Capítulo XIII

❄Quadribol❄

Assim que a detenção acabou Alice seguiu com o professor direto para o campo de quadribol, que já estava lotado de alunos usando vermelho e verde. Alguns usavam binóculos, outros estavam pintados com as cores das casas e outros sacudiam bandeiras a todo vapor. Algumas vassouras estavam no ar, e voavam de um lado para o outro rapidamente, atirando bolas.

— Quem esta jogando? – Alice questionou a Pansy, sentando-se ao lado dela. Pansy usava um vestido longo, que nos seios era liso e preto, um cinto fino o dividia da parte estampada, que era preto com verde. Por cima usava um cardigã bege aberto e em volta do pescoço um moletom da sonserina, igual ao de Alice.

— Sonserina e Grifinoria – respondeu como se fosse obvio –, em que mundo você vive?

— Em um que vassouras não me interessam nenhum pouquinho – retrucou procurando Daniel com o olhar –, cadê os meninos?

— Daniel esta com a Davis e eu não vi Draco desde que chegamos, ele estava declarando ódio aos grifanos. Por quê?

— Snape esta com uma ferida estranha na perna, parece uma mordida. – contou aos sussurros, mesmo sabendo ser desnecessário, todos faziam barulho – E eu tenho certeza que existem feitiços que podem curar aquilo, mas talvez ele não possa ter feito isso por culpa do que causou o ferimento.

— Você acha que ele foi ver o cachorro? – perguntou se virando para ela, curiosa.

— Tenho certeza – confirmou –, mas não acho que seja ele a tentar roubar seja lá o que o cachorro esteja guardando.

— Que?

— Por isso eu queria falar com Daniel – murmurou arrumando o gorrinho –, o cachorro esta guardando alguma coisa. Que pode ser qualquer coisa. Eu não faço idéia do que seja, mas tenho certeza que não pode ser Snape a tentar roubar. Todos dizem que Dumbledore é super justo, e se isso é verdade, aposto que ele não deixaria um ladrão junto dos alunos.

— Vou fingir que entendi tudo. – resmungou a loira, olhando para as vassouras. Alice fez a mesma coisa. A pessoa que narrava o jogo era claramente o grifinorio, já que reclamava de alguma injustiça contra o time vermelho e dourado enquanto era repreendido por McGonagall.

—Então, depois dessa desonestidade óbvia e repugnante...

—Jordan! – ralhou a Professora.

— Quero dizer, depois dessa falta clara e revoltante...

— Jordan, estou lhe avisando...

— Muito bem, muito bem. – e continuou sua narração.

— Onde esta Harry? – perguntou a Pansy, voltando a ignorar a narração.

— Camisa sete. – e apontou para algum lugar no ar.

— O que porra ele ta fazendo? – perguntou para si mesmo, vendo a vassoura dar umas desviadas estranhas e mergulhar contra a arquibancada.

Em meio a movimentos bruscos, a vassoura parecia estar tentando derrubar Harry. Quando houve uma guinada violenta, Harry se desequilibrara e agora estava pendurado na vassoura, segurando apenas com uma das mãos.

Aquilo só podia se tratar de uma coisa, Alice conhecia aquilo. Parecia uma das azarações presentes no Pragas e Contrapragas, aquela era a azaração que a bruxinha queria usar na bicicleta do visinho de Lupin;

Correu os olhos rapidamente por toda a arquibancada, desde os grifanos aos sonserinos. Até que parou o olhar no camarote dos professores, onde Quirrell movia freneticamente os lábios e mantinha os olhos fixos em Harry.

— Se eu tentar azarar uma pessoa daqui, que estar a uns bons metros de distancia, você acha que o feitiço chega direito lá? – perguntou a Pansy, já sacando a varinha que estava dentro do tênis.

— Se você souber o que esta fazendo, acho que você tem 100% de chances de conseguir, por quê? – perguntou sem a olhar, mantendo a atenção  na vassoura maluca de Harry.

