A Seleção de Apolo escrita por CarolFonseca


Capítulo 11
Apolo realmente é um cretino, e meu caderno concorda com isso!


Notas iniciais do capítulo

Hey, aqui é a Janis. Desculpem a demora. Geralmente nós não costumamos postar tão tarde, mas eu sai de tarde e o computador da Carol deu defeito. Enfim, eu espero que vocês gostem! comentem! ;)



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13:57 PM – Quarto da Cammy, Monte Olimpo.

Entrei no quarto pisando forte, para logo em seguida bater à porta com toda a força que eu tinha. Eu estava puta. Muito puta. Aparentemente, eu havia subestimado o nível de babaquice de Apolo. Pensei que ele fosse só mais um dos diversos babacas egocêntricos espalhados pelo mundo, mas não... Ele não pode ser só um babaca egocêntrico. Ele também tem que ser arrogante e estúpido!

— Senh... Camille?

Era Flora, a ninfa de cabelo azul. Logo Francis – a de cabelo verde – se juntou a ela e as duas fizeram uma reverencia, me irritando ainda mais.

Dei a volta em torno delas, e me atirei na cama, em momento algum fazendo contato com os olhos. As duas rapidamente se entreolharam, confusas, preocupadas, e pelo eu pude perceber, um pouco temerosas.

— Está... Está tudo bem? – Francis perguntou cautelosamente. – Nós fizemos algo que a... desagradou?

Dei um suspiro, ainda sem abrir os olhos.

— Não, fiquem tranquilas, vocês não fizeram absolutamente nada. – me sentei, olhando pra elas. – Quero ficar um pouco sozinha. Vocês estão dispensadas pelo resto do dia.

Novamente elas se entreolharam, entretanto, dessa vez, apenas fizeram uma reverência e saíram. Já com a porta do quarto fechada, deixei o peso do meu corpo cair para trás, caindo literalmente sobre a imensa cama de casal. Fiquei imóvel, encarando o teto do quarto. Nele, havia uma enorme pintura em 3D dos deuses, em uma espécie de círculo, que ia crescendo e se aprofundando, até desaparecer em uma espécie de céu azul. No topo dele, estava Zeus, segurando seu raio mestre, com Hera ao seu lado.  Abaixo dele, como numa escala – ou pirâmide – de poder, havia outros deuses, tão poderosos quanto ele. Poseidon, Atena, Apolo...

Levantei da cama em um salto, começando a andar pelo quarto. Depois de muito pensar, me enfiei no Box, deixando a agua fria entrar em contato com o meu corpo. Eu realmente não devia ter feito aquilo. A agua gelada só serviu para me fazer raciocinar ainda mais. E depois de vestir meu pijama - - cheguei à conclusão de que não valia a pena pensar nele, por que é – e sempre será – uma total perda de tempo. Eu precisava mesmo era fazer algo se útil. Precisava... Rapidamente abri a última gaveta da minha cômoda, peguei o meu caderno de desenho juntamente com um lápis e fui para a sacada. Respirei fundo, me livrando de todo o resquício de Apolo e sua arrogância, começando a fazer um esboço. Só depois de algum tempo percebo o que estou desenhando: meu projeto para a ampliação do Acampamento Meio-Sangue. Decido me aprofundar mais naquilo e, aproveitando que o clima começa a esfriar, saio da sacada e vou em direção a minha cama, me sentando na mesma. Procurando apoiar meu caderno em algo, logo cruzo as pernas e coloco o caderno na cama. Provavelmente vou ficar com uma puta dor nas costas depois... reflito. Mas vale a pena, decido por fim. Estou tão focada fazendo o que eu realmente gosto, que só percebo a presença de um encosto ao meu lado quando ele abre a boca.

— O que é isso?

Pulei de susto, fazendo ele soltar uma gargalhada alta. Olhei para o ser ao meu lado. Ele – obviamente – estava em sua forma humana, sem os dois metros e meio de altura. O cabelo loiro estava penteado pro lado e os olhos azuis tinham um certo brilho. Usava uma blusa regata dos Beatles, uma calça jeans um pouco rasgada na área dos joelhos e um All Star preto. Franzi os cenhos, ao notar que, em comparação a mim, ele estava muito bem arrumado. Arrumado até demais.

— O que você está fazendo aqui?! – perguntei irritada.

Ele deu de ombros, se inclinando por sobre o meu ombro para ter uma visão melhor do meu desenho.

— Queria ver o que você estava desenhando.

Escancarei a boca.

— Você estava me espionando?

Sua expressão mudou de divertida para surpresa, para logo após aderir a de constrangimento. Porém, isso não durou muito tempo, e logo ele balançou a cabeça e voltou a sorrir outra vez.

— Vim ver se precisaria te consolar. – falou, como se me estivesse confidenciando algo.

Entreabri a boca, mais uma vez entrando em choque.

