Damaged Memories escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 5
Capítulo 4 - Euphoria


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo :3



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Aquela aldeia era apenas um aquecimento para o grande evento da noite seguinte.

O Lorde das Trevas era poderoso, e ele dominaria todo o mundo bruxo. Queria começar com o Ministério, embora já tivesse muitos informantes lá de dentro. Nem a Ordem da Fênix seria párea para toda aquela empolgação, embora Dumbledore fosse uma verdadeira pedra no sapato de seu senhor.

James não acreditava no quanto aquele velho era tão arrogante, acreditando que poderia impedir a Voldemort de apoderar-se do que quisesse, assim como não conseguia entender o porquê de não terem dominado Hogwarts ainda, ele bem sabia que era um grande desejo de seu milorde.

E que melhor lugar para ensinar aos bruxos, desde cedo, o que era certo?

Dumbledore fazia todos acreditarem que estava do lado certo da guerra, mesmo James acreditava nisso, até o dia em que seus olhos foram abertos, e ele percebeu que tudo não passava de uma farsa.

Uma verdadeira luta de poderes, isso que acontecia. Dumbledore não admitia que Voldemort era mais poderoso que ele. Por isso, ele fazia tamanha negligência em relação aos nascidos trouxas.

Todo sangue puro sabia que eles não nasciam com magia, que era perigoso tê-los por perto, mas Dumbledore não se importava com isso. Tudo por sua procura ao poder, sempre fazendo o que as pessoas ao seu redor pediam, e todos eram adeptos a qualquer coisa que ele dissesse, sem procurarem por uma justificativa, uma prova de que era verdade.

— Peter? Está tudo bem? — James aproximou-se do amigo, estranhando o modo como ele parecia mais nervoso que o normal.

Desde que resolveu unir-se ao Lorde das Trevas, Peter o apoiou, embora sempre temeroso de segui-lo. Por fim, ele foi convencido, mas, desde que recebeu a marca, era motivo de piada para todos os Death Eaters. Só era menos humilhado quando James estava por perto.

Tanto em Hogwarts, quanto depois, James sempre estava ali para ajudá-lo, era o seu único amigo.

— Vamos lá! Não é a primeira vez que vamos torturar alguns trouxas! — ele revirou os olhos, não notando como Peter estremeceu.

— Potter! Pettigrew! — James reconheceu Malfoy chamando-os, ele olhava cautelosamente para eles — Está na hora.

Eles juntaram-se ao resto do grupo. Peter parecia encolher-se mais ainda, sob o olhar do loiro, mas James não importava-se. Na época de colégio, era a sua diversão pessoal azarar a Malfoy e seu grupinho de amigos, só por serem da Slytherin, embora sua mãe tivesse sido.

Ele e Peter, os únicos Gryffindor no meio do ninho de cobras. Precisava de coragem para ir contra tudo e todos, seguindo o que eles acreditavam ser o certo.

O único problema era ter que compartilhar missão com Snape. Mesmo depois de ingressarem no mesmo grupo, o ódio que James sentia não foi abandonado. Um dia, ele tinha certeza que conseguiria uma prova de que ele era um traidor, outro otário que caiu nos encantos de Evans.

Por ora, ele não era obrigado a encará-lo, já que não estava presente.

— Divirtam-se, mas estejam atentos a qualquer sinal de que devemos recuar! — foi apenas o que Rabastan Lestrange, cunhado de Bellatrix, disse.

Todos aparataram, na direção que tinha sido indicada antes.

James teve aquele sentimento sufocante, mas não podia evitar uma satisfação, ao perceber que tinha conseguido desfazer-se na fumaça negra. Aquela simples fumaça que aterrorizava a todos ao redor.

O vilarejo parecia estar em algum tipo de festa de confraternização, o que era perfeito. Todos estavam fora de suas casas, reunidos no centro.

— Peter, vem comigo! — James disse, assim que se materializaram.

O simples fato de pessoas terem surgido das fumaças, foi o suficiente para que a movimentação se iniciasse, partida dos trouxas amedrontados.

— Aonde você vai, Prongs? — Peter perguntou, enquanto eles corriam por trás das casas, indo para longe dos companheiros.

À simples menção ao nome “Prongs”, fez com que James parasse de correr, direcionando a sua varinha para o pescoço do amigo.

— J-James! — ele gaguejou, paralisado.

— Não me chame de “Prongs” — disse James, irritado — Esse apelido estúpido! Foi um erro termos nos juntado àquele lobisomem. Não quero que mencione isso novamente!

— Eu não irei! Desculpe! — Peter ficou aliviado, ao ver que a irritação vinha apenas pelo modo como foi chamado.

A varinha foi desviada, botando fogo no telhado de palha de uma das casas.

— Conseguem morar nisso? — James torceu o nariz, desgostoso.

— O que faremos? — perguntou Peter, apertando a varinha com força.

