Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 26
Capítulo Vinte e Seis


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, perdoem-me pela demora para a postagem do novo capítulo. Fiquei pensando MUITO sobre a cena +18. E depois de muito matutar, eis que cheguei a um veredicto!

Apesar de a cena já ter sido escrita, eu estava muito na dúvida sobre a postagem, pois era uma cena Lukanna. Pensei bem e decidi cortá-la, porque como o shipper principal aqui é Hunlie, acho que se tiver que ter uma cena +18 (e terá), será exclusivamente Hunlie! Não quero que a história vire um "Cinquenta Tons de Cinza" ou um "After" (não estou julgando/criticando). Este não é o foco de "Defenceless".
Então, qualquer outra cena +18 ficará subentendida, okay?

Obrigada a todos que deram a opinião, foi muito importante saber como os meus leitores receberiam uma cena +18. E fiquem tranquilos, pois quando o momento dessa cena Hunlie chegar, avisarei nas notas iniciais. Assim, quem não gostar desse tipo de leitura basta pular o capítulo!

DEPOIS DESSA BÍBLIA, espero que se deliciem com esse capítulo! Por conta do corte da cena, acabei juntando um capítulo ao outro, por isso vocês vão notar que esse ficou ENORME. E os gifs... AI, VEJAM. Digo isso, apenas!

Beijinhos ♥



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Anna desligou o celular aos risos.

— Daria tudo pra ver a cara da Natalie quando eu disse que o Hunter deveria dormir lá...

— Acha que isso vai ser seguro? – Luke também riu, encarando-a. – Pode acontecer um crime essa noite.

OU podem acontecer muitas outras coisas. – ela deu um sorrisinho sacana, dando uma piscadela em seguida. – Vamos torcer pelas muitas outras coisas, sim?

Luke se aproximou lentamente, os olhos brilhando. Olhou-a de cima abaixo.

— Gosto dessa história de muitas outras coisas. Aliás... Estávamos fazendo muitas outras coisas, não estávamos?

Anna mordeu o próprio lábio.

— Eram algumas outras coisas. – ela olhou para cima inocentemente. – Mas eu bem que pensei em muitas em vez de algumas.

Luke pendeu o pescoço para trás, soltando um riso fraco e sexy, com a voz rouca. Estavam perto da bancada que dividia a sala e a cozinha. Lentamente a encostou ali.

— Então deixa eu ver se eu entendi... Algumas outras coisas seria assim... – então ele a beijou lenta e apaixonadamente, segurando-a pela lateral da cabeça. – E muitas outras coisas seria... – molhou os próprios lábios com a língua e em um movimento rápido, levantou-a pela cintura e a colocou sobre a bancada, ficando entre as pernas dela. Tudo isso sem perder o contato visual. – Assim?

Antes que Anna pudesse responder, Luke beijou-a com mais fervor, se apossando dos lábios dela com mais intensidade. A morena, apesar de surpresa, não deixou de corresponder ao ato dele no mesmo ritmo. Suas mãos se perderam nos cabelos dele automaticamente, e ela os puxava de maneira provocadora, puxando-o mais para perto, como se aquilo fosse realmente possível.

Anna traçou um caminho com seus lábios até o pescoço dele, mordiscando-o em algumas regiões. O ato fez com que ele arfasse e lhe acariciasse a coxa, apertando-a em seguida. (GIF)

Voltaram a se beijar quando Anna enganchou suas pernas na cintura de Luke. Este a puxou para si, carregando-a no colo enquanto se beijavam ardentemente.

Apesar de já conhecer o caminho de cor, Luke andou com cuidado com ela presa ao seu corpo em direção das escadas. Vez ou outra parava no caminho para beijá-la ou acariciá-la. Segurou-a pelas coxas quando já estava ao final da escada, seguindo pelo corredor que dava para o seu quarto.

 

**

 

Depois de algum tempo, Hunter percebeu que Natalie estava demorando no banheiro. Se aproximou da porta e percebeu que ela havia entrado no banho. Mesmo assim, já havia passado bastante tempo e ele começou a se irritar por ficar sozinho.

Natalie estava tomando um banho mais demorado do que o normal porque queria se acalmar, e até que a ideia não havia lhe falhado. Ouviu alguém bater na porta e presumiu que era Hunter, já que só havia eles dois no apartamento. (GIF)

Ei!— Ouviu-o. – Vai gastar a água do mundo todo?

Rolou os olhos e respirou fundo. “Nem com toda a água do mundo eu conseguiria me desestressar com você aqui”, ela pensou.

