O vento pouco intenso fazia com que as correntes duplas dos lados paralelos do balanço produzissem sons que poderia ser um sonífero. A madrugada estava calma e o clima ameno, acalmando as chamas em meu interior.

 A minha frente, Oue encostava as costas na parede, estava sentada no chão. Oue era membra da tribo quileute e minha “amiga” há bastante tempo. O rosto com traços delicados, mas que a faziam parecer selvagem como uma verdadeira Quileute. Tinha cabelos longos, cacheado naturalmente e de cor marrom. Seus olhos eram negros como uma noite sem lua e pouco puxados.

 Oue usava uma blusa cinza de manga curta, mas que pareia ser bem térmica e por cima um casaco. Usava um short preto de tricô, e nos pés estavam um par de meias pretas. Ela usava sandália. Um visual, obviamente, estranho. Imaginei que se minha tia Alice estivesse em casa, uma transformação em Oue seria seu passatempo da madrugada.

 Estávamos na varanda, como nas comuns e velhas noites de sexta. Reunir-se para conversar sob a lua é como uma tradição nova, inventada quando nos conhecemos.

— San disse que a matilha vai ajudar- ela com os lábios juntos a xícara de café- Toda.

— Isso é bom- eu respondi puxando mais um pouco o casaco em volta de meu corpo- Ou mau... Não sei! Os dias estão passando tão rápidos e confusos que é como se não houvesse tempo para refletir, eu apenas estou vivendo.

— Sua mãe esteve lá em casa hoje pela tarde, quase no inicio da noite. Estava apressada e precisava falar urgentemente com Jacob.

— Eu sei- suspirei- Ela sumiu neste horário enquanto estava arrumando minha estante com Garret.

— Eles conversaram por um bom tempo, e a coisa era séria!

— Tem alguma coisa que você não está me contando!

— Eu?

— Fale logo!

— Eu tive um imprinting- respondeu ela de forma baixa.

— Por quem?

— Embry Call- respondeu- Mas ele tem namorada! E bem...

—San sabe que está aqui? – semicerrei os olhos.

— Não, por isto já estou indo- ela falou levantando-se- Até de noite.

— Até- gritei para ela escutar- Não se esqueça de trazer uma roupa flexível.

[...]

  Suspirei e me permiti apoiar a cabeça no ombro de meu tio. Sentada em uma pedra, observei mais uma falha tentativa de minha mãe em usar seu dom. Nem amanhecera completamente, e junto ao pouco escuro eu tentava processar as informações que eram obtidas de forma lenta.

 Ao meu lado, em cima de uma pedra com quase o dobro do meu tamanho, o clã irlandês, juntamente com Zafrina e tia Rosalie, olhavam fixamente para minha mãe. Eliazer havia dito que seu dom era um escudo, e por isso os poderes de meu pai não funcionavam a ela. Disse também que apenas eu podia ultrapassa-lo.

 Meu pai estava em pé ao lado de Kate, recebendo suas cargas elétricas dolorosas para estimular minha mãe. Ele sentia dores horríveis.

— Precisa se concentrar Bella- Kate avisou.

— Posso assegurar que eu estou tentando- minha mãe respondeu.

— Então vamos tentar de novo- Eu suspirei e meu pai também- E essa está com carga total!

 Meu pai lançou um olhar desesperado para minha mãe. Eu pensei em protestar, dizer que talvez houvesse outro modo de estimulado o dom de minha mãe, mas o olhar apreensivo de meu pai me fez encolher os ombros. Eu só posso torcer para que nada dê errado... De novo!

 Meu pai levou a ponta dos dedos lentamente até a mão aberta e estendida de Kate. Sua expressão denunciava alguém que já se preparava para sentir a pior dor, mas quando seus dedos tocaram na mão de Kate, nada aconteceu; Ele gemeu um pouco, mas demonstrava que a dor era suportável. Fez-se um grande momento de silêncio enquanto todos estavam surpresos e admirados. Minha mãe conseguiu!

— Parabéns Bella- meu avô riu- Só precisa praticar um pouco mais- ele avisou abraçando de lado minha avó.

