Bento escrita por FheryChan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bem, olá! Fiz essa one-shot ano passado, contudo só agora que consegui terminá-la. Na época, eu estava relendo o mangá e com a primeira parte da obra, me bateu aquela nostalgia gostosa e pensei: "Por que não fazer algo do gênero?"
Enfim, boa leitura! :)



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Você consegue sentir quando uma comida é feita com amor?

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Era o começo de uma calorosa tarde. Naquela época, o Sol estava mais brilhante do que nunca. Hinata tentava se levantar, mas era difícil devido ao seu frágil corpo apresentar várias sequelas de sua última batalha contra seu primo e irmão de consideração, Neji. Com muito esforço e muita dor, principalmente por seus nervos terem sido atingidos pelos punhos que ironicamente carregavam o título de gentis, estava decidida a se dirigir à cozinha.

No dia anterior, seus companheiros de equipe, Kiba e Shino, haviam-na visitado juntamente com Kurenai. Os dois contaram sobre o árduo treinamento que faziam, principalmente, para preparar Shino para seu combate contra o estranho ninja da Vila da Areia. Kiba contava com grande entusiasmo e com tom de esnobismo, em como ele e Akamaru eram ágeis e rápidos para contra atacar o Aburame. Mas logo, o sombrio garoto se lembrava da derrota que o Inuzuka teve contra Naruto — vencido por uma fatal ventosidade anal, e o mesmo ficava envergonhado e proclamava que só havia perdido por pura sorte do loiro cabeça-oca (o que não era uma mentira), tentando disfarçar o constrangimento de sua derrota e emanar uma áurea mais confiante para seus companheiros de equipe.

E era inevitável não tocar no Uzumaki, sem dizer para a Hyuuga como Naruto estava indo com seu preparo para a terceira fase. Afinal, foi nas preliminares que Kurenai, mestre de Hinata, havia percebido o sentimento de sua aluna para com Naruto quando a viu oferecer uma pomada que curava alguns machucados não tão graves que o menino obteve depois de ter lutado contra Kiba. Kurenai informou que havia ouvido de Kakashi, mestre do time 7, sobre Naruto estar treinando com um antigo e lendário ninja e que com toda a certeza, Shino não deveria subestimar seu antigo colega de academia.

Hinata sorriu ao ouvir isto. Quando todos tinham em comum como mestre Iruka, na academia ninja, ela se lembrava de como Naruto era visto como motivo de piada perante aos colegas de classe. Principalmente, por nunca ter tido boas notas e por falhar em muitos testes para o preparo das técnicas básicas que todos ali tinham que possuir para prosseguirem como verdadeiros ninjas. Agora, após as preliminares para a terceira fase do Exame Chunnin terem sido concluídas, ver que todos reconheciam Naruto como um forte oponente devido a sua vitória era algo louvável.

Será que ela também havia conseguido mudar a sua imagem perante aos olhos das outras pessoas?

O fato é que Naruto estava se esforçando para melhorar as suas habilidades, cada vez mais. Ela não tinha dúvida alguma que seu admirado ídolo iria conseguir realizar seu maior sonho. E de alguma forma, ela queria ajudá-lo. Ela não poderia ficar apenas parada, mesmo que fosse por exigência médica ter repouso por vários dias.

No entanto, o quê Hinata poderia fazer com sua atual situação? Tal questionamento ficou vagando em sua mente por quase todo aquele dia.

Hinata começou a pensar mais ainda em Naruto, mas analisando e se lembrando do que o loiro gostava e do que mais necessitava. E foi no jantar, que percebeu o óbvio: comida! A jovem sabia que Naruto amava comer e também sabia que ele treinava sem parar ao ponto de acabar com as próprias energias. Se ela preparasse um almoço bem nutritivo para ele, com certeza ele ficaria com suas forças renovadas.  

Finalmente, após de muitos dias, Hinata descansou em seu leito com pensamentos positivos e já maquinando sobre quais ingredientes iria necessitar para fazer a refeição para Naruto.

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Logo cedo, com muita dificuldade, Hinata foi caminhando devagar pelos longos corredores que formavam o enorme casarão Hyuuga.

Quando estava passando pelo espaço que era aberto com a enorme área localizada na parte frontal do distrito, ela viu Neji. E, ao mesmo tempo em que seus olhos perolados focaram-no, os olhos gélidos dele a perfuraram com um olhar que ainda demonstrava puro rancor e ódio perante a prima.

