais por hoje? – o irlandês falou sem filtro nenhum. Se preocupava sempre em medir as palavras para evitar atrito com o melhor amigo, mas ele já estava farto. – A Natalie não quer falar com você agora, cara. Que tal dar um pouco de espaço?

Hunter estreitou os olhos verdes na direção de Hans e foi até ele a passos firmes enquanto seus punhos se fechavam. O castanho pressionava tanto seus dedos nas palmas das mãos que as suas juntas ficaram esbranquiçadas. Ficou frente a frente com o amigo como se quisesse confrontá-lo.

— Mais espaço pra você conseguir o que quer com ela assim como você fez com o Ellijah? – Hunter soltou o ar debochadamente. – Você não me engana. Não mais.

— Não viaja, Hunter. Esse seu ciúmes tá fodendo com tua cabeça, irmão. – Hans rebateu sem medo. – Ela não quer falar contigo agora. Será que você consegue respeitar isso?

— Você não é meu irmão. – Hunter viu a frase atingir Hans como um soco. O loiro engoliu em seco, visivelmente chateado. – E também não é o porta-voz dela. Agora você decide quando ela pode falar comigo também? Acho que o ciumento aqui talvez seja você... Toma cuidado, Irish. Vai acabar perdendo a sua garota.

— Já chega! – Natalie finalmente se manifestou, colocando-se no meio dos dois. Ficou de frente para Hunter como se estivesse na defesa de Hans, o que fez o rapaz de olhos verdes perder a linha. – Por que você não vai com aquela garota e não nos deixa em paz? Estávamos muito bem até você chegar.

— Nossa, Hans. Você deve ser bom de foda mesmo... – Hunter usou de seu tom cínico enquanto fazia uma expressão como se estivesse impressionado. – Me conta qual o teu segredo pra domar a Natalie assim.

Natalie inflou o peito de raiva. Hunter pensou que ela fosse lhe acertar outro tapa e deu um passo para trás quando a viu bufar.

— Ok. Você precisa sair. – Natalie o olhou com repulsa, fazendo Hunter perceber a asneira que havia acabado de dizer e se arrepender no mesmo instante. (GIF)

— Esquece o que eu falei... Eu preciso falar com você. – Hunter tocou seu braço. Começou a se desesperar.

— Não toca em mim. – a garota de sardas se desvencilhou da mão de Hunter com certa brutalidade. – Não se trata do que você precisa, e sim do que você quer. Só que as coisas não são assim, só quando você quer. Eu fiquei durante dois dias feito uma idiota tentando esclarecer as coisas, mas e daí?! Você não dá a mínima pra ninguém. Você é um babaca egoísta que não se importa com mais nada além do seu umbigo.

— Tá... Mas agora eu tô aqui. Fala comigo, Natalie. – o tom de Hunter era de súplica. As sobrancelhas se juntaram em sinal de preocupação.

Natalie ofegou. Sentiu seus olhos marejarem enquanto ela soltava uma risada anasalada.

— Já não importa mais, Hunter. (GIF)

— Por favor. – Hunter pediu sinceramente e aquilo surpreendeu Hans.

— Sai daqui. – Natalie fechou os olhos para não ter de olhá-lo.

— Não, eu não vou sair daqui até você falar comigo.

— Ótimo. Se você não vai sair, eu saio. – Natalie passou por Hunter quase como um trovão, saindo do quarto de Hans.

Hunter virou-se para segui-la, mas foi impedido por Hans, que lhe segurou pelo braço.

— Dá um tempo pra ela.

— Hans... – Hunter virou-se para o loiro, soltando-se. – Não fode, cara. Não se mete. Cuida da porra da tua vida.

Hunter não esperou Hans responder. Correu para fora do quarto em busca de Natalie.

 

**

 

Quando Hunter alcançou Natalie, a garota já estava abrindo a porta do apartamento.

— Natalie, espera! – Hunter passou pela porta, seguindo-a pelo corredor do hotel. – ESPERA! – ele berrou, prendendo-a contra a parede. – Por favor... POR FAVOR! – ele repetiu para tentar fazer com que Natalie parasse de se debater para se livrar das mãos dele.

— ME LARGA! – ela finalmente gritou. Depois de todo aquele tempo tentando manter a calma com Hunter, a voz de Natalie despontou forte e estridente pela sua garganta. – Você sempre estraga tudo, SEMPRE! Você consegue acabar com tudo, consegue me arruinar! Eu te ODEIO! – Aquilo pareceu doer muito mais do que um soco no estômago do rapaz, pois Natalie foi capaz de soltar-se com facilidade, empurrando-o contra seu corpo. Dessa vez ela já não estava se importando com a enxurrada de lágrimas que transbordavam de seus olhos cor de mel, que pareciam mais claros do que nunca, como se fossem lavados pelo choro dela. – ODEIO te dar o mínimo de importância que seja, porque você não merece porra nenhuma do que sinto por você! Eu tô cansada!

— EU TAMBÉM TÔ CANSADO! – Hunter esbravejou de volta, interrompendo-a. Seu coração se despedaçava a cada lágrima furtiva dela. – Tô cansado de me sentir fora do controle, Natalie. De me sentir completamente sem defesas perto de você, de não parar de pensar em você! Desse ciúmes que me CONSOME quando o assunto é você!

— Para de mentir! Você transa com todas que cruzam o teu caminho! – ela abriu os braços, gesticulando nervosamente.

— Não fala merda! – Hunter sentia-se fora do próprio corpo. Bateu com força o punho fechado na parede atrás dele. – Eu não transei com aquela garota.

Natalie tentou rir sarcasticamente entre as lágrimas e soluços.

— Agora você vai mentir assim, na minha cara?

— Eu NÃO transei com ela. Mas eu queria, EU QUERIA. Sabe por que? Porque eu queria te esquecer, Natalie. – Hunter passou a mão pelos cabelos descontroladamente. – Eu queria que você saísse da porra dos meus pensamentos por pelo menos UM MINUTO. Só que eu não consegui. Eu não consegui porque ouvi você. Te imaginei com o Hans e aquilo me  consumiu! Eu me deitei com ela e vi VOCÊ, Natalie. Tem noção do que é isso?! – Seus olhos verdes buscavam compaixão no mel dos olhos dela. As mãos tremiam e ele tentou disfarçar aquele detalhe jogando os cabelos para trás mais uma vez, enquanto dava as costas para Natalie por alguns instantes. Tudo o que ele conseguia ouvir dela eram os soluços que se desprendiam de sua garganta. (GIF)

— Eu broxei porque não consegui parar de pensar em você. PORQUE EU TÔ APAIXONADO POR VOCÊ. – Hunter a prendeu novamente contra a parede, mas dessa vez com delicadeza, olhando-a com desejo e paixão. Viu Natalie respirar descompassadamente. – Você ouviu? – ela sentiu o hálito quente de whisky vir de encontro aos seus lábios, que já estavam bem próximos. – Eu tô apaixonado por você.

Hunter não esperou Natalie ter qualquer reação. Estava cansado de esperar. Fez o que devia ter feito há muito tempo: tomou os lábios da garota de sardas, envolvendo-se em um beijo quente e apaixonado com uma pitada de whisky e lágrimas.


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Notas finais do capítulo

E AÍ, MIGOS :x rerere

O que acharam desse paranauê todo? O que será que vai acontecer, GZUIZ

Depois dessa cês tem que vir pro grupo surtar comigo, façam favor

https://www.facebook.com/groups/1789592861331239/