Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 24
Capítulo Vinte e Quatro


Notas iniciais do capítulo

CALMA, não me matem ao começar a ler esse capítulo e perceber que...! Não é a continuação da cena tão esperada hahahaha foi friamente calculado, juro! :x

Na verdade, como eu estou muito feliz e muito grata, vou disponibilizar DOIS capítulos seguidos. Tudo isso em dedicação à leitora MD, que perdeu um tico do tempo dela para escrever uma recomendação maravilhosa para "Defenceless". Obrigada pela força, MD! Espero que goste desses dois capítulos dedicados a vocêzinha ♥



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Anna e Luke jantaram assim que chegaram no apartamento do rapaz. A morena se surpreendeu com a comida que Luke havia pedido que preparassem: risoto de brie e damasco, e chutney de manga (O Chutney é uma prato originalmente indiano feito com especiarias frescas como gengibre, menta e coentro, sendo a base de frutas). Nunca havia comido nada igual. Aliás, nunca havia se divertido em um jantar a dois como havia se divertido daquela vez.

Ao contrário do que havia pensado, a conversa entre os dois fluiu naturalmente. Luke era um rapaz atencioso e engraçado na medida certa. Curioso, perguntou sobre a vida dela no Brasil e tudo o que ela gostava de fazer em New York, até mesmo sobre Natalie e os amigos que ela possuía. Tudo entre eles virava assunto facilmente. Ele a deixava tão à vontade que por vezes até se esquecia de que ele era o famoso Luke Parish.

Depois do jantar, os dois se reuniram na sacada do duplex de Luke para tomar alguma coisa.

Anna estava apreciando a paisagem noturna da cidade iluminada quando Luke apareceu segurando a garrafa em uma mão e duas taças na outra.

— Ei... Achei esse espumante. – ele comentou enquanto analisava a garrafa. – Não era o que eu esperava pra essa noite, mas eu me esqueci completamente de comprar alguma coisa especial. – ela se virou para olhá-lo. – O nome é Freixenet Cordon Negro. – Anna riu quando ele fez uma cara engraçada. – Ganhei em uma das premiações há algum tempo.

— Uhhh, que fancy, vou tomar um espumante que serviu de prêmio para Luke Parish. – ela comentou de forma risonha enquanto trocava olhares sugestivos com Luke, que lhe entregava a taça para depois servi-la.

— Viu só? Não é qualquer um que toma meus... Espumantes premiados? – os dois riram. Após servir a própria taça, os dois brindaram. O contato visual era firme e profundo entre eles.

Tomaram um gole da bebida simultaneamente e se apoiaram na proteção da sacada, um de frente para o outro. Olharam a vista. O apartamento de Luke dava vista para o Empire State Building, que naquela ocasião estava iluminado apenas na cor branca. Já era noite, então a cidade já estava toda iluminada pelos prédios que compunham o cenário. (FOTO)

— Moro aqui há quase três anos... E essa vista ainda me deixa sem fôlego. – Anna comentou como um pensamento solto.

— New York é uma cidade mágica. Parece que ela tem o poder de fazer com que qualquer um se sinta em casa, parte dela. – Luke concordou, se envolvendo com o assunto no mesmo instante. Respirou fundo, olhando para o mesmo lugar que ela. – A cada dia que passa essa cidade tem me dado um motivo a mais para eu me apaixonar por ela. – Olhou-a pelo canto do olho.

— É mesmo? Por exemplo...? – Anna o olhou com timidez e uma certa curiosidade.

Luke deu um gole de seu espumante e a encarou, estreitando os olhos minimamente. Aquilo fez a garota prender a respiração por alguns segundos.

— Tem certeza que não sabe? – ele perguntou de forma misteriosa.

— New York tem muitos atrativos. – ela balançou os ombros enquanto sorria. Luke também sorriu, molhando os lábios logo em seguida. Adoravam brincar com as palavras.

Perceberam que algumas gotas de chuva começaram a molhar a proteção de metal da sacada.

— Uau... Um dos dias “incomuns” em New York. – a morena comentou.

A chuva começou a aumentar rapidamente, então decidiram se aconchegar na sala. Anna bebericava sua taça enquanto entravam no lugar quando olhou em direção da televisão. Avistou diferentes aparelhos de vídeo games dispostos, um ao lado do outro.

— Será que alguém é viciado em vídeo game? – ela riu, olhando-o em seguida.

Luke coçou a parte de trás da cabeça, meio sem-graça.

— Todo mundo tem seus defeitos...

