Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 43
Capítulo Quarenta e Três


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, não sei se notaram que eu estou postando com mais frequência, e isso tem realmente um motivo que me deixa MUITÍSSIMO feliz. Eu estava com uma crise de criatividade TENSA que me fazia segurar os capítulos prontos porque senão eu não ia ter mais nada pra postar. Mas finalmente, depois de quase seis meses, minha querida inspiração VOLTOU! Agora ninguém mais segura a Natalie, o Hunter ou essa linda amizade que está nascendo entre a Natalie e o Hans ♥



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Natalie deixou uma risada escapar dos lábios sem nem perceber, de tão nervosa que estava com a situação, e aquilo fez Hans a acompanhar. O loiro começou a gargalhar.

— Caralho, já tô até começando a me acostumar com esse lance de sair escondida. – ela segurou a barriga, inclinando o corpo de tanto rir. – E eu não sou porra nenhuma.

— Não fala assim. Você é muita porra. – os dois se entreolharam sérios, mas Natalie começou a rir de novo por causa do que ele havia falado. O rapaz também não se aguentou.

A castanha puxou o boné da mão de Hans enquanto enrolava os cabelos para colocá-los para dentro do mesmo.

— Eu não acredito que isso tá acontecendo. De novo. – ela balançou a cabeça negativamente. – Que merda, sério.

— Me desculpa por isso, de verdade. – ele a segurou pelos ombros, tentando parar de rir, mas olhando-a com sinceridade. – Sei que é foda, ainda mais pra você.

— Tudo bem... – Natalie respirou fundo. – Vai dar tudo certo... Né?

— É. – tentou parecer encorajador. – Ah, peraí. – a garota o olhou confusa e percebeu que ele puxava o celular do bolso da calça. – Me passa seu número. Quero que me avise quando estiver sã e salva. – esticou o iPhone para ela.

Natalie o encarou por alguns segundos. Seus olhos cor de mel dançavam entre o rosto do loiro e o aparelho nas mãos dele. Quando Hans chacoalhou o celular minimamente em sua direção, acabou puxando-o de uma vez. Não conseguia acreditar que estava passando seu contato a Hans Norwell. Cada vez que parava para pensar nos acontecimentos do último mês, parecia que era tudo coisa de sua imaginação.

Digitou seu número e o próprio nome, salvando nos contatos do iPhone dele. Entregou-o.

— Vou te ligar pra você marcar meu número mais tarde. – ela assentiu, respirando fundo.

— Bom, acho melhor eu ir de uma vez, enquanto não deve ter tanta galera lá fora. – viu o loiro assentir enquanto os dois se encaminhavam para a porta.

— Tem certeza que não quer ficar por aqui? – o loiro brincou enquanto ajeitava o boné na cabeça dela. Lembrou-se da ocasião em que sentira as mãos de Hunter fazer o mesmo e tentou afastar aqueles pensamentos. Natalie franziu a testa, fingindo irritação.

— Obrigada pelo convite, Irish. Quem sabe numa próxima vez. – ela respondeu enquanto alcançava a bolsa e o livro que ele havia lhe emprestado.

— Fica me devendo uma festa do pijama, então. – ele gargalhou quando a viu sair pela porta.

— Ok, ok! Alguma dica caso a merda seja feita lá embaixo?

— Certo... Sempre de cabeça baixa e não olhe para nenhuma câmera diretamente. E não importa quão cretinas e absurdas sejam as perguntas... Ignore todas. E acredite, você vai querer mandá-los para o inferno. Não o faça.

— Não mandar ninguém para o inferno. – ela repetiu para si mesma como um mantra, fazendo-o rir. – Ok, acho que consigo. Deseje-me boa sorte! - Natalie deu uma piscadela e acenou. (GIF)

— Boa sorte! 

 

**

 

Quando Natalie saiu do elevador, encontrou a moça da recepção que havia conhecido quando chegou com Hans, Eleanor. A mulher era rechonchuda e parecia ter uns 40 anos. Eleanor sorriu e a chamou-a com a mão enquanto saía de trás do balcão do hall.

