Aprendendo a Mentir escrita por Starsky


Capítulo 9
Capítulo 08 — Nate Parkinson, o rei.


Notas iniciais do capítulo

Yaaay! Eu voltei e temos mais uuuuuuuma linda recomendação! Yaaaaay! (soltem fogos urgentemente)
Gente, vocês não sabem a minha alegria de ver os 127 maravilhosos acompanhamentos. Sério, vocês são lindos! Vocês que comentam são mais ainda, obrigada por existirem haha. Esse capítulo de hoje é dedicado especialmente à fofíssima da Clenery Aingremont (u/276920) que se surpreendeu com a fanfic haha. Obrigada, flor ♥
Mas vamos ao capítulo! Estava tão longo que eu fiquei com sérias dúvidas sobre como iria postá-lo kk não quis assustar ninguém aqui, ia ficar uma bagunça grande! Passei a última semana tentando enxugar as inutilidades dele, aí surgiu esse lindinho aqui. Só queria dizer antes de vocês iniciarem a leitura que... Roxanne é badass ♥
Boa leitura, seus lindos!



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Capítulo 08

Nate Parkinson, o rei.

Scorpius 

 

A mão de Roxanne balançou na frente de Scorpius, acordando-o outra vez.

— Você sabe que está parado há quinze minutos?

Ele sabia, especialmente pelo fato de sua mão tremer freneticamente durante todo esse tempo. Estavam na frente da porta do Três Vassouras, vendo pela janelinha dela o grupo pequeno de Nate Parkinson rindo numa mesa bem no fundo e tomando cerveja amanteigada.

— Albus devia estar aqui — choramingou ele, olhando para a Weasley ao seu lado. — Ele é o elo sociável da nossa dupla. Esses caras vão rir de mim na hora que eu abrir a boca.

— Você é realmente tão inseguro quanto parece. Não é como se eles fossem te morder, né? — Roxanne suspirou e coçou a própria nuca. Com certeza, ela estava se perguntando o motivo de tê-lo acompanhado. Claro que estava! E Nate seria o próximo a se fazer a mesma pergunta. — Tente se lembrar do motivo de ter começado tudo isso, pode ajudar.

Scorpius rangeu os dentes. Era fácil falar que alguém como ele deveria fazer algo. Difícil era ser ele e entrar literalmente no antro das cobras.

— Certo — concordou com um suspiro, falando para si mesmo: — É para evitar que meu pai descubra que eu sou um fracasso. — Olhou para a garota com claro desespero. Evitar que ele saiba da mentira de seis anos, do fato de ele só ter um amigo e do seu sobrenome quase ter estragado a vida do filho, pensou Scorpius. — Ele é uma das pessoas que eu mais admiro. Não posso deixar que me veja com decepção.

Roxanne pendeu a cabeça para o lado, provavelmente imaginava se ele falava sério sobre a admiração. Albus também fez a mesma cara quando conversaram sobre os pais no primeiro ano. Demorou um tempo para o amigo entender o real sentido do sentimento do menino Malfoy. Que o Sr. Harry Potter nunca soubesse...

— É um bom motivo. — A grifinória sorriu.

— Você é a única a pensar assim — bufou, sacudindo os ombros. — O Zabini queria confusão, mas fugiu na primeira oportunidade que teve, e a sua prima... Nem tenho palavras para falar dela.

Uma risada limpa e gostosa veio de Roxanne, seguida de uns tapinhas no ombro do rapaz.

— Olha, sabemos que eu a chamo de Grindelrose e coisa e tal, mas deixa eu te falar uma coisa — disse, erguendo as sobrancelhas — Rose não é tão ruim quanto parece. Ela é uma ótima amiga, faria qualquer coisa pelas pessoas que ama! Depois que vocês se tornarem amigos, vai ver como ela pode ser calorosa.

Ótima amiga? Tudo bem. Calorosa? Aceitável. Agora, amar? Rose Weasley é capaz de ter sentimentos humanos genuínos?

— Pfff, não seremos amigos. — Sentiu o rosto formigar devagar. Podia praticamente sentir como ela estaria com raiva dele por ter ficado na detenção. — Quer dizer, não é como se isso fosse minimamente possível. Para tudo que eu falo ou pergunto, ela dá um jeito de ser inacreditavelmente grosseira e narcisista.

