MOONLIGHT - Teen Wolf escrita por Miss Stark


Capítulo 16
Estranha conexão


Notas iniciais do capítulo

P.S: o banner ficou com um errinho em ''estranhas conexões '' S meu filho



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Vincent havia esquecido como os jovens podiam ser inconsequentes e muitas vezes burros. Claro, não estava reclamando do fato de David ter salvo a vida de sua neta e sim da grande burrice do jovem ter se apaixonado por ela. O amor tornar as pessoas imprudentes e Vincent sabia muito bem onde o amor e a improducência levava as pessoas.

Não gostava nenhum pouco de andar por Beacon Hills, tudo naquele lugar remetia a ele o dia em que toda a sua vida foi roubada, lembrava a sua doce e pequena Lucy e todo o sacrifício que teve que fazer para deixar sua pequena filha viva.

Naquele dia, Vincent montou guarda do lado de fora do restaurante onde, segundo David, era o favorito de sua neta.

Um golf vermelhou parou em frente Fish's Olsean por volta das doze e meia e quando a jovem moça deixou seu carro, Vincent a reconheceu. April parecia uma versão mais nova de sua avó e muito provavelmente uma versão mais nova de Lucy. A imagem de sua filha tendo a mesma idade de April fez seus olhos arderem. Quantas coisas perdera por culpa de Loise? Por culpa do seu amor e de sua imprudência? Perdera toda uma vida e, mesmo depois da suposta morte de Loise, não teve a chance de recuperar, até por que nunca realmente acreditou que aquela mulher pudesse mesmo estar morta. E tinha razão, Loise era um mal que sempre voltava e enfrentá-la sozinho, fraco como estava, era a mesma coisa que assinar seu atestado de óbito pela segunda vez.

April não demorou mais que meia hora dentro do restaurante de peixes, Vincet observou-a voltar para o seu carro e parar alguns passos antes para vasculha a sua mochila, foi quando aconteceu. A mochilha caiu próxima aos pés da garota e antes de seu corpo colidir como chão, Vincent já estava a segurando.

April foi colocada o mais rápido que Vincent conseguia no banco de trás do golf e por sorte, o estacionamento do restaurante estava praticamente vazio, ou pelo contrário o ato de levar sua neta a um lugar seguro não poderia ser possível. Vincent já vira aquilo acontecer antes, Loise costumava ter fortes dores de cabeça que muitas vezes à levava ao desmaio. Ela tinha praticamente a idade de April e, de acordo com o que ela dizia, fazia parte da transição quando um Torden estava se tornando mais forte. E no caso de Loise isso não foi nada bom.

***

Tudo que ela podia ouvir era a própria respiração rápida e o barulho de pés que fazia as tábuas do chão gemerem em um barulho irritante. Sentiu sua cabeça latejar e seus olhos arderem antes de abri-los lentamente.

Que tipo de ser humano se mete em tanta encrenca em apenas dois dias? — perguntou a si mesma ao, lentamente, recuperar o foco. Não reconhecia o lugar onde estava e muito menos se lembrava de como havia parado ali. Tudo naquele lugar lembrava a ela um filme de terror, até mesmo as paredes com pedaços de madeira queimada. Quando conseguiu se colocar de pé, teve que se segurar em um corrimão que, assim como toda a casa, era velho e parecia ter saído de algum incêndio.

April atravessou aporta de madeira, já sentindo todo o seu corpo entrar em alerta. Estava em uma casa estranha e quem quer que tenha a deixado naquela casa, poderia ainda estar por perto. E ela estava certa, Vincent ainda estava lá, sentado do lado de fora da casa. Tão desatento que quase não percebeu que sua neta já havia desperto e estava ali a passos dele.

April quis gritar quando viu o senhor sentado a alguns passos dela, mas não o fez. Vincent se levantou com cautela. Não queria assustar sua neta que já estava assustada o bastante.

— Não chegue perto de mim! Se você se aproximar, eu vou gritar.

Vincent piscou e deu um passo para trás.

— Por favor não vou machucá-la! — disse ele. — Você já parece bem melhor, April… tenho tanta coisa para lhe dizer… Por favor, querida, não grite — ele disse, desesperado.

— PELO AMOR DE DEUS! APRIL?! QUE TIPO DE MALUCO É VOCÊ?! — ela berrou, procurando alguma coisa para se defender. E a única coisa que achou foi um pedaço apodrecido de madeira. — EU TO AVISANDO, NÃO SE APROXIME!

— April, por favor… Meu nome é Vincent e eu nunca machucaria você.

— Vincent! — ela gritou. — Você estava brincando comigo? Cadê meu carro e onde diabos é esse lugar?

— Posso explicar tudo. Querida, não é seguro ficar aqui fora — disse Vincent.

— Querida?! — a voz de April saiu esganiçada.

E só mais uma porcaria de sonho, April. Acorde agora!

