Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 57
Capítulo Cinquenta e Sete


Notas iniciais do capítulo

Sei que muita gente sentiu saudade do Hunter no último capítulo. Principalmente a querida leitora Letícia, né, amore? HAHAHAHAH Mas não se preocupem, porque nosso bibelô está de volta! Mas...! :x



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Quando Natalie chegou ao aeroporto, seu celular marcava 2:30 da manhã. Foi diretamente até fila para despachar as malas. Apoiou o peso na alça da mesma enquanto respirava pesadamente.

Embora tivesse tido todo o domingo para descansar da festa, sentia-se cansada mentalmente. Concluiu que aquela havia sido a pior “despedida” entre melhores amigas de todos os tempos. Ela e Anna continuavam sem se falar. Sequer haviam se cruzado dentro do apartamento, pois Natalie fez questão de não colocar os pés para fora do quarto durante todo o dia. Ainda estava muito chateada para ter de lidar com Anna, e decidiu focar-se em arrumar as malas e os equipamentos da câmera para a viagem.

Inicialmente achou que Anna nem havia voltado para casa, mas no começo da tarde daquele domingo notou uma certa movimentação vindo do quarto ao lado. Acreditou que mais cedo ou mais tarde ela bateria em sua porta para tentar conversar e pedir desculpas, mas isso não aconteceu. Mesmo não querendo conversar, se magoou por Anna não ter tentado sequer uma aproximação. Afinal de contas, foi Anna quem a atacou e disse coisas que não eram verdades. Se tudo se tratasse apenas da traição de Izaac...! Para Natalie, Anna havia sido injusta e diminuído tudo o que ela havia sofrido no antigo relacionamento. Por isso, ela decidiu que também não a procuraria.

E lá estava Natalie na fila, arrependida por estar viajando brigada com Anna. Imaginou um cenário totalmente diferente, onde ela havia prometido pelo menos umas quatro vezes de que mandaria foto de tudo e todos.

“Anna tem razão”, sua mente começou enquanto ela entregava os documentos ao atendente para que as malas fossem despachadas. “Está na hora de você se tornar mais independente e parar de precisar tanto das pessoas. Chega de pedir socorro por todo drama na sua vida. Aliás: chega de fazer de tudo um drama. Esta viagem será um divisor de águas, Natalie Kalkmann.”

— Ok, será o divisor de águas. – ela respondeu a si mesma – Eu vou esquecer essa história e vou aproveitar esse trabalho ao máximo. Não tem nada pra dar errado. O Hunter e eu estamos nos dando super bem e é nisso que eu tenho de focar. – quando se virou para sair da sessão de despache seu ombro deu de encontro com alguma coisa. Ou melhor: alguém.

— Falando sozinha? – Natalie sorriu ao reconhecer o tom brincalhão da voz de Hans.

— Eu falo bastante sozinha, Irish. Melhor se acostumar. – Natalie respondeu divertidamente enquanto dava um abraço rápido no amigo. Percebeu que ele carregava a case do violão. – Veio despachar também?

— Não é lá uma boa ideia despachar violão. Ainda mais se for de estimação como este. – ele deu uma piscadela. – Estava indo comprar um café quando vi você. Os moleques já estão na sala de embarque. Se você quiser, já pode ir pra lá.

— Hm... nah, vou com você. Tô precisando mesmo de um mocha pra acordar.

 

**

 

Natalie e Hans avistaram Thomas, Hunter e Luke ao adentrarem a sala VIP de embarque. Thomas e Hunter estavam conversando distraídos ao lado de um Luke visivelmente abalado, sentado em uma das cadeiras de espera. Parecia perdido em seus próprios pensamentos. Sentiu pena do rapaz ao lembrar-se do ocorrido da noite de sábado.

— Fala galera. – cumprimentou Hans, se aproximando primeiro.

Natalie não conseguiu disfarçar o sorriso ao cruzar o olhar com as esmeraldas de Hunter. Este não retribuiu o gesto, apenas tensionou a mandíbula, olhando dela para Hans. Aquilo provocou um certo desconforto em Natalie, mas ela tratou de mascarar aquela sensação.

— Ué, cês vieram juntos? – Thomas perguntou o que Hunter questionava em seu íntimo. Agradeceu ao amigo mentalmente por ele ser intrometido do jeito que era.

— A gente acabou se encontrando na fila de despache. – Natalie respondeu antes de dar um gole de seu café.

Hunter estreitou os olhos minimamente, dando atenção ao fato de Hans e Natalie estarem tomando café. Respirou fundo e desviou o olhar. A castanha estava sentindo um clima diferente entre ela e Hunter. Algo que não estava conseguindo decifrar e que já a estava martirizando. Eles estavam tão bem na sexta-feira...!

Balançou a cabeça minimamente para afastar todas aquelas perguntas. Só podia ser coisa da sua mente lhe pregando peças. "Vai ver Hunter faz o tipo mal-humorado quando está com sono", pensou.

Deu alguns passos para se sentar ao lado de Luke. O rapaz sequer moveu o olhar. Natalie tocou em sua mão delicadamente, chamando a atenção dele para olhá-la.

