A Seleção de Apolo escrita por CarolFonseca


Capítulo 23
• 2° — Apolo e seu banho solar


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoa do outro lado da tela lendo isso! Não caia da cadeira, não se assuste, não ache que é sonho. Sim, isso aqui é um capítulo novinho pra vocês. E nós queremos agradecer a:

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Uma ninfa de cabelos loiros estava descansando no sofá, assistindo a seu programa favorito, “Formando casais com Afrodite”, quando uma musiquinha começou a tocar e o deus Hefesto apareceu na tela.

— Interrompemos a sua programação para anunciar o lançamento da fanfic Want U Back, que se passa no mesmo universo de A Seleção de Apolo e é escrita pelas mesmas autoras de A Seleção de Apolo, que presenteiam essa fanfic aos leitores como um lindo pedido de desculpas pela demora do retorno da fanfic – disse Hefesto. – Fomos informados que o motivo da demora é devido ao fato da Janis Camargo ter entrado numa escola integral e depois ter começado a faculdade, e o da Carol Fonseca foi comentado momentos atrás pela própria. Elas disseram que a fanfic se passa num universo alternativo onde Camille e Apolo já se relacionam. Como é que será isso, hein? Você quer saber? Eu também quero! Want U Back, por Carol Garcia e Janis Camargo. Este programa é oferecido por Espinafre de Hercúles, porque vamos combinar que o Popeye ja saiu de moda a tempos! E Dolly, o refrigerante do Olimpo!

Hefesto piscou pra câmera e desapareceu. Na tela, Afrodite voltou a aparecer, dando conselhos a um semideus filho de Deméter sobre que tipos de flores dar a sua namorada.

***

   O meu dia estava ficando mais louco a cada minuto que se passava, e isso porque ainda não eram nem sete da manhã. Como se já não bastasse o meu sono ter sido arruinado pela pressão de criar uma estratégia para conseguir continuar na Seleção (claro, eu havia feito um acordo com Apolo envolvendo minha estadia no Olimpo e uma possível espionagem, mas eu não era nem estúpida em pensar que isso poderia ir pra frente por muito tempo, afinal, por mais legal que o deus houvesse sido comigo, ele ainda era um deus), a minha tradicional corrida ao redor do acampamento - agora Olimpo - não serviu de nada para aliviar meu estresse, me deixando se e que é possível ainda mais elétrica e agitada, o que era uma má combinação, já que eu tinha certeza que poderia explodir a qualquer momento - e isso não seria bom pra nenhum de nós.

     Suspirando, enxuguei um filete de suor que escorria pela lateral do meu rosto, desejando apenas uma caminhada pacífica até o meu quarto, uma ducha de água fria para acalmar meu corpo e quem sabe tirar um cochilo sem sonhos antes das ninfas me chamaram para o café da manhã.

***

     Acho que desejei cedo demais. Literalmente.

     Assim que virei um dos inúmeros corredores do Olimpo seguindo em direção ao meu quarto, comecei a ouvir vozes. Primeiro achei que fosse alguma selecionada, mas chequei a hora no relógio em meu pulso e descartei a ideia (até porque, se as selecionadas seguissem o mesmo ritmo que Nico ou até mesmo Will, poderia acontecer o apocalipse e elas ainda estariam dormindo). Depois, pensei na possibilidade de ser uma ninfa ou algum sátiro trabalhando. Talvez Cammy brigando com Apolo de novo, já que parecia ser a única coisa que os dois sabiam fazer. Continuei supondo até ouvir uma voz masculina, bem diferente da de Apolo, seguida novamente da primeira voz. E então eu a reconheci.

     Feminina. Clara. E definitivamente sedutora. Afrodite.

     — Eu sei que a noite foi maravilhosa, bebê, mas não posso te encontrar mais nessa semana. Tenho que ir ao salão, fazer uma massagem, as unhas, o cabelo... Juntar alguns casais... Você me entende, não é, honey?