O banho não havia servido apenas para desestressar. A verdade é que Natalie não havia conseguido parar de pensar nos beijos que haviam dado momentos antes e havia morrido de vergonha por ter ficado tão na cara que tivesse gostado. Não que fosse um problema, mas quando se tratava de Hunter Saxton e sua inconveniência, nada era simples.

Estava confusa. Uma onda de sentimentos havia lhe invadido e ela simplesmente não estava sabendo como lidar com aquilo. Sentia-se acuada e cheia de insegurança perto dele. Embora conseguisse disfarçar com a sua postura imponente, Natalie se sentia vulnerável, algo que não sentia desde o seu relacionamento com Izaac, e aquilo realmente a assustava. Sempre chamara a atenção dos garotos com facilidade, e era ela quem costumava deixá-los nervosos, não o contrário. Decididamente não aceitava a maneira como as coisas estavam acontecendo e como ela estava reagindo diante delas. Aquele banho havia servido para algumas coisas que ela havia enumerado em sua cabeça:

1. Embora Hunter fosse um idiota 23 horas por dia, pelo menos uma hora ele era um cara que valia a pena; ele realmente estava se esforçando e ela sabia que não estava dando descanso a ele. Sabia que estava pegando pesado e Hunter era intenso o suficiente para não se deixar abater, por isso acabava sendo tão inconveniente algumas vezes.

2. Eles passariam uma noite juntos e aquilo era inegavelmente um fato. Se continuassem a discutir durante todo o tempo, com certeza um deles não sairia vivo. Prometeu a si mesma que pegaria leve se ele deixasse de lhe lançar indiretas e provocações.

3. E é claro que Natalie não seria Natalie se não quisesse tornar as coisas mais justas. Se Hunter Saxton queria brincar, Natalie Kalkmann sabia como, e ela o faria.

 

Desligou o chuveiro e puxou a toalha do box para se enrolar. Estava na hora de devolver as provocações na mesma moeda.

Penteou os cabelos com as mãos e se certificou de que a toalha estava bem presa.

E aí, angel? Vai me ignorar? Vai me deixar aqui sozin... – Hunter parou de falar quando Natalie abriu a porta só de toalha. Continuou a passar as mãos nos cabelos, dando um sorriso discreto enquanto Hunter parecia hipnotizado, olhando-a de cima abaixo. Ela inclinou a cabeça para o lado minimamente e arqueou as sobrancelhas de uma maneira... Provocante? Sim. (GIF)

Geez, não se pode mais tomar um banho sem ser incomodada? – Natalie lançou um olhar sugestivo a Hunter enquanto passava por ele. O perfume do sabonete de baunilha que ela usava inebriou o ambiente e deixou Hunter entorpecido por alguns segundos. Ela se direcionou para o quarto ao final do corredor enquanto ele finalmente se recompunha da surpresa. – Volto já, vou me vestir.

Assim que Natalie fechou a porta, se conteve para não gargalhar ao se lembrar da feição de Hunter ao vê-la sair enrolada na toalha. Ao mesmo tempo, sentia seu coração acelerar como uma adolescente que acabava de flertar pela primeira vez. Mordeu o lábio inferior, contendo o sorriso.

Na sala, Hunter jogou o cabelo para trás com a mão, dando um sorriso bobo logo em seguida. Os beijos e a cena da toalha eram acontecimentos demais para ele, considerando que se tratava de Natalie. (GIF)

A verdade é que ele havia agradecido mentalmente à castanha quando esta decidiu tomar banho, pois ele mesmo ainda não havia se recomposto dos beijos. Momentos antes, quando estava sentado no sofá, ele havia pendido a cabeça no encosto, se sentindo um completo idiota por estar maravilhado apenas com os beijos dela. “E que beijo.”

Nunca um beijo o havia deixado daquela maneira e aquilo o havia surpreendido de todas as maneiras possíveis. Sentira-se leve, sentira-se cheio e nada mais importava naquele momento além deles. Respirou fundo e voltou a se sentar no sofá de dois lugares. Passou as mãos na calça repetidas vezes, sentindo as palmas esquentarem com o movimento.

Não demorou muito para que ouvisse o estalo da porta do quarto de Natalie se abrir. Viu-a aparecer já vestida e com os cabelos já secos. Ela se sentou no sofá, um pouco mais afastada dele. A castanha tomou fôlego antes de começar a falar:

— Olha... Embora você tenha reclamando sobre a minha demora no banho...

— Se você sempre sair do banho daquela forma, pode demorar o tempo que for. – ele soltou, interrompendo-a, mas se arrependeu logo em seguida. Esperou um tapa, um grito, uma ofensa. Mas o que aconteceu foi bem o oposto.

