Irmão do Itachi escrita por Assiral


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

BLOCO DAS FANFIQUEIRAS!

o/

espero que gostem
responderei em breve todos os reviews mas já deixo meu amor e carinho por que li todos *~*
por favor, leiam as notas. Tá grande, mas gostaria que lesse S2

Bom Carnaval !!



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SASUKE

 

 

 

Kakashi tentava mais uma vez fazer com que seus alunos aprendessem a diferenciar as bases nitrogenadas.

—Vamos lá pessoal, se adenina e guanina são as purinas, quais são as pirimidinas?

A turma tentava resmungar algo, os poucos que ainda prestavam atenção preguiçosamente, já que a maioria mal se mantinha acordada. Algumas garotas já lixavam as unhas e alguns dos garotos apenas permaneciam entregues ao ócio girando borrachas gastas.

O fato é que, ser a última aula do dia era sempre um desafio maior para um professor, já que os alunos só pensavam em ir para casa, ou, pelo menos, sumir dali.

E quando não havia mais colaboração, mas o conteúdo precisava ser passado, por que não usar a carta na manga de todo o professor?! Ninguém o julgaria.

 – Sasuke? - apontou para seu aluno mais aplicado, para não dizer nerd, que ao contrário dele com sua costumeira preguiça caindo sobre seus ombros assim como dos alunos, para que desse a maldita resposta. Afinal, ele também queria encerrar por ali.

 – As pirimidinas são citosina, timina e uracila, professor. - respondeu Sasuke solicito.

Sasuke gostava muito desta aula, mesmo que sua paixão fosse Cálculo. Mas, Kakashi era um dos poucos professores que sabiam o nome dele, para não dizer o único.

Aliás, atualmente era o único, já que o antigo professor de Química saíra inesperadamente. Se bem que o professor Orochimaru já chegava ao nível do bizarro por sua preferência por Sasuke. Para não dizer outra coisa.

Mas, Kakashi era legal.

Sasuke não entendia por que boa parte da turma se mostrava entediada com uma aula sobre DNA e RNA.

Quando o sinal tocou, todos se levantaram aliviados, e o próprio Kakashi já soltou um “até mais”, sentando em sua mesa e abrindo um livro qualquer.

Enquanto isso, Sakura se esticava de pé em umas duas cadeiras a frente, enquanto ele ainda permanecia sentado em seu lugar juntando as coisas. Sasuke nem percebeu o leve suspiro ao observar a moça em seu momento de acordar o corpo e testar a elasticidade.

 – Caramba, eu estou exausta. - ela disse olhando para ele.

Mais uma vez, Sasuke não entendeu o por quê, mas achou melhor concordar.

 – É, eu também.

 – Hoje eu não tenho treino e só quero relaxar. - ela sorriu se aproximando e apoiando as mãos na carteira dele. - e você, tem treino?

 – Ah, er, não. - Sakura permaneceu olhando para ele como se esperasse algo mais e Sasuke tentava não parecer bobo tentando entender o que deveria dizer. Será que isso era uma deixa ou ele estava fantasiando demais – eu também vou relaxar. Só relaxar.

 – Ah é? Como? - ela perguntou enquanto ele se levantava colocando a mochila nas costas.

 – Bem, você sabe. – deu de ombros – Estudando.

— Ah, qual é Sasuke?! - Sakura começou a rir e voltou para sua mesa colocando as últimas canetas na bolsinha e enfiando na mochila antes de pendurar no ombro. – Pois então, eu só quero me desligar e assistir algum seriado - ajeitou a blusa que usava já impecavelmente bonita e cheirosa, claro que ele sentia mesmo dali o cheiro único de Sakura - talvez reveja Game of Thrones.

A reação de Sasuke de franzir o nariz, seguida de um muxoxo desdenhoso foi reflexa e instantânea.

 – O que foi? - Sakura perguntou incrédula.

 – Ah, nada.

Sasuke não pretendia contrariá-la. Mas, acabou saindo de forma involuntária, não pretendia ser tão transparente quanto aos seus gostos ou desgostos.