— Não é tão difícil- ela respondeu. Com um olhar chamativo, eu me aproximei dela- Vou precisar sair um pouco. Seu pai vai caçar junto com Rosalie, Esme e alguns vampiros do outro Clã.

— Alistair vai ficar? – perguntei.

— Sim.

— Então não se preocupe- eu olhei para o louro carrancudo- ele afasta qualquer ameaça com seu antissocialismo!

— Estou ouvindo- ele reclamou.

 Minha mãe sorriu e caminhou em direção ao carro e eu acompanhei sua saída com o olhar. Após desaparecer, eu resolvi ir atrás de Jacob, mas para chegar a La Push eu preciso de um carro, uma carteira e permissão para dirigir. Pensei que talvez tio Emmett pudesse levar-me até lá, mas desisti assim que o vi carregando uma enorme pedra. Isso, obviamente, não é normal! Mas talvez ele me deixe pegar sua moto, talvez...

— Tio Emmett- sorri desajeitadamente- Sua moto ainda está na garagem?

— Nem pensar! – Ele negou- Não vai andar na minha moto, Edward vai arrancar minha cabeça!

— Então pode me levar até lá? - ele me olhou pelo canto dos olhos e eu fiz uma careta. Era óbvio que não! - Papai não vai te matar!

— Está brincando? - ele perguntou e eu seguei a risada. 

— Tudo bem- revirei os olhos e estendi as mãos para o auto em sinal de rendição.

 Entrei atrás de Garret. Sua insensibilidade e falta de interesse em assuntos juvenil é como uma comédia, mas antes de encontra-lo na cozinha esbarrei em mais alguém.

— É a segunda vez que nos esbarramos- ele falou. - Deve ser porque ainda não paramos para conversar direito- eu sorri.

— Pode ser- dei de ombros olhando-o nos olhos.

— Estava indo a algum lugar? – ele perguntou.

— Eu planejava ir a La Push, mas acho que devo subir para o meu quarto esperar Oue- antes que ele pudesse perguntar, eu me apressei em explicar- Sim, a garota da noite anterior!

 Sua gargalhada baixa e gostosa fez os pelos de meu corpo se arrepiarem. Meu coração acelerou e foi evidente que ele mesmo notou, pois me olhou no fundo dos olhos.

— Eu...eu acho que tenho que... que arrumar minha...cama? é...minha cama.

Eu gaguejei. Droga. Benjamin sorriu com o canto dos lábios e eu passei por ele praguejando quinhentas coisas na mente.

 Ao chegar ao quarto, fechei a porta com calma ainda pensando no que havia acontecido. Com as mãos ainda trêmulas, suadas e frias, enxuguei o suor da testa. Meu coração doeu um pouco pela  intensidade com que batia.

— Eu preciso de um banho- concluí- Urgente!

[...]

— Você para baixo e eu para cima- eu falei tentando dar um fim a coreografia.

— Por que eu? – peguntou Oue.

— Porque você é um lobo (a) e tem pele quente, e eu já estou congelando só de estar com estas roupas? 

— Nessas horas que você gostaria de ser uma vampira!

— Acredite... Não é só nessas horas!

 Ela gargalhou e xingou-me baixinho e então colocou o som para tocar novamente. À medida que íamos dançando, o calor substituía o frio. Dançar. Uma das melhores coisas que eu já descobrira, fora os donuts.

 Não percebi a aproximação de minha mãe, ela e meu pai sentaram em um banco a ossa gente. Uma plateia para uma humilde e bela dança. Ao terminar, um som de palmas ecoou pela varanda com a noite. Eu sorri para Oue e me virei em busca de um pouco de água. Assim que levei a garrafa a boca, minha atenção caiu exatamente atrás de uma das janelas da sala. Lá estava ele, com um sorriso enorme ao lado d Tia! E o mesmo viu tudo!

Oue: http://nnimgt-a.akamaihd.net/transform/v1/resize/frm/storypad-Cq8E6CwuSaaFeFzK7eFZgY/b19671f0-fab4-42fd-8454-72fc0332b128.jpg/w1200_h678_fmax.jpg

https://www.youtube.com/watch?v=u1LqGPo3QnA COREOGRAFIA

http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=201205817 lOOK