Tempestades de um espinho que ansiava virar flor escrita por Shiori


Capítulo 13
Pássaro Azul.




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Pássaro Azul.
Suas penas almejam os céus, sua alma merece tocar o indeterminado, em busca de rumos muito mais além do que suas orbes negras conseguem enxergar. Suas patas tocam uma das montanhas mais altas da cidade e, embora a vista dali seja incrível, ele a questiona.

O pássaro azul suspira. Nem mesmo o intenso azul do céu é capaz de animá-lo esta tarde. O calor do verão era presente, mas não apenas era carregado pelo ar. Acalentava as veias humanas.

É claro que isso não parece ruim, afinal tal chama da vitalidade é a que os levou até hoje... aqui.

É bizarro. Embora esta chama exista, e mesmo que sejamos todos tão presentes no mundo, ainda estamos estudando sobre seus efeitos. Indivíduos ainda preferem banhar-se em mares de caos, ao invés de simplesmente aceitá-la.

Estranho, ele pensava. Por que tais humanos simplesmente não aceitam a chama e a abraçam gentilmente com suas almas, deixando-a morar nos lares de seu coração? Aliás... por que os humanos estão sempre a procura de mais? Não se contentam com a chama que deixaram entrar, e querem que ela seja cada vez maior, cada vez mais... brilhante.

Isso tudo é peculiar, pensou. Embora a chama sempre brilhe mais forte no coração daqueles que a conquistam, existe também um outro grupo. Sim, é o grupo do caos.

O grupo do caos... eles querem sempre tudo do jeito mais fácil. Não são capazes de realizar nenhum esforço positivo para isso, mergulhados na ilusão de que sempre serão melhores desta forma. Conquistarão o mundo assim. Inteligentíssimos, pensavam. Seria o plano perfeito, o mundo com certeza deve funcionar desta forma!
Aliás, por que ele existe, afinal? É estranho...

O pássaro sacudiu suas penas, passando a encarar não a imponente e viva cidade abaixo, mas então... o alto.
O longínquo, o perfeito além, misterioso e abundante além...

Apesar de tudo, o mundo não é um lugar tão ruim. Apesar das maldades e das chamas, agora negras, daqueles que se cobriram com as suas próprias razões, e esqueceram-se de que existe outra forma de ver o mundo, ao retirar a camada fria e triste que as cobre.

Há de se ter um motivo para tudo isto, pensou. Ou então não teríamos grandes descobertas, não evoluiríamos.
É preciso do bom e do ruim para sonharmos.
E é preciso destes sonhos para que a vida continue com as cores que tanto gostamos de ver.

Parece que não há como corrigir isso. De qualquer forma, ambas as chamas são necessárias. Todas as almas fazem parte de uma dança em sintonia que está, segundo a segundo, mudando.

Sim... O caos precisa existir para que também hajam sorrisos, sonhos e paz.
Parece estar tudo sob controle por enquanto.
E então, o pássaro azul, desapareceu.


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