Roxanne sorriu, pondo a mão na porta do Três Vassouras.

— Acredite, você não está fazendo as perguntas corretas.

A dobradiça rangeu, e o ar gelado entrou no pub de uma vez, enquanto ela empurrava Scorpius para dentro. Ao fundo, houve um chamado.

Nate Parkinson estava sentado numa poltrona alta com os pés em cima da mesa de madeira, enquanto Kilik virava uma caneca de cerveja amanteigada e Benjen acenava para o Malfoy. Ele engoliu a seco, caminhando como se alguém lhe ameaçasse com uma arma nas costas. Na verdade, era só Roxanne que ria baixinho dele.

— Salve, Malfoy! — disse Benjen em voz alta com um grande sorriso. Ele era o mais alto do trio, e seu nariz alongado era o que mais chamava atenção, além dos olhos esbugalhados que encaravam Roxie de cima a baixo. Literalmente, ele encarou cada centímetro dela! — E a irmã do Fred? Não se contentou com a Lily?

Antes mesmo que Scorpius pudesse dizer qualquer coisa — não que ele soubesse o que responder naquela hora — Roxanne se agarrou ao seu braço, causando comoção geral.

— Lily é passado, querido. Não que eu e o Scorp aqui sejamos algo exclusivo — disse ela, balançando os cabelos encaracolados com um sorriso malandro. — Então, posso sentar com os garotos legais da Sonserina?

Scorpius tremeu na base com aquilo.

— Roxanne, esses são Kilik, Benjen e Nate. Essa é Roxanne Weasley.

Os três se encararam rapidamente. Não dava para negar que Roxanne tinha uma moral entranhada na sua fala! Kilik, o acastanhado de pele clara, deu espaço para que os dois se sentassem sem sorrisos ou gracejos, era o mais sério deles. Nate continuou na mesma posição confortável. No Salão Comunal da Sonserina, ele era tratado como o “rei”, tinha até uma poltrona que ninguém mais se sentava. O “lugar do Parkinson” era o que diziam. A grande esperança de Albus era abduzir o assento para si mesmo no sétimo ano.

— E o Potter, onde ele está? — Nate sorriu, erguendo o braço e pedindo mais cervejas amanteigadas. Ele era um cara forte e de ombros enormes, assustaria qualquer garoto do primeiro ano só de olhar. — Vocês bebem, certo? Ou querem algo mais forte?

Scorpius negou com a cabeça. No último Natal, seu pai lhe ofereceu dois copos de whiskey de fogo para nunca mais. Ficou cambaleando bêbado dentro de casa a noite inteira. Cerveja amanteigada era a única bebida semi-alcoólica que se atrevia a tomar.

— Albus está um pouco ocupado. — De repente, sentiu uma cotovelada de leve em suas costelas, assustando-o. — Ele está cobrindo para mim! — Roxanne riu discretamente, passando a mão na boca. — Eu meio que estou fugindo da detenção que o Akilah mandou para mim e para James Potter.

As sobrancelhas de Nate se ergueram, e, imediatamente depois, Benjen bateu palmas altas e ecoadas.

— Olha, não tem nem um minuto que você chegou, e eu já sou seu fã, garoto — disse ele, estranhamente.

Scorpius riu de nervoso. Aquilo não era para ser interessante.

— Explica isso direito. Não é todo mundo que consegue fugir do Akilah — falou Nate, cruzando os braços e sacudindo a cabeça com os cabelos negros cheios de gel.

— Tecnicamente, fugir dele foi a parte fácil. Difícil mesmo foi enganar James Potter. — “Fazer Rose se passar por mim também não foi fácil”, pensou, sacudindo a cabeça logo em seguida. Estava pensando demais nela, tinha que parar com isso. — Mas revelar meus truques seria um problema.

Madame Rosmerta chegou com as novas canecas sem muita paciência por causa das pernas de Nate em cima da mesa. Já os sonserinos mais velhos achavam graça de Scorpius. Ou com Scorpius. Por instante, ele realmente achou que estivesse ali no meio como alguém normal e aceitável. Não era um sentimento muito familiar.

— Se você diz — disse Nate, erguendo seu pint e mandando um beijo para Rosmerta.