— Mera curiosidade. – disse com um sorriso maldoso, apontando diretamente na direção do professor. – Leienes Pepper. – falou baixinho, mirando em Quirrell. Provavelmente o feitiço o atingiu, porque ele colocou as mãos na garganta antes de cair.

Foi o suficiente, sorriu a menina, quando olhou para o alto e viu Harry em cima da vassoura novamente.

❄

— Foi Quirrell! – exclamou Alice, para Harry, logo depois do jogo, na cabana do Guarda Caças. – Ele estava lhe azarando durante o jogo, quando eu o azarei você voltou a voar e engoliu o pomo.

— Eu não engoli o pomo, Alice. – o moreno rolou os olhos.

— Não foi Quirrell, foi Snape. – Rony interrompeu Alice, quando ela ia dizer que ele tinha engolido sim. – Eu e Hermione vimos, ele estava o azarando. Não despregava os olhos de cima de você, murmurando.

— Foi Quirrell! – exclamou a ruivinha novamente, com os olhos cerrados – Eu vi!

— E porque ele não despregava os olhos de cima de Harry falando coisas estranhas? – Rony questionou com uma sobrancelha arqueada e um sorrisinho sarcástico nos lábios.

— Já ouviu falar em uma coisa linda chamada Contra Azarações? – retrucou – Você precisa manter a porcaria de um contato visual para fazer isso. E era isso que Snape estava fazendo!

— Besteira os dois. – Disse Hagrid, o guarda caças. – Porque Snape e Quirrell fariam isso?

— Para salvar um aluno? – Alice perguntou como se fosse obvio, enquanto o trio grifinorio se entreolhavam.

— Na noite do Dia das Bruxas Snape tentou passar pelo cachorro de três cabeças e levou uma mordida. – disse Harry a Hagrid – Achamos que ele esta tentando roubar o que o cachorro esta guardando.

Impossível aquele machucado ser do Halloween pensou a menina com os olhos estreitos, enquanto Hagrid deixava o bule de chá cair no chão, um ou dois dias, no máximo.

Mas ela ainda não achava que seu professor favorito era quem tentava roubar seja lá o que o maldito cachorro guardava.

— Como é que vocês sabem da existência do Fofo?

— Fofo?

— É meu, eu comprei-o de um grego que conheci num bar ano passado. Emprestei-o a Dumbledore para guardar a... – foi interrompido por Harry.

— A...?

— Não me perguntem mais nada! É segredo. – disse o homem com impaciência.

— Mas Snape esta tentando roubá-lo. – argumentou Hermione, recebendo um olhar gelado de Alice.

— Quirrell que esta! Isso tudo é marcação com o Professor Snape.

— Bobagens. – repetiu Hagrid – Ambos são professores de Hogwarts, eles não fariam uma coisa dessas.

— Então porque ele tentou matar Harry? – perguntaram as duas meninas, juntas. E Hermione continuou:

— Eu conheço uma azaração quando vejo uma, Rúbeo, já li tudo sobre o assunto. É preciso manter contato visual e Snape nem piscava, eu vi!

— E eu já pratiquei! – disse Alice perdendo a paciência – Para contra azarações também precisa manter o contato visual! Quem estava azarando era Quirrell, assim que ele tirou os olhos de cima de Harry ele voltou para cima da vassoura!

— Vocês estão enganadas – Hagrid falou firme –, não sabemos o motivo de sua vassoura estar daquele jeito, mas nenhum professor de Hogwarts iria tentar matar Harry! Vocês estão se metendo em coisas que não interessam a vocês, esqueçam o cachorro e esqueça o que ele esta guardando, isso só interessa ao professor Dumbledore e Nicolau Flamel...

— Ah-há! – Harry exclamou animado – Então tem um Nicolau Flamou metido na jogada, não é mesmo?

Hagrid agora parecia absolutamente furioso com ele mesmo.