     — Esqueceu de citar o encontro com o otário e perdedor do seu marido, Afrodite. E já mandei você parar com esses apelidos de merda, não mandei?

     — Ui, ele morde... A-do-ro! — pelo reflexo de um vaso que estava no corredor, foi possível ver Afrodite se aproximando mais de Ares e lhe esfregando seu peito, ainda com parte do decote desabotoado. — E o jantar com o Hefesto é um mínimo detalhe querido, uma obrigação de esposa, mero praxe! E você sabe que eu só tenho olhos pra você... — ela olhou para o peito do amante, dando um sorriso sedutor. - Literalmente.

     Balancei a cabeça, sem acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo. Sem que eu percebesse, meus olhos começaram a se desfocar, ganhando a cor de um vermelho profundo. Por mais que tentasse, não conseguia chegar nem perto de entender a mãe da minha melhor amiga.

     Ver ela ali, dando tão descaradamente em cima de Ares e falando de Hefesto como se ele fosse um estorvo só me teletransportou para o tempo em que eu tinha de consolar e proteger uma pequena Cammy que, mesmo tentando se fazer de forte por fora, não entendia porque a mãe nunca tinha tempo para ela. Lembrava de me perguntar, naquela época, o que era pior: não ter lembrança alguma da mãe a qual você matou ou ter que conviver com o fato de que sua mãe, mesmo completamente viva e eterna, não se importava com você.

   Piscando repetidamente os olhos, cada vez com mais força e uma recém adquirida raiva, achei melhor sair dali antes que pudesse causar algum estrago. Isso é, antes de me chocar contra um enorme e duro peitoral.

***

     Maldita. Ela é uma maldita. Uma maldita parasita que se infiltra em sua mente sem que você perceba e quando se dá conta, não consegue pensar em outra coisa além dela.

      Nessa semana, eu tinha saído com uma selecionada diferente a cada dia, de segunda a sexta. Hoje, sábado de manhã, posso finalmente descansar sabendo que fiz o possível e o impossível para tirar aquela praga da minha cabeça. Meu objetivo? Tomar um banho de sol nos jardins do Olimpo, ouvindo música, sem pensar em nada e em ninguém. Aliás era lá que eu estava, deitado na minha cadeira de praia, com meu óculos de sol Ray-Ban quando uma das selecionadas se aproximou de mim. Antes disso, eu estava pensando em meus lábios rachados de tanto beijar. As selecionadas eram, para minha surpresa, um pouco taradas. Ou era um pouco – muito – gostoso, não sei. Só sei que Peggy Prince era pior de todas. Ainda não sabia o que fazer com ela depois da festa, então a convidei para ir ao cinema, e ela não esperou nem os trailers começaram pra me puxar pela gola da camisa e me sufocar com sua boca, o que eu meio que gostei, admito, mas se ela acha que só isso vai fazê-la se livrar da encrenca em que se meteu está muito enganada.

     Amber Lins quase conseguiu superá-la na terça-feira, mas o ambiente não foi a favor dela. Pra esse encontro, levei-a a uma pizzaria. Estava com fome, e com um incrível desejo de uma pizza quatro queijos. Amber tinha outro tipo de fome, mas me fez pedir uma pizza calabresa, só pra constar. Ela sentou tão perto de mim que me senti incomodado em comer, e depois, quando a deixei na porta de seu quarto, fui quase engolido e tive que resistir muito ao seu convite de passar mais tempo juntos, se é que você me entende.

     Na quarta eu já estava ficando curioso pelas estratégias das selecionadas, e foi quando saí com Dionne. Levei-a uma boate, achando que devia favorecer o ambiente para ela (eu já estava totalmente favorecido), mas a garota ficou parada, de braços cruzados, olhando estranhamente ao redor enquanto se esforçava muito para não encostar em ninguém.

     — Eu preferia um show de rock — disse ela.