— Você não gosta de Game of Thrones? - Sakura cruzou os braços incrédula.

— Ah, é só que – ele ajeitou os óculos, não sabia se ela ficaria com raiva, mas o fato é que não ia conseguir mentir para agradá-la, uma vez que esboçou reação – eu acho superestimado, e prefiro O Senhor dos Anéis.

Deu de ombros e observou o olho esquerdo de Sakura começar a tremer.

— Como assim, Uchiha Sasuke?

Sasuke arregalou os olhos e engoliu em seco – Bem, é verdade. – puxou o ar, queria provar seu ponto – os livros de O Senhor dos Anéis, são bem mais detalhados e envolventes, e conseguem passar perfeitamente as nuances de um personagem ou de um cenário. Já essa série, só me pareceu algo superestimado por que não há tantas produções tão grandes e as pessoas se apegaram.

— Eu também já li os livros de O Senhor dos Anéis, Sasuke. Mas, acho que você está sendo preconceituoso e deveria dar uma chance a outra obra.

— E-eu acho que não é preciso. Certamente não vai substituir o meu gosto, e acho que acrescentar seriados pode prejudicar minha rotina de estudos e treinos.

— Minha nossa, Sasuke. – Sakura passou o braço entrelaçando ao de Sasuke – você vai para minha casa, e vamos a uma maratona de Game of Thrones hoje.

— Mas... eu... su-sua casa... – Sasuke adorava momentos com Sakura em que poderiam estar sozinhos, sem Itachi ou seus amigos sempre aparecendo para infernizá-lo e, pelo que desconfiava, monitorar Sakura. Mas, pânico tomou conta dele ao imaginar estar na casa dela. O que faria? Ou diria? E os pais dela, aprovam garotos em sua casa?

— Sem mais. Você pode gostar de mais de uma coisa, sabia? – disse ela divertida e o puxou para mais perto e ele travou ao sentir o seio dela roçando em seu braço – Vamos.

Sasuke vasculhou qualquer desculpa em sua mente. Estudo, trabalhos, ensaio, treino….

Mas, por fim, obedeceu.

— Eu só preciso passar na ótica antes, por que minhas lentes ficaram prontas. – disse ele – Você sabe, as que Gai mandou eu fazer para as partidas.

— Tudo bem. – Sakura sorriu e piscou para ele.

Mesmo que estivesse em pânico, por não saber o que fazer ou dizer na casa da garota que ele tem uma queda, pensar que passaria um tempo com ela o deixava explodindo por dentro, e ele assentiu.

Sakura o puxou até o estacionamento e subiu em sua pequena moto.

— Vamos?

— O que?! – respondeu ele assustado.

— Sobe aí. – Sakura afivelava o capacete enquanto apontava para o espaço atrás dela.

— E-eu pensei que você me daria o endereço, sabe. Para eu ir de ônibus. – tentou não demonstrar o enorme nervosismo que o assolava.

— Para quê, se tem lugar aqui. – Sakura deu partida na pequena moto e manobrou retirando da vaga – sobe aí.

Sasuke se abraçou. Suava agora debaixo do suéter.

Já estava sendo difícil lidar com o fato de ir para a casa de Sakura, subir em uma moto o deixava a beira do pânico.

— Você tem medo de moto, ou está insinuando que eu sou uma péssima piloto? – Sakura perguntou cruzando os braços com certo deboche.

— Er... bem. Apesar de o país estar em 13º no ranking por mortes de acidentes de moto, eu não tenho medo, é que... bem...

— Você vem ou não? – Sakura perguntou mais séria.

Sasuke sabia que era sua última chance.

Buscou forças de sabe-se lá onde, respirou fundo e subiu na pequena moto de Sakura. Tentou segurar na parte de trás, e provavelmente poderia ter uma câimbra a qualquer momento, tamanha a força que colocava em pressionar as barras.

Sakura deu a partida. Ela começou até devagar, já que saíam do estacionamento, mas assim que os portões ficaram para trás, ela acelerou com tudo, não que fosse muito por ser uma espécie de lambreta, mas o suficiente para Sasuke espremer os olhos e trancar os dentes, enquanto Sakura ria de sua travessura.

