Aprendendo a Mentir escrita por Starsky


Capítulo 23
Capítulo 22 — A briga.


Notas iniciais do capítulo

Então, hoje é dia de todo mundo me odiar e querer dar na minha cara kk. Não só por esse capítulo, mas também por ter passado as férias todas sem escrever nada kkkkkkk. Eu tô rindo de nervosa pra eu mesma não me esganar pela falta com vocês.
Enfim! Não me odeiem kkkkk. Vamos superar tudo porque esse capítulo veio para abalar as estruturas e os nossoa corações. Boa leitura.



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Capítulo 22

A briga.

Albus

 

Eles sempre discordaram de muita coisa. Claro, isso faz parte de uma amizade normal. Enquanto Albus achava interessante fazer artimanhas e tentar viver o mais épico possível, Scorpius tinha medo das consequências e gostava de pensar em todas as possibilidades de erro. Durante os seis anos de amizade, completaram seus pensamentos e discutiram por horas até que alguém desse o braço a torcer.

Porém, daquela vez, uma sensação estranha pegou Albus quando se viu sozinho na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. E ninguém realmente se importava que ele estava ali ou foi atrás do rapaz. Ninguém.

Havia poucas possibilidades para definir o que estava escutando. Scorpius e Rose estavam tão concentrados que nem o viram chegar ou espreitar a conversa. Se é que poderia ser chamada de apenas “conversa”. Não queria ser bisbilhoteiro, longe disso! Porém, quando viu a mão de Scorpius ir até a de Rose, algo dentro de Albus Severus se mexeu.

— Albus...

— Obrigado pelo apoio moral, por sinal — disse o Potter, desencostando da parede devagar e caminhando na direção de Scorpius com um quase sorriso enfeitando a boca. — Ainda bem que não precisa da minha ajuda com o feitiço.

O rosto de Scorpius ficou branco como papel, muito pior que já era normalmente. Os dois garotos se encararam por um longo momento sem dizer absolutamente nada. Estavam absorvendo o que havia acabado de ser presenciado, e o peito do jovem Albus apertava a cada instante que passavam naquela situação.

— N-Não é bem assim — gaguejou o loiro com um sorriso nervoso, balançando uma mão para negar. — Eu disse aquilo porque, bom, Rose e eu conseguimos lançar o feitiço, sabe? Não foi para…

— Me jogar de lado.

Ele não queria dizer aquilo, mas escapuliu de uma vez. O sorriso do outro garoto apenas ficava mais sem graça.

— Albus — disse Scorpius, colocando a mão no ombro do Potter. — Vamos lá, não precisa falar assim. Eu tô sempre com você, né? Quer dizer, somos nós dois! A dupla dinâmica!

Albus olhou para a mão e quis dar um passo para trás, mas não o fez.

— Não precisa dizer isso — murmurou e mordeu a própria boca para não falar besteira. Porém, segurar-se estava sendo cada vez mais difícil. — Sinceramente, eu esperava que todo mundo brincasse comigo sobre isso, só não você, ainda mais pelas minhas costas.

Scorpius abriu a boca e olhou para os lados como se tivesse sido atingido por um objeto. Talvez tivesse sido. Na imaginação eternamente fértil de Albus, ele seria capaz de jogar uma mesa em cima do garoto Malfoy com o aperto que estava sentindo.

— Essa foi desnecessária. Você sabe que eu nunca falaria mal de você nas suas costas.

— Bom, foi exatamente isso que você fez. E logo para a ridícula da Rose — resmungou o moreno com uma cara quase espantada. A sensação que tinha era que não queria falar aquilo, e mesmo assim as palavras simplesmente não conseguiam parar de vir. Depois de tanto tempo segurando, era uma péssima hora e um péssimo jeito para por para fora o que estava sentindo. Que merda, Albus! Suspirou por um momento. Tinha que parar com aquilo antes que fosse longe demais. — Quer saber? Esquece. Vamos comer…

Estava para passar por Scorpius quando sentiu seu braço ser segurado pelo amigo.