     Fiquei animado, lembrando que o AC/DC faria um show em Las Vegas ainda naquela noite, mas aí lembrei que segundo as regras de Zeus, não podia simplesmente teletransportar eu e a selecionada pra outro lugar. Algo sobre eu levar garotas para um motel ou algo do tipo, não entendi direito.

     Na quinta, pensando em Dionne, levei Margot para um show de rock (não era nem de longe AC/DC, mas dava pro gasto). Ela não dançou, não me beijou, me deixou algumas centenas mais pobre depois de insistir muito que eu lhe desse um ursinho (leia-se ursão) de pelúcia e ainda reclamou que a música estava muito alta.

     Na sexta, saí com Emma Torres. Pensando em Margot, levei-a a um piquenique no parque.

     — Eu amo cupkakes! — disse ela, um sorriso maior que a sua cara, assim que viu o conteúdo da cesta.

Ela comeu todos os cupkakes. Só me restou uns brigadeiros e o néctar que a ninfa havia colocado na cesta que eu pedi que preparasse. Quando perguntei a Emma que tipo lugar ela gostava de ir num encontro, ela disse:

     — Adoro shows de bandas de rock antigas!

E eu suspirei pesadamente. Metade esgotado de só ter encontros falhos, metade duvidando que todas aquelas garotas realmente apreciavam um solo de guitarra. Mas, quando a deixei na porta de seu quarto e me inclinei pra beijá-la, ela abraçou meu pescoço e me puxou pra junto de si. Não me convidou pra entrar, mas me lambuzou de batom cor de rosa e deixou uma marca no meu pescoço. Marca essa que Emmy, a selecionada que perturbou meu banho de sol e possível aliada, não conseguia parar de olhar.

     — Quer tirar uma foto? — perguntei, erguendo meus óculos escuros.

    Ela bufou. — Você é um peralta, sabia?

     — Hã?

     — É uma gíria antiga pra rodado.

     Arqueei as sobrancelhas. — Não sabia que você era machista.

     — Não sou. Vim aqui falar da Cammy. E é importante, então será que você pode, tipo, vestir uma roupa?

     Olhei pra minha samba canção azul com desenhos de pequenos solzinhos amarelos. — Pra falar da Cammy? Não vejo importância.

     Voltei a colocar os óculos e fechar os olhos, fingindo que estava mesmo relaxando e que a menção dela não me incomodou ou feriu meu orgulho.

     — É sério, Apolo. Você precisa me ouvir. A Cammy é muito sensível, e ela teve um passado que você nem imagina... — senti meu corpo ficando um pouco rígido de raiva. O que eu tinha com o passado dela? Seja lá o que for, não é minha culpa. Não é desculpa pra ela me tratar como trata. — Um passado muito, muito difícil. E é melhor você não emburrar essa cara, porque do mesmo jeito que você já passou por problemas, ela também passou. E olha, eu não posso contar tudo e nem vou trair a confiança da minha amiga dessa maneira, mas posso dizer que Afrodite nunca ligou pra ela, e ela sempre sentiu muita falta disso. Ela é órfã, Apolo, nós somos órfãs. A minha sorte foi ter tido irmãos que me mimaram com cada grama do ser deles. Mas a Cammy... a família dela sou eu. O amor que ela conhece é o meu. Esse é um dos motivos pelo qual ela se fecha tanto pro desconhecido, mas agora as coisas estão mudando, e eu como melhor amiga venho notando isso. — Abri os olhos, a vendo andar pra lá e pra cá, meio irritada, meio perdida. — A Cammy está começando a ceder aos poucos, a baixar a guarda pra você. E acredite em mim quando eu digo que isso, por si só, é algo inédito pra ela. Ela ainda não está pronta pra um encontro ou um passo a mais, mas quando estiver, pode deixar que eu aviso a você. Mas por favor, não desiste dela.

