A Seleção de Apolo escrita por CarolFonseca


Capítulo 26
• 2° — O picolé do Apolo


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, voltamos!

Boa leitura amores, e sim, vocês tem o total direito de surtar ;)
P.S.: Tem um link no "***". Abra ele (se você não conseguir acessar pesquise Love to Hate It no youtube e solte o play quando os "***" aparecerem)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/696701/chapter/26

Sangue. Morte. Dor.

— Camille? – chamou uma vozinha no fundo da minha mente. – Camille?

Afundei a cara no travesseiro e soltei um grunhido. Meus olhos ardiam por conta da luz acesa e eu já me contive para não matar um.

— Senhorita... – insistiu Flora. – Já são quatro e meia da manhã!

Da manhã?— gemi.

— Sim, a senhorita pediu que eu a acordasse nesse horário.

Pedi?

— Pediu. A senhorita tem um encontro com o Lorde Apolo, daqui a meia hora. Por acaso a senhorita se esqueceu?

Levantei a cabeça do travesseiro, instantaneamente desperta, não mais bêbada de sono. Me lembrei subitamente de tudo: Apolo e eu havíamos conversado, depois discutido, e depois voltado a conversar. Ele me convidou pra sair, e eu balbuciei um “ok”, chocada demais pra pensar que era má ideia e negar o pedido. Depois, quando um sátiro trouxe um bilhete dele dizendo “me espere em frente ao seu quarto, ás 05:00 da manhã”, não tinha mais volta.

Po...

Ao ver os olhos arregalados de Flora, parei na primeira sílaba.

— Tudo bem – falei. – Por que você não separa uma roupa pra mim? Enquanto isso eu vou ao banheiro e tomo um banho. – Até porque pra eu permanecer acordada, só com muita água na cara, pensei comigo mesma.

Flora bateu palminhas e correu animada para o closet, animada com a perspectiva de me vestir para o encontro – palavras dela. Lentamente me arrastei até o banheiro, colocando uma touca e entrando com tudo na ducha quente, e xingando mentalmente por ter concordado com tudo isso. Quem tem um encontro às cinco da manhã? Fala sério, Apolo! Pelo visto você é mais mala do que eu pensei.

— Senhorita! – disse a ninfa assim que saí do banheiro, só de lingerie e tremendo de frio por conta disso. – Tomei a liberdade de escolher roupas mundanas, para que não sinta tanto calor.

Olhei para a sacada, onde uma densa neblina havia se instalado.

— Mas está fazendo frio – apontei pro lado de fora. - É de madrugada!

— Ela deu uma risadinha.

— Você vai aprender que perto do Lorde Apolo é sempre quente, senhorita. A senhorita vai me agradecer depois.

Bom, eu duvidava seriamente disso, mas mesmo assim vesti as peças que ela havia escolhido: um short preto de cintura alta e uma blusa listrada de preto com branco. Pros pés: Havaianas.

—Hum... – murmurei.  Pelo menoseram cores sóbrias. – Tudo bem.

Deixei que ela fizesse meu cabelo e maquiagem, ainda muito aérea por conta do horário. Meia hora depois estava parada em frente a porta do meu quarto, de braços cruzados e cara feia, esperando o retardado do Apolo. Cinco horas da manhã. Quem marca um encontro às cinco horas da manhã?!

— Uau – exclamou ele, ao se aproximar pelo corredor. Usava chinelos, bermuda e uma camisa amarela. Estava bem normal, pra quem tinha um encontro. Na verdade parecia vestido pra ir até a padaria, enquanto eu tive de ser maquiada, alisada e perfumada. – Você se arrumou pra mim?

— Cala a boca – respondi mal humorada. – São cinco horas da manhã.

Ele riu.

— Mas esse é o melhor horário!

É isso, pensei. Apolo é louco. Sempre suspeitei.

— Não faça essa cara – disse ele. – Vale a pena acordar cedo por algumas coisas, sabia?

Então ele começou a caminhar animado, cantarolando vez ou outra, e eu fui atrás, emburrada. Depois de extensos corredores e salas vazias finalmente descemos as muitas escadas da frente do Olimpo, nos deparando com uma bicicleta amarela de cestinha encostada no meio fio.

Olhei pra ele, incrédula.

— Tá de brincadeira né?

— O que? Você não é uma pessoa esportiva? – me lançou um sorriso, que logo desapareceu ao notar minha cara. – Tá bom, tá bom, que seja. Meu Zeus, mais que bicho te mordeu hoje? – perguntou transformando a bicicleta em um carro esportivo.

Pensei em responder pela milésima vez que ainda eram cinco horas da manhã, mas desisti. Olhando para o céu escuro, constatei um fato: hoje seria um longo, longo dia.