— Tudo bem? – ela perguntou baixo para que só ele escutasse.

Luke fechou os olhos, que marejaram minimamente. Ele balançou a cabeça uma única vez em negativa. Anna o havia arruinado. Sentiu raiva da melhor amiga por saber que era ela a causadora do sofrimento de Luke. Apertou a mão do moreno de leve como se quisesse lhe passar forças, tentando consolá-lo. Luke pousou a sua outra mão sobre a mão dela, retribuindo o gesto, como se aquilo significasse um “obrigado” silencioso. Ela entendeu.

O momento foi interrompido por Steve, que chegava a passos rápidos.

— Muito bem, meninos. E menina. – ele olhou para Natalie, dando um sorriso quase imperceptível. Aquela era a maneira de Steve brincar. Natalie deu um sorrisinho tímido em resposta enquanto ela e Luke se levantavam. – O embarque vai começar e deram prioridade para entrarmos antes dos outros passageiros. É melhor irmos.

Todos assentiram e seguiram o empresário rumo ao embarque.

Quando seguiram para o corredor que liga o aeroporto ao avião, Natalie acelerou o passo para abordar Hunter. Todo aquele tempo e ele não lhe dirigiu uma única palavra!?

— Ei... – ela deu uma corridinha para ficar ao lado do castanho.

— Ei.

— Éé... – Natalie deu uma tossida, meio desconsertada. – Tudo bem?

— Hm... tudo, e você? – Hunter ajeitou a mochila em um dos ombros. Deu uma olhada rápida para a garota. Sua expressão continuava vazia, e aquilo já estava começando a consumi-la.

— Tudo. Eu acho. – a última parte ela falou quase como um sussurro que ele não ouviu.

Odiava aquele tipo de situação na qual Hunter a estava colocando. Era como se ela o estivesse cobrando de algo do qual ela não tivesse direito. Respirou fundo para conter-se. Havia prometido a si mesma que não iria ficar fazendo de tudo um drama, e lá estava ela de novo. Estava na hora de mudar o jogo.

— Ansioso? – mudou de assunto enquanto passavam por entre as poltronas. Eles iam se sentar juntos.

Not really. Já estive em New Orleans pelo menos umas duas vezes. E na Califórnia... já perdi as contas. – Natalie pôde jurar que sentiu um tom de desdém na voz do rapaz. Olhou para trás para olhá-lo, mas este não fez questão de olhá-la de volta.

Quando chegaram às cadeiras 33 e 34, Natalie se encolheu para sentar-se à janela. Ao olhar para Hunter, viu que ele continuou parado no corredor, olhando para a numeração, bem ao lado dela.

— Não vai se sentar? – não soube o por quê, mas estava com medo da resposta, pois algo lhe dizia que não seria algo agradável.

Hunter ficou em silêncio por alguns segundos, como se pensasse no que dizer.

— Sabe o que é? Não curto muito sentar do lado direito do avião. – Natalie levantou as sobrancelhas em descrença. – É meio que uma superstição. – ele levantou os ombros e virou o corpo minimamente para o lado esquerdo, onde Hans e Thomas estavam sentados. – Hans... você pode vir aqui um segundo?

Natalie estreitou os olhos como se estudasse Hunter. O que diabos estava acontecendo?

Viu Hans se aproximar sem entender nada.

— Fala, bro. – o irlandês colocou as mãos nos bolsos.

— Você pode trocar de lugar comigo?

Natalie arregalou os olhos no mesmo instante, perplexa. (GIF)

— C-como assim? – Hans parecia ainda mais espantado do que ela própria.

— Pode ou não? – Hunter levantou as sobrancelhas. Parecia já estar perdendo a paciência.

— Ah... tudo bem... – o loiro levantou os ombros, encolhendo-se.

— Ótimo. Acho que você vai ser uma companhia melhor pra Natalie do que eu. Não acha? – ele direcionou a pergunta à garota, e antes de sair deu-lhe um sorriso rápido e um tanto quanto... cínico?

Natalie e Hans ficaram se entreolhando. Era como se estivessem olhando para um espelho, pois a expressão de confusão era exatamente a mesma. (GIF)

Ainda boquiaberto, Hans se ajeitou para sentar-se na poltrona ao lado de Natalie.

Os dois assistiram Hunter colocar sua mochila no compartimento acima da poltrona que antes era de Hans. Os outros passageiros também já estavam embarcando.

— O que foi aquilo? – ele perguntou, finalmente.

— Se você não sabe, eu sei muito menos... – Natalie sentia os lábios secos, tamanha era a perplexidade que a assombrava.

O avião já estava para decolar e Natalie teve a impressão de que o seu plano sobre aproveitar a viagem e focar em Hunter também decolava. Mas para o espaço.


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Notas finais do capítulo

Que bicho mordeu o Hunter? :O Num dia ele é um príncipe encantando, e de repente vira a casaca? E depois falam que as mulheres é que são complicadas... TSC TSC

Aliás, posso saber o que vocês estão esperando para entrar no nosso grupo lindo de Defenceless no Facebook? Tão perdendo os gif tudo, gentxe ♥

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