Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 29
Capítulo Vinte e Nove


Notas iniciais do capítulo

É SEXTA-FEIRA, o que indica que precisamos de um capítulo beeeem cheio de emoções, não é mesmo? Então preparem a pipoca com aquela manteiguinha e se preparem ♥ Esse é um dos meus capítulos favoritos. Sei que eu tenho me estendido e escrito muitos capítulos pra uma única noite. Mas logo vocês entenderão o quão necessário é para a conexão de Hunlie.

Chega de papo! Boa leitura, my little bees



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Quando cerca de dez minutos se passaram e Natalie não reapareceu, Hunter acabou se levantando do sofá, inquieto. Foi até o corredor e percebeu que a porta do quarto que ele supunha ser de Anna estava fechada. Se aproximou para ver se escutava algo e ouviu barulhos de gavetas sendo abertas e fechadas. Imaginou que ela estava trocando as roupas de cama.

Soltou os cabelos antes de colocar as mãos nos bolsos por alguns segundos. Distraidamente virou a sua cabeça para a direita e viu que a porta ao lado, no fim do corredor estava entreaberta. Lembrou-se que mais cedo Natalie entrou ali dizendo que ia se vestir. Pôde concluir que aquele deveria ser o quarto dela.

Não pensou nem duas vezes antes de adentrar o local o mais silenciosamente possível. Estava curioso para saber o quanto daquela personalidade estava encrustado naquele quarto. 

Ao entrar, encostou a porta do jeito que estava. Virou-se e se deparou com paredes claras, da cor lilás. Todos os móveis, com exceção da cama, eram brancos. Esta era de casal e era de metal, com detalhes dourados na cabeceira e nos pés, e ela havia adornado piscas-piscas brancos na parte de cima.

Perto da escrivaninha, um mural de percevejo com milhares de fotos dela em lugares diferentes e com amigos (principalmente com Anna). Na outra parede, quadrinhos pequenos e cheios de frases de inspiração propositalmente colocados de maneira aleatória. (FOTO)

Perto do armário, uma enorme estante cheia de livros. Ela parecia ser do tipo que gostava realmente de ler. Nos pés da cama, uma mesinha como decoração. Sobre ela havia alguns livros e anotações perdidas. Pegou um dos papeis instintivamente. A escrita era cursiva e havia rabiscos cortando palavras de um texto que ela mesma parecia ter escrito e não gostado:

 

Perda e perdão. Será que existe alguma relação ligação entre essas duas palavras tão parecidas?

Não há como não existir um elo entre elas, há?

Quer dizer… Sempre achei que ao perdoar alguém, havia ganho. Mas tenho a impressão de que a cada vez que perdoo, eu perco mais de mim.

Deve ser porque o sujeito que pede perdão não se importa sempre repete o ato. Ou deve ser porque você tem que perder um pouquinho de orgulho para perdoar.

A verdade é que a palavra “perdão” foi a pior já inventada. As pessoas acham que para resolver algo, basta pronunciá-la e tudo passa.

Perde-se mais tempo pedindo perdão do que fazendo algo para realmente merecê-lo.

Mesmo assim, essa palavra já tem tanto poder que às vezes tudo o que desejava era ouvi-la. Eu até tentei acreditar no poder que ela tem. Talvez porque tenha medo de me perder. Talvez por achar que seu não te perdoasse, eu te perderia. Porque você sabe que eu não volto atrás. Mesmo que não tenha volta.

E não tem. Perdão, mas você me perdeu.

 

Hunter ficou encarando aquele rascunho por uns longos segundos, pensando se o texto era realmente verídico e de quem ela poderia estar falando. Nunca havia lido algo tão sincero, e a maneira como ela brincou com a semelhança das palavras “perda” e “perdão” o encantou.

Sentiu seu coração quase sair pela boca quando ouviu a voz da garota na porta.

— Sabia que é feio bisbilhotar? – virou-se e a viu desencostar-se do batente da porta para adentrar o quarto. Os olhos cor de mel estavam presos ao papel que estava nas mãos dele. Era óbvio que ela sabia exatamente do que se tratava. Puxou o objeto das mãos dele lentamente.

— Desculpe. Foi mais forte do que eu. – Natalie assentiu enquanto dobrava o papel e o guardava no bolso na calça. – Você... Você escreve muito bem.