— Olá, senhorita Kalkmann! O sr. Norwell pediu que eu lhe ajudasse a chegar aos fundos do condomínio.

— Natalie, me chame de Natalie. – ela sorriu enquanto acompanhou Eleanor.

— Vou tentar. O sr. Norwell também sempre me diz para chamá-lo de Hans. – ela riu francamente.

— Pois então, nos chame pelo nosso primeiro nome, por favor! – a castanha riu. Estava realmente nervosa com o fato de poder encontrar um paparazzi.

As duas adentraram no elevador de serviço e foram para o segundo subsolo da garagem. Depois de atravessarem o local, acabaram chegando à saída que dava para a próxima quadra.

— Ai, obrigada, Eleanor. – as duas se abraçaram brevemente. Natalie tentou sorrir.

— Não precisa nem agradecer, querida. O sr. Norwell... Digo, o Hans é um rapaz maravilhoso.

— Eu sei. – dessa vez conseguiu sorrir.

Respirou fundo antes de acenar e sair dali olhando para os dois lados rapidamente, para, em seguida, abaixar a cabeça e puxar a aba do boné o máximo possível para lhe cobrir o rosto.

Estava se sentindo uma fugitiva em meio às ruas de New York. Teria rido se não estivesse tão tensa. Ficou imaginando seu rosto estampando a nova edição da revista que Hunter aparecera duas vezes e quase vomitou só de cogitar a possibilidade.

Andava o mais rápido que suas pernas conseguiam, e ao mesmo tempo, tentava não chamar a atenção. Foi quando de repente ela sentiu seu ombro trombar em alguém. Quando subiu o rosto e um pouco da aba do boné, viu que era apenas um senhor, mas aquilo a atentou para um trio de fotógrafos mais a frente. Eles já a haviam clicado antes de ela perceber.

— Não sabe pedir desculpas, garota mal-educada? – O senhor se queixou com um tom alto, o que chamou a atenção dos paparazzi no mesmo instante. Arregalou os olhos.

— Merda! – ela abaixou o boné mais uma vez. Felizmente, não conseguiram fotografar seu rosto. (GIF)

Saiu correndo para o lado oposto enquanto ouviu os fotógrafos começarem a gritar e a correr. Sentiu seu coração quase na garganta e pensou que fosse colocar todo o chocolate quente que havia tomado com Hans para fora.

Notou seu celular vibrar no bolso de trás de sua calça, mas simplesmente o ignorou. Seria uma péssima ideia tentar atendê-lo. Precisava de foco.

Agradeceu mentalmente os anos de corrida, pois o esforço não estava sendo grande para despistar os fotógrafos. Quando virou o quarteirão, entrou no hall de um prédio qualquer, escondendo-se atrás de um pilar por alguns segundos.

Tentou recuperar o fôlego enquanto ficava imóvel. Lembrou-se da época em que brincava de esconde-esconde no escuro com os primos na fazenda de sua tia e quase riu da situação. Nunca imaginou que passaria por algo como aquilo.

Finalmente olhou para frente e viu um recepcionista com uma expressão confusa no rosto.

— Paparazzi. – ela simplesmente disse com um sorrisinho, como se fosse algo corriqueiro, e o recepcionista a olhou pelo canto do olho sem entender nada.

 

**

 

Hans estava ligeiramente preocupado. Havia ligado três vezes e Natalie não havia atendido o celular em nenhuma delas. Arriscou mandar mensagem e percebeu que ela também ainda não as havia visualizado. Passou a mão pelos cabelos loiros, bagunçando-os ainda mais.

Quando ouviu a campainha tocar, sentiu um alívio tomar conta de seu corpo. Sorriu e correu para a porta.

— Desistiu? – ele disse num sorriso quando abriu a porta. Seu coração gelou no mesmo instante.