E em uma medida drástica na tentativa de não ser arremessado para trás, Sasuke tentou se segurar no que era mais próximo e firme. A cintura dela.

Ele só percebeu quando sentiu a pele macia e quente mesmo sob a blusa que ela usava, e retirou de lá o mais rápido que pôde. Sentia a mão formigando.

— Pode se segurar em mim, Sasuke. – ela se virou para ele e piscou – é melhor para você manter o equilíbrio.

E assim ele o fez. Mesmo que relutante.

Tocou o mínimo possível, mesmo com a permissão dela, sentia um pouco estranho. Não deveria fantasiar ou parecer um aproveitador, mas não deixou de notar como Sakura era delicada naquela região, e como as mãos dele se encaixavam perfeitamente ali.

Também estava mais próximo, e com isso mais vulnerável ao inebriante cheiro dela. Ele se aproximava um pouco mais, só um pouco mais para suprir seu vício. Não precisava encostar, apenas se envolver e se perder naquele cheiro enquanto seus dedos a tocavam, e o vento abraçava os corpos deles.

Sakura freou no sinal vermelho, e Sasuke, perto demais e o nariz dele foi de encontro na parte de trás da cabeça dela.

— Céus! Está tudo bem, Sasuke? – perguntou ela.

Sasuke segurava o nariz como se aquilo segurasse a dor aguda que sentia. Era um castigo por se aproveitar da situação, só podia.

— Tudo bem. Eu acabei não me segurando direito.

O sinal verde piscou e Sakura acelerou. Sasuke buscou de novo as laterais do corpo de Sakura encostando o mínimo possível, mas ela segurou em um de suas mãos e o puxou mais para frente e depois a outra, fazendo com que agora ele entrelaçasse os braços por toda a sua cintura.

Agora além de mais toques, mais cheiros ele poderia sentir o coração dela. Enquanto o dele disparava.

Pelo menos agora, Sasuke sabia que não entraria para as estatísticas de mortes por acidentes de moto, mas nas de mortes por ataques cardíacos.

Não demorou muito para que chegassem a casa de Sakura depois de passarem na ótica.

Enquanto Sakura estacionava a moto em um pequeno espaço na garagem, Sasuke observava o lugar. Era uma casa de dois andares simples, mas aconchegante, com bastante plantas e uma decoração voltada para a natureza e um quintal considerável na frente. Uma grande árvore abrigava uma pequena casinha de madeira, que o fez sorrir.

— Vamos. – ela disse sorrindo, subindo os pequenos dois degraus que davam para a varanda da porta de entrada.

Sakura girou a maçaneta, já gritando.

— Mãe, cheguei!

Uma mulher surgiu de algum lugar, provavelmente a cozinha. Era uma senhora até bonita, de cabelos curtos e castanhos, mas Sasuke não deixou de notar que ela parecia sair de um portal do tempo para os anos 70, usando um enorme vestido amarronzado com estampas de sóis e estrelas como se fosse um poncho, além de vários cordões de contas e pulseiras.

— Minha filha abençoada! – disse a mulher de braços abertos caminhando para abraçar Sakura – foi tudo bem na escola? – perguntou depois de soltá-la.

— Foi sim, mãe. As últimas aulas foram complicadas, por conta do cansaço, mas foi tudo ok. Nada que umas sessões de estudos para repassar a matéria não me ajudem.

— Eu sei, amor! E você se alimentou bem?

— Na escola, sim.

— Minha menina. – a mulher puxou o nariz de Sakura como se faz com crianças.

As duas riram, e Sasuke achou engraçada e interessante a relação das duas.

— E quem é esse bonito rapaz? – a mulher perguntou virando-se para ele.

— Esse é Uchiha Sasuke. Ele faz algumas aulas comigo. – Sakura respondeu.

Sasuke esticou a mão – Muito prazer, senhora.