***

— Hum... Aonde vai me levar? Tipo assim, ainda está escuro. Você sabe disso, né?

— Sei – ele abriu a porta do carro pra mim. – Essa é a intenção.

Revirei os olhos, mas entrei, agradeci e me sentei. Ele fechou a porta e deu a volta do carro, entrando pelo lado do motorista. Logo, “Love to Hate it” começou a sair pelo auto falante, e o carro começou a se movimentar. Tomei um susto quando ele saiu do chão. Apolo riu ao meu lado.

— Não tem graça – cruzei os braços.

— Tem sim!

Revirei os olhos.

— Que seja. Pelo menos a música é boa. – Aumentei um pouco o volume.

— Conhece o grupo?

— Não. Conheci a música vendo uma série, mas tive que parar...

— Porque veio pra cá – ele me encarou. - Sabe, esse argumento já está velho.

— Talvez. Mas você errou, de qualquer jeito. Meu dinheiro acabou e eu não pude continuar pagando a Netflix.

— Pensei que Afrodite desse um cartão ilimitado para seus filhos gastarem com o que quiserem.

— Ela dá. Eu só prefiro conquistar as coisas com o meu próprio esforço. – E a conversa se encerrou.

Virei o rosto para a janela e foquei na paisagem. Felizmente eu não tinha medo de altura, mas é claro que o idiota do Apolo não parou pra pensar nessa possibilidade ou me perguntar sobre o assunto. Idiota, idiota, idiota! Por que diabos concordei em sair com ele?! Passei o tempo todo pensando nisso e me xingando mentalmente, até que percebi que o céu ao nosso redor começava a clarear.

— Pera aí – falei, subitamente me sentindo em Barbie e a Magia de Alladus, na cena em que as três garotinhas montavam em seus pôneis aladus e iam pintando o nascer do sol. – É isso?

— Isso o que? – ele parou de batucar os dedos no volante seguindo o ritmo da música pra me encarar.

— Você me trouxe aqui pra ver o sol nascer?

Ele sorriu, aquele sorriso de dentes extremamente brancos e irritante.

— Não é uma coisa pela qual vale a pena acordar cedo?

Eu só o encarei, irritada.

— Qual é – ele olhou na direção do sol, encantado. – Olha o tom dessas cores! Você nunca vai conseguir recriá-las, é único!

— Tá... – murmurei, porque parando pra olhar era mesmo uma coisa incrível, ainda mais dali de cima, onde não havia tantas nuvens tampando o sol. – As cores são bonitas. E esse amarelo alaranjado do sol é único, eu tenho que reconhecer que nunca vi essa cor em toda a minha vida. – dei uma pausa. - Mas é isso?

— Como assim?

— Tipo... – olhei pros lados - o encontro é isso?

Apolo me olhou, franzindo as sobrancelhas, confuso. Depois, como se tivesse se tocado, deu um sorriso vacilante e ergueu um dedo indicador.

— Claro que não é isso, sua boba! Até parece que como Deus do Sol eu planejaria tão pouco... – deu uma risada nervosa.

Cruzei os braços, me encostando mais no banco.

— Você não planejou nada além disso, não é? – me virei pra ele, erguendo a sobrancelha.

— Não – ele admitiu, revirando os olhos. – Mas agora decidi, vamos ao meu lugar favorito!

— E qual é o seu lugar favorito, ó incrível e planejador Apolo!

— A praia, é claro.

Suspirei. Era bem óbvio, pra falar a verdade.

***

Cada vez mais eu me convencia que havia sido uma péssima ideia aceitar o convite para aquele encontro. Enquanto caminhávamos pelo calçadão, tomando nossos gelados (o de Apolo um picolé de brigadeiro e o meu um sorvete só de uma bola, bem pequeno), as garotas praticamente o lambiam com os olhos. E ele, muito ocupado em lamber o sorvete, sujando o queixo e o nariz, sem notar nada ou simplesmente não ligando. Por fim, nos sentamos numa mesa de quiosque, cheio de meninas de biquíni e garotos de bermuda ou de sunga, todos muito bonitos, com cara de turista, bebendo cerveja. Uma das garotas não tirava os olhos dele. Não é que eu sentisse ciúmes, mas aquilo estava começando a me incomodar. Qual é, ela não percebia que ele estava acompanhado? Olhando para seu queixo lambuzado que agora adquirira um fraco tom de marrom, lhe dei um guardanapo e apontei a região manchada.

— Sinto muito – disse Apolo. – Não devia ter sugerido sorvetes, mas é que gosto tanto...

— Por que está se desculpando? – perguntei, desconfiada.

