Damaged Memories escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 10
Capítulo 9 - Death


Notas iniciais do capítulo

Acho que o título já dá uma boa ideia do que vai acontecer aqui neste capítulo...
Preparem-se, pois fortes emoções estão vindo por aí ;)



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Voldemort permaneceu com sua expressão neutra, enquanto tanto Travers quanto Yaxley aparentavam estar contrariados pela interrupção. Greyback era um caso à parte, ele estava furioso, não admitia que se metessem em suas negociações, considerando que ele era o líder.

James notaria aquelas reações, se não estivesse lutando para compreender o que acontecia ali. Remus Lupin? No meio de todos aqueles lobisomens? Certo, ele era um, mas sempre negou a juntar-se àquele que o tornou o que era.

Uma aberração.

O que era aquilo? Ele tinha desistido? Percebido que o seu lugar era ali?

Olhando para o ambiente ao redor, James só pôde concluir que era impossível alguém como Lupin adaptar-se àquela rotina. É claro, ele podia estar enganado, e o lobisomem nunca passou de um fingido, para poder estudar em Hogwarts, mas o Potter não costumava enganar-se.

— Me parece que vocês já fecharam negócios, então? — Voldemort disse, olhando fixamente para Greyback, o que fez com que um arrepio percorresse a espinha de todos os presentes.

— É claro que não! — o homem defendeu-se — Eles apareceram, mas nós os botamos para correr.

Remus permaneceu em seu lugar, embora Greyback quase rosnasse para que ele desaparecesse de sua visão. Ele não parecia estar com medo de falar.

— O que os faz melhor que a Ordem? — ele perguntava, como se fosse uma pergunta simples de sala de aula.

Então, James entendeu. Ele não estava ali para juntar-se aos seus semelhantes, ele estava ali como espião para a Ordem. Era típico de Dumbledore jogar as suas cartas para o fogo, pelo “bem maior”.

— Talvez o fato de que seremos os vencedores dessa guerra — respondeu James, também tranquilamente.

Remus tentou evitar direcionar o seu olhar ao bruxo ali presente, mas isso tornava-se mais difícil, considerando que agora a conversa era direta. Fazia tempos que não entrava em contato com a Ordem, o que só fez com que ele ficasse desinformado sobre o assunto “James”.

O que ele fazia ali, depois de ser dado como desaparecido?

Obviamente, nunca passou por sua cabeça uma traição, como ocorreu com os outros apoiadores da causa de Dumbledore. Ele conhecia James perfeitamente. Ou, pelo menos, achava que conhecia.

— A guerra não acabou ainda — disse Remus — Qualquer coisa pode acontecer.

James pesou por um momento o que poderia falar. Se dissesse que sua vitória dependia dos lobisomens, seria garantia de apoio, mas também seria dar uma arma a eles, fazê-los acreditar que eram importantes. Além do mais, Voldemort poderia não gostar tanto disso.

— Exatamente por isso — ele disse, lentamente, medindo as palavras — Ficar neutro não é uma opção. Vocês serão mais prejudicados. Ambos os lados os atacaram e, ao final da guerra, não ganharão vantagens. Continuarão sendo a escória do mundo bruxo.

Remus abriu a boca, mas Greyback impediu que o bruxo continuasse a falar.

— A nossa condição, além das que nos ofereceram, é ter uma varinha — o líder declarou, como em uma opinião final.

James trocou olhares com Yaxley, e aguardaram a resposta de seu mestre.

— Não acredito que precisem tanto, mas se é assim... — Voldemort apenas deu de ombros.

Travers aproximou-se do trio de bruxos, preparado para qualquer ataque não programado, caso algum lobisomem quisesse revoltar-se, eram criaturas traiçoeiras.

— Se eu fosse você, garantiria que os seus... — James deu uma olhada rápida para Remus — Seguidores fossem leais.

— Isso é um assunto meu — disse Greyback.

Nenhum lobisomem da matilha moveu-se até que estivessem fora de seu alcance. Era um campo de batalha, apesar das falsas formalidades. Um não confiava no outro, e vice versa.

Correndo tudo bem, James não entendeu o motivo de Voldemort querer tantos seguidores por perto. Mostrar poder? Ele não pôde evitar perceber o fato de ser reconhecido por todos, já que a maioria dos olhos expectantes estavam voltados a ele, durante a negociação.

