A Nova Potter escrita por Why Taw


Capítulo 20
Capitulo XIX




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Capítulo XIX

 

❄ O Homem de Duas Faces: No alçapão ❄

 

A vida era cheia de mistérios. Alice sabia bem disso, e teria de colocar mais um em sua lista que não era nenhum pouco curta: Como havia passado pela turbulenta semana de exames do seu primeiro ano.

Se a perguntassem, ela não saberia responder como havia conseguido aquilo enquanto vivia seguindo Quirrell e despistando Snape, que havia colocado na cabeça que a Potter estava aprontando algo.

E, em meio a vários livros e pergaminhos de Historia e Herbologia, ela também tinha que descobrir como passaria pelo Cachorro para caso de emergências. Mas, ao que parece, não existiam livros que diziam como se livrar de cachorros enormes.

— Potter! – Snape chamou a atenção da menina em um tom levemente irritadiço.

Era sexta à tarde, ultimo dia de exames, e ela estava morrendo de calor dentro do castelo, cumprindo uma detenção, enquanto os outros alunos aproveitavam os jardins.

— Harry não esta aqui. – rolou os olhos, entediada – Sempre que você fala “Potter!” assim é pra ele, não tem como eu saber sobre quem o senhor esta falando, sabia? E eu já organizei essas malditas poções de todas as maneiras possíveis, dá pra me liberar logo?

— Pra você ficar seguindo o professor Quirrell como a sombra dele? – questionou com a sobrancelha arqueada, quando a menina se jogou em um sofá de couro preto que havia em sua sala.

— Exatamente. – confirmou, sabendo que ele já sabia mesmo a resposta então não havia motivos para mentiras. – Posso ir agora?

— Não. – disse pegando vários pergaminhos, penas e alguns frascos de tinta. – Nós vamos para biblioteca corrigir o exame escrito do sexto ano.

— Mas eu sou do primeiro! – disse incrédula, vendo ele abrir a porta e acenar para ela passar. – Como você acha que eu vou corrigir as porcarias do sexto?

— Você só vai ficar quietinha na minha frente, Potter; agora cuide em sair do sofá.

— Meu nome é Alice. – reclamou levantando e passando pelo professor, arrumando a cabeçinha do Mickey que era pingente do seu cordão.

— A mochila, Potter.

A menina bufou, voltando pra sala para pegar a mochila.

Mesmo não sendo a pessoa mais estudiosa do mundo, Alice costumava gostar da biblioteca. Era o ambiente mais calmo do castelo. Mas ficar sentada, só olhando para Snape corrigir uma pilha de pergaminhos, era, no mínimo, entediante. Uma hora depois, ele só tinha corrigido metade e fazia isso cruelmente calado. E, não importasse o que Alice perguntasse a ele, a resposta sempre era não. Menos quando ela começou a perguntar sobre os Potter.

— Uma vez você disse que eu sou insolente como meu pai... – comentou deitando sobre os braços, olhando para o professor pelo canto dos olhos. – Você conheceu James?

— Infelizmente. – respondeu baixo e Alice teve a impressão que ele fechou um pouco a cara, que já não estava muito boa antes.

— E Lily?

— Também.

— E como eles eram?

Snape olhou para Alice com a cara fechada, vendo o olhar curioso e atento da ruivinha que tinha os mesmo olhos da mãe.

— Porque você não volta a ficar caladinha? – questionou parecendo irritado.

Alice mordeu a parte interna da bochecha e assentiu. Não perguntaria mais sobre James e Lily, por enquanto.

— Quando você esta muito irritado, o que usa para se acalmar?

Snape tentou encontrar algo oculto nessa frase, mas parecia ser algo simples e sem nada por trás. Então resolveu que não teria nada demais responder. Esse foi seu grande erro.

— Ler, eu gosto de ler.

Ler não serviria para a menina.

— E quando você não pode ler, o que você faz?

Snape arqueou a sobrancelha.

— Porque você quer saber mesmo?

— Ah, eu sou uma pessoa muito estressada, sabe? Estou procurando maneiras de me acalmar.

Snape continuou calado e voltou a prestar atenção nos pergaminhos, quando Alice achou que ele tinha esquecido e ia refazer a pergunta, ele respondeu:

— Música, Alice.

Snape só liberou Alice na hora do jantar e dentro do Grande Salão, alem de freqüentemente a encarar para ter certeza se ela continuava sentada depois que Quirrell saiu do salão.

— Porque Snape não para de olhar para gente? – Pansy perguntou desviando o olhar, quando pegou o professor os encarando.

— Ele esta se certificando que eu não estou me metendo em encrenca – a menina respondeu com um sorrisinho –, não é como se eu fosse perder todos os pontos que a Sonserina tem.

— De você eu não duvido nada, sabe? – Draco afirmou com um sorriso nos lábios, que estavam sujos de sorvete. – Tu realmente és doida, Severus tem razão em se preocupar.

— Severus? – perguntou curiosa, passando o dedo sobre os lábios dele para limpar.

