Aprendendo a Mentir escrita por Starsky


Capítulo 26
Capítulo 25 — Processo de negação.


Notas iniciais do capítulo

Gente, sério, eu amei os comentários no último capítulo, mesmo ele sendo gigaaante! Falando do James e do Albus, do James e do Nate, do Scorpius e da Rose... AHHH! Amei muito muito muito mesmo! Deram um gás pra mim nesse fim de ano. Só queeeee quando eu me deparei com esse aqui, ele estava com 9 mil palavras e nem tinha acabado kkkkkkkk. Dividia o ponto de vista da Rose com o de outra pessoa, então achei melhor dividir e postar um de cada vez. Acho que fica melhor assim hahaha.
Boa leituraaaa!



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Capítulo 25

Processo de Negação.

Rose

 

Rose estava meio boba. Se havia uma palavra para si mesma enquanto se aconchegava no sofá do Salão Comunal da Grifinória com uma manta pesada e molhada flutuando na frente da lareira, era boba. Olhava para a manta, já de cabelos lavados do banho e moletom confortável. Entretanto, as narinas ainda pareciam estar preenchidas pelo cheiro de terra molhada, assim como sua cabeça estava preenchida pelo barulho desesperador que o coração fizera há mais ou menos uma hora.

Quando ela e Scorpius se beijaram.

— Você acha que funcionou, Grindy? — A voz de Roxanne a tirou do transe. Estava sentada no chão ao lado de James com as sobrancelhas praticamente juntas de preocupação. — Quer dizer, você saiu daqui dizendo que ia falar mal do Albus para o Scorpius até que ele o defendesse. Foi um plano arriscado e até agora não disse como deu certo.

— Foi um ótimo plano. Psicologia reversa sempre funciona.

Até demais. Ainda se perguntava como as coisas simplesmente evoluíram para se beijarem da forma como se beijaram. Num momento, estava fulminando de ódio porque ele espiou seu sutiã, no outro estava puxando-o contra si para não cessarem os beijos de forma alguma. Definitivamente, não foi um treinamento.

James começou a rir sem acreditar.

— Achei que nunca fosse dizer isso, mas pobre coitado desse cara. Ninguém merece ter você puxando o pé, Rose. Consegue ser pior que eu.

— Eu ameacei arrombar os culhões dele, e olha que a Roxie me pediu para não encostar nenhum dedo naquela cabeleira loira. — Rose sorriu maligna para o primo. — Imagina só o que eu faria com você, James.

Os dois se encararam desafiadores para a dor de cabeça de Roxanne.

— Não acredito que realmente confiei em vocês para essa missão — murmurou ela para si mesma num suspiro, esparramando as pernas no chão. — E nem acredito também que deu certo. Por Morgana, que dor de cabeça!

— Mas não se esqueçam que o combinado foi que ninguém saberia do meu envolvimento nessa história de eles reatarem — disse James com pressa. As duas assentiram com a cabeça, apesar de a mente maligna de Rose já estar maquinando desenfreadamente uma nova forma de chantageá-lo a seu favor. — O próximo passo é reaver a credibilidade do Albus, certo?

Novamente, concordaram. Claro que Roxanne tinha aproximado a ideia de os três curarem as mágoas de seus sonserinos favoritos, mas ficou a cargo de Rose a segunda parte do plano. Quando a mais baixa os chamou no Salão Comunal da Grifinória para discutir “um assunto sério”, certamente não tinha tanta certeza de que as coisas sairiam de acordo com o plano. Disse a eles que eram os únicos capazes de reverter a cabeça de Albus e Scorpius e chegou a fazer mil promessas para ambos concordarem com a missão.

Sendo bem sincera, Rose não esperava que James concordasse tão fácil em ajudar seu irmão a fazer as pazes com um dos caras que mais odiava na escola. Parecia que estava amolecido por algum motivo, nenhuma das meninas entendeu qual era.

Agora, vinha a fase “B” do plano.

— Nós temos Nate Parkinson pela Sonserina a nosso favor, certo Roxy? Tendo ele e Scorpius ao lado de Albus, as coisas vão começar a mudar, podem ter certeza. Temos também que recolocá-lo no topo da cadeia alimentar do quadribol, o que significa que vamos quebrar a vassoura dele para seus pais comprarem uma nova e mais potente.