— Sei porque escolheu esse sabor sem açúcar – disse, dando uma lambida. – Eu me esqueci. Desculpe.

De repente, senti meu corpo enrijecer. Apolo era deus de tantas coisas que eu havia me esquecido que uma delas era a medicina.

— Hum... – fiz, incomodada.

— Posso resolver isso num estalar de dedos – disse ele, comendo o resto da casquinha, ocasionalmente lambendo um filete do picolé que escorria.

— Não, obrigada – cruzei os braços.

— Tem certeza?

— Tenho sim.

— Não precisa ficar constrangida. – limpou as mãos. - Por que não vamos dar uma volta? É a primeira vez que você vem no Brasil, né?

— É...

— Bom, você vai amar aqui. Eu particularmente, adoro essa cidade. Vem, vou te mostrar minha praia favorita!

E levantou e me ofereceu a mão. Relutante, descruzei os braços e coloquei minha mão sobre a dele. Guarapari, uma cidade turística e praiana que ficava num estado chamado Espírito Santo, era pra onde ele tinha me levado. Disse que não iriam nos incomodar aqui, que a taxa de monstros não era tão concentrada naquela região e que por ele ser um deus, as chances de sermos atacados era quase nula. Eu fiquei em silêncio por todo passeio até a praia, concordando ou dando respostas monossilábicas. Apolo fez surgir um pano sei lá de onde e o forrou na areia. Nós nos deitamos sob a sombra de uma enorme castanheira, e ficamos olhando para a copa da árvore. E é claro, havia um espaço entre nós.

— Você está muito quieta – reclamou ele. – Acho que eu preferia quando me xingava.

— Posso voltar a fazer isso, se quiser.

— Não, obrigada. Pensei melhor e não é tão bom assim.

Sorri sem querer, o que ele captou, porque virou a cabeça para o meu lado. Eu continuei olhando pra árvore.

— Por que não jogamos um jogo? – propôs. – Temos que falar fatos sobre a outra pessoa. Se o fato estiver correto, a pessoa tem que contar algo sobre sua vida, e vice-versa.

Pensei um pouco, mas acabei concordando.

— Ok. Você começa.

— Hum... – ele me analisou um pouco. – Você é competitiva.

— Não sou não!

— É sim. Você ficou mais ereta quando eu propus o jogo, além de se virar na minha direção e erguer as sobrancelhas, um claro sinal de desafio. Além do mais você está na defensiva – me lançou um sorriso – Não adianta entrar me enganar Camille. Agora, conte-me algo sobre você.

Bufei, mas aceitei a derrota. – O que você quer saber?

— Hum... vamos começar com coisas fáceis. – Como você conheceu sua amiga?

— A Emily? Bom, eu não sei, era muito pequena para me lembrar. De qualquer forma Quíron falou que foi em uma confusão envolvendo uma filha de Hermes e uma nova coleção de giz de cera e marias-chiquinhas. – Vendo seu olhar confuso expliquei. – A tal filha de Hermes estava puxando as marias-chiquinhas da Emmy, então aparentemente eu taquei os recém comprados giz de ceras na cabeça da garota. Ela saiu correndo e chorando, Emmy virou minha amiga e os gizes se partiram. Fim.

— Uau.

— Poisé. Minha vez. – O analisei também, parando meu olhar nos seus ombros. – Pelo descascamento dos seus ombros suponho que você não use protetor solar. – agarrei sua mão, passando três unhas em seu braço, vendo riscos brancos começarem a se formar. - Ou qualquer tipo de hidratante, o que é uma coisa que eu com certeza nãoesperaria de você. – vendo seu olha meio chocado meio desconcertado, não resisti e perguntei. – Arrepiado?

Parecendo sair de um transe, ele balançou um pouco a cabeça.

— O que? Não. De qualquer forma... Não preciso de protetor solar, sou um deus. E o deus do Sol, inclusive. Acontece que ás vezes eu acabo esquecendo que a minha forma humana precisa dessas coisas... mas não tem problema, olha só!

Ele estalou os dedos, e sua pele voltou a estar como estava antes de deixarmos o Olimpo. Ele sorriu, convencido.

— Que seja, eu ainda ganhei.

— Tudo bem. Estou curioso pra saber o que você quer saber sobre mim.

Então ele apoiou a cabeça na mão e ficou deitado de lado, virado pra mim, com um sorrisinho metido no rosto.

— Como faço pra acabar com a fome no mundo?

Apolo parou de sorrir. – Isso não vale, você precisa perguntar algo sobre mim.

Revirei os olhos, mas concordei. – Por que deu essa seleção?

— Meu pai me obrigou. Foi um castigo, na verdade. Ele quer que eu seja mais responsável, acha que vai me tornar um deus melhor.