— Ei, se você está chateado com algo, melhor falar logo — murmurou Scorpius com os olhos baixos e a voz quase quieta.

“Chateado” não era exatamente a palavra que Albus escolheria. Há algum tempo, definitivamente não era de agora, estava se sentindo sozinho. Antes, o nome que perdurava nos corredores era o seu. Antes, aquele que ia ganhar o trono de Rei da Sonserina no outro ano era ele. Antes, ele tinha seu melhor amigo falando bobagem o tempo inteiro. Agora, o melhor amigo estava quase sempre ocupado com praticamente todo o resto de Hogwarts, lugar que era de… Albus.

Mas era verdade, não era? Era o lugar de Albus, eram suas aventuras, suas risadas e todas as outras coisas que eram suas indo para as mãos de Scorpius. Ele piscou devagar e deu um passo para trás, encarando o amigo. Seus pensamentos estavam eletrizados, faiscando venenosos rapidamente tudo aquilo que ele já havia pensado uma vez, mas que nunca havia dito.

Era raiva que sentia dentro de si! Era frustração, abandono, sensação de estar errado por sentir tudo isso, mas ainda assim era forte. O difícil era ignorar aquelas partes de si que diziam mais e mais alto que o plano de fazer Scorpius maior que ele era errado. Afinal, subitamente, todos gostavam de Scorpius! Albus Severus Potter foi deixado de escanteio tão fácil que sequer soube se um dia esteve dentro de campo.

— Quer que eu fale? Tudo bem então — começou o garoto com um revirar de olhos, virando-se completamente para Scorpius. Os dois se encararam de um jeito menos amigável que antes, quase soltando faíscas pelos olhos verdes de Albus Severus na direção dos azuis do Malfoy. — Que tal começar pela cena que eu acabei de ver entre você e a pior pessoa viva desde que Gellert Grindelwad e Voldemort bateram as botas?

— Ela não é assim… — Lentamente, Scorpius balançou a cabeça sério. — Não diga isso dela.

— Mas é o que você também dizia antes — rosnou o moreno. — Dizia que ela era nojenta, que não escutava, que se achava…

— Eu sei, Albus.

—... Que te odiava, que não perdia a chance de ser grosseira com você e que só-

— Cala a boca, Albus! — gritou o loiro, empurrando o ombro do garoto. — Você não pode estar falando sério que está com ciúmes da minha amizade com a Rose?

Subitamente, Albus soltou um riso carregado de ironia.

— Ah não, eu jamais teria ciúme do que você tem com Rose Weasley! O meu problema é com você e com esse jeito estúpido que tem agido nos últimos tempos — rosnou com força e sem piedade das palavras. — E nem mesmo é capaz de me dizer a verdade quanto ao que eu acabei de ver!

Não importava que qualquer pessoa pudesse passar e ver a briga dos dois. Simplesmente não importava! Albus estava tão enfurecido que seria capaz de socar a cara idiota do seu melhor amigo.

— Como você esperava que eu contasse qualquer coisa se eu sabia que você ia agir assim?!

— É, eu devia imaginar que você ia mentir pra mim em algum momento também. Afinal, você mentiu pra todo mundo, Scorpius!

O loiro arregalou os olhos e jogou as duas mãos nos ombros de Albus, empurrando-o novamente.

— Isso não é verdade! — brandou de uma vez. — Existe uma diferença muito grande entre omitir uma informação e mentir.

— Nossa, quem te ensinou esse jogo de cintura? Foi a Rose?

Albus o empurrou de volta. Os dois praticamente se fuzilavam com o olhar.

— Você está sendo um completo idiota — disse Scorpius com a voz mais grave. — Como alguém pode falar qualquer coisa quando simplesmente não pode ser escutada sem julgamento?

— Cara! Você está falando isso de mim, mas ao mesmo tempo tá tomando partido da minha prima! Consegue escutar as suas próprias palavras?! — Albus levantou os braços e riu sem saber se deveria rir. Queria socar a cara do Malfoy com força suficiente para ele entender o que estava acontecendo. — Como espera que eu não diga nada se dá pra ver claramente que você está se afastando?!