— Vocês souberam do último jogo do Wingtown? — Benjen bateu no ombro de Kilik, fazendo-o derrubar o líquido da sua caneca. Estava se referindo ao time de quadribol Wingtown Wanderers da Escócia. — Foram umas cinco horas de jogo! O Profeta Diário escreveu quase um livro sobre a partida! Na revanche contra as Harpias, pode ter certeza que vai ser épico.

— Eu vou escrever um livro na sua cara se bater em mim desse jeito outra vez — retrucou o outro. Nate e os dois mais novos riram. — Fala sério, você paga muito pau para o Wingtown. Não tem nem dois meses que eles perderam num massacre para as Harpias de Holyhead.

— Wingtown nunca ganhou e nem vai ganhar das Harpias. São cinco séculos de derrotas clássicas — disse Roxanne, acomodando-se com o braço em cima do ombro do Malfoy. Não deveria ser eu fazendo esse movimento? Ele quase esqueceu que ela era artilheira da Grifinória, e uma ótima artilhera, para falar a verdade. Naquele assunto, Scorpius era um peixe fora d’água.

Benjen bufou.

— Quem foi que trouxe essa garota para cá mesmo?

— Ela está certa, Ben. Contra as Harpias, Wingtown é presa fácil. — Nate Parkinson deu de ombros.

Foi quando uma discussão começou alta e em bom tom para praticamente todos que estavam sentados por perto. Benjen falava de forma animada sobre ser fã dos Wanderers desde pequeno, mas parecia que Kilik não se esforçava para cortá-lo. Nate só achava graça, como se os dois estivessem ali discutindo para sua própria diversão. Em meio aquilo, discretamente, Scorpius cutucou Roxanne.

— Eu não faço a menor ideia do que falar no assunto de quadribol — sussurrou, esperando que os outros não prestassem atenção.

— Na dúvida, diga sempre que torceu Montrose Magpies. Eles quase sempre ganham, é fácil torcer por eles — disse ela, igualmente baixo.

O jeito de Roxanne era legal demais para ser real. Ela era daquele tipo de pessoa que não quer fazer com que os outros passem vergonha nem passar por cima. Albus e Scorpius deviam ter pedido ajuda para ela desde o princípio, ia evitar muita confusão com Rose.

Outra vez. Scorpius mordeu o próprio beiço de raiva! Aquela era a última vez que pensava em Rose naquele dia!

— Você também curte quadribol, Malfoy? — Nate perguntou, batendo o dedo indicador na orelha da caneca. — O Albus é capitão do time, bem que poderia te colocar para dentro.

— Só assisto aos jogos mesmo, jogar nunca foi meu forte — mentiu. Só ia para o campo para torcer pela Sonserina quando extremamente necessário. — As aulas estão me matando! Até para acompanhar o Magpies fica complicado.

De repente, Nate, Kilik e Benjen cuspiram no chão. Não uma cuspida de surpresa! Era mais como uma cuspida proposital e ligeira porque voltaram para a mesma posição que estavam antes, como se nada tivesse acontecido. Scorpius e a grifinória não entenderam.

— Nós odiamos o Montrose Magpies — resmungou Kilik antes de cuspir no chão outra vez. — Jasper Wood joga por eles, esqueceu?

A boca de Scorpius se entreabriu devagar, enquanto as imagens lentamente se formavam diante de seus olhos. Ele se lembrava vagamente de Jasper Wood, um antigo monitor-chefe da Grifinória que se formou quando ele e Albus estavam no quarto ano. Além do fato de seu melhor amigo reclamar por ser um bom artilheiro, o loiro não conseguia ligar muitas informações sobre ele. E aparentemente, ele jogava no time que seus novos amigos odiavam.

— Na época em que Jasper Wood era monitor-chefe da Grifinória, eu era monitor da Sonserina — disse Nate com calma e aspereza. — Ele pegou Elois McLaggen comigo no banheiro dos monitores fora de hora e me fez perder o cargo. Toda a nossa turma ficou sabendo da garota da Grifinória que se agarrava com o sonserino, e ela nunca mais me olhou nos olhos, fica agora o tempo todo do lado do Potter.

Rapidamente, a expressão de Scorpius se retorceu.

— Que cara idiota.