— Bom, eu sei mais um defeito seu. – Anna depositou a taça na mesa. Quando voltou a olhar Luke, viu que esteve estava com uma expressão de dúvida, encarando-a. – É um perdedor em Just Dance.

Luke riu surpreso do comentário aleatório da garota.

— Isso é um desafio? – ele levantou a sobrancelha de maneira provocativa.

— Melhor de três. – Anna respondeu no mesmo tom enquanto arrancava os saltos altos dos pés.

— Vai se arrepender de ter me desafiado. – ele comentou de forma divertida enquanto ligava o Wii.

— Meu querido, você ainda não me viu dançando! – viu Luke também tirar os sapatos, ficando com as meias.

Começaram a jogar animadamente e de maneira tão descontraída que sequer se deram conta do quão forte a chuva estava se tornando do lado de fora, quase uma tempestade.

O som da chuva era esquecido diante do som alto do home theater e dos risos de Luke e Anna, que dançavam em frente da televisão. Hora ou outra os dois confundiam o movimento e se trombavam, o que arrancava ainda mais risadas deles.

— Você é péssimo com direção! – ela gargalhou. – Era pra direita!

— Você tá me desconcentrando! – ele respondeu em defesa.

— Mas eu não estou fazendo nada!

— Você tá aqui e... – Quando Luke começou aquela frase deixou Anna tão desconcertada que ela parou de dançar, distraída.

No mesmo instante, enquanto Luke continuava o movimento, acabou trombando no ombro dela e se desequilibrando. O choque fez com que os dois caíssem no tapete. O corpo de Luke estava parcialmente sobre o dela. Os dois riam descontroladamente com os rostos bem próximos sem nem perceberem.

Quando Luke olhou para frente, se deu conta da proximidade e aos poucos as gargalhadas foram sumindo. Anna também começou a encará-lo nos olhos. Às vezes fitava a boca semiaberta do rapaz, que respirava mais rápido do que o normal.

Lentamente, o moreno começou a diminuir o espaço entre os dois. Às vezes ele afastava o rosto minimamente, como se pedisse permissão para se aproximar. Como percebeu que Anna estava completamente envolvida, fitando-o com os olhos quase se fechando, ele finalmente selou os seus lábios no dela em um beijo calmo, mas ao mesmo tempo cheio de desejo.

A mão de Anna segurou a nuca dele instintivamente enquanto ele parecia ficar ainda mais sobre ela sem soltar o peso do próprio corpo. As línguas pareciam dançar entrelaçadas, ainda mais envolvidas do que os donos delas momentos antes.

Luke acariciou o rosto dela com a mão, puxando o cabelo da morena delicadamente, arrancando-lhe um suspiro baixo. Aquilo o fez sorrir em meio ao beijo. Anna mordeu o lábio inferior do rapaz lentamente, puxando-o vagarosamente antes de se afastarem um pouco para se olharem.

Estavam tão próximos que seus narizes se tocavam. Anna mordiscou o próprio lábio de uma maneira inocente, e ao mesmo tempo, provocante. Luke lhe devolveu um sorriso doce, entorpecido pelo beijo que haviam acabado de dar.

Os dois ficaram se observando e se acariciando delicadamente. Compartilharam alguns pequenos sorrisos entre selinhos.

Porém, o momento foi interrompido pelo barulho de algo se quebrando na sacada. Os dois se afastaram em um pulo. Levantaram-se e foram para perto da porta de vidro. Um dos vasos de enfeite da sacada havia se espatifado no chão. A chuva estava assombrosamente mais forte do que antes, e a sacada estava bem molhada.

— Meu Deus, eu nunca vi uma chuva assim aqui. – Anna comentou assustada. Era impossível enxergar os prédios direito e eles nem se atreveram a abrir a porta de vidro para verem mais de perto. – Isso não é normal. – ela comentou séria, se virando para o moreno.

Luke correu para a o controle remoto que estava no sofá e tirou do jogo para acessar um canal de notícias. Ficaram estupefatos ao verem imagens de diferentes pontos da cidade de New York. Imagens de árvores derrubadas, ruas alagadas no meio da noite que só havia começado.

Ouviram a âncora do jornal:

— As águas do rio Hudson começaram a inundar as ruas de Manhattan e Brooklyn após a ameaça de um furacão atingir a cidade de New York nesta tarde, com rajadas de vento e uma garoa incomum durante todo o dia. Mesmo o furacão tendo se transformado em uma tempestade tropical, os governos locais advertem que o seu impacto não foi diminuído e pedem que os cidadãos não saiam de casa.

— Ai. Meu. Deus. – Anna tampou a boca com a mão.


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