James concordou com o discurso da ruiva, mexendo a cabeça.

— Tô ligado. Eu vou dar uma forcinha com a mesada. Falta só falarmos com a Lily para saber se ela vai poder conversar com nossos pais.

— Claro que ela vai, é a Lily! — Rose exclamou gesticulando mais amplamente. — Fora que ela entra na parte final do plano, que é reconciliar Albus e Alice. Precisamos fazer com que ela o perdoe o mais rápido possível, mesmo que ele tenha que implorar de joelhos.

Roxanne suspirou, maneando com a cabeça.

— Essa parte é mais difícil, Rose. Não podemos forçá-la a perdoar o golpe, ainda que tenha sido um acidente. É melhor deixar esses dois se resolverem por conta própria.

— Mas eu já tinha tudo planejado! — Ela se levantou e andou até a manta. Ainda não estava totalmente seca, mas faltava pouco. Voltou-se novamente para os primos e sorriu triunfante. — Vamos fingir um assalto perigoso na próxima visita a Hogsmeade, estrategicamente posicionado próximo ao Albus para que ele a defenda e consiga pedir desculpas enquanto a leva assustada de volta para o castelo.

Os dois outros não evitaram se entreolhar.

— Parece que você está ficando uma verdadeira romântica — falou Roxanne, começando a achar graça. — Eu não sou a favor disso. É claramente uma coisa de filme, fora que fingirmos um assalto é muito sem noção para a pobre da Alice. Já imaginou se ela realmente fica assustada?

Oh, Roxanne… A voz da sensatez! Infelizmente, a sensatez é sem graça também.

— Eu vi que Alice Longbottom está relendo Crepúsculo na versão trouxa  pela, sei lá, quinquagésima vez! É uma cena clássica.

James deu de ombros, suspirando:

— Vocês garotas lêem cada coisa…

— E você desempata, James. — Rose declarou apontando para ele. — Fazemos o meu plano ou vamos ser pacifistas inúteis?

Ainda que Roxanne tivesse jogado seu olhar mais sinistro para o primo Potter, ele estava tão determinado quanto Rose a fazer algo por Albus. Nem mesmo parou um minuto inteiro para pensar nas possíveis consequências traumáticas para Alice, coisa que Rose também ignorou com prazer.

— Por mim, quanto mais heróico ele parecer, melhor. Eu voto pelo plano maligno da bruxa das trevas.

Como num choque de titãs, Rose estendeu a mão para James, e ele a apertou. Parecia até mesmo que cada um estava fazendo um trato com seu diabo pessoal. E Roxanne, coitada, não imaginou que havia unido o juíz e o carrasco do inferno num mesmo plano. Acabou estapeando a própria cara ao dizer:

— Vocês dois realmente são maçãs podres da família. Que Dumbledore me salve...

Não ficaram mais tanto tempo conversando. A espera era óbvia, no dia seguinte encontrariam a boa e velha dupla dinâmica sonserina sentada na mesma mesa na hora do café da manhã com Scorpius segurando algum livro complicado de Transfiguração e Albus subindo na mesa e comentando sobre sua futura artimanha para assustar Teddy da função de professor. Então, Roxanne se sentaria ao lado deles, levando sua vassoura para dizer que estava com raiva do novo treino proposto por James Sirius, enquanto Rose passaria por eles como se nem os conhecesse.

Mas isso era algo para o dia seguinte. Naquela noite, Rose esperou pacientemente a manta se secar com o fogo da lareira enquanto lia sobre dragões montanheses da China. Pouco a pouco, via os grifinórios passarem por ela. Roxanne trouxe seu jantar com bastante paciência, sentando-se no sofá com a prima enquanto lia seu gibi. Por fora, era apenas uma dupla esperando a noite passar calmamente.

Porém, Rose não passou da primeira página de seu livro durante muito mais que meia hora. A cada linha que começava a ler, lembrava-se de Scorpius lhe abraçando. De Scorpius trazendo seu rosto para perto do dela. De Scorpius beijando-lhe os lábios insistentemente. Suspirava baixo e mordia o próprio lábio com as memórias dos toques dele. Então, ele lhe segurava as mãos e a colocava contra a árvore. Outro suspiro, e Rose olhava para a manta novamente. Desde quando tinha se tornado distraída? Tudo bem que ela e Scorpius se beijando era um fato chamativo, mas era algo realmente tão importante assim? A resposta estava bem clara. Bastava pensar nisso que seu peito apertava, parecia que estava revivendo tudo aquilo. Era gentil, era agridoce, era... Bom, não era um treinamento.

