Capitulo VIII

❄ Harry Potter ❄

Outono era uma das estações que Alice mais gostava, tudo ficava bonito e o clima era agradável. E nos jardins de Hogwarts tudo ficava ainda mais encantador. A mistura da cor do lago, com a grama e as folhas caídas deixava tudo ainda mais lindo.

Definitivamente, Hogwarts era um dos melhores lugares do mundo. Isso se não fosse o melhor.

Alice passou quase dez minutos esperando por Harry e quando o menino finalmente chegou, ela já estava impaciente. Paciência sem duvidas não eram uma das virtudes da ruivinha.

— O-Olá                                          

Harry cumprimentou timidamente, sendo observado por um olhar não tão amistoso da menina, mas logo depois ela abriu um grande sorriso e agarrou a mão dele, puxando-o para se sentar com ela.

— Remmy disse que você era a cara do nosso pai – comentou, mexendo no cabelo bagunçado do menino, que se afastou da mão dela –, mas que seus olhos são da nossa mãe. Iguais aos meus. Eu sou bem parecida com ela, segundo ele, só que ele diz eu sou mais sonserina.

Sorriu de novo, piscando os longos cílios. Harry deixou uma risada escapar e a menina comemorou internamente, o primeiro item da lista já havia sido riscado.

Fazer Harry rir para acabar o clima tenso.

— Então Haz – começou jogando uma pedrinha no lago, que três vezes antes de afundar –, você não parecia saber de mim até a seleção.

Ele ficou vermelho. E fofo.

— Eu não sabia mesmo – murmurou –, eu não sabia praticamente nada sobre meu passado até um mês atrás. Ainda não sei muito, na verdade.

— Eu também não sabia muita coisa – confessou –, Snape e a Sra. Gilbert me contaram o básico. Ai Remus me contou mais algumas coisinhas, uns detalhes aqui e outros ali, e coisas sobre nossos pais.

— Quem é Remmy?

— Remus ou Lupin pra você – corrigiu –, só eu posso o chamar de Remmy, Haz. E ele era o melhor amigo da mãe e um dos melhores amigos do pai. Se não o melhor, parece que o melhor amigo dele, Simon, eu acho, aprontou alguma coisa não muito legal que Remmy não quis me contar. Acredita que ele acha que eu sou vingativa?

Perguntou indignada e continuou falando antes que Harry pudesse falar.

— E isso tudo porque eu queria azarar o maldito vizinho dele que colocou o cachorro maldito para pegar meu gato. – concluiu bufando e Harry gargalhou, fazendo-a olhar irritadiça para ele. – Chato. – mostrou a língua.

Harry continuou rindo, poderia ser que nem todos os sonserinos fossem tão mal quando Rony dissera. Alice era divertida, e muito tagarela.

— Você deveria falar mais – Alice comentou depois de um tempo em silêncio, atirando outra pedrinha no lago —, só eu estou falando. Vamos fazer um jogo rápido de perguntas e resposta, tá? Ai a gente se conhece melhor.

Harry assentiu.

— Nome completo. — ele disse primeiro — Harry James Potter.

— Alice Evans Potter. Comida preferida? Eu amo bombas de chocolate.

— Todas serve? — perguntou a fazendo rir concordando — Melhor amiga? Eu acho que o meu é Rony.

— Porque amiga? — questionou de olhos estreitos — Eu me dou melhor com meninos. Mas Pansy ate que é legal, talvez nós possamos ser amigas algum dia. Eu também gosto de Daniel, Blás e Draco. Do Calum da aula de Herbologia também. E tem aquela lufana da aula de história, a Lís… Qual seu maior medo? Eu tenho pavor a aranhas, tenho até aracnofobia, só para você ver a gravidade disso.

Harry ficou pensativo por uns dois minutos, pensando na resposta.

— Acho que de Voldemort… — murmurou.

