Like I'm gonna lose you escrita por bells


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, espero que gostem.



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O final de semana se passou sem mais nenhum inconveniente, eu agradeci por isso. Na volta Christian nos ofereceu carona, alegando que seria mais confortável para todo mundo, então Mia, Ethan - que estava fazendo o possível para não se separar de Mia- e eu fomos no carro de Christian. Kate e Elliot foram sozinhos no carro deles. Eu sentei no banco da frente a pedido de Ethan, mesmo não estando muito confortável com isso. Christian cumpriu sua palavra e se comportou da melhor forma possível, mas eu ainda me sentia um pouco desconfortável quando ele olhava para mim, principalmente quando vinha acompanhado daquele sorriso.

Chegamos em casa na casa de Mia, onde eu tinha deixado meu carro. Os pais de Mia me convidaram para jantar, mas eu estava muito cansada e ainda precisava buscar Gus na casa dos meus pais. Christian se despediu de mim me dando um beijo no canto da boca, como tinha feito da última vez, me deixando tão atordoada como da última vez.

[...]

—Obrigada por cuidar dele por mim. – Falei aos pais quando sentamos no sofá.

—De nada filha, ele é um gatinho bem comportado. – Comentou minha mãe. _Quer ficar para o jantar?

Eu pensei em dizer que não, mas ela parecia tão animada que eu não consegui.

—Mãe eu queria falar algo com vocês, antes de você começar com o jantar. – Falei quando vi que ela ia se levantar.

—Pode falar filha. – Meu pai disse se ajeitando no sofá.

Eu estava ficando nervosa, mas precisava fazer isso que a coragem sumisse. Era algo que eu deveria ter feito a muito tempo.

—Eu sei que não tenho sido uma boa filha. – Minha mãe tentou me interromper, mas eu a detive com um movimento de mão. _Eu sei que vocês vão falar que não ou que eu tinha meus motivos, mas isso não muda nada. Eu tenho sido uma filha terrível. Eu decidi me trancar no meu mundo sem me importar com as pessoas ao meu redor e me odeio por isso. Perdi minhas melhores amigas e sei que machuquei vocês. Eu sinto muito. – Nesse momento não consegui segurar mais as lagrimas. _Eu deveria ter falado isso há muito tempo, vocês não mereciam nada disso. Eu fui uma egoísta e peço perdão por isso.

—Oh meu bebê! – Disse minha mãe chorando mais do que eu e se levantando para me abraçar. _Você não precisa se desculpar, amor. A gente entende, mas espero ter a minha menina de volta um dia.

—Você vai ter mãe. Eu prometo que as coisas vão mudar, eu não vou mais me isolar.

—É bom ouvir isso, filha. – Disse meu pai nos abraçando.

[...]

Já em casa, tomei meu banho e deitei na minha cama, estava muito cansada pelo final de semana e apenas queria dormir, mas isso foi complicado, já que fui atormentada pelos mesmos pesadelos de sempre, a única diferença era que agora eles se misturavam com lembranças, lembranças dele.

Acordei me sentindo mais cansada que no dia anterior, minha cabeça estava prestes a estourar com as lembranças do sonho que tive. Eu sempre lembrava de Nick, era algo difícil de evitar, mas meu sonho foi tão vivido que ainda rondava na minha cabeça. Junto com as lembranças e sonhos, as palavras de Christian também rondavam a minha cabeça, não de forma negativa.  A pesar de ter me chateado com ele por isso, depois de analisar suas palavras, ele estava certo. Cometi muitos erros devido a minha dor e mesmo depois de dois anos, a memória de Nick ainda consegue me machucar.

Eu amei Nick mais do que tudo neste mundo, e acredito que vou ama-lo para o resto da minha vida, mas ele se foi e eu precisava seguir em frente, não só por mim, mas pelas pessoas que me amavam e queriam me ver bem. Cansei de machucar essas pessoas.

Tomei meu banho e assim que sai do banheiro vi meu celular tocando. Me aproximei par pega-lo e vi que era Mia quem ligava.

—Pode falar Mia.

—Bom dia! – Disse animada, como sempre. _Te acordei? – Perguntou.

—Não, acabei de sair do banho.

—Ótimo, então fiquei pronta que estou indo te buscar.

—Posso saber para onde estamos indo?

—Precisamos comprar muitas coisas para a despedida de solteira de Kate. – Tinha esquecido completamente disso.

—E que exatamente vamos fazer para despedida de solteira dela? – Perguntei já que Kate estava gravida e achava pouco provável ter uma despedida de solteira normal.

