Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 3
Capítulo Três




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Natalie se assustou quando os portões para a entrada das fãs se abriram. Nunca havia presenciado uma manada de elefantes, mas tinha certeza que era exatamente como aquilo que estava vendo.

Uma multidão de meninas corria para alcançar a grade. Aliás, agradeceu mentalmente por existir aquela grade que criava um espaço de dez metros entre o público e o palco. Aquele vão era exatamente o espaço dedicado à imprensa para tirar fotos e contemplar o show de perto.

Observou Georgia extasiada e podia jurar que a garota estava se achando superior e mais sortuda do que qualquer outra fã da Elite Four naquela noite, pois ela assistiria ao show tranquilamente, sem empurra-empurra e sufocamento. Natalie riu baixo, pois para ela, ficar naquele espaço já não era novidade.

O show de abertura foi realizado por Antony Lamark. A castanha se lembrava bem do cantor, pois ele também havia aberto o show do Ellijah Scott meses atrás. Contemplou o show e aplaudiu o cantor como o resto do público. Até se atreveu a pegar a câmera profissional que havia trazido dentro da bolsa. Havia comprado a máquina no início do curso de jornalismo, e depois de algumas aulas, desenvolveu gosto pelo ato de fotografar. Acoplou uma lente melhor fez alguns cliques de Antonio antes de ele sair do palco.

Começou a prestar atenção no lugar quando o cantor abandonou o palco e a equipe da banda principal ocupava o espaço para instalar os equipamentos. Ficou estarrecida ao notar o tamanho daquele palco e em como aquele lugar estava insanamente lotado. Quando olhou para trás viu uma multidão de cabeças até onde sua vista era capaz de alcançar, lá no alto.

O palco também se estendia ao meio no formato de um “T”, e ela e Georgia eram liberadas para andar ao redor daquela parte também, o que facilitaria para diversas fotos.

Já havia ido a muitos shows, mas sempre ficava bestificada e emocionada com a multidão que os cantores eram capazes de mover, unir pessoas tão diferentes em um único espaço por um único gosto em comum para compartilhar um momento incrível por pouco mais de uma hora. Sentia-se boba sempre que analisava aquilo, mas não deixava de ser verdade.

Então subitamente as luzes se apagaram, e tudo o que era possível ver eram os brilhos de câmeras que já estavam disparando seus flashes por todo o estádio. A multidão começou a gritar mais que em todos os outros momentos, e Natalie sabia que aquela era a hora da banda finalmente se apresentar. Apressou-se para pegar seu par de protetores auriculares que havia se lembrado de trazer, pois a gritaria estava insana. O som ficou minimante abafado, o que já era melhor.

Girou o seu corpo em direção do palco no momento em que o grande telão se acendeu, trazendo imagens e montagens distintas de cada integrante da banda, o que ensandecia ainda mais o público histérico. Quando olhou para o lado viu que Georgia havia se juntado ao coro, gritando loucamente. Riu baixo da menina e balançou a cabeça negativamente.

A música alta começou e ela conseguiu distinguir as sombras dos rapazes da Elite Four adentrando o palco. Pensou que o estádio fosse desabar tamanha era a gritaria.

— Boa noite, New York! – Thomas Tate gritou em meio à introdução da música que tocava, correndo em direção do palco em “T”.

Natalie passou a clicar os garotos que se concentravam na extensão do palco, começando a cantar. Continuou com o rosto enfiado no visor da câmera, pois não conhecia a letra daquela música e ficou com medo daquilo, considerando que estava no meio de uma multidão de fãs malucas. Riu do próprio pensamento.

— Georgia! Georgia! – chamou pela garota, mas ela estava muito entretida para notá-la. Deu uns tapinhas no ombro dela. Esta a olhou enquanto pulava e cantava junto com a banda. – Vou dar a volta no palco pra tirar fotos, ok? Farei isso várias vezes, então não suma da minha vista. – a loirinha assentiu e voltou a assistir ao show.

Natalie contornou a extensão em “T” e subiu alguns degraus da escadinha que dava acesso ao palco para clicar Hans Norwell tocando guitarra enquanto cantava.

Apoiou a câmera no palco e focou Luke Parish do outro lado. Depois afastou a máquina do rosto para dar uma checada nas fotos. Sorriu. Ela realmente estava melhorando no ajuste manual. Já sabia quando precisava configurar a abertura o obturador e tudo. As aulas de fotografia estavam realmente valendo à pena, no final das contas.

