Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 17
Capítulo Dezessete




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— Meu Deus! – foi a primeira coisa que saiu da boca de Natalie, que tentava recuperar o fôlego. Ela colocou a mão sobre o tórax, sentindo os batimentos cardíacos acelerados enquanto virava seu pescoço para trás. Conseguiu ver as pessoas desacelerarem a corrida há uns 15 metros de distância enquanto o carro se afastava ainda mais delas. – O que foi aquilo?!

— Da próxima vez, quando eu falar, você me escuta. – Hunter a repreendeu, assistindo à mesma cena das pessoas, mas através do retrovisor central do carro.

— Foi a coisa mais assustadora que eu já vi. Parecia uma horda de zumbis do “The Walking Dead."— ela comentou assustada, tentando se recuperar do acontecido. Voltou seu corpo para frente.

— Você tá legal? – ele a olhou rapidamente, antes de ter que voltar a sua atenção ao volante.

— Tô, tô... – Natalie arrancou o boné da cabeça e o largou sobre as pernas. Passou as mãos pelos comprimentos do cabelo, penteando os fios com os próprios dedos. – Pode me deixar perto de alguma estação, por favor?

— Tá louca?! – Hunter finalmente puxou o cinto para afivelá-lo. – De jeito nenhum. Não vou parar esse carro até que estejamos seguros.

Natalie respirou fundo para conter a vontade de socar a cabeça dele e passou as mãos pelo rosto repetidamente.

— E posso saber onde é que você vai me levar?

— Pro meu apartamento...

— Mas nem fodendo. – Hunter mal terminara a frase e já se arrependera, pois Natalie avançou para perto do volante e ele teve que contê-la com uma mão enquanto dirigia. – Dá meia volta e me deixa na estação.

— Você não sabe obedecer uma única vez?

— Eu não vou pro seu apartamento nem que me paguem. Você tá se aproveitando da situação, Hunter Saxton, e eu já vou te adiantar: NÃO VAI ROLAR.

— Deixa de ser estúpida, não estou me aproveitando de nada. Não viu o que acabou de nos acontecer? Os paparazzi podem estar em todo lugar. Se te virem descer do meu carro você estará lindamente fodida. É isso o que quer, angel?

Natalie sentiu aquele mesmo arrepio que sentiu na Lavo quando ele a chamou de love com aquele sotaque britânico. Respirou fundo e procurou disfarçar.

Olhou para o teto do carro como se falasse com uma força superior:

— Deus... Que que eu te fiz, sério?

— Não moro longe daqui. – Hunter rolou os olhos, ignorando o sarcasmo da garota. – Relaxa, eu não vou fazer nada com você. – ele a olhou de canto sem perder a concentração do volante. – A não ser que queira... AI!

Hunter começou a rir quando Natalie passou a lhe desferir socos no antebraço.

— Imbecil... – ela segurou o riso para que Hunter não notasse, mas mesmo assim ele percebeu, olhando-a de canto disfarçadamente.

— Viu? Chegamos e... – Hunter sequer conseguiu continuar a frase, pois ficou espantado quando estava prestes a entrar na rua do edifício onde Natalie concluiu que ele morava.

Oh, boy... – ela esticou o pescoço para enxergar pela janela dele. Os paparazzi já haviam cercado a fachada do edifício antes mesmo de eles chegarem.

— Merda, eles previram que viríamos pra cá. – Hunter continuou a dirigir em linha reta em vez de entrar à direita.

— Bom, e agora, gênio?

— Agora... – ele se esticou para alcançar o próprio bolso da calça jeans escura que vestia enquanto continuava com a mão esquerda no volante. Natalie o viu tirar o celular dali. Desbloqueou o aparelho com facilidade. – É hora de pedir reforço.

— Quê? – ela o olhou confusa enquanto observou Hunter colocar o celular na orelha.

— Hanser? Oi... Tá em casa? – ela não conseguia ouvir o que Hans dizia do outro lado. – Tô precisando da sua ajuda. O código é o S.O.S mesmo, cacete, não tô querendo usar seu apartamento. – Natalie rolou os olhos. – Sim, cercaram a porra do meu prédio. Quê? – ele encarou a castanha ao lado dele. – É, ela tá aqui comigo. Valeu, chego em cinco. – desligou o celular e o jogou no console do carro. – Resolvido. Vamos pro Hans.

— AH, ótimo... – a castanha apoiou o cotovelo no braço do banco com uma feição irritada.

**

Natalie entrou emburrada quando Hans abriu a porta. O loiro rapidamente encarou Hunter com uma expressão confusa, que vinha logo atrás. O vocalista apenas franziu a testa em reposta.

— Oi... – ela cumprimentou, tentando sorrir e disfarçar a irritabilidade. Os braços cruzados, pressionando os seios.

— Fala aí,... – Hans interrompeu a si mesmo, esperando ela dizer qual a maneira que preferia ser chamada.

— Nats. – ela respondeu.

— Nats. – o loiro repetiu, sorrindo. – Seja bem-vinda. Senta aí!

— Nats? – Hunter se intrometeu, se jogando no sofá da sala espaçosa. Natalie ficou a observar o ambiente, a começar pelo pé direito monumental do apartamento. – Por que nunca me disse que esse era o seu apelido?