Voldemort. Alice tinha tido uma conversa com Lupin sobre esse homem. Apesar dele ter matado seus pais, fazendo-a crescer em um orfanato, Alice não tinha raiva do homem. O máximo de sentimento que poderia nutrir por ele era o mais puro e profundo nojo. O que, nos padrões da menina, era uma coisa bem pior.

— Sem assuntos depressivos! — cantarolou, cutucando a barriga de Harry — Não quero lembrar de assuntos depressivos na nossa primeira conversa, Haz! Você gosta da grifinoria?

— Sim, muito! — os olhos dele brilharam — Tem várias pessoas legais e super gentis.

— Na sua seleção — começou arrumando a faixa branca - que era de Pansy - no cabelo — eu estava torcendo para que fosse para Sonserina. Achei que seria legal estar na mesma casa que você.

Harry torceu os lábios.

— Por um momento o Chapéu até que considerou a idéia de me mandar para lá — falou com desgosto na voz —, mas depois tomou a decisão certa. — concluiu orgulhoso.

— Ué, qual seu problema com a Sonserina? — perguntou realmente confusa — São os melhores e mais confortáveis dormitórios, um Salão Comunal incrível, luxuoso e com uma biblioteca incrível! Lá tem tudo do bom e do melhor!

— Não podemos dizer o mesmo das pessoas. — murmurou baixinho, mas mesmo assim a menina ouviu.

— Somos muito legais sim! — falou com os olhos cerrados. – Se você convivesse com pessoas de todas as casas saberia.

Rolou os olhos, se irritando. Harry também parecia estar se irritando, já que tinha os punhos cerrados.

— Serio mesmo, eu adorei falar contigo. – a menina falou levantando, depois de respirar profundamente se acalmando – Mas tenho aula de feitiços agora, e não quero brigar com você. Até outra hora, Haz.

❄

Sábados em geral costumavam ser o dia preferido de Alice desde que começara a estudar. Não tinha aula e ainda faltava um tempo razoável para segunda, o dia perfeito.

Mas não quando Pansy estava tentando destruir o quarto durante a manhã!

— Que merda você esta fazendo essa hora da madrugada? – Alice perguntou num rosnado puxando o cobertor por cima da cabeça, sem nem abrir os olhos.

— Bom dia! – Cumprimentou animada, tentando tirar o cobertor do corpo da ruiva. Se tinha uma coisa que Alice odiava mais do que acordar cedo num sábado, era o bom humor matutino de Pansy. – Levanta, Lice! A gente tem que se exercitar. Essa vida de sedentária da acabando comigo.

Alice pensou estar com sérios problemas auditivos, porque até tirou a coberta do rosto para olhar para a loira, que só podia estar com uns parafusos a menos.

Mas na verdade estava era com um conjunto de ginástica e um tênis rosa choque.

— Para onde você vai? – questionou coçando os olhos.

— Eu não, nós. – corrigiu, jogando o que parecia uma copia perfeita da roupa que ela usava e um tênis azul com algumas listras rosa na ruiva – Cuida em se arrumar, temos uma hora para se alongar para aula de vôo. Estamos sedentárias demais, será provável deslocar um osso.

— Eu estou feliz na minha vida de sedentária. – comentou voltando a se cobrir, mas Pansy arrancou a coberta. Alice olhou-a irritada – Eu subo vários lances de escadas diariamente, pra mim isso é exercício suficiente.

— Mas pra mim não! Precisamos cuidar da saúde, sabia?

Alice bufou, sentando na cama.

— Você já percebeu que isso é muito curto para sairmos por aí? – rosnou, mostrando o short e o top.

— Não iremos sair – ela rolou os olhos –, vamos alongar aqui. Já temos tudo que precisamos.

A Potter levantou bufando. A insistência da loira quando queria alguma coisa era uma das qualidades que Alice mais gostava nela, mas naquele momento não tinha nada de bom. Era um péssimo defeito.

— Eu te odeio, Parkinson.