O que isso queria dizer, afinal?! Que não queria mais treinar para quando fosse beijar Lily Luna? Que aquilo que aconteceu entre eles dois era maior?

Ela passou a página do livro, fingindo que acompanhava a leitura ainda. Lily e Scorpius não ririam como eles riram, certo? Não se abraçariam como eles fizeram. Não encarariam os  olhos um do outro como eles fizeram. Não seriam como eles eram. Se é que eram alguma coisa. Rose não podia simplesmente pedir “Ah, esquece ela e fica em segredo comigo. Mas ninguém pode saber”. Isso provavelmente entraria pelos ouvidos dele de um jeito indesejado. Até porque, não era como se ela quisesse algo sério com Scorpius Malfoy.

Afinal, era Scorpius Malfoy!

— Devíamos ver se eles já conversaram. — A voz de Roxanne tirou Rose do transe. Ela fechava o gibi e se ajeitava para ficar de frente para a prima ruiva. — Eu não tô conseguindo me concentrar nos quadrinhos só pensando se eles já conversaram! Não passei nem mesmo uma página!

Rose piscou duas vezes.

— Acredita que eu também não?! — Fechou seu livro, mimetizando uma cara espantada. — Devíamos pegar o nosso mapa. Se estiverem juntos no Salão Comunal da Sonserina, pode ser que já tenham feito as pazes.

— Ótima ideia — disse a outra, levantando-se com rapidez para subir as escadas. — Eu vou pegá-lo.

Ela saiu numa velocidade tremenda para suas pernas curtas e deixou Rose suspirando ao se ver sozinha. Já passava de 20h, eles já deviam ter se encontrado àquela altura. Ergueu seus olhos outra vez apenas para dar de cara uma última vez com a manta de Scorpius. Foi pegá-la, ainda flutuando na frente da lareira, para poder dobrar e devolver a Scorpius no dia seguinte. Era um tanto quanto grosseira demais. Não imaginava que ele usasse tecidos assim, tinha cara de quem só andava engomadinho até na hora de dormir. Entretanto, quando Rose aproximou o rosto da manta, sentiu um resquício do cheiro dele. Resquício mesmo! Do tipo, era um rastro do engomadinho das roupas dele, de amaciante talvez.

Pegou a manta já seca e se sentou no sofá com ela aquecendo seu corpo. Ao mesmo tempo que queria tirar Scorpius Malfoy de seus pensamentos, desejava apenas mais um instantinho agarrada a ele. Não que fosse admitir isso em voz alta. Jamais o faria. Ficaria apenas com seu querer submerso discretamente nas ironias e ignorâncias. Quem sabe assim ele não fosse embora.

Roxanne praticamente pulou por cima das costas do sofá, endireitando-se ao lado de Rose com animação.

— Chegaram umas cartas lá em cima, tinha umas duas pra você. Deixei na sua cama quando fui pegar o mapa. Agora é só… — Ela parou e encarou a manta. O olhar que poderia durar um milésimo, durou dez longos longos segundos, enquanto seus olhos se reviravam no branco da esclera. Isso só significava uma única coisa: uma adivinhação. Roxanne retornou rapidamente, sacudindo a cabeça. — Rose…

— O que você viu dessa vez? — sorriu, já imaginando o desastre eminente.

A expressão da outra Weasley não foi de felicidade, muito menos um sorriso. Encarou Rose com seus grandes olhos negros e entortou a boca.

— Scorpius vai beijar uma garota — declarou numa voz realmente baixa, arrepiando até o último fio de cabelo de Rose. Então, começou a sacudir as mãos e a rir desesperadamente. — Ai meu Godric Gryffindor, eu acho que era Lily Luna.

Foi um soco no queixo, no ombro e no estômago. A pensamento imediato de Rose foi refutar imediatamente o que havia acabado de escutar. Não importava se Roxanne era um prodígio de adivinhações, não podia estar vendo aquilo seriamente. Não, não.

— Ei, ei, ei! — Rose apressou-se em segurar os ombros da prima. — O que exatamente você viu?