     De repente, eu quis vestir uma roupa. Me senti vulnerável, como se Emmy estivesse prestes a me machucar. Na verdade, ela já estava fazendo isso, me incentivando sem perceber. Camille, eu quis dizer a ela, só me deixa pra baixo. Mas é claro que eu não disse.

     — É mais fácil meu pai se separar de Hera do que sua amiga baixar a guarda pra mim, Emily.

— Eu conheço ela, sei do que to falando. E se ela ver esse chupão no seu pescoço, vai ficar mais magoada ainda, embora não admita. – segurou os braços da cadeira, se inclinado, olhando bem nos meus olhos. — Você não pode magoar ela, Apolo.

— Magoar ela? — ri. — Ela é quem me magoa.

     Emmy me encarou e eu corei, envergonhado. Não deveria ter dito aquilo.

     — Acredite quando eu digo — disse ela — que a Camille gosta de você. Ela só não quer admitir pra si mesma. Pense nisso, ok? E não magoe minha amiga. Porque se não eu acabo com você.

    Seus olhos pareceram escurecer (reflexo do sol) e então ela saiu correndo, me deixando sozinho. Maldita, pensei. Malditas ela e Camille. Pra que fazer isso comigo? Eu estava tão orgulhoso por não pensar nela uma manhã inteira, e Emmy vinha aqui me lembrar. Maldita seja. É claro que não consegui tomar banho de sol nenhum depois disso. Vesti minha camisa e voltei caminhando para o Olimpo, tentando esvaziar a mente. Só se eu fosse muito doido pra insistir naquela garota, coisa que eu não sou. Só se eu não tivesse nenhum amor próprio, e isso eu tenho muito. Com certeza que eu NÃO vou correr atrás ela. Ela não merece. E ela é quem tem que vir atrás de mim, se é que me quer mesmo! Com esse discurso na ponta da língua, flutuei ate a sacada do quarto da Emily pronto para calar a sua boca de vez, só para chocado, encontrar uma Cammy estirada na cama, abraçada a sua melhor amiga, com seus ombros tremendo por culpa de um aparente choro.

***

     Problemas e mais problemas. Porque continuo arranjando mais problemas pra mim, senhor?! Ah é, lembrei. É porque minha melhor amiga é a pessoa mais cabeça dura do mundo quando se trata de amor e o grandíssimo Deus do Sol, ao contrário do que se espera, não parece ser tão diferente disso. Como se não bastasse eu tentar ajudar o bastardo a conquistar minha melhor amiga correndo risco de vida (porque a Cammy certamente vai me matar se descobrir que eu falei aquelas coisas pro Apolo), o mal agradecido ficou se atracando com as outras oferecidas e nem percebeu que a minha amiga ficou a porra da semana inteira trancada em seu quarto, abalada demais até mesmo pra sair da cama (graças a Zeus que por um motivo divino não teve praticamente nada essa semana, se não tenho certeza que a minha amiga estaria ainda mais acabada, no sentido literal da palavra). Mas pensando melhor, foi até bom que a Cammy tenha se trancado no quarto por esses dias, pois assim ela não passou pela tortura que eu passei, e que com certeza seria pior pra ela, de ter que ouvir as intermináveis fofocas do quanto o Apolo era um bom beijador enquanto ficava no Salão das Deusas.

     Estava prestes a seguir o caminho de seu quarto, para mais uma das pequenas visitas, quando me deparei com uma das selecionadas. Qual era seu nome? Elma alguma coisa? Não que isso me interessasse, eu só tinha que começar a deixar algumas coisas bem claras por aqui, e se o destino estava me oferecendo a selecionada que tacou o pescoço do Apolo, por que recusar?

     — É Elma, não é? — a interditei assim que a vi saindo de seu quarto, acabando de passar o batom. — Será que podemos conversar?

— Hã... Na verdade é Emma, e eu estou atrasada pra encontrar as selecionadas, então teria como conversarmos mais tarde? — mudou o peso de um pé pro outro. — Obrigada, tchau.