Natalie soltou uma risada anasalada.

— Ah, tá, aham.

— Você parece escrever com o coração. E às vezes é isso o que torna o que escrevemos tão especial. – Hunter colocou as mãos nos bolsos de trás da calça.

A castanha respirou fundo e encarou as próprias meias. Desconversou no mesmo instante:

— O quarto da Anna já tá pronto... Quando você quiser ir se deitar, já sabe. – voltou a encará-lo. – Não é nenhuma California King Bed que nem a que você deve estar acostumado, mas também é boa.

Ele deu um sorriso fraco.

— Posso ficar na sua cama... Ela parece bem confortável. – ele sugeriu em tom brincalhão.

Natalie rolou os olhos, rindo fracamente.

— Os colchões são iguais, Hunter.

— A diferença é que você deita nesse daqui. – o cantor indicou com a cabeça.

— Nem em sonhos eu vou trocar de cama barra quarto com você. – Natalie virou-se para deixar o quarto.

— E quem disse que eu quero trocar? – estancou os pés quando ouviu o que ele havia dito. Havia interpretado errado. Virou-se novamente e viu que ele já a encarava.

Pensou em xingá-lo, mas lembrou-se do segundo item da lista mental que havia feito no chuveiro mais cedo. Eles passariam uma noite juntos e aquilo era inegavelmente um fato. Se continuassem a discutir durante todo o tempo, com certeza um deles não sairia vivo.”

Diante da própria mente que lhe lembrara do acordo interno que havia feito, decidiu apenas por lançar-lhe um olhar cheio de julgamento, levantando as sobrancelhas. Aquilo o fez sorrir de canto. (GIF)

— Também vou fingir que não ouvi esse seu comentário.

— Já é o segundo comentário que eu faço e você finge não ouvir. – Hunter fingiu estar ofendido enquanto bagunçava o cabelo, jogando algumas mexas para trás como de costume.

— É isso ou enfiar a mão na sua cara. – Natalie respondeu divertidamente, e Hunter fez uma expressão engraçada, como se estivesse assustado, arrancando risadas dela. (GIF)

— Tudo bem, então vou falar sobre uma coisa que eu ouvi e não deu tempo de falar. – agora o semblante dela era ameno e um tanto quanto doce. Hunter molhou os lábios, esperando ligeiramente ansioso. Ela respirou fundo como se tomasse coragem para falar. – Foi lindo ouvir você cantando uma das minhas músicas favoritas. Tenho que admitir que foi incrível o Hunter Saxton cantar... Só pra mim. Obrigada.

— Foi um prazer... – Hunter respondeu dando um sorriso torto. Seus olhos brilhavam tanto que ela jurava ser capaz de se ver refletida naquele mar esverdeado. – Eu não sei o que você tá achando... Mas essa noite realmente tem me surpreendido muito... A gente nunca havia conversado assim. E... você sabe. Desde o primeiro momento, algo me chamou a atenção em você. Agora eu sei que não foi só o que eu vi por fora.

A boca de Natalie ficou entreaberta, mas na verdade ela estava se contendo para que não formasse um “o”. A cada minuto que passava Hunter Saxton se mostrava muito diferente do vocalista que a havia convidado para ir ao apartamento dele. Seu coração se sacudiu dentro do seu peito e ela simplesmente perdera a fala.

Hunter não estava muito diferente. Sentiu seus lábios ficarem secos depois do que acabara de falar. Sentia seu corpo tenso. Nunca havia dito nada parecido a uma garota com tamanha sinceridade.

Tudo o que ela conseguiu fazer foi dar um sorriso bobo, abaixando os olhos para encarar as meias dele.

— Bom... Acho que já tá meio tarde, né... Tô meio cansada, minha manhã foi uma loucura na faculdade.

— Ao menos você não vai ter aula amanhã depois desse alagamento. – ele comentou agradecendo mentalmente por ela ter mudado de assunto.

— Tem razão, bem lembrado. – Natalie jogou os cabelos para trás. – Se você precisar de alguma coisa é só falar.

— Tudo bem... Obrigado por tudo. – o castanho deu um sorriso fraco enquanto saía pela porta. – Boa noite.

— Boa noite. – os dois se olharam mais uma vez antes de ele desaparecer na porta ao lado.

