Defenceless escrita por Lia Sky


Capítulo 10
Capítulo Dez


Notas iniciais do capítulo

AI, gente! A cada capítulo fico mais animada e ansiosa pra saber o que estão achando da história! Fico numa agonia que só vendo!



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— E ele ainda veio com aquele papinho de que não estava a fim dela... – Thomas debochou com Hans enquanto os dois assistiam Hunter dançar animadamente com Natalie.

— Até parece que você não conhece o H... – Hans deu um gole de seu drinque, apontando para o casal enquanto dançava sozinho com o copo na mão. – Se bem que eu não vejo ele "a fim" de alguém há muito tempo.

— Como assim? – Thomas o encarou confuso.

— O Hunter tá sempre a fim de comer todas. E acho que essa era até a intenção dele com a tal de Natalie... Mas agora...

— Você acha? – Thomas sorriu.

— Quem sabe. – o loiro balançou os ombros enquanto voltavam a observar Natalie e Hunter juntos.

**

Natalie e Hunter pareciam bem entretidos um com o outro. Dançavam entre os grupos de pessoas na área VIP, mas sinceramente era como se houvessem apenas eles dois ali. Ela finalizou o drinque que estava bebendo e o colocou na mesa mais próxima, voltando a dançar. Já até havia perdido a conta do quanto havia bebido, e aquilo era decididamente um problema. Mas um problema com o qual ela não se importava no momento.

Ambos sorriam um para o outro enquanto dançavam quase como se estivessem conectados. Por muitas vezes, os corpos pareciam seguir o mesmo movimento, mesmo que não se tocassem. Aliás, Natalie procurava manter uma distância de pelo menos dois palmos entre os dois.

— Sabe que você até que é legal? – ela falou alto, perto do ouvido dele. Hunter arrepiou-se ao sentir o hálito quente dela ir de encontro com a lateral de seu pescoço.

— Viu o que está perdendo? – ele respondeu com um sorriso convencido.

— Corrigindo: você até que é legal... De boca fechada. – Hunter gargalhou com o comentário dela e levantou o rosto para cima, fechando os olhos.

Não conseguia se importar com mais nada naquele momento, apenas com a castanha com quem estava brincando de "jogo da sedução" durante toda a noite. Sabia que havia muito mais sobre ela para conhecer do que só aquela garota nervosa que entrou no camarim. Ali estava ela, e ele estava pronto para desvendá-la, queria fazê-lo. O jeito como ela o rejeitava tinha exatamente o efeito contrário nele. O fazia querer conhecer mais e mais sobre a garota que não estava nem aí para quem ele era. E no fundo, talvez ele gostasse daquilo. Mas só talvez.

Ficou surpreso quando sentiu uma mão quente lhe segurar a nuca. Abriu os olhos e ficou ainda mais surpreso quando percebeu que a mão que havia se encaixado ali era de Natalie, que no momento estava de costas para ele, acompanhando os seus movimentos.

Tinha quase certeza que conseguia sentir sua pele queimar no local onde a mão dela estava depositada. Não hesitou em envolver seu braço esquerdo na cintura dela, puxando-a para mais perto e fazendo com que o quadril dela encostasse no seu.

— Fica difícil com você me provocando assim... – ele comentou no pé do ouvido dela com a voz rouca, e aquilo fez Natalie sentir pulsações nervosas serem enviadas por todo o seu corpo.

Ela riu gostosamente, e aquilo decididamente o encantou.

— Não estou te provocando. Estou curtindo. Não foi pra isso que você me chamou? – Natalie lhe apertou a nuca levemente, fazendo-o respirar fundo como se tentasse manter o controle.

— Quem diria que a mocinha puritana sabe se divertir! – Hunter debochou, ainda segurando-a perto.

Natalie se desvencilhou do castanho rapidamente, deixando-o um pouco atordoado por alguns segundos. Ela o encarou profundamente e deu um sorriso provocador.

— Você não viu nem a metade. – ela rebolou divertidamente, arrancando-lhe um sorriso torto. – Só porque eu não quero dar pra você, não significa que eu não saiba me divertir.

— Bom... Posso lhe garantir que você está perdendo uma boa diversão. – não conseguiu se conter e soltou a brincadeira.

Ela apenas lhe lançou um olhar de repreensão enquanto sorria. Puxou a garrafa de cerveja da mão dele para tomar um longo gole. Antes de tirar o gargalo da boca, sentiu a garrafa lhe ser arrancada da mão.