—Bom, considerando que Kate está gravida, não vamos poder fazer nada do que eu gostaria, como boates e um bar de strippers para mulheres e Kate não quer nada muito grande nem chamar ninguém. Então vamos ser nos três rodando a cidade comprando coisas para a lua de mel e alguma coisas para o neném. Terminando em algum restaurante para tomar algumas bebidas, sem álcool, e falando mal do futuro marido, vulgo, meu irmão.   

—Você conseguiu transformar uma despedida de solteira em usa saída de compras... Impressionante. – Falei.

—Para de ser chata Ana, vamos comprar lingerie e alguns brinquedinhos para Kate. – Falou rindo.

—Você sabe que ela esta casando com seu irmão, não sabe? Realmente quer comprar essas coisas para ela? – Brinquei.

—Eu prefiro ignorar essa parte e agradeceria se você fizesse o mesmo. – Falou e eu podia sentir que ela estava fazendo uma careta.

—Bom, se vamos sair para comprar com Kate, o que exatamente vamos comprar hoje?

—Precisamos de camisetas, conheço um lugar onde estampam na hora. Também precisamos de adereços como coroas e essas coisas.

—Você quer que a gente ande assim na rua? – Perguntei já odiando.

—Claro que sim! É parte da diversão!

—Se algum dia eu casar, não quero que você organize minha despedida de solteira. – Brinquei.

—É só você não estar gravida que eu prometo que vai ser incrível. A culpa é toda da Kate. – Se defendeu. _Mas agora chega de conversa, chego ai em uns quinze minutos, esteja pronta! – Disse desligando o telefone logo em seguida.

Terminei de meu arrumar e fui até a cozinha pegar alguma coisa para comer, aproveite e coloquei comida para Gus e limpei sua caixinha. Assim que terminei de fazer tudo o que tinha para fazer escutei a campainha de casa tocando. Não tive que atender para saber quem era, então apenas apertei o botão do interfone e informei que estava descendo. Me encontrei com Mia na portaria do prédio me esperando com grande sorriso. Era assustador como alguém pode estar de tão bom humor tão cedo e manter esse nível de energia durante o dia todo. Mia realmente não era deste mundo.

—Bom, vamos ver nossas camisetas primeiro. – Disse entrando no carro.

—De que tipo de camisetas estamos falando? – Perguntei sem ter entendido muito bem.

—Aquela camisetas que as pessoas usam em despedidas de solteira. – Isso realmente explicou muito. - Pensei com ironia - Mas decidi não questionar.

Chegamos rapidamente à loja de camisetas, onde fomos atendidas por um jovem.

—Bom dia, meu nome é Adam. Em que posso ajudar? – Perguntou de forma educada.

—Queremos camisetas para uma despedida de solteira. – Começou Mia. _Uma delas escrito “NOIVA” em letras bem grandes, e duas escrito “MADRINHAS”.

—Ok. Querem dar uma olhada nos modelos. – Perguntou sorrindo pra mim. Achei um pouco estranho, mas ignorei.

Adam nos guiou até uma mesa e começou a tirar um monte de modelos.

—Estas são as mais vendidas. – Todas as camisetas tinham escrito noiva nas costas, mas a parte da frente tinha diferentes modelos. Uma delas tinha escrito, “Quem comeu, comeu. Quem não comeu, não come mais”. Achei engraçado, mas acho que Kate não iria gostar. Outra tinha a imagem de uma noiva em fuga com a frase “Ainda da tempo de fugir...” com um espaço para colocar o nome da noiva.

—Amei essa! Mas acho que meu irmão não via gostar muito. – Brincou Mia apontando para a última.

—Temos modelos mais tradicionais. – Disse Adam, pegando mais camisetas.

A da noiva tinha uma coroa na frente com as palavras “Noiva” e as de madrinhas tinham a mesma coroa, mas estava escrito “Time noiva”.

—Bonitinhas, mas achei elas meio sem graça. – Disse Mia, eu estava apenas observando.

—O que você achou? – Perguntou Adam olhando para mim.

—Hum... Eu não sou muito boa nestas coisas. Achei todas muito lindas. – Respondi sem graça. Mia ficou nos olhando, mas logo tomou controle da conversa de novo.

—Você tem mais? – Perguntou.

—Sim, vocês também podem personalizar as camisetas com o nome da noiva.

Ficamos olhando mais algumas camisetas e acabamos escolhendo uma camiseta dourada com “Noiva” com uma coroa em cima. E as nossas eram pretas com “Bride Squad” escrito em dourado.