— É o primeiro nome do Snape – Daniel explicou –, ele é padrinho de Draco. Por isso ele o chama assim às vezes.

— E ele meio que mora na minha casa também. – Draco acrescentou, depois de tentar morder o dedo de Alice. – Vô Abraxas é como um pai pra ele. Papai e Sev estudaram no mesmo tempo em Hogwarts, mas papai é dois anos mais velho, e por algum motivo eles viraram amigos. E meu avô meio que o adotou, mas essa historia eu não conheço. Sempre sou novo demais para entender.

— Interessante. – comentou limpando os dedos enquanto procurava o professor com o olhar na mesa deles, e notou, pela primeira vez, que o diretor não estava ali. – Ué... Cadê Dumbledore? Ele sempre esta aqui.

— Deve esta ocupado. – Pansy deu de ombros.

Ou Quirrell livrou-se dele.

Fugir do Salão Comunal a noite foi bem mais simples do que ela tinha imaginado, o maior problema foi se livrar de Pansy, Daniel e Draco. Esse ultimo Alice tinha certeza que só estava ali por culpa de Daniel.

— Se eu for pega pro culpa de vocês vou matar você, Daniel. – rosnou baixo enquanto se esqueirava pelas masmorras, temendo encontrar Snape ou Filch.

— Porque eu? – perguntou indignado, no mesmo tom que ela.

— Draco só esta aqui porque você o trouxe e Pansy nem me ia ver saindo se você não tivesse contado. E sabe do pior? Eles nem sabem onde estão se metendo!

— Dá para pararem de falar como se não estivéssemos aqui? – a loira reclamou, emburrada, junto de Draco.

— Não dá não; Era pra mim vir sozinha que não aconteceria nada com ninguém!

— Só com você. – Draco falou rolando os olhos, em tom normal.

— Fala baixo, merda! – brigou se virando para o loiro – De jeito nenhum que eu posso ser pega, Snape não vai hesitar em me matar se desconfiar o que vamos fazer. E eu tenho certeza que ele não vai demorar nem um minuto pra somar tudo!

— Para onde estamos indo mesmo? – Pansy questionou curiosa, quando a amiga voltou a olhar para frente enquanto subia as escadas. – É atrás da pessoa que bebeu sangue de unicórnio pra trazer Você Sabe Quem?

— O QUE?!

— Silêncio Draco! – Alice bradou baixo, olhando ferozmente para o loiro platinado. – Ou eu vou lhe jogar da torre de astronomia! E eu não vou explicar porra nenhuma, pode fazer isso sozinho Dan.

O loiro rolou os olhos, mas começou a explicar tudo o que sabia para os dois loiros. E depois Pansy acrescentou o que Alice havia falado sobre o unicórnio e Voldemort.

Quando chegaram ao terceiro andar, a porta estava aberta e uma melodia suave vinha lá de dentro, provando que Snape estava certo, e Fofo dormia perto do alçapão, que estava aberto.

— Eu vou primeiro – Alice sussurrou, arrumando a mochila nos ombros –, e não entrem até eu chamar.

E sem esperar a resposta dos amigos, pulou e ficou em queda livre por uns dois segundos. Para sua sorte, caiu em um local macio, mas isso não impediu sua perna de ficar doendo.

— To viva! – gritou na direção da luz que vinha do alçapão – Já podem voltar para o Comunal.

E no mesmo momento sentiu, levemente, algo se enroscando em suas pernas.

Lumos— sussurrou apontando a varinha para a perna, vendo plantas enraizarem em suas pernas e gritou, rapidamente se livrando as plantas e indo para um dos cantos, perto das paredes úmidas.

Ouviu gritos vindo lá de cima, e depois Pansy, Draco e Daniel caíram.

— Eu mandei vocês irem embora! – reclamou, apontando a varinha para eles. – Saiam daí, agora! – ordenou, vendo a planta começar a se enroscar nas pernas deles. Pansy, que estava de short, sentiu primeiro então obedeceu a amiga, mas Draco e Daniel continuaram ali sentados.

— Saiam! – berrou de novo – Isso vai engolir vocês!

E só nesse momento os dois perceberam, e começaram a espernear, fazendo as plantas se enroscarem mais e mais rápido.

— Eles vão morrer – Pansy ofegou, enquanto Alice tentava lembrar algum feitiço para fazer aquele planta parar, mas a loira foi mais rápida, lançando uma bola de fogo azul neles.

Alice achou que a amiga havia perdido o juízo, mas por algum motivo o fogo só queimou a planta, fazendo um buraco e deixando os dois loiros caírem.

— É visgo do diabo. – Pansy falou com um sorrisinho envergonhado. – Ela odeia claridade. Vocês estão bem?

A voz de Draco e Daniel vieram abafadas, mas ambos assentiram.

—Um... Dois... Três... – Contaram juntas, antes de pularem. – Ai! – gritaram juntas, ao caírem no chão.

Draco e Daniel, que já estavam levantados, riram. Tinham certeza que nenhuma das duas tinham se machucado, a altura da planta até o chão era de no máximo dois metros.