A expressão dela estava fora do normal, completamente desconfortável com as próprias palavras.

Nananinanão — decretou, puxando o corpo para trás. — Eu nem deveria ter dito que vi, pra início de conversa. Esqueça o que falei, pode ser erro de interpretação. Isso, com certeza foi!

— Roxanne! — A voz de Rose ficou alta, chamando a atenção de alguns quadros na parede. O peito de Rose acelerava sem que ela quisesse. Era uma droga. — Eu repito: o que exatamente você viu?

Ela abriu a boca duas vezes antes de puxar ar e falar:

— Scorpius beijava Lily Luna. Quer dizer, eu acho que era ela. Foi rápido demais, era ruiva, batia nos ombros dele, ele beijava com as mãos no rosto dela e... — Novamente, encheu o peito para endireitar as palavras numa fila com sentido. — Pode ser outra garota ruiva. Não dá pra ter certeza que era Lily porque não dava para ver o rosto direito, só o lugar, a Toca...

Rose olhou para a manta de Scorp antes de encarar novamente Roxie. Deu tantos conselhos naquele dia que sequer percebeu que precisava segui-los também. Lá vinha a nova bomba do século...

— É, pode ter sido outra ruiva. Pode ter sido eu. — Suspirou, vendo os olhos de Roxanne crescerem enquanto ela erguia os dedos da forma mais discreta possível. — Scorpius e eu já nos beijamos. Duas vezes já.

— Como?! — Roxanne engasgou na própria língua, olhando para os lados para ter certeza de que ninguém as ouvia. — Como isso aconteceu? Quando isso aconteceu? Por que eu só estou sabendo disso agora? Quer apanhar?!

Por mais que fosse excesso de drama, deu vontade de rir. Por sorte, não tinha quase ninguém por perto. Não podiam escutá-las.

— Eu não tinha te dito antes porque a primeira vez que aconteceu foi meio que, bom… Se me disser que é estúpido, eu dou na sua cara — ameaçou a ruiva, cutucando o ombro da outra. — Nós estávamos treinando para o primeiro beijo dele.

Roxanne pôs a mão no próprio peito e fez um “ouch" sem som.

— Você foi o primeiro beijo dele?

As sardas formigaram, todas elas do corpo todo.

— Foi um treinamento, não foi sério. — Estava vermelha, tinha absoluta certeza de que a própria pele fervia sozinha. — Ele gosta da Lily. Ou gostava, eu acho. Não dá pra ter certeza depois dessa briga com o Albus.

— Mas eu achei que ele tinha te convidado para sair, não ela. — A expressão confusa de Roxie começou a deixar Rose tão confusa quanto. — Me explica desde o começo e por partes. Eu simplesmente não acredito que você pegou o Scorpius e não me disse nada, quase tive um ataque cardíaco aqui achando que ele ia ficar com a Lily!

Detalhes, ah os detalhes. Rose sabia que deixar qualquer um de fora para Roxanne não daria muito certo. Já tinha dito a ela que queria pegar um podre de James Sirius para chantageá-lo, mas não chegou a dizer o que houve e nem o que presenciou dele e Nate Parkinson, muito menos os acontecimentos de depois. Agora, contou tudo para Roxanne. Mencionou a discussão sobre Madeline Nott, a arrogância dele e a forma como estava na cara que estava apaixonado por Lily Luna Potter.

— Lily Luna, sei… — retrucou Roxanne.

— Aí ele me beijou. Estava revoltado que eu estava gritando e me beijou meio que para calar minha boca. É que eu não queria que o primeiro beijo dele fosse com a Loucaline, então meio que deu tudo certo. — Encarou a outra apenas para vê-la se abanando. Estava claramente adorando fazer chacota da situação. — Só que o beijo de hoje foi diferente. Foi um beijo.

— E o primeiro foi um treinamento?

— Isso! — exclamou e verificou novamente se ninguém estava prestando atenção, até mesmo os quadros enxeridos.

Roxanne pôs a mão no queixo e pendeu a cabeça de lado.

— Então você gosta dele?

A resposta certa era “não”. N. A. O. Til. Não. Deveria dizer não. Por que não estava dizendo? Estava olhando para Roxie e piscando escandalosamente, quase se forçando a falar:

— Não, eu só…

— Quer beijá-lo e abraçá-lo e outra coisas que, alerta vômito, fazem você soar como quem gosta dele. — Ela riu, batendo no ombro da ruiva.