A mulher não devolveu o cumprimento, mas olhava para ele de cima a baixo e fixou os olhos por sobre sua cabeça. Sasuke sentia o constrangimento invadindo o seu corpo. Será que o gel saiu de seu cabelo com o vento e estava desgrenhado? Algum passarinho havia feito algo ali? O que ele deveria fazer?

— A sua aura é maravilhosa! – a mulher disse.

E Sasuke pedia a Deus para não ver um espelho e ver a cara que ele fazia neste momento sem saber o que responder.

— Ah…. Obrigado?! – perguntou devagar incerto.

— Eu posso ver a energia que você emana Uchiha Sasuke, e ela é bem-vinda. - A mulher se aproximou e abraçou Sasuke bem apertado.

Mesmo que ele estivesse todo travado, tentou dar tapinhas nas costas da mãe de Sakura.

— Eu me chamo Mebuki. – ela juntou as palmas das mãos na frente do peito e abaixou a cabeça.

Sasuke olhou para Sakura que apenas sorria para ele, e resolveu imitar em sinal de educação.

— Mãe, nós comemos na escola, mais tarde lancharemos, ok? – Sakura disse pegando a mão de Sasuke.

— Ok, farei alguns cookies para vocês. – Sakura estreitou os olhos para ela – Tudo bem, de chocolate e não integrais e cascas.

Sakura riu para a mãe e deu um beijo em sua bochecha.

— Nós vamos subir, ok. – deu sinal para Sasuke segui-la.

— Obrigado, senhora. – ele respondeu ainda sem jeito.

— Namastê. – ela fez o gesto novamente de unir as palmas a frente do peito e abaixar a cabeça. E mais uma vez, Sasuke a imitou.

— Vem, Sasuke! – Sakura chamou do meio da escada e Sasuke a seguiu subindo tentando não parecer nervoso.

— Querida, se precisar, tem camisinhas na segunda gaveta. – a mulher gritou e Sasuke tropeçou quase caindo das escadas.

— Valeu mãe, mas não vamos transar. Só ver um seriado.

Sasuke sentia que poderia desmaiar com a enorme concentração de sangue em suas bochechas, ainda mais que ainda no meio das escadas, pensou ter ouvido um “que pena” da mãe de Sakura.

Quando conseguiu chegar ao quarto, depois de quase ter uma síncope, Sakura o gritou da porta, já com um box de seriado na mão.

— Pode deixar suas coisas aí, e se ajeitar.

Sasuke olhou para o quarto, em sua maioria branco e rosa, mas nada infantilizado. Algumas flores, e pôsteres de bandas de rock. Livros, CDs, almofadas coloridas e pufe em formato de algum animal, provavelmente lesma.

— Não liga para minha mãe. Ela e minha tia eram hippies quando jovens.

Isso explicava bastante coisa.

— Ela é legal. – disse ele, apesar do jeito estranho, Sasuke realmente teve simpatia por ela – achei bem interessante a ligação de vocês.

Sakura que estava ajoelhada ao chão, mexendo no aparelho de DVD, parou alguns instantes olhando para o nada e sorrindo.

— Ela é minha mãe, mas também é minha melhor amiga. Uma pena que…. – suspirou e balançou a cabeça antes de voltar a falar – Ela gostou de você. – disse ela já sorrindo para ele.

Sasuke percebeu a mudança de assunto repentina, mas achou melhor não insistir.

— Que bom. Eu realmente estava com medo. – encolheu os ombros.

Sakura riu.

— Vamos começar isso logo, Senhor-Preciso-de-Aprovação.

— Eu não sou assim. – ajeitou os óculos.

Sakura revirou os olhos e se jogou na cama.

Sasuke achou melhor sentar no chão aos pés da cama. Só de imaginar a mãe de Sakura entrando pela porta e vendo ele sentado em sua cama, o apavorava. Se ela entrasse e apanhasse as tais camisinhas então, ele enfartaria.

As próximas horas se passaram regadas a espadas, traições, reis, Sirs e lobos.