 

**

 

Embora já fizesse pelo menos uma hora que Hunter havia ido se deitar, não conseguia pregar os olhos. Ficou a encarar o teto do quarto de Anna sem realmente encará-lo. Seus olhos estavam foscos, como se não focasse a visão naquilo que estava mirando, de fato.

Sua mente nem estava assim tão longe. Estava no quarto ao lado – na garota ao quarto do lado, mais especificamente falando. Não conseguia parar de pensar no que havia acontecido entre ele e Natalie apenas naquela noite. Sequer conseguia entender como ela conseguia surtir tanto efeito sobre ele tão facilmente. Era como uma droga a qual ele nunca havia experimentado antes, e depois que experimentou, não conseguia se imaginar sem. Aliás, lembrou-se da sensação de tê-la beijado pela segunda vez. Seus lábios mal haviam se separado e ele já sentia falta do toque deles.

Pressionou a mandíbula tentando conter aqueles pensamentos. Passou as mãos pelo rosto, respirando fundo. Sentia seu coração acelerar e um frio na barriga desconfortável. Só queria se livrar daquela sensação.

A verdade era que tudo seria mais fácil se todo aquele mar de sentimentos não fosse recíproco. Seria mais fácil se no quarto de Natalie aquela tensão no ar fosse inexistente. (GIF)

A chuva que parecia ter diminuído horas antes havia recomeçado ainda mais forte e ela apenas desejava que o barulho incessante da água batendo com força contra a sua janela fosse capaz de abafar o pandemônio que se instalava em sua cabeça.

Havia tentado dormir diversas vezes, e tudo o que conseguia ver quando fechava os olhos era aquele par de esmeraldas misteriosas lhe encarar sem nenhum receio, como se a desafiasse. Passou as pontas dos dedos sobre os lábios que haviam sido pressionados pelos de Hunter hora antes. Sentiu um arrepio na espinha só de se lembrar da maneira com que o castanho lhe puxou para o beijo. Fechou o punho e o bateu com certa força sobre o colchão, completamente frustrada com a própria mente que não lhe ajudava.

 

**

 

Natalie puxou o celular que estava sobre a mesa de cabeceira para verificar a hora: 3:22 da manhã e simplesmente não conseguia pegar no sono. Já estava ficando incomodada. Acendeu o abajur pela terceira vez depois de mais tentativas frustradas.

Para piorar ainda mais a situação, a chuva, que costumava ser algo de grande apreciação para ela na hora de dormir estava realmente preocupando-a. Era como se pedras de granizo acertassem as janelas em vez de gotas de água, pois era uma chuva muito forte. Nunca havia visto nada igual.

Seu coração quase saiu pela boca quando de repente um clarão atravessou as cortinas, seguido do barulho ensurdecedor de um trovão que ressoou por todo o ambiente, fazendo-a se sentar em um único pulo.

Odiava trovões mais do que tudo. Sentia-se envergonhada, mas aquele era um medo que ela decididamente não conseguia perder e que a assolava desde criança. Quando tempestades parecidas como aquela atingiam New York, Anna sempre estava por perto e acabavam dormindo juntas, pois a amiga sabia que Natalie simplesmente não conseguia sequer dormir sozinha.

Respirou descompassadamente, sentindo as mãos formigarem ao se lembrar de que Anna não estava no apartamento naquela noite. Pensou que fosse desmaiar quando mais um trovão gritou contra seus ouvidos, fazendo-a tampá-los. No mesmo instante, seu abajur se apagou subitamente. Ela arregalou os olhos no escuro, tentando acostumar a visão. Acendeu a lanterna do celular e se levantou da cama no mesmo instante. Não conseguiria lidar com aquilo sozinha, não importava o quanto tentasse.

Abriu sua porta e quando pensou que fosse se arrepender, deu algumas batidas fracas na porta do quarto de Anna, chamando pelo cantor em seguida, quase como um sussurro:

— Hunter? – ela chamou insegura, enquanto mais um clarão atingia o corredor. O barulho a fez encostar-se na parede, tentando se conter.

Não demorou nem meio minuto para que ela visse a porta se abrir, revelando o castanho. Ele estava sem camisa e todas as tatuagens do tronco e dos braços estavam à mostra. Decididamente aquela visão lhe teria afetado se ela não estivesse realmente assustada com o som dos trovões.