Olhou para cima e viu Hunter Saxton do outro lado, perto de Luke, mas era impossível focá-lo de onde estava, pois Thomas estava cobrindo a luz que ela precisava. Desceu os degraus, passou correndo por um dos seguranças que ficavam em volta do palco. Depois passou por Georgia e deu uma cutucada de leve na garota, que fez um final de “jóia” com a mão, entretida com o show.

Já estava na terceira música. “Finalmente uma que eu conheço!”, ela pensou ao ouvir a introdução de “Best Day Ever”.

Hunter começou o início da música pulando agitadamente e a multidão o acompanhou. Natalie finalmente alcançou os degraus, mas ele já havia corrido para o meio. Xingou-o mentalmente mesmo sabendo que ele não a havia notado ali.

Sentou-se ali e virou-se para tirar foto da multidão de luzes de flashes que piscavam para a banda. A batida da música a fez bater o pé no degrau no mesmo ritmo e ela começou a cantar baixinho enquanto tirava as fotos.

Quando voltou a câmera para o palco, viu Hunter voltar correndo, os cabelos ondulados indo na direção contrária. O achava lindo, era inegável... E decididamente havia adorado o rapaz com os cabelos maiores, embora pessoalmente odiasse garotos com cabelos muito compridos.

Não demorou muito para que ele corresse em direção do palco normal novamente, então ela decidiu voltar para a frente da extensão em “T”, onde encontrou Georgia.

Então o coração de Natalie começou a acelerar descontroladamente quando ela ouviu a introdução da sua música favorita começar. Ela, no final das contas, conhecia muitas das músicas e tinha a sua favorita. Mesmo assim, ela argumentava que sabia que gostava daquela sem antes saber que quem havia composto havia sido Ellijah Scott, que segundo ela era o “único e verdadeiro ídolo para todo o sempre”.

 

Little Things – One Direction

 

A música era calma e o público pareceu acompanhar a sintonia dela. Muitas luzes se acenderam na plateia e ela jurava ser a coisa mais linda que seus olhos já haviam presenciado. Sentiu sua pele ficar arrepiada.

Voltou calmamente para a escada do lado esquerdo do palco e se sentou, tirando uma foto ou outra enquanto finalmente apreciava a música, cantando alguns trechinhos. Depois desceu e voltou a ficar próxima da escada. Virou-se para tirar mais fotos, agora das meninas próximas daquela área do palco que choravam emocionadas com a música. Gostava de ver como aquilo mexia com as pessoas de verdade.

Entretida, não percebeu quando Hunter sentou na ponta do palco, a uns sete metros da onde ela estava, perto da grade. Ouvia apenas a voz dele, mas como era um show, ela estava em todo o lugar no estádio, era impossível distinguir de onde vinha.

Quando se virou e o viu, aproveitou para tirar as fotos que tanto queria, uma vez que estava mais perto. Porém, não conseguiu evitar observá-lo através da lente. (GIF)

Não soube dizer quanto tempo ficou ali, apenas observando-o. Aliás, nem percebeu que o estava fazendo. Era como se algo a tivesse prendido naquela posição. Então sentiu seu rosto queimar quando viu que o cantor havia notado e conteve um sorriso. (GIF)

Não sabia se era reflexo do sentimento que aquela música era capaz de provocar nela ou o que diabos havia acontecido. “Maldito Ellijah Scott. Por que escrever uma música assim?”. Ela pensou.

Respirou fundo e finalmente clicou Hunter. O flash estava perto e chamou a atenção dele exatamente no momento em que ela afastou a máquina do rosto. Foi instantâneo. (GIF)

Os olhos verdes de Hunter ficaram presos em Natalie no mesmo momento, como se um imã o prendesse a ela. Aparentemente era a parte que ele deveria cantar, mas ele não o fizera. Estava paralisado. E ao que parecia, Natalie também havia ficado presa ao cantor.

Luke tomou a iniciativa e deu continuidade à letra como se nada tivesse acontecido. Aliás, um deles sempre acabava esquecendo a letra de alguma música, e essa era a parte boa de se estar em grupo: um sempre cobria o outro.

Luke se aproximou e tocou o ombro de Hunter, despertando-o daquele transe. O companheiro de palco lhe lançou um olhar sugestivo para que ele voltasse a cantar. Hunter assentiu e tomou a liderança da música. Levantou-se e deu mais uma última olhada à castanha que estava ali antes de se direcionar para o outro lado do palco. Em sua cabeça uma única pergunta:

“Quem é ela?”


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