—– April… Você nunca ouviu meu nome antes? — disse. Vincent parecia exausto e teve que se concentrar para não chorar. — Pense April, feche seus olhos querida e sinta. Eu sei que você pode.

— Não me chame de querida — disse entredentes. — Não conheço Vincent algum.

— Eu sei que não conhece — disse ele, derrotado. — Ela tirou tudo de mim. Até meu nome.

— Eu não faço ideia do que você está falando. Por favor, eu quero ir embora.

— Largue essa madeira — disse ele. — Vamos conversar e juro por Deus que não vou machucá-la.

— O que você quer comigo? — April perguntou. Já estava exausta, mas queria resposta e nem ferrando ela ia largar a madeira velha.

— David Loween. Você o conhece? — ele perguntou, subindo mais um degrau da escada velha. April apontou a madeira velha para seu rosto e Vincent recuou.

— O que você fez com ele?! — April gritou, agora descontrolada e apontando mais uma vez a madeira velha para o rosto de Vincent.

— April se controle! — Vincent gritou pela primeira vez. — David pode estar morrendo e a única coisa que você faz é gritar. Está me deixando louco. Eu preciso que pare de agir como uma menininha e aja com uma Brooke, está me entendo?

— Ele está morrendo?! Que diabos?! Quem diabos é você?! — April perguntou confusa, deixando o pedaço de madeira cair no chão.

— Não importa quem eu sou agora, eu preciso que me ajude a achar David — ele disse.

— O que ele é seu?

— Um sobrinho muito querido que pode estar morrendo agora mesmo.

— Você é uma daquelas coisas sobrenaturais, lobos ou sei lá o que?

— Sou — disse ele. — Você também é. Não um lobo eu creio, você é algo bem maior, mais perigoso.

— Algo mais perigoso — April rebateu, perplexa. — Eu vi um de vocês rasgar o abdômen do David e ele disse que se curaria… — mas ele é um desgraçado mentiroso que pode estar morrendo e nem se quer me deixou ajudá-lo

— Mas ele não está se curando, April — disse Vincent.

— Claramente esse negócio de lobo que se cura é uma grande de uma mentira e agora aquele mimado vai morrer e vai morrer por minha culpa — April choramingou

— Não! As vezes o emocional pode esta abalado April, não temos muito tempo… David precisa de você agora.

— Não sei como posso ajudá-lo agora, não sei nem se eu poderia ajudá-lo antes.

— Eu já disse. Você é algo maior. Você é uma torden, April — disse Vincent, aproximando um passo de sua neta. — Feche seus olhos April, escute sua mente e deixe vir.

— Fechar meus olhos — retrucou April e Vincent assentiu. — Se eu fechar meu olhos e deixar seja lá o que vir, você me deixa em paz?

— April feche seus olhos — Vincent ordenou. — Você vai encontrá-lo

— Certamente, por que se eu fechar meus olhos eu vou achar David — April disse, seu tom de voz era quase debochado, o que fez Vincent abrir um meio sorriso.

— Por que se você fechar seus olhos e se calar, você vai encontrar David.

Alguma coisa nos olhos daquele homem, fez April se sentir calma por um segundo. É claro que ela queria encontrar David, mas não sabia como fechar os olhos ajudaria nisso.

— Eu não sou um torden, mas sei com eles são, a maioria de vocês tem poderes mentais poderosos April e muitos deles são ligados a dor. É uma coisa que você não precisa aprender. Por que está dentro de você. Se David estiver perdido, morrendo, apenas você pode encontrá-lo. Você precisa estar conectada com o passado e o presente dele. Me de sua mão — Vincent se aproximou, receoso. — Eu sou o passado e você o presente dele.

April fez uma careta mas esticou a mão esquerda. As mãos do homem a sua frente eram grandes demais e estavam quentes. Mas, de alguma forma, ela sentiu aquela sensação de estar em casa, o que era estranho. Vincent pegou a mão de sua neta e apertou fazendo April fechar os olhos.

***

— Nada! Não acho que isso vá funcionar! — April disse desapontada, abrindo apenas um olho.

— Deixe sua mente relaxar — sugeriu Vincent, achando graça da impaciência da neta. — Espere que ele venha até você, relaxe com se estivesse indo dormir.

— Você é meio doido — ela disse, fechando novamente o olho e relaxando.

April tentou bloquear todo o barulho que podia ouvir, a respiração do homem estranho do seu lado, o barulho que o vento fazia quando se encontrava com os galhos das árvores. Tentou relaxar a sua mente e esquecer que estava em um lugar estranho com um homem estranho. Apenas se concentrou em David e no dia em que o conheceu. Tiveram apenas duas conversas, mas April se sentira ligada a ele desde o primeiro dia. Não sabia o por que, não era uma atração maluca, como a qual sentia por Scott. Era algo mais neutro. Menos maluco.

— Como será que se diz bruxa em francês? — ela perguntou.

— Acho que sorcière ou seria mademoiselle Carter?

