A Seleção de Apolo escrita por CarolFonseca


Capítulo 12
Beba Dolly, o refrigerante do Olimpo!


Notas iniciais do capítulo

Hey, aqui é a Janis! Eu e a Jujuba estamos super felizes com os comentários que vocês mandam e pela paciência que vocês tem com a gente! Me desculpem se eu demoro pra responder os comentários. É que eles são tão lindos que eu fico até sem jeito! Mas enfim, esperamos muito que vocês gostem desse capítulo, por que sinceramente, nós morremos de rir escrevendo ele!



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Eu ainda estava um pouco puto da vida, já que Dite havia contratado uma estilista filha de Eros para me vestir, mas segurei minha onda e sorri quando uma câmera passou por mim.

Todas as selecionadas usavam vestidos gregos, ou seja: todos haviam decote. Eram trinta garotas. A maioria ajeitava o cabelo ou retocava a maquiagem, fazendo caras e bocas no processo, já as outras aparentavam estar aos nervos. Quer dizer, exceto por cinco garotas. Courtney Black, Ellie Danvers, Maia Lestrange, Ella Jones e Jenna Evans. Acabei decorando seus nomes de tanto que Ártemis os gritou em meu ouvido, como forma de acusação. Sim, minha irmãzinha sabe ser bem irritante e persistente quando quer.

Varri o salão com o olhar, ficando satisfeito por não ter eliminado Camille também. A desgraçada estava linda! Seu vestido era dividido por um grosso cinto prateado, porém todo ele era branco. A saia, meio transparente e com um considerável corte do lado esquerdo de sua coxa nos possibilitava ver seu salto gladiador prateado que ia até um pouco abaixo da altura de seus joelhos, e a parte de cima... Ah, a parte de cima era de renda, o que destacava ainda mais seu busto e seios perfeitamente arredondados...

Saí daquele transe sem fim algum tempo depois, mas mesmo querendo, não conseguia desviar meu olhar dela. Uma vez ou outra, pelo menos, voltava a fixar meu olhar naquela tentação vestida de branco, para ver se ela me reparava tão bem quanto eu reparava nela, mas nada! Porém, no que prometi ser a minha última tentativa, peguei a danada no flagra! Ela, claro, rapidamente desviou seu olhar do meu, suas bochechas adquirindo um tom avermelhado que não durou muito tempo, e logo podemos ver Afrodite correndo até ela, recuperando o fôlego e começando um monólogo com a mesma, o que a fazia revirar os olhos e bufar diversas vezes seguidas.

Minutos depois, Hefesto se posicionou no palco, e a contagem regressiva começou.

— Atenção! Entramos no ar em [DITE] três, dois, [AFRODITE, SAI DAÍ!]  um! Olá para você, serhumaninho ligado na TV Hefesto! – apontou para a câmera, abrindo um sorriso. – Eu sou o Hefesto, e está começando mais um... – disfarçadamente bocejei, começando a fazer nada em especial, até que partimos pro momento tão aguardo. – E é agora minha gente! Chame o papai, chame a mamãe, chame o vovô e a vovó! Chame quem estiver aí, por que agora vamos falar d’A Seleção! – abriu outro sorriso. – Mas antes, uma palavrinha de nossos patrocinadores.

Logo as propagandas começaram a passar, enquanto, no último minuto, maquiadores e cabelereiros entravam no estúdio como o próprio Flash, tentando fazer os retoques finais antes das entrevistas.

“Você quer ficar forte como Hércules? Quer ser poderoso como Zeus? É muito simples: tome Dolly. Sim, Dolly, o refrigerante do Olimpo!”.

— Vocês ouviram. – disse Hefesto, enquanto dava um gole no refrigerante, para logo depois mostra-lo para a câmera. – Dolly, o refrigerante do Olimpo! Agora, vamos as entrevistas! – fez uma pausa, enquanto percorria o estúdio até chegar na pequena estrutura em que as Selecionadas estavam sentadas. – Eu mandei entrevistarem cada uma destas lindas moças aqui! Acho que todos aqui estão ansiosos para ver o que elas têm a dizer, não é?

Então, como num piscar de olhos, as entrevistas passaram e ser exibidas no enorme telão. Consegui prestar atenção nas primeiras, mas depois da terceira cansei. Praticamente todas falavam a mesma coisa! Fim da fome, paz mundial, esse tipo de coisa. Fala sério, aquilo ali era uma entrevista pr’A Seleção, não pro concurso da Miss Universo! Eu estava quase cochilando quando a entrevista da Camille começou.

— Camille, o que acha de Apolo? – a entrevistadora perguntou.

— Fácil. – ela abriu um sorrisão. – Ele é narcisista, egocêntrico, arrogante, vingativo e maléfico.

Ok, isso magoou. Mas olhei para ela e me surpreendi. Camille olhava pra mim e exibia um sorriso metido. Ela deu uma piscadela, e eu soube que ela estava tirando uma com a minha cara. Muito irritado, voltei a fitar o telão.