— Tente dizer isso para as garotas que são loucas por ele — murmurou Roxanne, recebendo atenção dos rapazes ao seu redor. — Vão dizer que não se lembram da briga secular entre Rose Weasley e Madeline Nott por causa do Jasper?

Confusão? Madeline Nott e Rose Weasley? Com certeza, Scorpius estava enfurnado na biblioteca nessa época porque não se lembrava de absolutamente nada daquilo.

 — A Weasley namorava ele, não era? — Nate mostrou-se interessado porque finalmente se endireitou na poltrona. — Eu me lembro das duas puxando os cabelos uma da outra no meio do pátio, mas não sabia que tinha sido por causa do Wood. Maddie só me disse que Rose Weasley era esnobe.

Um choque de realidade caiu sobre Scorpius. Ele realmente chegou a escutar comentários sobre aquilo. Estavam no quarto ano, e Albus resmungava que seu tio não parava de mandar cartas para tentar descobrir quem era o romance secreto da filha. Não tão secreto, pelo visto.

— Todo mundo sabia, Nate — Benjen disse com entusiasmo. — A Weasley se agarrava com ele depois dos jogos da Grifinória na Torre de Astronomia. Mas parece que um dia a Madeline tentou fazer a mesma coisa e acabou brigando com a garota.

Nate bufou.

— Que hipócrita. Acabou ficando sem as duas.

— Madeline Nott não é exatamente flor que se cheire também — disse Scorpius, entre ombros. Não que Rose fosse, o que era irônico, dado seu nome. — Quando eu estava no primeiro ano, ela me bateu porque eu tinha cabelo de menina.

Eles se seguraram para não rir.

— Madeline é cabeça quente às vezes. — O Parkinson coçou a cabeça e olhou para cima. Era como se pudesse ver que ele procurava palavras ou formas de falar. — Por dentro ela é, bom, interessante. Você deveria dar uma chance de conhecê-la melhor, Malfoy.

Roxanne riu.

— Como se ela quisesse algo com qualquer um que não tenha Pedigree social e...

Subitamente, o sorriso de Roxanne se desmanchou e seu corpo voou quase que por inteiro para debaixo da mesa.

— Mas o quê... — Os quatro tomaram um susto e se encaram (mais incisivamente para Scorpius, quase mandando-o se agachar também para saber o que estava acontecendo).

Não mandaram, mas ele o fez. Enfiou a cabeça como pode, vendo a pequena e magra grifinória encolhida debaixo da madeira pesada e olhando para o meio da taberna.

Psss — chiou ele, cutucando o ombro da garota com a voz quase muda — o que está fazendo?

— Escapando de humilhação pública, não é óbvio? — sussurrou e apontou para a sua frente. Scorpius levantou o olhar na mesa outra vez e bateu a visão rapidamente para onde ela apontava. Ou para quem! Uns rapazes de Hogwarts estavam em pé no meio do Três Vassouras entre risos, era um grupo grande com gente de todas as casas. Só podia ser brincadeira! Abaixou-se novamente com pressa, só que dessa vez enfiando o corpo inteiro para se esconder também. — Lorcan Scamander está ali! Duas palavras. Um pesadelo.

— Do que está falando? Emilé Duchannes acabou de entrar no Três Vassouras! Isso é pior para mim!

Os rostos curiosos de Nate e dos outros surgiram juntos ali embaixo também.

— Quem se importa? Esse maluco me persegue desde que o irmão gêmeo dele desistiu de me conquistar.

— Do que está falando? Emilé vai dizer para o James que eu não sou eu, e todo o plano vai por água abaixo. — Se já não tivesse ido, afinal Rose estava presa numa detenção que ninguém merecia.

— Ahn, o que vocês estão aprontando? — A voz de Nate soou com um tipo de graça, ele e os outros dois colocaram as cabeças debaixo da mesa para encará-los. Ótimo! Agora Scorpius era mais um tipo de piada para contar no meio do Salão Comunal.

— Nós só estamos fugindo de algumas pessoas, se é que me entende — disse Roxanne, apoiando-se sobre os joelhos.

Nate e os outros espiaram o pub, procurando por um motivo plausível para o desespero.

— Como diabos vamos escapar daqui? — Scorpius choramingou para si mesmo. — O que Albus faria numa hora dessas? Explodiria tudo?