A mãe de Sakura depois de algum tempo realmente apareceu com cookies de chocolate, integrais. Mas, Sakura não brigou, apenas riu.

Eram bem gostosos na verdade.

Mais uma parada para pipoca, uma pizza, balas e chicletes e uma temporada se foi.

Os créditos subiam e Sasuke ainda estava boquiaberto.

— E aí? – Sakura perguntou se arrastando na cama, para mais perto dele. Depois de horas no chão, na parada para pipoca ele resolver ouvir sua coluna e se sentar nos pufes.

— Uau. – foi o que conseguiu dizer.

Sakura já tinha visto a reação de choque dele em alguns episódios, mas queria ouvir o veredicto.

— Eu realmente estou chocado. – ele disse ainda olhando para a tela agora escura – eu podia jurar que aquele cara ia reagir.

Sakura começou a rir.

— Eu sabia que você ia gostar. – disse ela vitoriosa e confiante.

Sasuke cruzou os braços e tentou parecer displicente. – Posso estar errado sobre não ser só uma série superestimada, mas ainda prefiro O Senhor dos Anéis.

— Presunçoso! – Sakura atirou almofadas nele e os dois começaram a rir.

Quando pararam de rir, Sasuke ajeitou os óculos e apoiou os braços para trás. Estava mais relaxado, depois de tanto tempo ali.

— Eu me diverti muito, Sakura. – confessou – eu admito.

— Que bom, rapaz bonito. – Sakura imitou a mãe ainda deitada de bruços agarrada a uma almofada em formato de nuvem.

As bochechas dele coraram enquanto balançava a cabeça em negação. – Nem vem.

— Ué, é verdade. – disse ela.

— Beleza, não é meu “departamento” – fez sinal de aspas no ar – isso é com o Itachi. – o suspiro amargo saiu.

— Seu irmão é bonito também. E é um cara legal, Sasuke.

Sasuke olhou para ela, comprimindo os olhos. Um aperto no estômago já se formava, e o medo de ter perdido mais uma vez.

— Itachi pode negar, mas ele gosta de você – continuou ela.

— Itachi não liga para mim, Sakura. Ele só quer ser o bonitão, popular e legal da escola. – a amargura agora tomava sua voz.

Sakura o estudou alguns instantes, a frustração clara em seu rosto.

— Tudo bem, só pensa no que eu te disse. – sentou-se na cama – e você também é bonito.

Sasuke voltou a negar com veemência.

— Se eu fosse, eu acho que saberia. – disse ele rindo.

— Você só não valoriza o que tem. – deu um puxão no suéter dele e soltou.

Sasuke só ria enquanto revirava os olhos da sandice de Sakura. – Ok. – disse em desdém.

— Isso foi um desafio?! – disse ela com as mãos na cintura divertida.

Sakura pensou alguns instantes, pegou o celular olhando para a tela e o puxou pela mão.

— Se corrermos ainda pegaremos o shopping aberto.

— Para quê? – perguntou ele confuso.

Mas, Sakura só apanhou a carteira e o arrastou escada a baixo.

— Mãe, vou dar um pulinho no shopping com Sasuke. Não vou demorar.

— Ah, mas já? – a mulher se levantou do sofá caminhando até eles – achei que ele fosse dormir aqui.

Sasuke engoliu seco.

— Ele me desafiou mãe.

Mebuki abriu a boca em um falso choque – Ah, meu jovem, péssima escolha. – e elas riram alcoviteiras.

— E você sabe que não corro de desafios, não é mãe. – Sakura deu de ombros.

— Tudo bem. Mas, cuidado e não demore. – abraçou Sakura e depois Sasuke que travou de novo – Até mais, meu belo rapaz.

— Até mais, senhora. – Sasuke juntou as mãos e fez a posição de saudação respeitosamente.

A mulher sorriu e devolveu o cumprimento. – Namastê.

Sakura não estava brincando quando disse que precisavam ir ao shopping com urgência.

Dirigiu o mais rápido possível, e entrou nas lojas de roupas masculinas.

— Ok, não teremos muito tempo, então - ela olhou de um lado para o outro - vem, eu vou escolher.