Algo bom de se refletir era a participação de Lupin que, muito provavelmente, foi atingido por um feitiço silenciador, e não estaria em bons lençóis com o seu bando. James não estava nada preocupado com isso, tudo tinha saído bem.

— Gigantes, lobisomens... — disse Voldemort, com satisfação evidente na voz.

— A Ordem da Fênix está desesperada, milorde — disse Yaxley — Se já tentaram contato e não obtiveram sucesso...

— Por acaso duvidou disso? — perguntou o mestre, perspicaz como sempre.

— É claro que não, milorde. Eu só estava comemorando a nossa vitória — respondeu o loiro.

— O perfeito diplomata — debochou Travers.

Nenhum deles comentou sobre, embora Yaxley tivesse lançado um olhar irritado e ameaçador para o homenzarrão, mas era inteligente o suficiente para saber que não venceria em uma batalha corpo a corpo.

James rapidamente balançou a cabeça, espantando aqueles pensamentos sem sentido. Para quê uma batalha corpo a corpo? Eles tinham varinhas!

A volta para a casa abandonada, que tinha a conexão de lareiras, foi silenciosa, o que permitiu-lhe refletir sobre os acontecimentos daquela semana. Todas aquelas lembranças, tão repentinas, davam-lhe o que pensar... Ele lembrava-se bem de quando tornou-se amigo daquele grupo Gryffindor, e também como a amizade acabou, mas sentia que algo de estranho estava acontecendo.

Ele não importou-se com a espécie de Remus Lupin, quando ainda estavam no colégio, e tornou-se indiferente sobre o assunto, com o passar do tempo. Contudo, encarando-o novamente, ele sentiu um sentimento que não sabia identificar. Não era afeição, nem desafeição. Era algo que o impelia a afastar-se daquele lobisomem, ao mesmo tempo em que outra parte de seu cérebro contradizia esse impulso.

— James Potter — disse Voldemort, tranquilamente, colocando a mão em seu ombro.

— Milorde — ele respondeu rapidamente, saindo de seus pensamentos.

— Vá para a mansão Malfoy. Há um serviço que preciso que seja feito ainda hoje — o bruxo declarou — Bellatrix já está lá.

Não o agradava a ideia de juntar-se àquela mulher, mas os serviços impostos a ela eram sempre os mais divertidos. Portanto, ele assentiu. Assim que chegaram à casa, ele foi direto para o baralho.

Narcisa estava sentada na poltrona em frente à lareira, lendo um livro. Sua postura ereta deveria demonstrar tranquilidade, mas James sabia que não passava de puro fingimento.

A mulher loira fechou o livro, colocando-o no braço do assento, e levantando-se com graciosidade.

— Por aqui — ela passou a caminhar, guiando-o pelos corredores luxuosos da mansão.

Não era preciso palavras, ela era a dona da casa, e sabia perfeitamente o que acontecia por baixo de seu teto, só às vezes que era mais conveniente fingir que não. Eles seguiram por um caminho que, apesar de estar sendo guiado, James conhecia muito bem.

Se o Ministério algum dia ousasse conferir a mansão, não encontraria grande parte dos artefatos obscuros que pertenciam à família por décadas. Não por nada, “Malfoy” significava “má fé”, em francês.

O normal seria que as reuniões fossem feitas na sala de jantar. Contudo, o Lorde das Trevas não estava lá, e Bellatrix sempre ficava na câmara subterrânea antes de uma missão. Ou melhor, antes de um assassinato.

Narcisa parou ao lado de um grande relógio antigo, tocando a varinha na parede ao lado do objeto.

— Já sabe o que fazer — ela declarou, antes de virar-se.

Sob a máscara de sua naturalidade forçada, James pôde perceber o quanto aquelas palavras soavam tão erradas.

Apenas a varinha de um Malfoy era capaz de abrir as câmaras subterrâneas. Se James tentasse, não conseguiria. Se fosse uma sala dentro de uma das câmaras, como era mais difícil de ser um crime com testemunhas, coisas piores poderiam acontecer. Em um efeito semelhante ao Gringotts, a pessoa poderia ficar presa lá dentro, sem possibilidade de sair. Ou mesmo perder a mão.

As escadas tinham um feitiço camaleão, o que fazia com que ela fosse quase que invisível. Fazia parte da escuridão e da luz ao mesmo tempo.