— Ahn?! Explodir o quê?! — Roxanne engasgou. — Temos que pensar como a Rose, ela que é a estrategista do esquadrão, se liga?

Rose era definitivamente uma estrategista, e àquela hora devia estar planejando formas de matá-lo por não ter feito de tudo para impedir que ela entrasse na detenção. Scorpius encarou Roxanne seriamente e disse:

— Nós vamos embora agora.

A princípio, ela pareceu não entender muito bem, mas não demorou para dar um voto de confiança.

— Mostre o caminho, estou logo atrás.

Discretamente, o garoto Malfoy se sentou ao lado dos outros sonserinos novamente, erguendo uma caneca cheia na frente do seu rosto. Talvez por ter sido uma ação bizarra, ou por Roxanne Weasley ter feito o mesmo, Benjen começou a rir pelo nariz.

— Por que demônios vocês estão querendo fugir do Duchannes? — Kilik retorceu a cara, passando sua caneca para Roxanne fazer mais volume e cobrir seus cabelos altos e agitados. — É deles que estão fugindo, certo?

— Ele é amigo do James Sirius. Se perceber que eu estou aqui, vai me dedurar para o professor Akilah. — Scorpius estremeceu ao imaginar que poderia ficar de detenção outra vez. Por estarem praticamente nos fundos do Três Vassouras, o caminho até a porta seria quase impossível ser feito sem chamar atenção. Precisava ao menos evitar que Roxie fosse vista, não era para ela se meter nas confusões que ele armava. — Vocês vão ter que nos perdoar, mas essa saída vai ter que continuar outro dia.

Estava para se levantar com tudo, traçando o exato caminho pelo qual dispararia corrida, quando escutou um riso espesso e grave. Todos da mesa olharam para Nate Parkinson, que praticamente gargalhava com a cabeça pendendo para trás.

— Adorei esse garoto — disse ele, passando a mão no rosto. — Ai ai, não é à toa que Madeline ficou tão interessada nele da noite para o dia.

O rosto de Scorpius começou a ficar vermelho e formigar violentamente. Ele estava falando de Madeline Nott? Não, não era possível. Ele não devia estar dizendo que interesse significava... Ou que só existia aquela Madeline em Hogwarts. Não, claro que não.

— E-e-e-em mim? Interesse? Uma garota?

— Scorpius Malfoy, você está em um encontro comigo, lembra? — Roxanne retorceu o nariz. — Não vai ficar empolgado por outra garota na minha frente!

Aquilo só fez Scorpius ficar mais errado ainda.

— Relaxa, garoto — riu-se Nate, batendo no seu ombro. — Você não vai se dar mal por conta de James Potter e seus capachos desnutridos. Nós vamos te ajudar. Pode pensar em Madeline Nott depois disso, okay?

Pela primeira vez naquela tarde, Kilik sorriu.

— Eu já estava com saudades de implicar com esses caras — disse e esfregou as mãos com satisfação. — Duchannes é meu, já vou logo avisando.

— Sério que vocês vão nos ajudar? — Scorpius deixou bem clara sua surpresa. Nem em mil anos pensaria que algo assim teria chance de acontecer.

Nate deu de ombros e se levantou. Os outros fizeram o mesmo.

— É como dizem, o inimigo do meu inimigo é meu amigo — falou e estalou o pescoço, antes de voltar a encarar o loiro. — Mas eu aceito você me dever um favor.

Assentiu com a cabeça, um favor era o mínimo que ele poderia dever para o cara que ia ajudá-lo a fugir de um problema como Emilé Duchannes. Bastou que saíssem de perto para Roxanne cutucar Scorpius com um sorriso descarado no rosto, dizendo:

— Eles têm minha aprovação. Seja amigo deles, sério.

Os septuanistas andaram até o grupo e esbarraram descaradamente neles. A gritaria começou de forma quase ensurdecedora.

— Parkinson! Mas que caralh...

— Olha a boca, Duchannes. — Kilik deu um passo na sua direção. — Tem moças aqui, não está vendo?

— Se toca, Virgil! — rosnou um garoto da Lufa-Lufa que estava ao lado do Scamander.

— Estão querendo brigar, é isso? — Nate se meteu no meio.

Todo o pub começou a parar o que estava fazendo para encarar os vilões sonserinos insultarem com os inocentes grifinórios e lufo. Seria engraçado se não fosse trágico o fato de Scorpius tê-la causado.