— Não estou muito certo sobre isso, Sakura. - confessou ele desconcertado.

— Vamos fazer o seguinte, me dê carta branca por hoje. Se amanhã não gostar, então pode esquecer o que faremos hoje e eu pagarei por tudo.

Sasuke torceu o rosto, pensou um pouco mas acabou cedendo.

— Ótimo! - Sakura bateu palminhas e voltou a vasculhar araras - tome esta, e esta, e mais esta.

Ela saiu empilhando roupas nos braços de Sasuke, que já mal conseguia segurar sem deixar algumas peças caírem.

— Agora prove. - ela disse animada.

Nem o constante ânimo de Sakura contagiava Sasuke para provar aquele tanto de roupas.

Mas que opção ele tinha?

Deixou o pescoço cair para frente e saiu obediente rumo ao provador.

De surfista a cowboy, Sasuke testou vários estilos. Todas as versões passavam pelos olhos minuciosos e avaliadores de Sakura.

O cowboy de camisa quadriculado até foi aprovado, mas a calça marrom colando quase iniciando uma vasectomia não.

Bermudas no joelho eram uma boa opção, mas camisa havaiana com enormes hibiscos definitivamente era não-Sasuke.

A camisa de Star Wars foi aprovada, mas só se ele levasse uma com estampa da Casa Lannister de Game of Thrones.

Fazer compra de roupas nunca havia sido tão divertido.

Depois das roupas, passaram a sapatos. Ou melhor, tênis e botas estilo alpinista. Sakura disse que o deixava mais másculo.

E definitivamente abolir os mocassins que ele usava.

Algum tempo depois e muitas sacolas, eles caminhavam pelo shopping e Sakura viu uma dessas barbearias franqueadas. Olhou para ele e puxou até ali.

— Agora, cabelo! - disse ela

— Não, não, não, Sakura! - ele parou antes de entrar - não acho que seja uma boa ideia.

— Por que não?

— Por que meu cabelo não tem jeito.

— Como não tem jeito? - perguntou ela

Sasuke soltou o ar de vez bufando.

— Ele não é legal, ok. Não é bonito, liso e sedoso como do Itachi. - colocou as mãos na cintura - ele fica todo arrepiado, Itachi inclusive me apelidou de “assustado”, por que sempre estava como se tivesse tomado um susto.

Sakura soltou um som anasalado de quem tentou segurar uma risada.

— É, você ri, eu sei. - deu de ombros - mas não. Eu só me ajeito com gel, já aceitei isso. Os genes Uchiha não me contemplaram. Yei! - levantou os braços em uma falsa comemoração.

— Ei, Sasuke - Sakura colocou as mãos no ombro dele - não se diminua mais - Sasuke olhava para os lados ainda relutante mas, parou quando as mãos de Sakura o tocaram segurando seu rosto fazendo com que olhasse para ela  - você é bonito sim. Acredite em mim! Nós só estamos fazendo “ajustes” - ela deu de ombros sorrindo e ele acabou sorrindo junto.

O toque dela em seu rosto era tão bom. E estando tão perto ela parecia ainda mais linda, principalmente os olhos verdes que estavam fixos nos dele.

— Ainda tenho minhas dúvidas, mas acredito em você. – respondeu ele fechando os olhos e tomando coragem pra dizer - eu só tenho medo de piorar a situação, mas se você tem tanta certeza. Eu topo.

Sakura abriu um sorriso e o abraçou.

Ele não acreditava que deixaria alguém mexer no seu infame cabelo, mas o fato de Sakura o achar bonito, fazia bem ao seu ego e quase explodia por dentro de felicidade. Daria esse benefício da dúvida a ela.

Os dois entraram, e aguardaram o cabeleireiro bem estilizado terminar o corte já em curso.

Quando chegou a vez de Sasuke, ele lavou o cabelo e o fez sentar na cadeira.

— Qual o corte você quer fazer, fofinho? - perguntou o jovem rapaz com a tesoura na mão.