— Eu?! Eu estou me afastando?! Albus, escuta o que você tá falando! Eu continuo do mesmo jeito com você. A diferença é que eu tenho outros amigos agora.

Naquele momento, Albus sentiu vontade de vomitar. Revirou os olhos e respirou fundo. Nunca foi o melhor com as palavras, mas se conseguia ser melhor que James já era alguma coisa. Não que isso fosse muita coisa.

— Se por “amigos — disse, fazendo aspas com os dedos — quer dizer as pessoas que se aproximaram por conta das nossas mentiras, claro! Deu pra ver realmente muitos amigos!

Scorpius esfregou as mãos no rosto. Não importava o quão esperto ou mais inteligente fosse, não sabia discutir.

— Pelas barbas de Merlin, eu não acredito que você está com inveja de mim, Albus. — Aquele comentário do loiro fez o Potter retrair a expressão do rosto quase que imediatamente. Não era inveja, definitivamente não era. — É por causa da minha aproximação com o Nate?

—     Eu não tô com inveja, imbecil! — rosnou e levou as mãos até a gola da camisa de Scorpius. Não importava se era mais baixo, segurava o pano com força e firmeza suficientes para deixar Scorpius de olhos assustados. — Não consegue ver? Você me deixou sozinho e ainda está se vangloriando por essas conquistas que só foram possíveis por minha causa e da minha ideia idiota. — Cuspiu no chão ao seu lado e voltou a olhar para o Malfoy. Se havia um péssimo momento para declarar tudo que estava dizendo, era aquele. — Acha que eu não prestei atenção que você só chegou no meu jogo no final e falou depois como se tivesse ficado ali o tempo todo? Ou que eu não me senti mal quando todo mundo foi comemorar que você fez o ponto de vitória do quadrisolo? Ou que eu fiquei me divertindo fazendo vários nadas enquanto você estava na reunião do Clube do Slug? Todas as vezes que você e Roxanne saíam e me deixavam sozinho, alguma vez pensou que eu poderia ficar sozinho? — Empurrou o garoto mais alto de uma vez, fazendo-o cambalear para trás. — A sua popularidade cresceu, ótimo! Mas ao mesmo tempo eu nunca estive tão sozinho.

Scorpius pôs a mão no pescoço, processando as informações e toda a declaração que acabara de escutar. Suas mãos tremiam devagar e seus olhos claros estavam fixos por um bom tempo no garoto que estava na sua frente. Porém, distraíram-se um instante e viram ao redor deles algo. Quando Albus prestou atenção, os dois estavam rodeados de olhos de vários alunos a encará-los. Era gente de diversas séries e de casas misturadas. Todos os encaravam como se estivessem presenciando o próprio apocalipse.

E ninguém tinha coragem de se meter, nem mesmo Roxanne, plantada próxima a eles com a boca entreaberta.

— Não é minha culpa — declarou seriamente Scorpius. Os dois voltaram a se encarar. — Você está dizendo que é minha culpa que você está se sentindo sozinho, mas não tem nada a ver comigo tudo isso. Se está carente assim, isso é algo seu. Tudo que está ao meu alcance, eu faço por você, Albus. — Ele deu dois passos na direção do moreno e mexeu a cabeça negativamente. Seus olhos estavam de um jeito que só mesmo o Potter poderia descrever: carregados de decepção. — Está sendo egoísta e sem noção dizendo essas coisas. E eu achando que você era diferente do James...

O rosto de Scorpius entortou logo após ele fechar a boca. Se Albus tivesse ao menos um pouco preocupado com a opinião das pessoas que assistiam a briga, ele teria ligado para o “ohh” que fizeram depois daquela última frase de Scorpius. Entretanto, seu interior rosnou algo, mais alto que o barulho dos outros alunos.

— Você realmente é uma cobra.

Não dava para saber quem partiu para cima de quem primeiro. Os dois foram quase que ao mesmo tempo se empurrar e tentar se derrubar que Albus nem teve como entender o que aconteceu primeiro, se foi o seu murro na cara do loiro ou se foi a cotovelada que Scorpius lhe deu na testa. Urraram e se jogaram novamente. Não deu pra escutar direito, mas os alunos gritavam animados com a briga.