Ela o encarou por alguns segundos em silêncio, depois acabou rindo e ignorando, o que o surpreendeu.

— Certo... Anotado. – ela respirou fundo novamente. – O banho me ajudou a pensar e... Não tem feito bem pra mim ficar me estressando o tempo todo e levando tudo isso a ferro e fogo. Você foi idiota comigo no começo, depois tentou se redimir e eu continuei a ser idiota com você daquele momento em diante. – ela encarou as tatuagens dele por um breve momento antes de finalmente olhá-lo nos olhos.

Hunter a olhou ainda mais surpreso.

— O que aconteceu? Entrou uma Natalie no banheiro e saiu outra? – ele riu da própria piada, o que a fez rir também. – Eu sei que se você me trata assim... É porque eu mereci, desde o começo. Fui mesmo um idiota. Aliás, sou assim com todas. Mas é importante ressaltar que se eu o faço é porque sempre me permitem e continuam na minha. Todas permitiram...

— Menos eu. – ela completou baixinho.

— Menos você. – ele afirmou com a cabeça logo em seguida, dando um breve meio-sorriso. – E embora pareça, eu não sou só isso.

— Eu sei. É por isso que resolvi dar uma trégua hoje. – Natalie colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. – Vamos tentar esquecer tudo o que já aconteceu, ok? Pelo menos por essa noite.

Hunter apoiou o braço na parte de trás do encosto do sofá e inclinou o rosto para perto dela, falando baixo como se eles não estivessem a sós.

— Até os beijos?

Natalie sentiu seu coração acelerar e uma mistura de sentimentos que envolvia empurrá-lo com força e xingá-lo... Ou beijá-lo de uma vez. Se conteve e não fez nenhum dos dois. Em vez disso, aproximou-se, diminuindo ainda mais o espaço entre eles.

— Até os beijos.

Ele olhou para a boca dela instintivamente, e em seguida, para os olhos cor de mel que estavam mais próximos do que em qualquer outro momento.

— Não sei se consigo.

Quando Natalie percebeu que Hunter diminuía ainda mais o espaço e quase a beijara, conteve-o, depositando a sua mão no tórax dele. Então voltou a falar no tom normal.

— Mas vai ter que se esforçar.

Hunter soltou o ar, voltando a si. Voltou a fitá-la, olhando-a insistentemente. Sua linha de expressão entre as sobrancelhas renascera.

— Queria saber por que você é tão difícil.

— Porque você é muito fácil. – ela respondeu com um sorriso sincero e misterioso.

— Uuh. – ele fez uma expressão de dor, brincando. – Essa doeu.

— Aww, eu machuquei seus sentimentos. – Aquela era a primeira vez que ela realmente brincava com ele (a não ser quando estavam bêbados).

Ele sorriu divertidamente e lhe mostrou a língua. (GIF)

No mesmo momento, o celular de Natalie vibrou sobre a mesa de vidro. Ela levantou-se para alcançá-lo e logo voltou ao sofá olhando a tela.

— Tá tudo bem? – ele a olhou.

— Tá sim. É só a minha mãe. Ela viu as notícias na televisão e ficou preocupada. – ela respondeu enquanto digitava uma mensagem de volta.

— Às vezes esqueço que você é brasileira. – Hunter cruzou as pernas.

— Eu também. – ela respondeu divertidamente. – Parece que a minha vida no Brasil é um borrão enorme, não sei explicar. – a castanha colocou os pés sobre o sofá.

— Você não sente falta?

— Sinto mais das pessoas. – jogou o cabelo para trás. – Mas é uma falta diferente, não é algo que me corroi por dentro. Não sei se consigo explicar... No Brasil temos uma palavra pra isso. Uma palavra que não possui tradução.

— E qual é?

Saudade.

Saudade. – ele repetiu com um sotaque britânico meio enrolado, fazendo-a rir. – Consegue explicar?

— Hmm... Tem uma frase que eu gosto muito de uma escritora chamada Clarice Lispector. – ela se esticou no sofá em direção da estante abaixo da televisão. Abriu a porta de vidro e puxou um livro dali. Foi diretamente para uma página já marcada com um post-it rosa. – Aqui... “Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”

Quando levantou os olhos, flagrou Hunter fitando-a seriamente, como se refletisse sobre cada palavra que ela havia lido a ele. Se não conseguisse ver o peito dele subindo e descendo, acharia que ele havia sido petrificado, pois sequer mudava a expressão.