Mas antes que Sasuke respondesse, Sakura se adiantou e começou a falar com ele.

No princípio, Sasuke prestou a atenção na discussão dos dois sobre um corte moderno e volume, mas Sakura começou a passar a mão por trás e levantar o cabelo de sua nuca, depois puxar boa parte da franja e esticar para frente, e Sasuke se perdeu nos dedos dela entre seus cabelos.

Ele poderia se acostumar com isso.

Quando definiram o que seria feito, eles finalmente lembraram que ele estava ali.

— Sasuke, enquanto ele corta, eu vou até a loja da frente, por que quero comprar um rímel, ok.

— Tudo bem, eu te espero aqui.

— Ah, e vista essa roupa que compramos e separei pra você. O Haku - apontou para o cabeleireiro - vai deixar você usar o banheiro.

— Ok.

Sasuke a viu sair, e logo começou a ver chumaços de seu cabelo caírem pelo pano que circulava seu pescoço.

Só restava rezar para que tudo desse certo.

Depois que terminaram, Sasuke se vestiu, resolveu testar as lentes que havia pegado mais cedo e enquanto calçava a bota estilo alpinista, ouviu a voz de Sakura perguntando por ele.

— Eu estou aqui!

Ele abriu a porta e saiu ainda analisando e se estranhando naquelas roupas.

Mas, quando levantou os olhos, viu Sakura com uma expressão quase hipnotizada olhando para ele.

Os lábios dela se abriam quase como em câmera lenta enquanto os olhos esquadrinhavam seu corpo, até parar nos olhos dele.

— Uau. - foi só o que ela disse.

— Eu acho que pintei a minha Capela Sistina. - Haku disse ao lado de Sakura também olhando para ele.

— E-e-e então? - Sasuke perguntou desconcertado e ansioso.

Sakura fechou a boca e sorriu contemplando, e ensaiou palmas.

— Você está incrível.

Sasuke sorriu, enchia seu peito de alegria. Não era possível acreditar, mas era mesmo admiração nos olhos de Sakura que ele via?

— Então agora eu estou mesmo bonito? - se permitiu perguntar.

— Olhe para você mesmo. - Sakura apontou para o espelho ao lado dele.

E Sasuke se olhou.

Sakura disse que só ajustaria o estilo. Permitiu que ele usasse as suas amadas camisas brancas por baixo, um jeans simples, nada descolorido ou rasgado por que ele não gostava, e em vez de suéteres, jaquetas, já que Sasuke disse que se sentia vulnerável sem o seu fiel companheiro suéter.

Mas a maior mudança era no cabelo.

Era uma espécie de franja mais lisa e cumprida na frente que ladeavam o rosto até o queixo, e a parte de trás estava mais curta e “livre”, assumindo a sua origem arrepiada e rebelde.

Mas, tudo uma bagunça perfeitamente alinhada.

Era difícil de acreditar. Era difícil demais acreditar, mas Sasuke estava realmente…Bonito.

— Caramba! - ele disse.

Sakura se aproximou dele por trás tocando seu ombro. 

— Você não está bonito. - ele olhou nos olhos dela pelo espelho - você está lindo!

Os olhos de Sakura brilhavam, e ele continuava preso neles.

Ver nos olhos dela o que ela dizia, era a melhor sensação do mundo.

O deixava até…. confiante.

Era uma série de sensações novas nessa noite, e ver Sakura passando a língua pelos lábios e mordendo de leve, ele nem mencionaria qual era por que era até constrangedora.

— Então, vai ser dinheiro ou cartão, amores? - perguntou Haku tirando o transe da troca de olhares.

— Ah, dinheiro. - Sasuke respondeu sacando a carteira.

Os dois tomaram sorvete e se despediram.

Sasuke achou melhor ir direto para casa. Já estava tarde.

— Até amanhã, Sakura. - disse ele, no estacionamento onde ela foi pegar a pequena moto.

— Eu conheço você, garoto de catálogo?! - Sakura disse e os dois riram.

— Sério, obrigado. - suspirou - pelo dia de hoje, por me fazer arriscar, pelos cookies integrais…. - ela riu - por tudo.