Isso era mentira. Rose não gostava daquele garoto engomadinho e certinho demais. Não gostava dos seus cabelos loiros emaranhados por terem abolido o gel. Não gostava da casa à qual pertencia. Não gostava do seu sobrenome ridículo de ex-bruxos das trevas. Não gostava das suas mãos e dos seus ombros esquelético. Não gostava dos seus olhos azuis transparentes que diziam claramente que alguma coisa estava acontecendo entre eles. Não gostava da sua voz calma e nem do seu jeito estressado quando ela o perturbava. Não gostava de Scorpius Malfoy.

Agora quem disse que conseguia dizer tudo isso para Roxanne?

— Ainda que alguma coisa mal explicada esteja acontecendo, não é sério. — Não pode ser, ela completou mentalmente. — Vai chegar um momento em que eu vou seguir para um lado e ele para outro, simples. Por enquanto, é só uma distração.

A outra arqueou as sobrancelhas.

— E você inocentemente acha que isso realmente vai acontecer? — Rose assentiu em resposta, como se estivesse certa do que afirmou. — Inocente não, iludida. Mas se é assim que quer fazer, não vá se arrepender quando ele for se “distrair” com outra garota.

— Você já me ameaçou disso, Weasley. Pode descansar que não vai acontecer. — Não vai acontecer, repetiu novamente para si mesma. — Somos apenas amigos. Já é um grande passo além da nossa antiga inimizade juramentada, não acha?

Ela deu de ombros, esparramando-se no sofá em seus pijamas escuros e confortáveis. Eles cabiam duas Roxannes juntos, e ela amava esse tipo de conforto, ainda mais quando os cabelos estavam para cima com estilo.

— Até pode ser melhor que a inimizade — disse com um suspiro — mas eu queria dizer que sempre senti as vibrações “além de amigos" de vocês dois. — Olhou para Rose e sorriu com manha. — Acredito que o ponto de ignição foi quando ele disse “Rose é como fogo".

— Ah, cala a boca.

Roxie endireitou-se e pegou uma almofada, jogando-a contra a cara da prima, que riu abertamente. Então, ela se levantou e pôs as duas mãos no peito enquanto olhava para o teto do salão para declamar:

— “...Pode causar caos e destruição, mas também é fonte de luz…”

— “... Sem luz, o mundo parece um lugar meio sem graça.” — Rose completou a frase, sentindo-a vibrar no seu íntimo quando a voz dela e de Roxanne se juntaram. — É, ele foi… Bem fofo dizendo isso.

Pegou outra almofada e jogou-a na prima.

— Fofo nada, foi poético. — Ela sorriu e se sentou no chão ao mesmo tempo que Rose se aconchegava mais na manta e no sofá. — E o que vai fazer quanto a esses beijos e treinamentos de vocês, Grindy? Você pode ter escolhido que é apenas distração, mas sabe que há chances de ele se apaixonar por você, não é?

Quando escutou a outra dizer isso, a memória imediatamente levou Rose até aquela tarde, projetando a imagem de Scorpius sorrindo para ela, diretamente para ela. Rose era uma megera, mas sabia que aquele tipo de olhar não era entregue a qualquer pessoa. Tanto que ela se encolheu em sua própria posição. Se Scorpius se apaixonasse por ela, tudo iria por água abaixo. No entanto, se Scorpius a deixasse de lado, seria...

— Ele não vai. — Sorriu com pompa, sacudindo os ombros para passar sua força interna. — Farei acontecer entre ele e Lily Luna. Imagine só a cara só a cara do tio Harry quando vir sua menininha e Scorpius Malfoy aos beijos no sofá? Uma Potter e um Malfoy vai ser como trazer paz ao mundo bruxo! — Ela riu de si mesma com sua ideia, erguendo os braços grandiosamente. — Eu serei aclamada como a maior pacifista da história.

A mão da prima voou na própria cara negra dela, fazendo um estalo alto e reverberante com toda a revolta que ela tinha. Todos os quadros das paredes olharam para as duas, possivelmente achando que Rose a estava matando.