— Que foi? Por que você ficou quieto assim? Eu fiz algo errado? – Natalie se aproximou minimamente dele, despertando-o.

—Uau... – ele soltou o ar de uma vez, piscando repetidamente. - Eu... Eu nunca havia ouvido uma coisa tão profunda assim antes. Tão profunda e tão... Linda. – o cantor inclinou a cabeça minimamente, olhando-a nos olhos. – Existem tantas canções que falam coisas bonitas, sobre sentimentos fortes, mas acho que nada se compara ao que você acabou de ler. Saudade. – ele repetiu a palavra mais uma vez, fazendo-a sorrir com a sonoridade.

Os dois ficaram se olhando por alguns instantes. O barulho da chuva batendo contra a porta de vidro da sacada só tornava a sensação ainda mais única e arrebatadora. Ela percebeu que os olhos do rapaz brilhavam intensamente, o que a deixou completamente desnorteada. (GIF)

Lentamente, Hunter começou a diminuir o espaço entre os dois. Era uma aproximação diferente das que ele havia feito anteriormente. Existia uma certa cautela, como se pedisse permissão para fazê-lo. Seus olhos verdes corriam por todo o rosto da garota, como se ele não quisesse perder nenhum segundo da reação dela. Fitou, por fim, os lábios dela, que pareciam mais convidativos do que nunca. Sentiu-se irrevogavelmente atraído, uma vontade louca de beijá-la. Não fazia muito tempo que a havia beijado e já sentia saudades do toque dos lábios dela sobre os seus.

Quando sentiu o nariz de Hunter tocar-lhe perto da bochecha, Natalie acabou despertando daquele momento no qual estava tão envolvida e lentamente se desvencilhou. O ato fez com que os lábios dele roçassem a sua bochecha delicadamente, arrepiando-a. Natalie se afastou, respirando com um pouco de dificuldade, e percebeu que o mesmo acontecia com Hunter.

Antes que se arrependesse, levantou-se e foi em direção da pequena cozinha, deixando-o.

— Que tal fazermos alguma coisa pra comer?

Hunter acordou de seus devaneios completamente fora de si. Levantou-se rapidamente.

— Boa ideia. Alguma sugestão?

— Bom... Pra matar a saudade do meu país... Pensei em fazer um doce famoso... Simples e prático. Chama-se brigadeiro.

Brigadeiro. – Natalie não conseguia evitar as risadas toda vez que Hunter tentava pronunciar alguma palavra em português com o sotaque britânico. – E o que é?

— Tem duas maneiras de comer. – ela começou a explicar enquanto abria os armários em busca dos ingredientes. - Em formato de bolinhas de chocolate ou direto na panela. Como não tenho paciência... Vai ser de panela. E você vai comer e vai gostar.

— Com você falando de uma maneira tão... Amável, tenho certeza que vou gostar. – ele respondeu em um tom brincalhão, preparando-se para sentar nos banquinhos altos em frente à bancada.

— Nem se atreva. – ela girou os calcanhares para lhe encarar. - Acha que vai ficar olhando enquanto eu faço? Vai fazer comigo.

Ele bufou, se aproximando.

— Tá, me empresta alguma coisa pra prender o cabelo.

Ela segurou o riso enquanto arrancava o elástico do pulso e o entregava. Ela pegou um outro elástico sobre a bancada e rapidamente fez um rabo de cavalo. Em seguida, parou para observá-lo fazer um coque.

— Meu Deus... – ela o encarou. – Decididamente você fica melhor de cabelo solto. – ela comentou, puxando um pote do que parecia ser chocolate em pó e se aproximando do fogão com uma panela. (GIF)

Hunter soltou uma risada anasalada.

— As garotas me acham sexy de qualquer jeito, se quer saber.

— Bom, eu não acho, se quer saber. – ela levantou os ombros, provocando-o. Era mentira. Mas e daí? – De cabelo solto eu até que pegaria, mas preso...

— Ah é? – Hunter a puxou com força por trás, assustando-a o suficiente para que ela soltasse um gritinho e empurrasse o pote na bancada, quase o derrubando. Já que Natalie era consideravelmente mais baixa, o castanho inclinou um pouco a sua coluna para encaixar o queixo no ombro dela enquanto colava seu corpo no dela. – Você já me pegou com o cabelo solto. Quer experimentar assim?

 

 


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Notas finais do capítulo

EITA, que a brincadeira tá ficando séria! :x

E os gifs? O que tão achando? Sou tão viciada em criá-los...! *-* Espero que estejam gostando. Me perdoem pelo capítulo que ficou do tamanho do Primeiro Testamento. ♥



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