Sakura deu um leve soco em seu braço.

— Só não vá ficar metido e me esquecer agora que é bonitão, ok?

Sasuke riu desconcertado.

— Até parece. - ou que ele quisesse.

Sakura piscou para ele e então partiu.

No outro dia, Sasuke foi para escola. Acabou se atrasando um pouco por conta das combinações das novas roupas, e, por fim, optou por seguir o mesmo estilo que Sakura definiu ontem.

Quando chegou a escola, a maioria dos alunos já tinham chegado, com suas caras entediadas jogando conversa fora no corredor e porta das salas.

Mas, hoje as coisas estavam diferentes.

A cada passo que ele dava, mais e mais olhares ele atraía.

Bocas abertas, cochichos sobre quem era e garotas mordendo os lábios como se vissem uma sobremesa deliciosa.

Ok, se isso era um sonho daqueles constrangedores, ele agora estaria provavelmente de cueca. Olhou para baixo, e viu as suas novas roupas.

Não era um sonho.

Sasuke continuou andando lembrando-se de que era quase uma nova pessoa. E lá no fundo, estava gostando de se sentir assim.

E apesar dos inúmeros olhares que geralmente o constrangiam, sentiu de volta a confiança.

— Ei! - Uma garota gritou - quem é você?

Sasuke olhou para ela, que ainda o analisava, e atrás dela duas amigas cochichavam e riam.

— Sou eu, o Sasuke. - disse ele, mas viu que ainda não era esclarecedor e sorriu - Irmão do Itachi.

Sasuke girou nos calcanhares para ir embora, mas podia ouvir a explosão de comentários de incrédulos a desejosos sobre ele no corredor.

“Irmão do Itachi”, “não pode ser”, “Aquele Itachi”, “Itachi tinha irmão?”

Foi… interessante.

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Betado por AnneChan23


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Notas finais do capítulo

E aí chuchus !!

Gostaram!
Finalmente aquele clichê que a gente adora XD
Adoro transformações
Haiahauahua


Gostaram da mãe da Sakura?
XD
Queria trazer um pouco disso e dizer que Yoga é vida u~u
Eu pratico e amo
Mas não sou do nível Mebuki tá xD
Mas fica a dica pra vocês pra acalmar corpo e espírito

Mas vamos ao Sasuke
Finalmente saiu do sueter
Eita
Me digam o que acharam*<*


Mas, vamos lá. Papo sério
Eu disse que demoraria e talz
Que ia escrever Ansatsu
Mas gente, meus planos mais uma vez tiveram de ser mudados
Além de todas as dificuldades rotineiras que tenho pra atualizar, ainda tivemos uma situação inesperada

Como muitos sabem, apesar de ser mineira, moro em Vitória no Espírito Santo a anos.
E muitos de vocês devem ter visto o pandemônio que vivemos aqui com a paralização da polícia.
Foram dias horríveis, que eu nunca desejo pra ninguém.
Todo barulho dava medo, mas o silêncio era ensurdecedor.
Teve dia que tranquei todas as janelas e porta do quarto e me trancar no quarto por horas no calor, por que haviam invasões de prédios.
Tiroteios, assaltos, arrastões, sequestros, corpos na rua, IML lotado ...
Uma cidade sem lei, você tem medo de chegar na janela.
O pânico e a paranoia foram inimigos constantes.
Foi um pesadelo.

Por que eu tô falando isso?
Dois motivos:
— as atualizações e atrasos além do normal. Por que bem, não tinha cabeça pra isso
— desabafo. O que passamos foi algo que nunca vamos esquecer. E só quando ficou muito ruim e começaram a comparar com o filme "Uma noite de crimes" é que grande mídia e Governo enxergaram a gente. Se não fosse as redes sociais, talvez demorassem ainda mais.
Mas enfim, era um desabafo ^^

Agora estamos nos recuperando ♥
Um beijo pra vocês , obrigada pelo carinho
Todos os reviews lindos *~*
E até a próxima
;***



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