— Mas o que...? - era Anna quem parecia ter brotado do chão e ficou a encarar Natalie por alguns segundos. A castanha viu Luke por cima do ombro da amiga. – Que foi? – ela continuou a dançar.

— Amiga, você já não acha que bebeu demais?

— Eu tô bem, miga, juro! – Natalie começou sinceramente.

— Não tá não. – Anna levantou a garrafa de cerveja, mostrando a ela. – Você odeia cerveja. Se está tomando cerveja é porque já não está sentindo mais nada. E isso, my friend, é um mal sinal.

Natalie rolou os olhos, arrancando risos de Hunter.

— Por favor... Certifique-se de que ela não vai mais beber, ok? – Anna pediu a Hunter enquanto empurrava a garrafa contra o peito dele e já se preparava para sair de perto deles.

— Agora virei babá dela?

— Ninguém mandou ficar a fim dela. Tudo nessa vida tem um preço, e esse é o dela. Pegar ou largar. – Anna respondeu em tom de brincadeira.

Hunter pensou em contra argumentar que não estava a fim de Natalie, como ele havia repetido milhões de outras vezes toda a vez que um de seus amigos disse a mesma coisa, mas Anna já havia saído dali.

O castanho a observou sair inconformado, depois virou os olhos verdes para Natalie.

— Ela é sempre assim?

— Essa é a Anna. – Natalie apontou para a amiga, levantando os ombros.

— Ah, que seja... – ele riu fracamente e voltou a tomar a cerveja.

Natalie esticou a mão para furtar a garrafa da mão de Hunter novamente, mas dessa vez ele foi mais rápido e levantou o braço, deixando o objeto fora do alcance dela.

— Qual é?! – ela fechou a cara.

— Não ouviu sua amiga? – ele a encarou por baixo.

— Desde quando você recebe ordens? – Natalie colocou as mãos na cintura, questionando-o.

Hunter arqueou as sobrancelhas em resposta. Encarou a garota por alguns segundos. "Como ela consegue ser tão ridícula e lindamente abusada?".

— Não recebo ordens, apenas me preoc... – o castanho parou no mesmo instante em que percebeu o que estava prestes a dizer. Arrependeu-se imensamente por não ter pensado antes de falar. A bebida decididamente já estava fazendo efeito em seu sangue.

Natalie deixou um sorriso sexy, e ao mesmo tempo irritante brotar em seus lábios, em uma linha fina.

— Tá preocupado comigo, Saxton?

— Só não quero ser o culpado por um coma alcoólico, só isso. – continuou a encará-la seriamente.

— Achei que era eu quem não sabia me divertir... – Natalie alfinetou divertidamente.

Hunter estreitou os olhos verde-claros e deixou seu rosto bem próximo do dela. Encarou aqueles olhos amendoados por longos segundos e percebeu que ela não temia sustentar aquele olhar. Era como se pudessem fazer aquilo a noite toda.

Ele finalmente rolou os olhos, trazendo o braço para perto do próprio corpo novamente.

— Que seja.

Natalie sorriu vitoriosa e puxou a garrafa sem afastar o seu rosto do dele. Deu-lhe uma piscadela. Aquilo o fez prender um risinho na garganta. "Essa garota é impossível...". Puxou uma nova garrafa da mesa que estava próxima deles, abrindo-a com facilidade. Trocaram mais um olhar antes de beberem ao mesmo tempo.

**

Natalie já sentia seu corpo leve e mole ao mesmo tempo. Hora ou outra sentia o salão girar, mas disfarçava perfeitamente, se apoiando nos ombros de Hunter como se só estivesse dançando. Também levantava os braços para o alto enquanto se movia ao ritmo da batida da música.

Ela e o castanho estavam dançando quase a noite toda e pareciam não se cansar. A troca de olhares parecia ser cada vez mais intensa e cheia de significado. Era como se fossem capazes de fazer tudo o que tinham vontade de fazer embora, de fato, não o fizessem. Era tudo um jogo.

Natalie encarou Hunter por alguns segundos. Riu quase que para si mesma, mas não passou despercebida por ele, que estava lhe encarando de volta.

— Tá rindo do quê?

— Isso só pode ser uma viagem muito louca da minha cabeça. – ela sentiu uma leve tontura, então passou a dançar de olhos fechados por alguns instantes.

— Isso o quê? – Hunter estava tão alcoolizado quanto ela. Algumas vezes precisava forçar a visão para focar a imagem da castanha à sua frente, que era cerca de uns 20 centímetros mais baixa do que ele.