Hinata constrangida, abaixou seu olhar. A fixação de Neji sobre Hinata não durou muito tempo. Logo o mesmo voltou ao seu árduo e duro treinamento, demonstrando uma grandiosidade sem igual em seus ataques. Ataques tão fortes que a própria Hyuuga presente, servia como prova do quanto seu primo se encontrava em um nível bastante elevado, seja dentro do clã ou entre os melhores ninjas juvenis da vila. Um adversário extremamente forte.

Contudo mesmo que possuísse tamanha e nítida certeza, Hinata  mantinha a sua fé e sua torcida intacta por Naruto.

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Já na cozinha, logo se dirigiu à dispensa para pegar alguns ingredientes. Faria um almoço para aquele a quem ela mantinha tamanha admiração e carinho. Com toda certeza, Naruto merecia um banquete completo. Afinal, ela sabia que ele estava dando o máximo de si.

Hinata retirou os melhores legumes e verduras, além de uma carne já repicada em um refrigerador¹, enquanto a água já fervia e borbulhava. Cortou os alimentos e os temperou em cima de uma tábua de cor escura e logo jogou dentro da panela que já continha o macarrão amolecido. Fritou também empanados de peixe e pegou mais folhas verdes, além de um bonito e brilhante milho cozido. Estava realmente inspirada para cozinhar… Mas por qual motivo não estaria já que seus pensamentos estavam cada vez mais perdidos em Naruto e o garoto só trazia para a mesma a plena felicidade?

Depois de mais alguns minutos, a comida — ou seria melhor descrever como um grande banquete realmente — estava pronta e a jovem kunoichi já colocava em pequenas marmitas. Contudo, ao chegar na vasilha que concentraria apenas uma salada, ela teve a sensação de que estava faltando algo. Mas, o que seria?

Em meio a este pensamento, Hinata se lembrou das várias vezes em que quando era pequena, Naruto a salvara dos meninos que gostavam de humilha-lá, principalmente por conta de seus olhos totalmente diferentes dos demais. Naruto, sempre acabava apanhando por ser mais fraco dos demais, contudo, mesmo que saísse todo machucado, no final ele sempre sorria e dizia que estava tudo bem.

Era isso! O sorriso do Uzumaki! Ele poderia ter chorado por conta dos ferimentos ou ter ficado triste por não ter sido capaz de derrotar os outros — algo que Hinata fazia até então. Mas, no final, Naruto sempre dava aquele enorme sorriso de orelha a orelha para dizer que apesar do ocorrido, ele estava bem.

Hinata pegou mais alguns vegetais e acabou fazendo uma miniatura extremamente fofa de Naruto, com um sorrisinho todo malandro e contagiante. Pronto: missão quase concluída. Agora faltava apenas a entrega do lanche, sendo exatamente o próximo passo que a jovem ninja faria em seguida.

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— Jutsu de invocação!

Gritou Naruto, apontando a sua mão para o chão esperando algum resultado. Mas tudo o que saia, era apenas um girino com um pequenino rabo e uma perna. Já era a décima vez que tentava naquele dia, mas até então, não estava havendo nenhum progresso em suas invocações. Três semanas, e a terceira fase do Exame Chunnin se iniciaria. Era sua obrigação ficar mais forte, afinal, os oponentes que ele enfrentaria, não eram nem um pouco fracos. E ele não ficaria atrás de Sasuke, seu grande rival, de maneira alguma!

— Ei, velho idiota! É pra você olhar para mim! Veja se estou pegando o jeito da coisa, tô certo! — apontou o ninja imperativo para o senhor de longos cabelos brancos e espetados, que se encontrava agachado atrás de uma moita.

Jiraya, nem ao menos se virou para responder seu mais novo discípulo, pois sua concentração estava voltada para as jovens senhoritas que se banhavam e brincavam debaixo da cachoeira próxima daquele local.

— Tá bom, tá bom, garoto! Eu estou lhe observando! Agora, pare de falar e volte a treinar. Estou muito ocupado observando essas graci-... Digo! Coletando material para os meus livros.

— Droga! Ele nem ao menos olhou para cá. Que pervertido! Vou tentar mais uma vez, de qualquer forma!

Naruto se direcionou para o riacho presente e ficou alguns minutos na àgua para seu chackra natural ser esgotado e assim, tentar usar a energia ‘vermelha’ presente em seu corpo. Algum tempo depois, sentiu sua força diminuir e tombou em meios às pedras que rodeavam o riacho. Se levantou, e quando já estava disposto à tocar a sua mão no chão novamente com todo o seu entusiasmo e determinação para invocar, ficou paralisado ao perceber algo estranho.