Me consolar? – exclamei pateticamente.

— É. – ele concordou. – Você deve ter ficado arrasada com aquele lance no Salão das Deusas. Sabe? Quando eu convidei a Peggy e não você...

Arregalei os olhos e fiquei calada, porém imaginei diversas formas de torturá-lo e mata-lo sem que ninguém achasse seu corpo. Por fim, consegui controlar meus pensamentos, enquanto respirava fundo para tirar aqueles pensamentos homicidas da minha cabeça.

— Pois eu fico muito feliz que você a tenha convidado ao invés de mim. Não sei se já disse, mas prefiro sair com Ares a você. – isso pareceu ofendê-lo minimamente e por isso, continuei. – Se alguém tem que ser consolado aqui, este alguém é você, já que tem que lidar consigo mesmo todos os dias da sua vida eterna.

De ofendido, sua expressão mudou para magoada. Eu me senti um pouco mal, confesso, mas então me lembrei que ele era um deus, e que a pobre coitada da história era eu, a garotinha rebelde que largou a faculdade forçadamente apenas para participar desse... desse circo de horrores!

Apolo desviou o olhar do meu, e num passe rápido, conseguiu pegar meu caderno de desenho em cima da mesa.

— Ei, devolve!

Sem dar a mínima para as minhas exclamações e xingamentos, ele começou a vagar pelo quarto, analisando meus desenhos no caderno. Como qualquer outra pessoa normal faria, me levantei, indo atrás dele.

— Apolo! Me devolva!

— Você ainda não me explicou o que são esses rabiscos. – falou, ainda sem dar a mínima para os meus protestos anteriores. Bom, talvez ele não desse mesmo. – Parecem aquelas coisas chatas que a Atena vive fazendo!

— Apolo! – saltei, tentando alcançar meu caderno. Não consegui. – Devolva o meu caderno! Isso não é da sua conta!

Ele olhou pra mim, olhou para a cama, me dirigiu um sorriso travesso e subiu em cima dela. Mentalmente, coloquei uma de minhas mãos na testa. Zeus que me de paciência, porque se me der força, eu mato! Como já se era esperado, também subi na cama, mas o maldito ergueu o caderno lá no alto e eu tive que ficar pulando – como antes – para tentar pega-lo.

Rosnei.

— Esse é o último aviso Apolo: se você não me entregar ele agora, eu não respondo por mim!

— Ah é? – ele ergueu a sobrancelha, ainda com um sorriso na face. – E o que você vai fazer sobre isso?

Olhei furiosa para ele, parando de pular. Um segundo depois, joguei minhas mãos em seu peito, o empurrando, e ele caiu de cima da cama, indo beijar o chão. Gemeu de dor.

— Minhas costas!

Se ele não estivesse com algo meu naquele momento, com certeza faria uma piadinha com essa fala, pensei, mas logo deixei pra lá. Desci elegantemente da cama e me agachei, para pegar o caderno, mas o filho da mãe me puxou pela perna e eu acabei caindo em cima dele. Na mesma hora, percebi que o meu cabelo – aonde tinha, pelo menos – cobriu meu rosto com uma cortina e senti a mão dele pondo-os atrás de minha orelha. Aquele toque, mesmo que eu nunca fosse admitir em voz alta, fez com que um arrepio percorresse o meu corpo. Agora ele estava sério, suas íris azuis estavam fixadas nos meu lábios, um pouco entreabertos. Em um ato automático, passei minha língua em minha boca, repentinamente seca, umedecendo-a. Senti uma vontade quase louca de beijá-lo e quase cedi, quando ele enfiou uma de suas mãos pelos meus cabelos e me puxou de encontro aos seus lábios.

Mas – graças a Zeus – a razão voltou a minha mente, me fazendo pegar o caderno já esquecido em sua mão frouxa e me levantar, o fazendo me lançar um olhar confuso.

— Mas o...

— Como eu disse – falei, abraçando meu caderno, enquanto rezava mentalmente para que ele não percebesse o mínimo fraquejar em minha voz. – Eu prefiro um ciclope a você.

Logo seu olhar de confusão se mudou para o irritado, e se apoiando no chão, ele se levantou.

— Você estava a ponto de me beijar! – quase gritou, acusando-me.

— Não estava não. – neguei, enquanto me esforçando em fazer um sorriso irônico. – Eu só queria pegar meu caderno. Você – joguei meu cabelo para trás. – foi apenas uma distração.

— Por que você me odeia tanto? O que eu fiz pra você?

— O que você fez pra mim? – repeti com raiva, me aproximando dele. – Você fez com que eu interrompesse minha faculdade, deixasse o meu Acampamento e viesse aqui para ficar competindo por você. A pergunta certa Apolo, seria o que você não fez pra mim, não acha?


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Notas finais do capítulo

O que acham que vai acontecer agora? Digam nos comentários! Beijocas, e até a próxima sexta :)