— Eu. Dançando. Com. Hunter. Saxton. Na. Balada. – ela falou pausadamente, fazendo questão de dar ênfase em cada palavra.

— Achei que não importava quem eu sou. – ele debochou.

— E não importa... Mas eu quero dizer... Quais são as chances? É insano.

Hunter estreitou os olhos enquanto sorria na direção dela.

— Bom... Merdas acontecem. – ele subiu os ombros.

Natalie riu fracamente, mas não deixou de tentar manter o contato visual.

— Por que eu?

— Como assim?

Ela respirou fundo, como se tentasse encontrar as palavras certas para explicar onde estava querendo chegar. Estava tão bêbada que nada mais importava, inclusive a compostura de perguntar o que tanto queria quando sóbria, mas que até então não havia tido coragem.

— Você pode ter quem você quiser. Por que foi ficar intrigado logo comigo?

Era como se tudo houvesse sido congelado no ambiente. Hunter ficou imóvel, surpreso diante do questionamento de Natalie. Não sabia a resposta. E a verdade é que não sabia se não havia resposta ou se ele estava bêbado demais para formular qualquer argumento ou desculpa convincente.

Ele molhou os lábios rapidamente e olhou para os lados, desviando do olhar dela por alguns instantes. Depois voltou a encará-la. Ele não sabia, e isso o estava deixando maluco. Não sabia o porquê de não conseguir esquecer o momento em que seus olhos encontraram os dela no show. Não sabia o porquê de a ter desejado conhecer tão desesperadamente. Não sabia o porquê de ter se importado tanto com o encontro no camarim, ou mesmo porquê quis o número dela mesmo depois da discussão. Não sabia porquê ficou tão animado quando a encontrou na Lavo. Muito menos porquê a convidou para se juntar aos seus amigos.

A falta daquela resposta o frustrou durante toda a semana, era verdade. Mas agora, diante daqueles olhos dourados, dos lábios tão naturalmente desenhados... Aquele questionamento já parecia nem fazer mais tanto sentido. Ele já nem queria mais saber o porquê.

— Eu não sei. – Hunter abaixou o rosto enquanto colocava as mãos nos bolsos das calças. Levantou os ombros minimamente e voltou a encará-la. Respirou fundo. – O que eu sei é que não consegui te tirar da minha cabeça.

Era tarde demais. Quando se deu conta, as palavras já haviam escapado de sua boca. O ar entre os dois ficou tenso. Natalie estancou os seus pés e sentiu o fôlego lhe faltar por alguns segundos. Pensou ter ouvido errado. Depois pensou estar bêbada demais. "Hunter Saxton acabou de dizer que não consegue me esquecer?".

O coração de Natalie começou a acelerar violentamente, e ela achou que a qualquer momento a sua caixa torácica fosse se quebrar. Encarou o castanho e sentiu algo dentro dela. Um desejo súbito de tomar os lábios de Hunter para si assolava os seus pensamentos de uma maneira insana, e o castanho a flagrou olhando fixamente para a boca dele.

Hunter deu mais um passo a frente, diminuindo ainda mais o espaço entre eles. Quando Natalie fez a mesma coisa, sentiu uma tontura imensa se apossar de sua cabeça. O álcool em seu sangue fez com que suas pernas vacilassem. Ela teria ido de encontro ao chão se ele não a tivesse segurado.

— Você tá legal?!

— Tô, tô, eu só... – Natalie sentiu a bebida se revirar no seu estômago e o salão girar. Tentou focar os sapatos de Hunter, mas era quase impossível. Forçou-se a ficar de pé e parecer o mais sã possível. – Acho que eu preciso ir ao banheiro.

— Tem certeza que tá bem? Não quer que eu te acompanhe? – era a primeira vez que ela notava um ar de preocupação e seriedade na voz dele, e aquilo a surpreendera.

— Tá tudo bem, de verdade...

— Miga, você tá ok? – era Anna quem havia visto a cena um pouco ao longe e se aproximara da amiga para certificar-se de que ela estava bem.

— Sim, eu só... Tropecei, nada demais. Eu preciso ir ao banheiro. – ela deu um sorriso forçado a Anna.

— Vou contigo.

— Não, não precisa. – Anna a encarou seriamente. – De verdade, é rapidinho.

Anna suspirou pesadamente e assentiu.

Natalie deu uma última olhada a Hunter. Ele finalmente a soltou e ela deu um sorrisinho torto a ele antes de sair.


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Notas finais do capítulo

AIAIAIAI. E agora, minha gente? HAHAHAHA



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