— Eles estão atacando pelo meio, vamos atacar pelas bordas — ele respondeu, voltando a caminhar — Nem todos os trouxas devem ter ido para essa festa, vamos nos aproveitar disso.

Aquele olhar sádico dominaria os pesadelos de Peter para sempre. Ele não gostava de ter escolhido ser um Death Eater, matar as pessoas, mas queria ser reconhecido.

— Potter nunca lhe deu atenção. Considere isso a sua vingança, Wormtail! — foi o que Voldemort lhe disse, assim que foi dito sobre o plano de modificar as suas memórias.

Lembrando disso, ele concordou, satisfeito pela ignorância daquele que ainda o considerava como o seu “amigo”. Não importava quais memórias ele tinha, continuava confiando nas pessoas erradas.

Eles correram pelo caos de fogo e maldições. Sem sofrer retaliação, a única preocupação deles era a de não serem atingidos por acidente.

— Bombarda Maxima! — James apontou a varinha para a fileira de casas.

Todas as portas explodiram ao mesmo tempo, abrindo passagem.

Os dois entraram na primeira casa que encontraram. Era pequena, as portas feitas de madeira, o tipo de lugar que somente um lobisomem moraria. Mesmo a Casa dos Gritos continha mais luxo, com todos os seus móveis arranhados.

— Eu vou subir as escadas, verifique aqui embaixo! — disse James.

Sem esperar por uma resposta do parceiro, ele subiu, pulando de dois em dois degraus, sem preocupar-se em conter o barulho. O lado de fora já estava um estardalhaço, que poderia cobrir, perfeitamente, os barulhos de dentro de casa.

— Homenum Revelio — ele sussurrou.

Apenas Peter no andar debaixo, um perfeito desperdício de tempo.

Ele passou a mão, nervosamente, pelo cabelo, antes de descer correndo das escadas.

— Não tem nada aqui! Vamos embora! — ele disse, xingando a sua burrice.

Peter não demorou a correr com ele para a casa seguinte. Somente na quinta, encontraram algo.

— Use a sua animagia para algo útil... — sussurrou James, empurrando-o levemente.

Guardando a varinha no bolso do casaco, o Death Eater tomou a forma de rato, farejando até onde eles tinham identificado o ruído. Entrando por um pequeno buraco da parede, ele fez com que uma criança revelasse a sua localização.

James pegou-a pelo braço, bruscamente, enquanto Peter voltava à sua forma humana, revirando a casa atrás de outros trouxas.

— Está sozinho? — perguntou James, apertando-o com força.

A máscara assustava à garotinha, que não devia ter mais de 6 anos. Ela não respondeu, mas Peter logo voltou, deixando claro que ela era a única na casa.

— Vamos mata-la de uma vez! — disse Peter.

— O que foi, Peter? O seu coração amoleceu? — debochou James, olhando fixamente para a garota, que parecia cada vez mais assustada — Os outros dariam qualquer coisa para encontrar essa garotinha linda aqui...

O carinho leve que foi feito no rosto da criança não dava para ser confundido como afeto nem de longe.

— James... — Peter gaguejou.

— Imagine só se Greyback encontrasse essa garotinha... Seria bem pior — disse James, fingindo pena — Que sorte que somos nós.

Peter olhou para a porta, vendo, pálido, como uma batalha acontecia.

— A Ordem da Fênix chegou! — ele observou, boquiaberto.

— O quê? — James virou-se, irritado.

Olhando para a mesma direção que o amigo, ele percebeu que era verdade.

A garota parecia aterrorizada demais para aproveitar-se da distração dos agressores para fugir. Afinal, fugiria para onde? Não tinha lugar para onde ir, e não sabia onde os seus pais estavam. Eles tinham ordenado que ela ficasse, e ela não queria que eles ficassem bravos com elas.

— Acrimônia Malus¹!

Peter só percebeu que James atacou, quando ouviu o grito fino da criança.

Olhando na direção dela, viu como ela cobriu o rosto com as mãos, chorando. Sentiu o estômago revirar, ao ver o líquido verde corroendo o chão da casa, mas não teve tempo para enjoar-se, quando James puxou-o pelo braço.

— Deram o sinal, vamos embora daqui! — ele disse, irritado por estragarem sua diversão.

Eles correram para fora e, assim que foram notados pelos combatentes restantes, sumiram na fumaça negra, desviando dos raios vermelhos que lhes eram lançados.

James não podia explicar a euforia que sentia quando levantava a varinha para dizer qualquer feitiço de arte das trevas. As maldições imperdoáveis eram ótimas, mas conhecidas por todos, enquanto as artes das trevas tinham infinitos ramos, muitos desconhecidos.

Dolohov, por exemplo, conhecia uma maldição que era a sua marca registrada. Só ele sabia como conjurar o feitiço, e só ele sabia com exatidão os efeitos que ela causava.

O objetivo de James era descobrir uma maldição que apenas ele pudesse usar. Seu pai era auror, mas ele não estava vivo para mostrar a sua posição quanto às suas decisões. Ele foi mais um dos manipulados por Dumbledore.