— Porque você não se interessa por mais nada além do seu próprio nariz. Só por isso. – ela respondeu com um sorriso irritante.

— Ui... – Hans levantou os ombros e fez uma careta de dor após ouvir a patada. – Ânimos exaltados.

— Dia difícil, Hanser. – Hunter abriu os braços, apoiando-os no encosto do sofá enquanto cruzava uma perna sobre a outra, apoiando a batata da perna direita na coxa esquerda. – Parecia Velozes e Furiosos versão apocalipse zumbi.

Hans gargalhou, e dessa vez nem mesmo Natalie conseguiu segurar o riso com a piada, o que chamou a atenção de Hunter no mesmo instante.

Era a primeira vez que ela ria dele, de uma piada dele. Aquilo o agitou internamente. Natalie ficava ainda mais linda, e o som de sua risada preencheu ouvidos de Hunter de uma forma que fazia com que ele desejasse escutá-la novamente.

Natalie sentiu o rosto queimar e desejou que um buraco abrisse no meio daquela sala para que ela se enterrasse ali mesmo. Felizmente o seu celular começou a vibrar no bolso da calça, e ela o puxou na mesma hora.

— Anna? – ela atendeu. – Ai, você nem imagina... – ia começar a falar quando se deu conta de que Hans e Hunter a observavam. Ela parou de súbito e olhou para o loiro. – Tem um lugar no qual eu possa conversar melhor?

— Claro... Você pode usar a sacada se quiser! – Hans respondeu já indo em direção da porta de vidro que dava caminho para a sacada, que com certeza era maior do que a sala do apartamento de Natalie. Ela mesma conseguira concluir aquilo enquanto passava pela porta e fazia um sinal de agradecimento. O loiro assentiu e fechou a porta para que ela se sentisse mais à vontade, porém ainda era possível que os dois a observassem pelo vidro. – O que vocês estão fazendo juntos? – Hans perguntou ansioso, num tom mais baixo para que ela fosse incapaz de escutar.

— Tudo o que você imaginar, menos o que eu realmente queria. – Hunter suspirou, fazendo Hans rir novamente. – Hoje tá dando tudo errado, Hanser..

— O Luke comentou que você tinha marcado com ela. E também contou tudo o que rolou na Lavo.

Hunter o encarou surpreso.

— Bom, o Luke é um imbecil, mesmo. Boca aberta do caralho...

— Qual é, Hunter. É só a gente, moleque.

— Deixa eu adivinhar... O Tom também sabe.

— Sabe que não tem essa de segredo entre a gente.

— Porra, ele vai me zoar até o fim dos tempos. – Hunter lamentou de uma maneira divertida, jogando a cabeça para trás.

— Ah, ele vai. – Hans confirmou, rindo. – Mas porque tá dando tudo errado?

— Joga meu nome no Google nas últimas notícias aí.

Hans puxou o celular do bolso da frente da calça e obedeceu o amigo. Não demorou muito para que Hunter o visse arregalar os olhos azuis.

— Mas você também é uma anta. – confessou Hans, finalmente voltando a fitá-lo.

— Obrigado. – o castanho assentiu. - Era tudo o que eu precisava ouvir!

**

— Anna, que dia do cão! – Natalie começou a falar mais baixo para que Hans e Hunter não conseguissem escutá-la.

— O que foi? E por que você não respondeu nenhuma das minhas mensagens? Comecei a ficar preocupada.

— E com razão. – a castanha começou a andar de um lado para o outro enquanto segurava o celular contra o ouvido. – Até perseguida por uma legião de fãs enlouquecidas e paparazzi sedentos eu fui hoje.

— É o quê?!

— Pois é. Pra começar, o Hunter é um imbecil e isso é um fato consumado.

— Eu não tô entendendo nada, Natalie. Me situa, por favor?!

— Pesquisa aí no computador o nome do querido nas últimas notícias.

O outro lado da linha ficou em silêncio por alguns instantes.

— Puta que me pariu...

— É, pois é. Puta que me pariu duas vezes. Aí a gente discutiu...Depois te conto melhor essa parte. E eu quis ir embora, mas simplesmente não pude porque o Tavern 29 estava cercado. Resumindo: fugimos pelos fundos e eu fui obrigada a vir com ele pra casa do Hans porque o prédio dele também já estava cercado quando chegamos lá.

— Hmmm... ­— Natalie rolou os olhos quando ouviu o tom sacana de Anna. – Quer dizer que vocês iam pro apartamento dele – finalmente –, e resolveriam tudo com uma noite de sexo incrível? Adorooo!

— ANNA?! – Natalie falou alto, chamando a atenção da amiga, e o grito dela fez com que Hans e Hunter a olhassem através do vidro por alguns segundos. Ela deu um sorrisinho amarelo e acenou para eles antes de ficar de costas para os dois. Ouviu Anna gargalhar do outro lado. – Não sei porque eu ainda te conto as coisas.

— Porque eu sou sua melhor amiga. Foi brincadeira, guria. Desculpa, vai...— Anna parecia recuperar o fôlego depois de rir da própria piada. – E agora?

— Agora boa pergunta. Tô aqui presa como uma refém com esses dois. – ela se virou novamente e focou os olhos cor de mel em Hunter, que ainda estava esparramado no sofá. Deu um sorrisinho discreto enquanto o olhava e sentiu-se uma boba.


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