—Vão querer mais alguma coisa? – Perguntou Adam.

—Não obrigada. – Respondeu Mia.

—Posso deixar meu telefone com vocês, caso precisem de camisetas customizadas de novo. – Falou olhando para mim e eu fiquei parada sem conseguir responder.
        _Adoraríamos. – Respondeu Mia por mim.

Pegamos nossas camisetas e o cartão de Adam e saímos da loja.

—Ele é lindo. – Falou Mia sorrindo.

—Do que você está falando?

—Para com isso. Vai me dizer que não percebeu que ele estava dando em cima de você?

—Não sei do que você está falando, ele estava sendo apenas gentil.

—Gentil? Ana ele te deu o telefone dele. Tenho certeza que vai estar esperando sua ligação.

—Deixa de besteira Mia, vamos logo! – Falei puxando-a em direção ao carro.

—Você deveria começar a reparar mais ao seu redor. – Comentou quando entramos no carro. _Não sei se você já reparou, mas você é muito bonita e chama muita a atenção do publico masculino.

—Não estou interessada Mia. – Respondi.

—É por que você ainda não achou o cara certo, mas você só vai acha-lo se parar par olhar ao redor.

—Eu já achei o cara certo, Mia, e ele se foi. – Respondi, não querendo parecer melancólica, mas sendo mesmo assim.

Mia suspirou e olhou para mim.

—Eu sei que Nick foi o amor da sua vida. – Falou insegura, o que era entendível considerando minha reação sempre que falávamos dele. _Mas não acho que tenha que ser o único. Eu sei que existe alguém para você esperando você dar uma chance.

Mia talvez estivesse certa, meu amor por Nick não vai mudar nem ser esquecido, mas isso não quer dizer que não possa amar outra pessoa. Demorei dois anos e precisei ouvir essa verdade de algumas pessoas para conseguir entender.

—Ainda acho pedir de mais esperar por mais um grande amor, depois do Nick, ninguém tem tanta sorte, mas talvez você esteja certa. – Falei surpreendendo Mia.

—Serio!? Não acredito que você realmente está concordando comigo. Estou tão feliz por você. Meu deus, mas posso esperar! Podemos criar um perfil naqueles sites de relacionamento e...

—Pode parar com isso. Não estou pensando em arranjar um novo namorado ou o novo amor da minha vida, mas talvez eu devesse começar a sair, me divertir um pouco... – Falei um pouco nervosa.  

—Não acredito que Anastácia Steel está falando de relacionamentos de uma noite só! Eu entendi certo? – Falou mais alto do que eu gostaria.  

—Você não precisa fazer um escândalo por isso, somos adultas e eu não quero começar um novo relacionamento, ainda não estou pronta para isso. “Baby steps”.

—Tudo bem, já é um começo e acho que você deveria começar ligando para o Adam. Ele é muito bonitinho e jovem, não parece estar querendo nada sério.

—Não força a barra, Mia. Tudo ao seu tempo, ainda estou me acostumando com a ideia.

—Tudo bem, só não demore muito. – Brincou.

Mia me arrastou para umas cinco lojas de festa e de fantasia. Eu pensei em reclamar, mas desisti quando vi que ela estava muito feliz, não queria ser a responsável de arruinar sua diversão. Assim que ela conseguiu tudo o que queria, coisas que eu considerava desnecessárias e que, provavelmente não usaríamos; decidimos almoçar. Fomos até um restaurante no centro da cidade, um dos favoritos de Mia, ela queria que eu experimentasse. Assim que chegamos fomos recebidas por um homem muito educado e bem vestido, já podia ver que era um restaurante caro e estava pensando que gastaria todas as minhas economias antes daquele casamento.

—Você vai adorar a comida daqui. Foi o Chris que me trousse aqui pela primeira vez, o trabalho dele é aqui por perto. – Comentou e eu fiquei um pouco desconfortável lembrando dele e da nossa mais recente amizade.

Fomos levadas até a nossa mesa e não demorou muito para que um garçom nos atende-se. Como eu não conhecia nenhum daqueles pratos, deixei Mia escolher por mim, ela jurou que eu gostaria. Estávamos esperando nossos pratos enquanto conversávamos, mas em algum momento Mia olhou por cima do meu ombro e sorriu. Eu estava de costas para a porta, então imaginei que alguém que ela conhecesse tivesse chegado. Me virei e vi Christian entrando no restaurante vestindo um terno que se encaixava perfeitamente em seu corpo.

—Oi Chris! – Chamou Mia.