Desfazer-se em fumaça era mais cansativo do que aparatar simplesmente. Assim que encontraram um espaço distante o suficiente, caíram. James caiu por cima de Peter, mas conseguiu recompor-se a tempo.

— Você está bem? — ele tinha um sorriso travesso no rosto, como se fosse apenas mais uma de suas aventuras no colégio.

Peter tinha sentimentos encontrados dentro de si. Ao mais tempo em que queria dar cabo à sua vingança, era a primeira vez que James colocava toda a sua confiança nele. Sirius não era mais o melhor amigo, seguido de Remus. Ele não era mais o último a ser escolhido, era o único.

— Estou — respondeu, dando um sorriso forçado.

James interpretou que sua careta se devesse pela queda.

— Certo! É melhor nós irmos! — ele puxou-lhe, aparatando nos arredores da Mansão Lestrange.

Assim que chegaram, foram recebidos por uma Narcisa Malfoy muito nervosa.

— O que aconteceu? — ela perguntou.

— A Ordem — rosnou James, irritado.

Ele arrancou a sua máscara, jogando-a no chão, tentando descontar todo o seu ódio acumulado naquele simples ato. Quando a euforia e a adrenalina desapareciam, só restava a frustração por não ter conseguido fazer mais.

Era um sentimento contínuo e insaciável, a cada missão que aparecia, a cada trouxa que ele matava, só queria mais e mais.

— O Lorde das Trevas está furioso — disse Narcisa, mexendo nervosamente as mãos.

— Onde ele está? — perguntou James, aparentando toda a calma que nem Peter nem ela possuíam.

— No salão.

Ele assentiu com a cabeça, parecendo concordar com algum pensamento seu.

— Vamos, Peter! — ele deu uma leve batida nas costas do amigo — O Lorde não gosta de esperar.

Peter tinha espasmos de tanto tremer, enquanto eles seguiam para dentro da missão, escoltados por Narcisa. Dava para perceber as ondas de irritação do bruxo, antes mesmo de alcançarem o final do corredor.

— Milorde, eles chegaram! — Narcisa anunciou-os, de cabeça baixa.

— Pode ir — Voldemort disse, friamente.

A esposa de Lucius não demorou a sair, depois de dirigir um rápido olhar ao seu marido, que engolia em seco, tão pálido quanto ela.

— Avery — disse Voldemort, repentinamente, fazendo algumas pessoas pularem pelo susto — Explique o que aconteceu.

O relatório era para ser algo rápido, mas Avery gaguejava demais, expressando todo o seu nervosismo em palavras entrecortadas. James parecia ser o único a manter-se tranquilo, assim como Bellatrix, o que não lhe confortava muito (ser comparado a ela). Voldemort andava em volta de todos os reunidos, mexendo em sua varinha, o que só os deixava mais nervosos. Pior seria se Nagini², a cobra de estimação, estivesse por lá.

— Então, a Ordem apareceu — disse o bruxo, interrompendo o final do relato de Avery — Em um vilarejo inteiramente formado por trouxas. Eles, simplesmente, adivinharam que haveria um ataque e interromperam?

— Milorde — disse James, recebendo olhares incrédulos dos companheiros — Talvez haja algum informante.

Voldemort considerou a opção, inclinando levemente a cabeça.

— Um informante — ele disse, lentamente.

— Não seja estúpido, Potter! — retrucou Bellatrix, ríspida — Quem teria a audácia de trair ao nosso lorde?

— Acalme-se, Bellatrix! — Voldemort levantou uma das mãos, calmo — É uma questão a ser levantada. Temos muitos seguidores! Dumbledore é convincente, muitas pessoas me querem derrotado.

— E jamais conseguirão, milorde — interrompeu James, rapidamente.

O bruxo parecia quase sorrir de diversão diante de tamanha defesa. Ele tinha feito um excelente trabalho, e James Potter não seria o único a ajoelhar-se por vontade própria. Era apenas questão de tempo...

— Potter e Pettigrew sumiram no meio da missão — disse Travers.

— Fomos para as casas — respondeu James, tranquilamente — Vocês atacaram no centro, onde a maioria estava, mas não preocuparam-se em procurar pelos lados.

— Muito sensato — concordou Voldemort, parecendo tomar uma decisão — Bellatrix, James, vocês me ajudarão nos próximos dias. Amanhã, iremos ao Ministério. Se conseguirmos dominá-lo, será ótimo. Senão, quero que essa missão não seja um completo fiasco, e eu garantirei isso pessoalmente.

Assim, ele virou-se, apontando a varinha para um de seus seguidores.

— Crucio!


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Notas finais do capítulo

Acrimônia Malus¹ - peguei esse feitiço de um RPG de fórum.
Nagini² - não foi informado quando Voldemort conseguiu a cobra. Só se sabe que ela tornou-se horcrux, efetivamente, quando ele matou a Frank Bryce, mas ele poderia tê-la antes.