     Segurei o seu braço, usando o mínimo de força possível, só para chamar sua atenção.

     — Não tem problema Emma, na verdade você parece ser uma garota descente, então vou ser até que bem rápida, o que acha? Olha, eu não ligo do por que você tá aqui, se é pelo título ou pelo Apolo, mas até você tem de concordar que a Cammy e ele foram feitos um pro outro. Então se der pra você não atrapalhar esse romance que já tem tudo pra dar errado eu agradeceria imensamente — dei um sorrisinho — se é que você me entende.

     Ela franziu as sobrancelhas loiras. — Está me ameaçando?

— O que? Não! Acredite em mim, eu já fui ameaçada um par de vezes por uma filha de Ares e é muito pior que do isso.  — Vendo seu olhar de “o que essa doida tá tentando fazer, socorro”, resolvi explicar. — Olha, eu só acho que a minha amiga e o Apolo merecem mesmo ficar juntos, e cá entre nós — baixo a voz pra um sussurro: — você consegue alguém melhor.

     Ela riu.

     — Acho que estou começando a te entender, filha de Hades, e não se preocupe, estou começando a repensar se eu realmente quero continuar com isso. Mas você por outro lado, está me surpreendendo, chamando o Lorde Apolo pelo primeiro nome e fazendo quase-ameaças para outras selecionadas... — me olhou de cima abaixo — eu estava esperando isso de outras garotas, não de você. Por algum motivo que eu não consigo me lembrar agora eu acabei comprando a sua imagem de boa moça, assim como todos os outros. Bom, — deu de ombros — erro meu, isso não vai se repetir novamente. — arregalei os olhos. Apenas respire e não dê na cara Emmy, pensei comigo mesma, fique calma e reconstrua sua imagem. — Mas não se preocupe, estou gostando demais dessa sua nova personalidade para estragar o jogo logo no início, mas por enquanto, eu fico com isso. — Me mostrou o relógio que eu jurei estar no meu pulso. — Considere o pagamento pelo meu silêncio. Até mais filha de Hades, eu estou realmente atrasada.

     E saiu.

     E então algo pareceu clicar na minha mente. Cabelos loiros e olhos azuis, e essas malditas orelhas pontudas... Ela é filha de Hermes! E ainda roubou meu relógio! Porra! De repente me senti mais vulnerável e exposta que nunca. Precisava daquele relógio, era a única lembrança concreta que eu ainda possuía da minha mãe. Mas como se rouba de um ladrão? Ainda mais agora, que eu não conseguia descobrir pra que lado ela foi. Não importa, ela provavelmente estava rindo da minha cara de qualquer jeito. Meio desesperada, corri pro quarto de Cammy, pra contar a ela o acontecido e pedir sua ajuda. Claro, ela ainda estava meio que na fossa, mas tenho certeza que ela daria um jeito de me ajudar, ainda mais se isso envolvesse possíveis narizes fraturados no processo (não que eu imaginasse que chegaria a tanto). Já estava pronta pra inventar uma desculpa qualquer pela perda do meu relógio, quando, para a minha surpresa, não a encontrei no quarto. Por que motivo ela sairia dele após uma semana sem querer sair da própria cama? Abalada, voltei para o meu próprio quarto e já estava pronta pra me jogar na cama quando ouvi uma voz.

     — Emmy?

     Era a voz da Cammy. Ela estava de pé perto da janela, um olhar tão abalado quanto o meu.

     — O que aconteceu?

     Camille se sentou na minha cama e vi, pela primeira vez no que pareciam milênios, sua alma completamente despedaçada.

— A foto Emmy. Eu fui procurar a foto, eu só queria ver ela de novo, eu juro... Mas ela... não tava lá Emmy. A foto sumiu.


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Notas finais do capítulo

E por último, acessem: http://aselecaodeapolo.blogspot.com/search/label/Leitores



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