E o que Zeus sabe sobre ser um deus melhor?,pensei, mas não falei. Não queria levar um raio na cabeça.

— Mas você está gostando?

— Eu não devia, mas vou responder essa pergunta de bônus. Apesar de passar muita raiva, sim, estou.

— Por quê?

— Agora já tá abusando, espertinha. Minha vez.

Revirei os olhos. Apolo me chamando de espertinha era estranho. Desde quando ele me dava apelidos? Quer dizer, além de irritante e esse tipo de coisa.

— Aposto que você desenha bem – disse ele.  – Porque quer ser arquiteta, e está sempre com aquele bloco de desenho. Aposto que fica desenhando as estruturas do Olimpo.

Franzi as sobrancelhas, incomodada. – Você anda me observando?

— Eu observo todas as selecionadas. Acertei?

— Bom... Atena diz que eu desenho bem...

— Se Atena disse, então é verdade. Agora minha vez! Minha pergunta é... Porque você e sua mãe não se dão bem?

Fechei a cara. - Não quero falar sobre isso.

— Mas o jogo...

— Eu não a conheço e ela não me conhece. Fui criada por Quíron e pelos outros adolescentes do Acampamento, enquanto Afrodite saia e transava com quem queria, nunca se importando em conferir se nenhum de seus tantos filhos estava bem. Então nem tende entender porque ela e eu não nos damos bem Apolo, acredite quando eu digo que o problema é bem mais embaixo. – minha voz saiu dura e fria. Suspirei, buscando algum controle, olhando pro seu rosto meio chocado. – Desculpe,às vezes ser filha da Deusa mais sentimental e intensa do Olimpo me faz ter uns rompantes. Como esse, ou o do Salão das Deusas. Podemos continuar? Por favor?

Depois de um silêncio incomodo, ele assentiu.

— Ótimo. Minha vez. Hum... Você tem cara daquelas pessoas que andam na rua com uma caixinha de som no braço, proclamando suas músicas favoritas pra quem quiser escutar. – tentei descontrair.

Ele sorriu.

— Poderia, mas não. Do mesmo jeito que eu amo a música e a considero junto com as outras artes o melhor dos remédios eu também respeito, gosto e a privacidade é de cada um, sendo assim só saio na rua com fones de ouvido bluetooth. Surpresa?

— Na verdade, estou sim. Eu nunca imaginaria isso de você! – acusei.

— Às vezes as pessoas surpreendem, Camille. E pra melhor. – Me lançou um olhar desconcertante. Depois de piscar um pouco mais do que o normal, o que o fez rir, diga-se de passagem, ele completou: - Não acertou, por isso sem perguntas. Deixe-me pensar em algo... Já sei! Por que se escondeu no armário naquele dia da invasão?

— Foi o primeiro lugar que eu achei. – respondi depois de pensar um pouco. – Eu fui até os quartos, mas não encontrei nenhuma das meninas, estava caminhando de volta pro estúdio para ver se encontrava a Emmy quando eu pensei ter ouvido algo e então... eu me escondi no primeiro lugar que me apareceu.

Fechando os olhos, me lembrei claramente daquela noite. Na verdade, ainda não conseguira me perdoar de ter me esfaqueado não intencionalmente. Mas o pavor de ser pega era muito grande, e como minhas melhores habilidades são com armas de longo alcance achei melhor me esconder até tudo se acalmar. E então vieram aquelas vozes...

— Meu Deus Apolo, as vozes! Eu sabia que estava esquecendo de contar algo!

— Do que tá falando?

— Quando eu ainda estava escondida, eu reconheci duas vozes falando sobre “vencer” algo e “perdoar o pai deles depois de suas vitórias”... Meu Zeus! Aquilo não era uma simples invasão Apolo. Era um atentado contra os Deuses. Liderados por...

— Quíron, Quíron! – corri em sua direção. – Posso dormir com a Emmy hoje?

Ele me olhou de um jeito estranho, mas mesmo assim me pegou no colo.

— Claro criança. vá para o seu chalé que daqui a pouco te ajudo a arrumar sua mala. – me pôs no chão, me empurrando para o lado dos chalés.

Me virei para ir embora, mas a voz de um homem me chamou.

— E quem é essa coisinha Quíron? Não vai apresentar ela a mim e ao meu irmão?

Não gostei deles. Me olhavam diferente e pareciam ser maus.

— Hã... mas é claro Lordes. Essa – Tio Quíron apoiou seus braços em meus ombros, me puxando para mais perto dele. – é Camille, filha de Afrodite. Camille, conheça...

— ...Deimos e Fobos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tã-dã!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Seleção de Apolo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.