— Uau, que resposta mais... – a entrevistadora respirou fundo. – Se acha isso tudo, por que está aqui?

— Eu pareço querer estar aqui? – apontou para o próprio rosto. – Pergunte para Afrodite, talvez ela saiba. - e em seguida revirou os olhos.

Lá estava eu, pensando que aquilo não podia ficar pior, quando a entrevistadora solta mais uma maldita pergunta:

— O que você pretende fazer se não conseguir ganhar A Seleção?

— Além de agradecer a Zeus por isso? Eu vou continuar minha faculdade de arquitetura, que, adivinha? Eu tive que parar para vir participar disto aqui.

Com vergonha, me afundei na cadeira, passando a mão pelo rosto. Só faltava ela começar a soltar palavrões no meio da entrevista! É, aposto que daqui a pouco ela vai me xingar – mais do que já me xingou!

— Próxima pergunta. Soubemos que você fez um intercâmbio há pouco tempo no Acampamento Júpiter... Como foi a experiência?

— Melhor impossível, pelo menos até acabar e eu ter de vir embora.

— Noto que você é bem direta...

— Sim, sou.

— Hum... Para finalizar, se você vencesse a Seleção, casasse-se com Apolo e virasse uma deusa de verdade... Qual seria sua primeira ação como Olimpiana?

Prendi a respiração, sem saber ao certo o porquê. É agora! Ela vai acabar comigo! Já começo a me despedir mentalmente de todos, mas não... Ela hesita.

— Eu... Eu aumentaria o Acampamento Meio-Sangue, fazendo uma petite ville ao lado protegida la barrière magique. – hesitou novamente, olhando para a câmera nervosa. Admito, achei meio fofo o fato de ela ter se enrolado com o idioma. – No Acampamento Júpiter, como muitos devem saber, tem uma cidade, com maisons, écoles, commerces... É lindo sabe? Os semideuses podem ter uma vida tranquila lá, estudar, casar, amour... Sem ter que conviver com o medo da morte todo dia, ou prejudicar alguém que convive com você. Eu queria que o Acampamento Meio-Sangue tivesse isso também. Serait... bem legal.

A entrevistadora sorriu admirada, fazendo Camille corar.

— É uma ideia excelente, Camille! Mas infelizmente não são muitos que pensam assim hoje em dia. Espero sinceramente que você vença, afinal, eu já fiquei muito no Acampamento Meio-Sangue na minha época de campista. – piscou um olho. – Encerramos por aqui.

A tela ficou preta, e Hefesto surgiu - não sei de onde – saltitando outra vez, quase me matando de susto.

Entããããããão Apolo! O que acho?

— Achei... Achei interessante a última. A última resposta dela foi bem interessante.

Hefesto sorriu, e eu repentinamente me lembrei dos rabiscos esquisitos no caderno de Camille. Será que aquilo fazia parte desse projeto doido dela?

— Bem, vamos ouvir o que a Cammy tem a dizer! – Hefesto foi saltitante até a Cammy, lhe entregando um microfone. – Posso te chamar de Cammy, não é? – ela assentiu sorridente. – Ótimo, porque, garota, eu amei seu corte de cabelo!

— Ah, muito obrigada – ela abriu ainda mais seu sorriso, enquanto passava a mão por suas madeixas. – Sua roupa também é muito bonita.

Foi a vez dele agradecer.

— Bom, obrigada, mas devo dar todos os créditos disso a Afrodite. – ouvi Ares bufar ao meu lado. – Você sabia que ela deu a louca quando soube do seu novo corte? Disse que você não tinha juízo e...

Hum-hum. – Afrodite pigarreou. – Você não acha que deveria começar a entrevistar a Cammy, amor?

Hefesto rapidamente voltou a ficar sério.

— Claro, claro, você tem razão am... Afrodite. – corou. – Diga, minha linda, o que esta achando do Apolo até agora?

Ela me lançou um olhar aniquilador. Sorri ainda mais.

Irritante. – falou. – Ele é muito irritante.

— Ah sim... E vocês já saíram alguma vez?

Ela desviou o olhar, corando, mais rapidamente voltou a olhar Hefesto.

— Não. Apesar de irritante, reconheço que Apolo é muito ocupado, tendo que, todo dia, dirigir seu carro pelo céu sem poder atrasar nenhum segundo, já que todos nós precisamos da luz do sol para nos mostrar que já é dia ou simplesmente clarear o nosso mundo. Acho que fazer isso, junto com os outros trabalhos que todos os seus irmãos têm que fazer, como reuniões e tal, e ainda sair com 35 garotas na mesma semana é meio impossível e cansativo, até para um deus. – explicou. - Sendo assim, não fico triste ou desapontada por ainda não poder ter tido um encontro com Apolo, sem contar que os próximos provavelmente serão mais calmos e menos corridos do que os desta semana. – abriu um sorriso.

— Uou! Muito bem Camille! Obrigada.