Seus pés alcançaram o nada e apressou-se a descer, cegamente, enquanto que a porta materializava-se atrás de si. Apesar de estar no topo da escadaria oculta, já era possível escutar as risadas maníacas de Bellatrix, e sentir a magia negra contida naquele lugar.

Por um momento, ele hesitou, sentindo um calafrio percorrer a sua espinha. Ele nunca tinha hesitado, até então, mas não foi uma escolha sua, foi um ato involuntário. Como muitas coisas, nos últimos dias, ele não conseguia explicar isso.

— Já estava na hora! — exclamou Bellatrix, assim que ele apareceu na câmara.

O lugar era iluminado pura e simplesmente pela varinha de Lucius, que aparentava um grande tédio por ter de presenciar a preparação quase que cerimonial que a bruxa fazia. Contudo, assim que percebeu não estarem sozinhos, ele empertigou-se, a expressão mudando para uma de orgulho. Assim como os seus pavões, os objetos ali contidos eram motivo de grande prestígio para o loiro.

Aquela, com certeza, não era uma ação inconsciente.

— Se está incomodada com o meu atraso, talvez deveria reclamar ao milorde, Bella — apesar de sua voz estar baixa, causava o mesmo efeito que se ele estivesse gritando.

Isso fez com que a morena perdesse o sorriso e recuasse quase que inconscientemente, como se Voldemort pudesse estar lá, só esperando um motivo para lançar-lhe uma maldição.

— Eu não quis dizer isso — respondeu, secamente.

— Já chega! — Malfoy disse, sem abalar-se com as já usuais discussões — De acordo com o informante, não teremos muito tempo. Se planeja obter a sua vingança, Bella, é melhor apressar-se.

— Está bem — disse Bellatrix, seu incômodo dando lugar à sua empolgação quase infantil — Vamos, Potter! Seja útil para alguma coisa, uma vez na vida.

James soltou uma risada entredentes.

Naquele mesmo momento, em outro lugar da cidade, Lily Evans sentia um mal estar, que nada tinha a ver com a recém descoberta da gravidez.

— Não seria melhor se você fosse atrás dela, Sirius? — perguntou a ruiva, torcendo so dedos, nervosamente.

— Ela me petrificaria no meio do caminho — ele disse, com um sorriso despreocupado — Eu sei me cuidar sozinha, Black.

— Isso soa assustadoramente a como eu tratava o James — comentou Lily.

Sirius deu apenas um sorriso triste, finalizando o assunto, que ainda era delicado demais para eles. Por isso, apenas Marlene sabia sobre Harry. Além do mais, ela não sentia-se muito confortável, sempre imaginou-se contando com James ao seu lado, e não sozinha.

A breve conversa, no entanto, não foi o suficiente para calar a sua angústia.

Marlene avisou-lhes que iria voltar à casa de seus pais, pois sua mãe tinha mandado uma mensagem pela lareira, e parecia aflita. Assim que chegou na casa, ela percebeu, enfim, que algo estava errado.

— Mãe? — ela perguntou, em voz alta, já retirando a varinha de sua capa.

— Expelliarmus!

A castanha jogou-se no chão, saindo do caminho do feitiço temporariamente.

— Estupefaça! — ela apontou a varinha para a figura encapuzada.

Não importava quantos anos de treinamento e batalhas se passassem. Em um segundo qualquer, a sorte poderia se voltar contra você, e foi o que aconteceu com ela. Ter se jogado tinha feito com que não fosse atingida, mas deixou-a em uma posição de desvantagem.

Sentiu seu cabelo sendo puxado com força, antes mesmo que o corpo do Death Eater pudesse cair no chão.

— Ele é sempre tão dramático, não é mesmo? — Bellatrix puxou o seu cabelo com mais força, fazendo com que o seu pescoço ficasse à mostra para a sua adaga predileta.

Então, Marlene percebeu que ele não estava desmaiado. De alguma forma, conseguiu evitar o seu feitiço.

— Accio varinha.

Sua varinha caiu nas mãos de um segundo homem, enquanto que o outro levantava-se, gargalhando. Isso fez com que um calafrio percorresse a sua espinha, ao reconhecer o dono de tal gaitada.

— Vamos! Vamos! — Bellatrix pulou repetidas vezes, as mãos ainda bem firmes nos longos fios de Marlene, que começou a xingar-se por não ter seguido o exemplo de Alice.

— A sua família está esperando por você, Mädchen — gracejou James Potter, um sorriso maroto em seu rosto.

