Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 42
Capítulo Quarenta e Dois


Notas iniciais do capítulo

Confissões vindo por aí! :x



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Natalie estava sentada no sofá da sala terminando de checar as redes sociais no celular quando Hans apareceu com duas xícaras enormes de chocolate. (GIF)

— Pronto. – ela começou em um tom divertido. – Agora você não vai mais poder ficar me cobrando esse chocolate quen... Mentiraaa! – ela mesma se interrompeu quando o rapaz lhe entregou uma das xícaras e ela pôde ver que junto com o chocolate, Hans havia se dado ao trabalho de colocar alguns marshmallows também. Olhou para o loiro completamente surpresa, a boca minimamente entreaberta. – Você é muito queridooo!

Hans sorriu sem graça enquanto se sentava ao lado dela no sofá.

— Agora você vai entender o porquê de eu tanto falar do meu chocolate quente. – ele riu.

— Nossa, vou vir sempre, agora! – a garota comentou antes de dar um gole de sua bebida e comer um dos marshmallows. Fechou os olhos por alguns segundos enquanto sorriu com os lábios e sentiu o alimento derreter em sua boca. – Mother of God, que delícia, socorro. – segurou a xícara com as duas mãos.

— Será sempre bem-vinda, sabe disso. – Hans riu da reação dela. – Você devia ter vindo ao meu jantar! Foi bem divertido.

Ao ouvir aquilo, Natalie levou a xícara à boca novamente, para dar tempo de pensar em alguma resposta convincente. Mas não conseguiu. Apenas olhou séria para Hans, que lhe devolveu o olhar.

— Eu... Eu imagino. – ela deu um sorriso fraco, focando seu olhar nos marshmallows dentro de sua própria xícara.

— Você... – o loiro limpou a garganta, tentando ser o mais delicado possível. Não sabia se tinha liberdade para aquele tipo de conversa, mas entrou no assunto mesmo assim. – Você não veio por causa do Hunter... Não é?

Natalie respirou fundo e finalmente voltou seus olhos cor de mel para ele. Deixou os lábios sumirem em uma linha fina.

— Achei que não seria uma boa ideia.

Hans deu um sorriso fraco, deixando a risada sair baixa e anasalada.

— Vocês são as pessoas mais complicadas da face da Terra, sério. – o comentário fez Natalie rir fracamente.

— É, é complicado mesmo.

— O Hunter é foda, eu sei. – ele comentou antes de dar um gole de seu chocolate. Natalie continuou atenta. – Mas você sabe que ele não é uma má pessoa.

— Sei? – ela perguntou tentando não soar de maneira sarcástica. – Ele... Ele me deixa confusa. E me irrita. Acha que pode mandar e desmandar nas pessoas o tempo todo.

— Ele só tem um jeito marrento. Mas também faz as melhores piadas.

— Sim, eu sei... Eu lembro quando estávamos aqui da outra vez. Ele realmente me faz rir, é divertido... Mas parece que ele sempre está querendo provar algo pra si mesmo que eu nunca vou entender.

— Você sabe que ele gosta de você. – o loiro foi direto ao ponto. – E eu sei que você e eu não somos próximos... Mas... Dá pra ver que você também parece gostar dele.

— Eu n...

— Por favor. – ele a interrompeu, colocando a mão sobre a dela, que ainda segurava a xícara. – Você não tem que mentir. Vai até me ofender. – ele deu um sorriso fraco. – Se não gostasse, não teria feito todo um esforço para aparecer naquele show mesmo no fim.

Natalie respirou fundo e olhou a mão de Hans sobre a dela. Então finalmente encarou aqueles olhos azuis novamente.

— Tá... Vamos supor que eu goste. Ele não gosta de mim, e você sabe disso. – viu o rapaz franzir o cenho e afastar a sua mão da dela. – Hans... Você me desculpe, mas ele come todas as garotas que vê pela frente. – viu o loiro abrir a boca para fazer menção de dizer alguma coisa, mas não o permitiu. – Nem tente defendê-lo, porque senão eu vou me ofender. Eu vi as revistas, eu vi a coletiva... E eu vi a garota no estúdio. Acho que isso tudo já deixa bem claro, não acha?

Hans respirou fundo e a encarou por alguns segundos. Inclinou seu corpo para frente e apoiou os próprios antebraços nos joelhos. A xícara estava entre as duas mãos. Ele a depositou na mesinha de centro antes de voltar para a mesma posição.