— Garota, você é inacreditável — bufou Roxie, estendendo o braço para pegar o mapa e apresentá-lo à prima. — Mas saiba que se beijá-lo outra vez, eu tenho que ser a primeira a saber, certo?

Rose pegou o mapa com suas mãos finas, mas não respondeu. Em ordem de seu plano novo funcionar, o que quer que havia entre ela e Scorpius Malfoy precisava morrer ali mesmo. Não aconteceria mais nada entre eles, ao menos nada que pudesse relatar a Roxanne.

Assim, Rose Weasley pegou sua varinha e pousou-a no papel, declarando baixo:

Eu juro solenemente não fazer nada de bom.

Imagens começaram a se pintar uma após a outra em danças claras de pinturas armando pinturas. O castelo foi cautelosamente descrito em tinta, assim como os pézinhos iam pulando para fora do papel com etiquetas que continham os nomes a quem pertenciam. Os primeiros nomes que Rose viu foram o dela e de Roxanne. Hugo estava no dormitório, assim como Alice Longbottom. James Sirius estava em sua cama ao lado de Fred, Priya entrava pela porta do quadro ao lado de Samuel, outros grifinórios encontravam-se em seus quartos, no salão ou em algum dos banheiros. As duas Weasley começaram a abrir juntas o mapa, expandindo os andares com bastante cuidado para não chamar a atenção de bisbilhoteiros. Quase nenhum aluno estava nos corredores. Apenas McGonagall cruzava o terceiro andar e Filch caminhava no térreo. Dava para ver um garoto na enfermaria e a Sra. Longbottom com o professor Longbottom juntos na porta. Deviam estar conversando sobre o aluno que estava lá, era um tal de Joshua Michelstein.

Rose nunca ouviu falar dele.

Quando finalmente encontraram o dormitório da Sonserina, o nome de Albus saltou claro e mais estiloso que os outros. Devia ter sido um pedido especial dele para Scorpius deixá-lo mais chamativo. Ridículo. Porém, o de Scorpius não estava lá. Rose via o nome de Nate Parkinson, Kilik Virgil, Benjen X, Luke Flint e até Dake Zabini, mas nada de Scorpius Malfoy.

— Que estranho. Será se o Scorpius está estudando na biblioteca até uma hora dessas? — murmurou Rose calmamente. — Eu não acho o nome dele.

Eis que, subitamente, Roxanne puxou o mapa para si, erguendo o corpo como se estivesse assustada.

— Eu vi o nome dele — declarou a garota com rapidez para a estranheza de Rose, que apenas fez uma careta sem compreender direito.

— Onde ele tá? Tá indo para o salão da Sonserina?

Roxie umedeceu os lábios, criando a maior pulga do universo atrás da orelha de Rose. Estava escondendo alguma coisa para não dizer logo, tanto que a curiosidade da ruiva apenas cresceu e a fez ficar em pé também.

— Ele… — Roxanne puxou ar entre os dentes e deu um sorriso nervoso. Aquilo só perturbou mais Rose, que deu um passo o mais intimidadora possível na direção da outra.

— Ele o quê…? O que ele está fazendo?

— Eu só conto onde ele está se você jurar para mim com toda sua crença no seu poder magnânimo que não vai surtar e vai deixá-lo viver sua própria vida! — Roxanne deu um passou para trás, Rose deu outro para frente. Não entendia o que ela queria dizer, mas estava começando a ficar furiosa. — Você disse para mim que era apenas uma distração, Rose. Vai deixá-lo viver?

— Claro que eu não vou matá-lo, sua louca! — Rose quase berrou, pulando para cima da prima e tentando pegar o mapa. Pulou outra vez até que ela soltasse. — Por Morgana, até parece que eu vou engolir esse garoto!

Quando seus olhos escuros procuraram novamente pelo nome de Scorpius, encontraram-no do lado de fora no castelo. O problema não foi o fato de estar do lado de fora, mas sim o nome que estava lado a lado com o seu.

— Madeline filha da p...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostadoooo! Rose está caindo pelo Scorpius MEIXMOOO! Eu fico feliz com isso, apesar de a Maddie estar surgindo agora para dificultar um pouco as coisas hahahah. Preparem-se, o próximo capítulo está, no mínimo, divertido kkkkkk. Scorpius há de sofrer um pouquinho nas mãos de Loucaline ♥ Ou talvez ela não seja tão louca assim... TANDAM!