— Não seja tão descortês — repreendeu Lucius, colhendo a varinha de Marlene, que ela não percebeu ainda estar em sua mão — Não é educado receber convidados com varinhas em punho.

— Não é educado entrar em uma casa sem ser convidado — Marlene recuperou a fala.

— Traidores do sangue não tem o mínimo senso de etiqueta — Bellatrix puxou-a novamente, o pescoço posicionado de uma forma que era quase impossível respirar — Não incomode-se, Lucius.

Os olhos da mulher estavam fixos em James, que não parecia nem um pouco desconfortável com aquela situação. Suas esperanças eram inúteis, mas ela esperava que ele revelasse que estava do seu lado, que a salvasse.

Ainda nessa situação, Bellatrix começou a guiá-la para a sala de jantar, onde seus pais estavam amarrados às cadeiras. Sem nenhum tipo de vigilância, o que poderia tê-los ajudado a escapar, mas não o fizeram.

— Eu não acredito nisso! — Lucius deu um urro de raiva, indo diretamente para a janela aberta.

— Pensei que a nossa reunião seria privada — disse Bellatrix, e Marlene pôde sentir as suas mãos tremendo — Mas parece que traidores do sangue e sangues ruins gostam de resolver as coisas em cima da hora.

— Bella — Lucius virou-se para ela, após fechar a janela.

— Não!

O grito repentino deixou a audição de Marlene prejudicada, um curioso som surdo soando infinitamente.

— Eu não vou mudar os meus planos! — ela conseguiu escutar, depois.

— Façam o que quiserem, mas eu vou me mandar daqui — Lucius rosnou, colocando a varinha de volta no bolso, e virando-se para sair.

— Covarde! — Bellatrix bradou — Seu covarde!

— Parece que Sirius ficou com a parte criativa dos xingamentos familiares — comentou Marlene, tentando parecer casual, mas sem obter muito sucesso.

— A estupidez é de família, pelo visto — ela sussurrou em seu ouvido — Os seus pais aproveitaram a nossa saída para mandarem um patrono a Dumbledore.

O coração de Marlene bateu mais forte, eles estavam lutando contra o tempo.

— Você nos causou muitos problemas, liebe — disse James, caminhando pela sala, sob os olhares confusos e apavorados dos senhores McKinnon.

— Por favor... — ela sussurrou, sentindo os olhos começarem a lacrimejar.

— Eu amo quando eles imploram, você não? — ele virou-se para Bellatrix.

Antes que Marlene pudesse inspirar mais uma vez, James apontou a varinha para Jeremy McKinnon.

— Avada Kedavra!

A castanha tentou soltar-se, mas nada do que fizesse mudaria o fato de que agora o seu pai jazia morto, pendendo na cadeira.

— Deveria sentir-se honrada — James virou-se para ela, como se matasse pessoas todos os dias — O próprio Lorde das Trevas queria vir aqui matar-te.

— E por que não o fez? É mais cômodo deixar que seus lacaios cuidem de tudo para ele? — Marlene perguntou — Ou talvez ele tenha medo?

— Crucio!

Marlene não gritou, ela jamais daria esse gosto a Bellatrix.

— Medo? — a mulher gritou, depois que a tortura acabou, insanamente — Ele tem pena de pessoas como vocês!

Nesse momento, James paralisou-se, virando o rosto levemente para a bruxa, o cenho franzido. Isso fez com que algo na mente de Marlene se acendesse.

— James! — ela gritou — Eles estão te manipulando! Eles te enfeitiçaram! Você não é assim! Dorea e Charlus...

— Calada, estúpida! — Bellatrix jogou-a bruscamente no chão.

No meio de seu olhar de loucura, Marlene percebeu uma pontada de desespero, e agarraria-se à essa pontada. Se a última coisa que fizesse na vida fosse recuperar o pai de Harry, seria o que ela faria.

— Estão te enganando! — ela continuou gritando a plenos pulmões.

— Avada Kedavra!

Ela não olhou para trás. Preferia não pensar que tinha perdido toda a sua família, que isso era culpa de sua imprudência. Não foram atrás da família dos gêmeos Prewett, tanto que Molly estava a salvo. Assim que os mataram, deram-se como satisfeitos, mas é claro que ela não era assim. Primeiro foi o seu irmão, antes mesmo que ela pudesse pensar sobre a guerra, e agora os seus pais. Ela não tinha mais o que perder.

