Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 28
Capítulo Vinte e Oito


Notas iniciais do capítulo

Agora vou postar com mais frequência! Claro que não será todo santo dia, mas não vou mais abandonar ninguém, prometo! E pra provar isso, estou postando esse capítulo (sendo que postei um ainda ontem). E isso aconteceu principalmente graças à leitora que se intitula "Caramujo" hahahaha. Ela fez uma recomendação maravilinda para Defenceless, o que me deixou muitíssimo contente. Acho que eu estava precisando ler tudo aquilo, saber que tem gente que realmente se importa com esse universo. Então esse capítulo é dedicado a ti, Caramujo ♥

Espero que gosteeeeem



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Quando Natalie voltou do quarto, Hunter já havia se aconchegado no sofá de três lugares, próximo da janela frontal do prédio, que levava para a escada de incêndio. Ele esfregou suas mãos no tecido da calça enquanto a observava se aproximar com o violão.

Ela lhe ofereceu o instrumento, sentando-se logo ao seu lado e cruzando as pernas em cima do sofá. Olhou para os pés dele e notou que ele ainda usava os sapatos.

— Pode tirar se quiser ficar mais... À vontade. – Natalie comentou. Hunter a olhou sem entender, e ela indicou os sapatos dele com a cabeça. Ele deu um pequeno sorriso em agradecimento e arrancou-os no mesmo instante, com os próprios pés, e ficando apenas com as meias.

O rapaz encaixou o violão sobre as pernas, posicionando-se. Passou a mão direita sobre as cordas, fazendo-as vibrar para verificar a afinação. Os dois se encararam por alguns segundos.

— Então...? – estava contendo a ansiedade. Embora odiasse admitir, naquele momento não estava acreditando que Hunter Saxton ia cantar para ela. Só para ela.

Ele abaixou o rosto por alguns segundos enquanto começou a tocar a introdução dedilhada. (FOTO)

Depois fixou o seu olhar nela, sustentando-o firmemente. Natalie sentiu seu estômago dar voltas quando reconheceu a música antes mesmo de ele começar com a voz rouca:

 

Little Things – One Direction (LINK PARA A MÚSICA)

Your hand fits in mine

Like it's made just for me

But bear this in mind

It was meant to be

And I'm joining up the dots

With the freckles on your cheeks

And it all makes sense to me

 

Quando Hunter fechou os olhos, Natalie instintivamente começou a olhá-lo de maneira mais atenta, notando como ele parecia sentir a música, como se ela fizesse parte dele e cada frase fosse simplesmente uma verdade absoluta saindo dos lábios dele em forma de canção. Viu os dedos do rapaz mudarem de posição no braço do violão como se a cena estivesse em câmera lenta.

 

I know you've never loved

The crinkles by your eyes

When you smile

You've never loved

Your stomach or your thighs

The dimples in your back

At the bottom of your spine

But I'll love them endlessly

 

Deixou seus olhos correrem pelas tatuagens do braço dele, estudando cada uma atenta e assustadoramente. Depois seus olhos pararam no pescoço do rapaz, prestando atenção em como a veia saltava minimamente quando ele atingia uma nota mais alta.

 

I won't let these little things

Slip out of my mouth

But if I do

It's you

Oh it's you

They add up to

I'm in love with you

And all these little things

 

Prestou atenção nos anéis que ele usava. Fez uma anotação mental do quanto achava aquilo sexy e se penalizou logo em seguida. Fechou os olhos, deixando-se levar pela ronquidão daquela voz que parecia inundar todo o seu corpo.

 

You can't go to bed

Without a cup of tea

And maybe that's the reason

That you talk in your sleep

And all those conversations

Are the secrets that I keep

Though, it makes no sense to me

 

Quando abriu os olhos, viu que Hunter a havia flagrado naquele momento que achou que era só dela... Mas na verdade era deles. Ele deu um pequeno sorriso enquanto cantava. Natalie retribuiu, cantando baixinho algumas partes da música, apenas mexendo os lábios.

 

I know you've never loved

The sound of your voice on tape

You never want to know how much you weigh

You still have to squeeze into your jeans

But you're perfect to me

 

Hunter inclinou seu corpo, ficando mais próximo da castanha enquanto cantava. Os olhos dela estavam presos ao dele de uma forma que não conseguia explicar.

 

I won't let these little things

Slip out of my mouth

But if it's true

It's you

It's you

They add up to

I'm in love with you

And all these little things

 

You'll never love yourself

Half as much as I love you

You'll never treat yourself right darlin'

But I want you to

If I let you know

I'm here for you

Maybe you'll love yourself like I love you

Oh

 

I've just let these little things

Slip out of my mouth

'Cause it's you

Oh it's you

It's you

They add up to

And I'm in love with you

And all these little things

 

I won't let these little things

Slip out of my mouth

But if it's true

It's you

It's you

They add up to

I'm in love with you

And all your little things

 

Hunter a olhou profundamente. Natalie sustentava o olhar sem nenhum receio. Os rostos estavam próximos até demais, ela concluiu. Mas era como se fosse tarde demais para exigir que qualquer um dos dois se afastasse, pois era como se imãs os mantivessem daquela maneira. Estavam tão próximos que a única barreira entre eles era o violão junto do corpo de Hunter.

Ele nunca havia estado tão perto dela. Sabia disso porque finalmente conseguiu enxergar as sardas no rosto da castanha, a ponto de contá-las se quisesse. Olhava-a como se pedisse um convite para finalmente acabar com aquele espaço entre eles. Então percebeu que o olhar de Natalie era mais que o suficiente para a resposta que ele queria.

Viu a garota fechar os olhos cor de mel lentamente quando decidiu se aproximar com a intenção de selar os lábios dela com os seus. Porém, o barulho do celular no bolso dela a fez abrir os olhos novamente, saindo daquele torpor em que estavam.

Ainda atordoada, Natalie deslizou o dedo na tela para atender à chamada sem nem se certificar de quem era.

— Alô? – a voz da castanha estava rouca e ela precisou pigarrear. Hunter a observou ligeiramente frustrado e tão atordoado quanto ela. – Ah, oi, Aaron. – o olhar do rapaz ficou atento no mesmo instante em que ouviu o nome de Aaron pela segunda vez naquela noite. Apertou o braço do violão enquanto se contorcia internamente para saber o que ele estava falando do outro lado da linha. – Não, tá tudo bem, sim, não precisa se preocupar. – ela molhou os lábios. Hunter estreitou os olhos verdes, visivelmente incomodado com aquela ligação que interrompeu todo o momento no qual estavam. - Eu não vou ficar sozinha, fica tranquilo. É, o Hunter acabou ficando preso aqui, então... É. Aham. Tá. Tá. Tá bom, eu prometo que ligo se precisar... Mas acho que você não vai poder fazer muita coisa. Tá tudo alagado e não há a menor chance de você conseguir voltar aqui. Certo, você tem um bote salva vidas. Besta. – ela riu fracamente. Viu o rosto carrancudo de Hunter e se conteve para não gargalhar. – Beijinhos.

— E então? O Clark Kent tem alguma solução? – Hunter finalmente colocou o violão de lado. Tinha um ar cínico.

— Vou fingir que não ouvi esse seu comentário, ok? – Natalie riu enquanto se levantava. – Vou preparar o quarto da Anna pra você.

— Por quê? – Natalie estancou os pés, olhando-o. – Ela disse que poderíamos... – ele segurou o riso quando ela lhe acertou a almofada.

— Idiotaaaa!


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