— PAREM VOCÊS DOIS! — Era a voz de Roxanne, que foi seguida pela mão espalmada de Scorpius no meio da cara de Albus.

— BRIGA! BRIGA! BRIGA! BRIGA!

Albus deu uma joelhada que nem soube onde pegou e levou um golpe em suas costelas. Rolaram no chão enquanto o pessoal continuava a gritar e o braço de Roxie se metia no meio. Eis que Scorpius se levantou num pulo, e Albus fez o mesmo. Encaram um ao outro bufando e sentindo o sangue ferver.

— Vocês querem parar de ser idiotas?! — Rosnou Roxie, ficando entre os dois. — Pelo amor de Godric! Parem com isso!

— Fala isso pro bafo de cobra do Malfoy! — gritou Albus.

— Ao menos não sou uma minhoca de jardim que nem você. — Scorpius vociferava completamente alterado.

Foi quando alguém segurou o braço de Albus. Ele virou rosto de uma vez pronto para dar na cara de quem quer que fosse quando viu os imensos olhos azuis de ninguém menos que Alice.

— Por favor, Albus… Pare com isso… — Ela choramingou baixinho. Mal dava para escutar sua voz comparada aos gritos do pessoal.

Albus tentou puxar seu braço, mas a garota não o largava. Insuportável. Perseguidora. Maldita.

— Me larga, menina! — falou alto e grosseiro. Ela não largou. — Você é mesmo um pé no saco! Sai de perto de mim de uma vez!

Então, puxou de uma vez seu braço. Porém, na força do movimento, a mão dele foi sem querer na direção do rosto de Alice, atingindo-o e desequilibrando a garota. Ela caiu como um saco pesado e cessou todos os gritos de quem assistia a confusão. Albus, por sua vez, ficou chocado. O arrependimento desceu sobre ele tão rápido que nem sentiu quando o sangue esfriou. Encarou Alice Longbottom caída no chão completamente paralisada e assustada e não soube o que falar.

— A-Alice… — murmurou, dando um passo para ela. — Alice, me desculpa, eu…

Os olhos azuis marejaram e o rosto dela enrubesceu. A grifinória começou a arrastar-se para longe de Albus até finalmente se erguer com a ajuda de um rapaz da Corvinal.

Ela saiu correndo, e seu choro foi escutado por todo o corredor, sofrido e magoado.

— Eu não acredito que você fez isso. — A voz de Scorpius soou furiosa. Quando Albus percebeu, todos o encaravam de forma diferente.

— Foi um acidente — disse rápido. — Eu não… Eu não queria que isso tivesse acontecido.

O golpe foi mais certeiro no peito de Albus que no rosto de Alice. Doeu ver que havia, de repente, se tornado uma das pessoas que ele menos admirava em sua vida: James.

Foi quando Ted surgiu no corredor junto ao professor Akilah.

— O show acabou, pessoal! — Ele apressou em falar, apontando para Scorpius e Albus em seguida. — Vocês dois! Quantas vezes vão precisar ir juntos à detenção?!

O orgulho ferido de Albus o fez baixar a cabeça e aceitar tanto a dor física quanto a vergonha pelo que havia feito. Jamais poderia ter feito aquilo. Jamais… E quando fitou Scorpius, ele desviou o olhar. Roxanne também. Todos foram embora, e Albus ficou outra vez… sozinho.


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Notas finais do capítulo

Então?! *desvia de pedras* O que acharam? *desvia de mais pedras*
Amo vocês, seus lindos kkk e espero que não me matem ♥

Queria aproveitar e divulgar aqui minha nova fic que está sendo postada! Ela também fala de bruxinhos e é original, mas tem um "ar" bem mais sombrio de AaM. Se quiserem dar uma olhada, passem no meu perfil ou vejam diretamente o link:
https://fanfiction.com.br/historia/764904/W_I_T_C_H_C_R_A_F_T/

A gente se vê nos próximos capítulos ♥ ♥ ♥