— Você tem razão. – Natalie ficou surpresa com a conclusão de Hans. Esperava que o loiro fosse sair em defesa do amigo a todo custo. – O Hunter é debochado, gosta de pegar todas e não tá nem aí pro que pensam dele. Às vezes ele tem a delicadeza de um cavalo e fala sem pensar. – Mesmo já estando cansada de saber daquilo, ouvir Hans dizer em alto e bom som a incomodou. – Só que... Eu sei que ele é meu amigo, e por esse motivo você tem todas as razões do mundo pra não acreditar em mim... – Natalie prendeu a respiração, olhando atentamente para os olhos azuis de Hans, que lhe encaravam com necessidade. – Mas eu nunca... Nesses anos todos de amizade, vi o Hunter assim. Você... Você mexe com ele, o deixa agoniado, inquieto, aceso. Quando o assunto é você, ele sempre parece inseguro, tenso. Porque você o deixa fora do controle. (GIF)

Natalie esperava que Hans dissesse qualquer coisa, menos aquilo. Ter alguém que conhecia Hunter melhor falando aquilo parecia tornar tudo mais concreto e real. Até então tudo o que havia formulado e absorvido sobre Hunter Saxton eram teorias que ela e Anna tinham criado. E agora aquela era a primeira vez que tinha uma conclusão, mesmo que confusa e assustadora.

— Hans, eu n... – ela tentou argumentar, mas simplesmente não sabia o que falar. Respirou fundo, fechando os olhos por alguns segundos antes de conseguir se recompor para falar. – Isso pra mim... Não é o suficiente.

— Eu sei. – o loiro tensionou o maxilar. – Mas eu achei que... Que você devesse saber que ele não é apenas aquilo que quer mostrar. O Hunter... Ele é muito mais do que aparenta.

— Eu sei. – a castanha confessou, abaixando um pouco a cabeça para evitar encará-lo. – Quando ele acabou dormindo lá em casa... Eu vi uma pessoa completamente diferente de tudo. E no fim daquele show, depois daquela cena toda do backstage também. – mordeu os lábios por alguns segundos. – Mas eu não posso me contentar com surtos de personalidade... Não posso me contentar com um cara que não consegue ser ele mesmo por completo.

— Com você ele é.

— Hans... – Natalie agradeceu quando o interfone tocou e a interrompeu.

— Droga... – o ouviu reclamar enquanto se levantava. – Aguenta aí, N.

O loiro correu para o interfone e Natalie se desligou por um momento. Não estava conseguindo acreditar no que Hans Norwell havia acabado de lhe confidenciar. O que era tudo aquilo, afinal?

Não teve tempo de refletir sobre muita coisa, pois o rapaz logo voltou. Os olhos estavam arregalados e pareciam emanar um certo tipo de preocupação. A expressão dele a fez se levantar do sofá no mesmo instante.

— Que foi? Que cara é essa? – viu Hans abrir a boca para falar, mas nada saiu. Conhecia aquele olhar e sabe-se lá por qual motivo, conseguiu entender o que era mesmo sem ele, de fato, ter dito algo. Arregalou os olhos como o loiro e balançou a cabeça negativamente. – You gotta be shitting me.

— O pior é que não. A recepção sempre me liga para me deixar alerta quando há paparazzi rondando o condomínio para que eu esteja ciente de que posso ser “clicado” caso saia de casa. E bem... – Hans apertou a própria nuca, olhando-a com uma expressão tensa.

— Meu Deus, quando isso vai acabar? – Natalie olhou para o teto como se falasse com uma força superior. – Eu não vou dormir aqui.

Hans riu, mas ficou sério rapidamente quando viu que Natalie não havia achado graça nenhuma.

— Bom... Temos uma outra opção... – ele disse enquanto andava em direção da mesinha de centro, próximo dela.

— Qual? – a garota de sardas o olhou, ansiosa.

Hans esticou a mão na mesinha e pegou um objeto que os olhos dela só conseguiram focar um tempo depois, devido ao nervosismo que começava a tomar conta do corpo dela. Era o boné preto.

— Tá falando sério?

— Tem outra ideia?

Os dois ficaram se entreolhando. (GIF)


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Notas finais do capítulo

Quando você acha que já aconteceu de TUDO, vem mais essa! E aí! Será que esse plano de fuga maluco vai dar boa?



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