— Ela está desesperada! — Marlene voltou a gritar — Matou a minha mãe e me torturou só para que você não descubra!

— Eu não vou avisar outra vez! — Bellatrix bradou — Potter! Faça alguma coisa!

Era insano que ela estivesse exigindo uma posição de James, que estava apenas observando as duas mulheres.

— Eu não sei que feitiço é esse, — disse Marlene, sem precisar erguer a voz para ser escutada — mas saiba que não vai dar certo.

— Eu não sei do que você está falando — retrucou Bellatrix, o rosto vermelho em fúria.

— Porque James tem uma coisa que vocês jamais conseguiriam entender — ela continuou falando — Ele é uma boa pessoa por natureza.

— Não me faça rir! — disse Bellatrix, debochada — “Boa pessoa por natureza”? E o que define a bondade e a maldade? Acham mesmo que vocês, da Ordem da Fênix, estão acima de tudo?

— Eu não sei se servimos de algo, mas eu deito na minha cama à noite com a consciência tranquila — respondeu Marlene — A tranquilidade de que eu não matei alguém e, se matei, não passava de um assassino asqueroso.

James virou o rosto imediatamente para a porta.

— Bella! — ele chamou.

Bellatrix também olhou para o vão da sala de estar, escutando um ruído de feitiço, logo depois a porta de entrada foi explodida. Ela virou imediatamente para Marlene, mas a mulher jogou-se no chão, engatinhando por debaixo da mesa e pegando uma varinha ensanguentada. Com o estômago revirado, ela não olhou para cima, mas virou-se para atingi-la, por debaixo da mesa.

— Flipendo!

A bruxa foi lançada ao ar, dando uma cambalhota, antes de bater com tudo na parede do lugar. Antes que James ou Marlene fossem obrigados a tomar uma iniciativa contra o outro, os aurores entraram na sala.

— Incarcerous!

Cordas prenderam-se ao redor de James, que não fez tentativa de fuga.

— Lene! — uma voz bem conhecida exclamou.

Marlene virou-se, sorrindo cansada para Sirius, que tentava passar por todas aquelas pessoas para chegar até ela.

— Lily estava tão preocupada com você — ele comentou — Talvez deveríamos tomar mais em conta os pressentimentos dela.

— Talvez Lily tenha algum histórico de vidente na família — brincou Marlene, esquecida temporariamente de que a melhor amiga não era nascida bruxa.

James estava imerso em seus próprios pensamentos e lembranças, implantadas e reais. Ele, por um momento, acreditou no que Marlene gritou, a ponto de quase morrer por Bellatrix, que estava bem mais incomodada do que ele já tinha visto antes. Quase desesperada.

Sentindo as mãos de um auror segurando a ponta solta de sua corda, ele levantou o olhar para ver a cena à sua frente.

— Cuidado! — ele gritou, sem pensar muito nisso.

Marlene virou-se, e o tempo parou por alguns segundos.

Bellatrix derrubou um auror, a varinha ainda em mãos, apesar da queda. Virando-se para a inimiga, ela pronunciou o feitiço:

— Avada Kedavra!

Sirius agiu rápido, tirando-a do caminho, mas isso não mudou o destino. O raio foi mais rápido do que a percepção dos presentes para fazerem qualquer coisa.

Ajoelhando-se ao lado do corpo caído de Marlene, Sirius começou a sacudi-lo bruscamente.

— Lene! — ele balbuciou — Lene! Não! Lene! Não faça isso! Você não pode...

Por alguma razão, aquele corpo incomodou James, que foi tirado rapidamente de lá, enquanto Bellatrix era contida pelos outros aurores presentes.

— Eles matam as pessoas! — Marlene virou-se para ele, o rosto infantil retorcido em uma fúria que não deveria ser sentida em tão pouca idade — Eles mataram o meu irmão! E ele não fez nada para que eles o matassem! Ele não estava do lado de ninguém!

As lágrimas começaram a percorrer o seu rosto, e James abraçou-a, querendo tirar todo aquele sofrimento e angústia da melhor amiga, quase que sua irmã.

— Ian não gostaria que você chorasse agora — ele disse, apoiando o seu queixo na cabeça dela.

— Eu estou com medo — ela confessou, em voz baixa.

— Eu vou ser o seu irmão, eu vou te proteger. Eu prometo.

— Lene — ele murmurou, antes que Kingsley aparatasse, levando ele consigo.


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