— Tá maluco? – era Hunter quem ria enquanto adentrava o apartamento sem nem Hans o convidar. Já eram de casa.

O irlandês arregalou os olhos azuis quando finalmente lembrou-se que havia combinado de jogar vídeo game com Hunter. Prendeu a respiração, tenso, só de imaginar a reação do amigo caso tivesse trombado com Natalie, que havia saído apenas 20 minutos atrás.

— Que cara é essa? – Hunter finalmente virou-se para voltar a olhá-lo. Estranhou a reação de Hans. – Aconteceu alguma coisa?

— N-não, claro que não. O que poderia ter acontecido? – Hans tentou sorrir, mas vacilou. Passou por Hunter, tentando disfarçar.

O castanho estreitou os olhos verdes e acompanhou o amigo. Assim que alcançou a sala, seus olhos focaram nas duas xícaras que repousavam sobre a mesinha de centro. Passou por Hans, ficando de costas para ele.

— Acho que já tô sacando tudo aqui. – ele disse sério, sem nem olhar para Hans.

O loiro engoliu em seco. Sentiu seu corpo enrijecer. Conhecia bem Hunter para saber que ele não entenderia qualquer explicação, mesmo que as coisas não fossem nada como ele provavelmente iria pensar.

— Cara...

— Você tá saindo com mais de uma mina, né? – ele se inclinou, pegando as duas xícaras e finalmente se virando para o amigo com a testa franzida. – Não que eu me importe... Mas depois você fala de mim. – Hunter riu debochadamente, mexendo as sobrancelhas de maneira divertida.

Hans riu baixo.

— Não estou pegando duas meninas ao mesmo tempo, Hunter. Sabe que não gosto disso. – foi até o amigo e puxou as xícaras das mãos dele para levar até a cozinha.

— Ah não? Então por que essa cara de quem viu um fantasma? Confessa. Você tava com medo de que eu te flagrasse. – Hunter gargalhou, seguindo o loiro.

— Nada a ver!

— Ok, então quem estava aqui com você? – viu o loiro ficar sério antes de encará-lo enquanto colocava as louças na máquina. – Eu conheço?

— Para, vai. – Hans fechou o cenho. Estava tentando não parecer tão tenso.

— Peraí... É alguém que eu já peguei, é isso? – Hunter deu um sorriso de canto. – Eu não ligo pra essas coisas, você sabe. – viu o loiro respirar pesadamente enquanto passou por ele. – Tô só brincando com você, cara. Não tá muito pra piada hoje? Eu hein... – foi em direção da TV para ligar o vídeo game.

Hans se jogou no sofá e coçou a cabeça, incomodado. Cogitou, por alguns instantes, em contar que Natalie havia estado ali, mas sabia que Hunter ia interpretar da pior maneira possível. Repensou e achou melhor omitir o acontecimento. Queria evitar aquela situação a todo custo.

Sentiu o bolso vibrar e puxou o celular no mesmo instante. Quando viu que era uma mensagem de Natalie, seu pescoço até se soltou e ele deitou a cabeça no sofá, aliviado, enquanto passava a mão no cabelo. (GIF)

 

Nats

Hey, Irish. Depois de uma corrida maluca por dois quarteirões com três fotógrafos no meu encalço, consegui pegar o metrô, sã e salva. Mission accomplished!

Ah, valeu pelo livro e o chocolate quente! Sláinte!*[1]

 

Deixou um sorriso lhe escapar dos lábios mas depois sentiu seu coração parar quando viu que Hunter se jogou ao lado dele. Guardou o iPhone no mesmo instante.

— Mandando mensagem com putaria, Leprechaun? – Hunter gargalhou, e a piada fez Hans rir daquela vez. – Cuidado pra não vazar essa merda.

— Cala a boca e me dá o controle, H.

 

[1] “Saúde” em gaélico, língua de origem irlandesa. Se pronuncia "Slantcha".


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Notas finais do capítulo

Por POUCO o Hunter não tromba a Natalie, genteeee. Que situ, nénon?



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