Bufando, elas se levantaram.

— Andem logo, temos que achar Quirrell. – Alice reclamou, andando ao lado de Pan.

Quando chegaram ao próximo cômodo, Alice se sentiu aliviada por Draco e Daniel estarem ali, porque ambos voaram para pegar a chave que os ajudariam a entrar no próximo cômodo. Um jogo de xadrez gigante, onde só Pansy sabia como jogar aquilo.

Se Alice já não gostava de xadrez antes, depois que Draco e Pansy saíram machucados naquela brincadeira, ela tinha certeza que o odiava.

— Você vai ficar aqui cuidando deles sim! – sussurrou para Daniel.

— E te deixar tentar se matar? De jeito nenhum. – ele retrucou no mesmo tom – E os dois estão acordados, Draco só machucou a mão. É drama e ele pode ficar cuidando de Pansy.

Alice fechou a cara.

— Daniel...

— Não. Eu vou com você sim.

A menina não concordou em palavras, mas como Daniel não parecia disposto a mudar de idéia, ela avisou para os outros dois que iria com o loiro. Pansy aceitou numa boa, mas Draco não gostou da idéia de perder a parte “legal” da historia, mas foi completamente ignorado.

A próxima câmara tinha fedor horrível, que fez os olhos dos dois sonserinos lagrimejarem e as narinas arderem. Ambos puxaram as blusas para cobrir os narizes quando deram de cara com um enorme trasgo desacordado, ou morto, com um calombo enorme na testa.

Eles saltaram por cima das pernas do trasgo, abrindo rapidamente a outra porta e entrando, soltando as respirações e respirando profundamente. Nessa câmera parecia ser o mais simples dos desafios, era somente uma mesa com sete frascos por cima. Snape, com toda certeza. Na frente da porta de trás apareceram chamas roxas e na da frente chamas pretas, eles estavam presos.

Junto com as poções havia um rolo de pergaminho, Daniel o pegou e Alice foi espiar sobre os ombros dele:

O perigo o aguarda à frente, a segurança ficou atrás,

Duas de nós o ajudaremos no que quer encontrar,

Uma dos sete o deixará prosseguir,

A outra levará de volta quem a beber,

Duas de nós conterão vinho de urtigas,

Três de nós aguardam em fria para o matar,

Escolha, ou, ficará aqui para sempre,

E para ajudá-lo, lhe damos quatro pistas:

Primeira, por mais dissimulado que esteja o veneno,

Você sempre encontrará um à esquerda do vinho de urtigas,

Segunda, são diferentes as garrafas de cada lado,

Aliás, se você quiser avançar nenhuma é sua amiga,

Terceira, é visível que temos tamanhos diferentes,

Nem a anã nem a gigante leva a morte no bojo,

Quarta, a segunda à esquerda e a segunda a direita

São gêmeas ao paladar, embora diferentes a vista.

Alice gargalhou ao terminar de ler, Snape só podia só podia estar brincando. O desafio dele era puro raciocínio lógico!

— Sinceramente eu esperava algo mais difícil! – comentou, ainda com um sorriso brincando nos lábios, se deparando com o olhar perplexo de Daniel.

— Pior que isso? Você só pode esta brincando, Alice.

— Claro que não, Dan. – rolou os olhos pegando a garrafinha menor – Com essa eu consigo passar.

— Como?

— Leia que você vai entender. – rolou os olhos novamente, pegando a garrafa arredondada da ponta da fila direita. – Essa aqui vai fazer voltar pelas chamas roxas.

— E como você tem certeza disso? – perguntou com a sobrancelha arqueada.

— Se tem uma coisa que eu sou boa, Dan, é com raciocínio lógico. – disse entregando a garrafa roxa a ele – Você bebe essa, eu fico com a menor.

— O que? Claro que não!

— Aqui não dá nem um gole – suspirou, apontando para a garrafinha menor –, eu vou atrás de Quirrell e você vai levar Draco e Pan para Ala Hospitalar. Depois ache Snape ou algum professor de confiança, eles saberão o que fazer.

— E porque você que vai atrás dele? – perguntou indignado.

— (1) Eu não sei voar, e as vassouras são a sua melhor opção para passar pelo cachorro. – disse levantando um dedo – E (2) você é meu amigo, eu gosto de você. Não vou te deixar sozinho com um psicopata.

Daniel não parecia convencido, mas Alice não daria tempo a ele. Virou o conteúdo do frasco menor nos lábios, sentindo-se como se gelo tivesse se apoderado de todo seu corpo. Largou a garrafinha no chão e sorriu para Daniel, antes de avançar nas chamas negras, ouvindo Daniel berrar seu nome, e abrir a porta.

— Olá, professor.


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Notas finais do capítulo

Setenta acompanhamentos?! Muito, muito obrigada mesmo gente!!!!!!!!!!
O que acham de se manisfestarem para eu conhecer vocês, hein? Só um oi, ou, sei lá, um gostei ou odiei. Eu sou chata, mas não é tanto assim não.

Beijos ♥



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