— Oi, aconteceu alguma coisa? – Hunter a olhou surpreso, segurando a maçaneta da porta. Não conseguiu deixar de examiná-la de cima abaixo, reparando no pijama dela: uma camiseta baby look azul marinho e um par de shorts colado que não parecia cobrir muita coisa.

— Não, eu só... – a castanha limpou a garganta. A voz dela parecia ligeiramente trêmula. – Queria saber se tá tudo bem... Os trovões começaram e... E eu não sei se você reparou que acabou a energia.

— Ah, sim, eu reparei... O abajur do quarto da Anna acabou apagando. – ele respondeu tentando disfarçar o quanto a havia olhado.

— Você... Você precisa de alguma coisa? – Natalie engoliu em seco, tentando arranjar um próximo tópico que a distraísse da tempestade lá fora.

— Eu tô bem, não precisa se preocupar, logo a energ... – Hunter a viu dar um pulo quando um novo clarão provocou o estouro de mais um trovão e a fez fechar os olhos por alguns segundos. Seus lábios tentaram se curvar minimamente para um pequeno sorriso, mas ele se conteve. – Tá tudo bem com você?

— Hm... – ela passou a mão pelos cabelos impacientemente. Sentia seu corpo todo estremecer. – Na verdade não, eu... Eu meio que...

Hunter queria rir. “Não é possível que ela tenha medo de trovão.” Respirou fundo.

— Você tem medo de trovão?

Natalie bateu o pé no chão insistentemente enquanto fez um bico com a intenção de não responder. Mas não demorou muito para desistir.

— Eu... Tá, eu tenho. – quando outro trovão veio à tona, ela sentiu seu coração acelerar ainda mais, e sentia que já não estava mais conseguindo controlar o medo que a assolava. Suas mãos ficaram trêmulas e começaram a suar. Fechou os punhos com tanta força que achou que ia cravar as suas próprias unhas nas palmas das mãos.

O quase-sorriso de Hunter se desfez no mesmo instante em que percebera como o rosto de Natalie estava perdendo a cor e como ela estava respirando com um pouco de dificuldade.

— Você tá se sentindo bem? – pegou na mão dela no mesmo instante e se assustou quando a sentiu tremular. – Está tremendo.

A castanha puxou a própria mão, desvencilhando-se de Hunter. Assentiu, mordendo o lábio com força e escondendo-o por alguns segundos.

— Eu... Eu sei que vou me arrepender disso mais tarde. Sei que vou. – passou a língua nos lábios antes de engolir em seco mais uma vez. – Ééé... Quando... Quando as tempestades acontecem... Quando elas acontecem Anna sempre dorme comigo. – ela falou o mais rápido que pôde, focando os olhos cor de mel no pomo de Adão de Hunter. Depois o olhou nos olhos de uma vez. – Será que... Sei lá, você. Não sei... – começou a gesticular, tentando fazer-se entender que queria convidá-lo. – Você sabe... É...

Hunter assistiu àquele momento com um pequeno sorriso nos lábios. Não porque queria caçoar da garota, mas simplesmente porque havia se encantado com a fragilidade dela. Jamais esperaria que Natalie, que parecia tão corajosa e independente, tivesse medo de algo como trovões.

— Quer que eu vá deitar com você, é isso? – jogou os cabelos que caíam em seus olhos para o lado, fazendo-a perder a noção das coisas por alguns segundos.

Ele mal terminou de falar e ela já levantou o dedo indicador em sua direção:

— É só isso. Não espere que eu esteja contente em te pedir algo assim, porque eu realmente não estou. Eu só simplesmente não consigo... Lidar com isso sozinha. – ela respirou fundo. – Por favor.

— Você não precisa insistir. – Hunter se apoiou no batente. – Não é como se fosse um sacrifício pra mim. – ele tentou distraí-la.

— Pois pra mim é, e muito. Então não crie expectativas. – a garota de sardas respondeu de uma vez, engolindo a saliva que havia se formado em sua boca.