Algo estranho, mas que aparentemente possui um cheiro extremamente delicioso.

Ele sentiu pairando pelo ar e atraindo sua atenção e de sua barriga, cada vez mais. Não era um aroma que vinha das flores e muito menos dos gases que vivia soltando em momentos constrangedores — como quando lutou contra o garoto-cachorro, Kiba. Mas sim, um cheiro extremamente agradável. Um maravilhoso cheiro de…

Comida?!

O pré-adolescente olhou ao seu redor e tentou procurar o local de origem do aroma que preenchia cada vez mais o ambiente. Só de pensar que havia alimento naquele local, seu estômago começara a roncar desesperadamente. Afinal, em seu café da manhã, havia comido muito pouco por estar totalmente animado com seu treinamento. Somando ainda ao fato de que, naquela hora, já poderia ser a hora do almoço…

O que custaria dar uma pausa para se alimentar, não é mesmo?

Naruto foi seguindo o cheiro, até achar um pano em cima de uma pedra de porte pequeno. Pulou de alegria ao encostar no elemento e confirmar que era algo verdadeiro e não um fruto de sua imaginação fértil e infantil.

Porém, ficou desconfiado. Quem poderia ter deixado aquilo? Era realmente para ele? Ou poderia ser alguma brincadeira do velho tarado?

Sentou-se no mesmo lugar, desfez o nó do tecido, abrindo-o e colocando o recipiente em cima da pedra. Tirou a tampa e ficou maravilhado com o que seus alegres olhos encaravam.

Não era um bentô qualquer, mas sim, O BENTÔ. Era uma verdade incontestável que Naruto amava lámen mais que tudo? Sim. Mas apesar de sempre se entregar à massa mergulhada com um delicioso caldo de porco, nada tirava o seu direito de comer outros pratos, especialmente quando eles aparentavam estar super saborosos.

Havia uma grande quantidade de arroz, juntamente com legumes cozidos e verduras. Além de ter um grande pedaço de carne de peixe frito, camarões, dois ovos e milhos cozidos, juntamente com um purê — possivelmente, de batata.

Mas o que havia deixado o Uzumaki encantado, não foi o fato de se ter tanta fartura para matar a sua fome. Mas sim, como tudo estava completamente organizado para acabar formando um desenho na vasilha maior. O arroz estava enfeitado com um mini-naruto todo sorridente. 

Quem teria feito tal artimanha? Uma artimanha extremamente fofa, na opinião do jovem ninja. Uma artimanha que conseguiu aquecer o coração do shinobi laranjado e que lhe fez até mesmo corar. O garoto ficou tão maravilhado e feliz com algo inesperado, que nem ao menos buscou entender o porquê de sua reação.

O que era aquele sentimento que envolvia seu coração? Porque seu órgão mais vital disparava freneticamente? Como uma comida poderia proporcionar tal sentimento desconhecido para com ele?

Olhou para trás e viu que seu mestre ainda estava concentrado em seu “momento de pesquisa” em meio ao maciço de folhagens das plantas. Agradeceu mentalmente pelo velho tarado estar distraído, afinal, não tinha intenção alguma de compartilhar tamanha maravilha!

Com um grande sorriso estampado em seu rosto, soltou um baixo ‘Itadakimasu’ e iniciou a sua refeição. Quando Naruto terminou de comer, deitou-se no chão dando um profundo suspiro e um tranquilo sorriso. Esse foi o melhor lanche que havia comido desde então.  Sua barriga estava farta, e seu coração — que até pouco tempo, era solitário — estava envolvido pelos sentimentos da pessoa que foram depositados em cada elemento que formava o suculento prato.

Enquanto o jovem genin descansava dando início à uma leve soneca —que logo seria interrompida por Jiraya, nem tão distante do local, alguém o observava com um tímido sorriso e com seu delicado coração acompanhando os mesmos batimentos do herói Uzumaki.

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Notas finais do capítulo

¹ - Coloquei refrigerador aí, porque mesmo que o mundo seja ninja e meio que há uma hirearquia medieval, a tecnologia sempre foi algo presente na obra. Enfim, just this. ^-^

É de muita importância para mim saber o que vocês acharam! Quero saber se consegui cumprir com o papel de ser algo fofinho, se a narração não está cansativa, se faltou algo mais... Enfim, qualquer coisa! Me desculpem por possíveis erros ortográficos.

Até a próxima! õ/