Tudo saltou em sua direção, a sensação era estranha, vibrante e dolorosa. De alguma forma, era a voz de David e ela parecia ter sido transportada para algum tipo de dimensão paralela. Parecia estar em mais um daqueles sonhos estranhos. Ela podia sentir o vento frio bagunçando seu cabelo, ainda vestia as mesmas roupas de antes só que em vez de estar na casa velha segurando a mão daquele Vincent, estava no meio da floresta.

April andou alguns passo, até conseguir ouvir o murmúrio de dor. Era tão alto aos seus ouvidos que nem parecia um mero sussurro e sim um grito, alto e claro de socorro.

Não estava escuro, April ainda podia ver um resquício de azul brilhante do céu, ela ouviu mais uma vez o sussurro. Só que agora ela pode ter certeza do que ouvira.

— Se eu não morrer eu vou matar aquela vadia.

April não se conteve e gritou o nome de David, tampando sua boca logo em seguida.

Não acreditava que aquilo realmente estava acontecendo, ela o achara! Não pensou duas vezes antes de sair correndo aos tropeços pela mata, tentou não se afobar para não perder o último resquício de concentração que tinha.

April andou alguns passos até chegar no único lugar que ela não esperava, estava ao lado da árvore grande e velha que tanto perturbava seus sonhos o único lugar naquela maldita cidade que lhe trazia paz. Ela se aproximou mais do tronco e se abaixou próximo a uma das raízes. Parecia não estar mais no controle dos seus braços e pernas, apenas se ajoelhou a lado da árvore e encostou sua cabeça no tronco, como uma menininha pedindo carinho a sua mãe.

Seus olhos se fecharam por um segundo e logo depois não sentiu mais o cheiro de madeira recentemente molhada pela chuva, nem mesmo o duro da madeira. No lugar de tudo isso ela sentiu o calor de um corpo e um hálito morno em seu rosto.

April abriu os olhos, estava deita ao lado dele, sentido todo calor que seu corpo emanava. David estava pálido e seu rosto estava molhado pelo suor. Ela estava pior do que ela imaginava.

— David, graças a Deus! — ela choramingou, ficando de joelhos. Mas, David não pareceu escutar, era como se ela nem estive ali. — David?!

April se pois de pé, era claro que ele não a ouviria, ela nem mesmo estava lá.

Sentiu seus olhos arderem. Agora que tinha o achado não podia ajudá-lo e aquilo era frustrante.

Estava tão imerse em tudo aquilo, que demorou para perceber onde David estava jogado agonizando.

A árvore estava caindo aos pedaços, apodrecida. Tinha alguns troncos soltos pelo chão. Mas ela reconhecia aquele lugar. Ela sabia muito bem onde era aquele maldito lugar.

— Miserável! Você veio atrás dela? Você realmente queria morrer — ela berrou para David e pela segunda vez na semana ela queria pular no pescoço de David Loween.

April sentiu seu estômago se contorcer quando voltou seus olhos para o abdômen de David. Ele ainda vestia o mesmo moletom velho que ela vira mais cedo, só que agora ele parecia ensopado. David estava suado e pressionava uma de suas mãos na ferida. Ela sentiu uma dor correr por todo o seu corpo e quis chorar. Era tudo sua culpa.

Se aproximou de David, voltou a se ajoelhar perto do seu corpo e April segurou a sua mão. Era tão real que quase tinha certeza de sentir o aperto. April analisou o rosto avermelhado do rapaz, seus olhos era de um azul incrível e ele tinha aquele cabelo dourado que April sempre desejou ter; ela pensou em como gostaria de estar realmente ali e que poder ajudá-lo a não sentir tanta dor.

April fechou seus olhos e deixou as lágrimas caírem por suas bochechas, quis chorar por David e por não ter pedido ajuda a Scott quando teve a chance, quis chorar por tantas coisas. Ela voltou a se deitar ao lado de David, encolhida como uma garotinha amedrontada outra vez.

Ela fechou os olhos e sentiu o vento chicotear mais uma vez seu rosto, esperou o ar frio chocar seu rosto mas dessa vez sentiu um sopro morno e ela quase teve um ataque cardíaco quando sentiu os lábios de David próximos ao seu ouvido.

Ele estava deitado de lado, seus olhos estava perdendo todo o azul e ganhado um tom quase preto…

April suspirou e sentiu todo o ar fugir dos seus pulmões, ela sentiu os lábios dele em sua orelha. estavam tão gelados.

Ele estava morrendo.

— Acorde, April — sussurrava. — Acorde


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Notas finais do capítulo

Ahhh mais cade o Scott Mandy?

Gente tenha calma comigo okay? Também sei que estou demorando com os capítulos. Estou cheia de coisas para fazer e quase não sobra tempo para escrever. Por isso eu demoro duas semanas (as vezes). Mas vou me organizar direitinho para voltar postar com mais frequência.