Hefesto gentilmente pegou o microfone de suas mãos e se afastou dela, no mesmo momento em que as fotos dos meus encontros começaram a aparecer no telão. Eu com a Peggy saindo do balé, ambos sorrindo, deslumbrantes, enquanto éramos aplaudidos pelo público. Eu e Taylor no cinema. Eu e Ginny jogando boliche. Praticando tiro ao alvo com Dione. Almoçando com Alana. Jantando com Amber e dançando com Natalia. Enfim, eu fazendo várias coisas com um bando de garotas que nem lembro o nome direito. Sendo assim, passei a chama-las por apelidos “carinhosos”, já que são muitos nomes para um Apolo só. A única com quem não saí ali, foi Cammy.

— Bem, é isso pessoal, ficamos por aqui! Semana que vem tem mais um Jornal Olimpiano! Por enquanto fiquem com Zeus, e, ah, não se esquecem de tomar Dolly! Por que Dolly é o refrigerante mais amado pelos Olimpianos! Tchau!

Assim que as câmeras se desligaram, a plateia – composta por ninfas, sátiros, e alguns semideuses – começaram a se levantar, e nós seguimos o seu exemplo.

Dirigi meu olhar até as Selecionadas, encontrando muitas ainda conversando e uma ou outra se dirigindo até a saída. Rapidamente corri até a porta, puxando Camille pelo antebraço, e a levando a um dos corredores desertos do Olimpo. Não queria que ninguém ouvisse nossa pequena conversa.

Ai! Me solta, Apolo!

— Não até entender porque você me defendeu lá, ao invés de me esculachar como você sempre fez!

Ela empinou o nariz e cruzou os braços.

— Não sei do que você está falando.

— Camille... – falei com a voz mais ameaçadora que tinha. – Acredite, eu estou ficando de saco cheio disso, e acho que você não vai querer bater de frente com um deus irritado, não é?

Ela ficou em silencio, desviando o olhar, mas logo voltou a me encarar. De repente aquele corredor começou a ficar agradável, mesmo que ela não estivesse fazendo nenhum contato corporal comigo. Inspirei o ar calmamente, começando a sentir o cheiro de lavanda... Seria esse o perfume dela?

— Apolo – disse lentamente, porém de forma acusadora. – Acredite ou não, eu tenho dois acampamentos torcendo por mim. Pessoas que querem que, adivinhe? Eu vença! Não posso decepciona-los, deixando eles saberem o quão babaca você está sendo comigo. Will te admira sabia? Eu ainda só não entendi o porquê.

Então, lentamente, ela deu um passo pra trás, nos distanciando, virou o corpo e foi embora. Fiquei olhando para ela como um perfeito idiota, sem entender merda nenhuma, e decepcionado comigo mesmo, enquanto ela caminhava para longe do meu campo de visão.

Aquela garota, com certeza, era um teorema.

***

Apolo é um babaca muito pior do que eu pensava. Como ele se atreveu a me seguir e me agarrar daquele jeito, ainda exigindo explicações? Ele não pode fazer isso! Foda-se que ele é um Deus e pode me desintegrar com o olhar! Eu não estou nem aí!

Ele poderia ter me segurado mais, mas não, ele me deixou ir...

Não fez mais do que a obrigação!

E aquela carinha de arrasado quando eu dei um passo pra trás, me virando para ir embora?

Ele só fez essa cara porque eu pisoteei seu ego. E dá sim, para resistir aquela carinha de cachorro abandonado! É só não ficar olhando muito...

Paro de repente, interrompendo minha tagarelice mental, começando a perceber onde estou: no jardim. Mas não é um jardim qualquer. É o jardim de Deméter, localizado nos limites do palácio de Zeus.

Ergo o olhar, vendo várias rosas, narcisos, tulipas, e mil e outras espécies de flores. Ignoro todas elas, juntamente com seus perfumes inebriantes, e me dirijo até um balanço de madeira esquecido por ali. Me sento nele, começando a me balançar rápido, mas logo vou perdendo o ritmo, até que o balanço para e eu me permito me perder em meus próprios pensamentos confusos.

Só decido voltar para o palácio quando percebo que a lua está praticamente em cima do palácio, fazendo com que eu me perguntasse quanto tempo fiquei divagando ali, sozinha comigo mesma.

Volto para dentro, xingando Apolo, Afrodite e Peggy mentalmente, quando me desequilibro e quase caio, ouvindo um grande chiado em meu ouvido, no mesmo momento em que o chão treme. Só depois que meus ouvidos voltam ao normal que consigo distinguir e reconhecer o som: uma bomba.

Estávamos sendo atacados.


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Notas finais do capítulo

Os números da fanfic estão crescendo, então a gente sabe que tem muita gente aí que lê e não comenta. E sério, pessoal, isso é muito importante pra gente. Pra que a gente saiba que vocês estão gostando. Então comentem! Se você for timido, basta deixar um "continua" por que isso já nos incentiva pra caralho!
Obrigada, e até a próxima sexta!
P.S.: A Jujuba sem Mel mandou beijos e abraços para todos vocês!