Rapidamente, ele acenou para Roxanne segui-lo, mas ela parecia estar ocupada demais tentando segurar o riso. Abaixaram-se da foram que podiam e praticamente pularam de mesa em mesa, escondendo-se dos olhares e dando a volta na confusão que se intensificava. Chegaram ao balcão principal ao lado da escada de madeira a tempo de ver Madame Rosmerta descer aos gritos.

— Crianças imundas e petulantes! — berrava, empurrando Nate e Emilé pelas costas. — Querem brigar? Vão brigar lá fora!

Cada um retrucou algo para si, dando de costas e caminhando em direções diferentes do Três Vassouras. Roxanne segurou o pulso de Scorpius de uma vez e puxou-o para trás de um homem que caminhava com uma bandeja cheia de mini barris de hidromel.

Enquanto passavam, Emilé, Lorcan e os outros garotos nem se deram conta de nada. O garçom seguiu seu caminho para dentro e os dois saíam com o som do sino da porta para o meio da rua mais movimentada de Hogsmeade!

Roxanne riu e correu com ele, comemorando com urros e pulinhos o que parecia ter sido a escapulida do século.

— Você viu a cara do Lorcan?! Você viu?! Ah, eu preciso andar mais com o pessoal da Sonserina! — gargalhava com a mão na boca. Aquilo fez Scorpius rir também, não imaginava que pudesse ser tão interessante sair consigo mesmo. — Esse cara, Nate, com certeza é um bom rival para o James, nossa! Devíamos sair com ele da próxima, ver qual dos dois consegue se meter mais fácil em uma briga.

— Você deveria ter visto a sua cara — disse o rapaz, esgueirando-se com ela por um beco gelado. — Graças a Merlin você não entrou na Sonserina! Imagina você e o Albus juntos? Minha vida ia ser um completo caos.

Ela precisou secar os olhos, estava chorando de tanto rir.

— Eu tenho outro Potter para lidar na Grifinória. Não invente de me imaginar tendo que suportar o Albus diariamente.

— É mais fácil do que parece, eu admito. — Sorriu, imaginando que Albus faria bico e resmungaria que nunca deveria ter juntado aqueles dois.

Saíram do beco lado a lado. Mas, quando perceberam, viraram-se dobrando em direções contrárias.

— Ei, Hogwarts é para cá! — Roxanne girou os calcanhares, correndo ao encalço de Scorpius.

Ele deu de ombros. Sabia que estava com sua sentença de morte dada, mas jamais quebraria sua palavra. E a palavra havia sido bem clara para Rose Granger-Weasley.

— Tenho que comprar trinta varinhas de alcaçuz ainda. Não posso encara a sua prima nos olhos sem elas.

Roxanne sorriu e começou a cutucar seu braço com gracejos intermináveis sobre vê-los selando uma amizade que terminaria em bolo, pizza e muitas risadas no final do dia. Não, nem em um milhão de anos! Rose Weasley provavelmente estava ou matutando maldições que colocaria nele enquanto dormisse ou dedurando sua farsa para o Professor Akilah e fugindo de tudo. Eram muitas opções, mas amizade não estava inclusa nelas.


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Notas finais do capítulo

*Para quem não lembra, Emilé foi o rapaz que segurava Albus durante a briga de Scorpius e James
Numa escala de 0 a 10, quão meiga é essa amizade que surgiu entre o Scorpius e a Roxanne? Hahaha.
E numa escala de 0 a 10, qual a nota que vocês dão para o novo trio da Sonserina que reina em Hogwarts? O que acharam do Nate até então? Suspeito? Divertido? Mais legal que o James? E O JAMES! Ele está chegando no próximo capítulo para arrebentar as estruturas com a Rose! A interação do século, apenas kkkk.
Enfim! Capítulo postado em vésperas de ENEM. Desejo uma ótima prova para quem vai fazê-lo! Deem tudo de si, Rose e Scorpius estão mandando suas vibrações nerds para vocês! Hahahahaha.
Em breve, teremos o quiz de AaM para descobrir com qual personagem você mais se parece! Yaaay! Até o próximo, seus lindos!
PS: termino de responder os reviews hoje, podem esperar ♥