Hunter levantou as mãos em sinal de defesa:

— Tudo bem, tudo bem. Paz. – ele deu um sorrisinho debochado. – Mas tem uma coisa. – ele a olhou um tanto quanto assustada. – Espero que você não se importe que eu durma dessa forma. – ele apontou para si mesmo com as mãos. Além de estar sem camisa, Natalie reparou que a calça skinny do rapaz estava desabotoada e com o zíper aberto pela metade. Sentiu seu rosto queimar no mesmo instante. – Não tenho roupas para dormir e preciso da minha camisa para amanhã.

A castanha respirou fundo como se o ar lhe faltasse até no cérebro. Antes que pudesse responder, um novo trovão lhe provocou calafrios, fazendo-a fechar os olhos.

 

Falling For You - 1975  (N/A: Ouçam, please!)

 

— Por favor. – ela simplesmente pediu enquanto sua boca se transformava em uma linha tensa.

— Tudo bem... – Hunter respondeu seriamente, preocupando-se com o estado dela novamente. – Vou só pegar o meu celular. Pode me esperar lá, se quiser.

Ela respirou fundo e se direcionou para o próprio quarto. Rezava para que mais nenhum barulho a atormentasse enquanto Hunter não vinha ao seu encontro. Deitou-se o mais rapidamente possível em sua cama, cobrindo-se até o pescoço.

Demorou quase um minuto para que Hunter entrasse no quarto a passos lentos. Ele fechou a porta atrás de si lentamente, seus olhos já fixos na garota. Apenas conseguia enxergá-la porque Natalie ainda havia deixado a lanterna do celular acesa.

Vê-la assustada daquela forma o fazia sentir o coração se apertar em seu peito. Sabia que ela devia ter feito um enorme esforço para lhe pedir aquilo, por isso tratou de não caçoar da situação. Aproximou-se da cama, bem na frente dela.

— Pode me dar um espaço? – ele pediu como se falasse com uma criança.

Assistiu a garota se movimentar para o lado direito da cama enquanto o encarava com um olhar inseguro, mas ao mesmo tempo, ansioso.

O castanho se enfiou debaixo das cobertas devagar, deitando-se de barriga para cima, mas com a cabeça virada na direção dela. Os olhos cor de mel da garota o fitavam com certa curiosidade e um pouco de medo. Natalie o olhou por longos segundos antes de se dar conta do que estava fazendo e copiar a posição dele, de barriga para cima. Mas em vez de encará-lo, preferiu o teto.

Espalmou suas mãos na cama, uma em cada lado do seu próprio corpo. Sentiu o ombro quente de Hunter encostar no seu e sabia que a mão dele estava ali, a alguns centímetros da dela. Sabia que ele ainda a observava. Respirou fundo completamente sem ar. Tentou compassar a própria respiração sem nem encará-lo.

De maneira insegura e lenta, os dedos de Hunter tocaram o lençol com se caminhassem em direção da mão de Natalie. Inesperadamente e até sem pudor, tocou a mão dela com delicadeza. Sentiu-a hesitar com o toque dele no primeiro instante, mas logo pareceu aceitar o ato.

Percebeu, ao encaixar a mão dela na sua, o quanto ela era menor e tão delicada. Era como se a mão dela houvesse sido feita sob medida para a dele. Acariciou-a com o polegar carinhosamente, fazendo-a olhá-lo com curiosidade. (GIF)

Para a surpresa de Hunter, Natalie entreabriu os dedos, dando passagem para que os dele se encaixassem ali. Ela brincou com a ponta dos dedos dele, sentindo-os gelados. (GIF)

O rapaz prendeu a respiração, sentindo-a corresponder as carícias em sua mão. Os olhares estavam intensamente conectados. Natalie sentiu que se Hunter continuasse a encará-la daquela forma ela simplesmente já não conseguiria mais conter o que ela realmente queria fazer naquele momento.

Um novo trovão ensurdeceu os dois, e no susto, Natalie acabou apertando a mão de Hunter, o que o fez dar um sorriso fraco apenas com os lábios. O castanho apertou a mão da garota lentamente, em resposta, para lembrá-la que ele estava ali, ao lado dela. Natalie respirou fundo e encarou os olhos verde-claros em sinal de agradecimento. Em seguida, fechou os próprios olhos certa de que daquela vez conseguiria embarcar em um sono calmo.


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Notas finais do capítulo

Alguém morreu do coração com essa música de trilha sonora? Sim ou com certeza? ♥ E o gif de um pensando no outro na cama? *-*



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