—Que surpresa encontra-las aqui. – Disse se aproximando da nossa mesa. _Anastácia. – Disse me cumprimentando.

—Christian. – Disse em resposta.

—Você quer almoçar com a gente? – Perguntou Mia. _Acabamos de fazer nosso pedido. – Parte de mim desejava que ele dissesse que não. Não queria ter que encara-lo durante o almoço inteiro.

—Adoraria, mas já tenho planos. – Respondeu. E outra parte de mim ficou decepcionada. Mas que merda! Por que eu estava me sentindo assim?

—Tudo bem, então. – Respondeu Mia.

—Tenham um bom almoço. – Disse se despedindo e saiu andando.

O segui com olhar enquanto andava pelo restaurando. Parou frente a uma mesa onde uma mulher estava sentada. A mesma se levantou assim que percebeu sua presença. Ela era muito bonita, corpo cheio de curvas, cabelo loiro e longo, e vestia roupa muito elegantes. Muito diferente de mim.

—Ela é bonita, não? – Perguntou Mia, me pegando no flagra.

—O que?

—A mulher que está com meu irmão.

—Ah, sim. Ela é muito bonita. – Afirmei sem dar importância. _Você acha que é a namorada dele? – Quando vi já tinha perguntado. Mia me olhou com um pequeno sorriso.

—Duvido, Christian não é do tipo que namora. – Respondeu, mesmo achando que ela queria ter falado outra coisa.

—Como assim? – Perguntei e pude ver satisfação no olhar de Mia. Maldita curiosidade.

—Christian nunca namorou, pelo menos não que a gente saiba. Elliot tem certeza que ele é gay. – Brincou. Mas eu sabia que ele não era.

—Nossa isso é estranho, ele deve viver rodeado de mulheres.

—Talvez ele não tenha achado a certa. – Disse com um sorriso no rosto. Eu estava prestes a responder, mas nossa comida chegou. Aproveitei o momento para mudar de assunto.

Quando eu e Mia estávamos comendo nossa sobremesa, vimos Christian e a mulher que o acompanhava se levantando e saindo do restaurante. Quando ele passou por nos duas me lançou um sorriso cínico que me encheu de raiva.  Ele estava com outra mulher e ainda tinha a coragem de fazer isso! Quem ele pensa que é? – Pensei irritada com a sua atitude.

Mas por que isso estava me incomodando? No final das contas ele não me deve nada, é livre de sair com quem ele quiser, mas por algum motivo estava me sentindo irritada com... ciúme? Não! Claro que não, deve ser outra coisa...

—Você está bem Ana? – Perguntou Mia.

—Claro, por que? – Me fiz de desentendida.

—Você estava olhando para eles como se quisesse mata-los. – Brincou.

—Deixa de ser besta Mia, não estava olhando de nenhuma forma diferente. – Neguei. _Agora vamos pagar logo

—Sim senhora! – Disse seria e riu logo em seguida. Mia chamou o nosso garçom para pedir a conta, mas nos surpreendemos com a noticia de que Christian já tinha pagado nossa conta. _Meu irmão é tão considerado.

—Não foi essa a imagem que eu tive...

—Você só conheceu um lado dele, mas ele é um ótimo irmão.

—Então podemos dizer que ele é bipolar. – Brinquei, fazendo Mia rir.

—Algo parecido... Christian teve um começo de vida difícil.

—Como assim? – Perguntei curiosa.

—Bom... Christian foi adotado pelos nossos pais quanto tinha quatro anos e antes disso a vida dele foi muito difícil. – Disse Mia um pouco triste. _Eu não sei exatamente o que aconteceu com ele, nossos pais nunca entraram em detalhes e ele nunca gostou de conversar sobre isso. Mas quando ele chegou em casa, mal falava e a única que podia tocar nele era nossa mãe, e mesmo assim era complicado de vez em quando.

—Nossa, eu não fazia ideia. – Estava chocada com essa informação. Christian tinha essa imagem de todo poderoso, nunca pensaria que ele tivesse passado por coisas horríveis na infância dele.

—Não fala que eu te contei. – Disse Mia rapidamente, claramente arrependida por ter me contado.

—Não se preocupe, não vou falar nada. – Prometi, mesmo por que não tinha direto de falar sobre a vida de outra pessoa e duvidava que algum dia Christian e eu tivéssemos intimidade o bastante para conversar sobre isso – Esse pensamento me deixou um pouco desanimada.

—Bom, você quer ir lá pra casa e passar o resto do dia comigo? – Perguntou Mi. _Estou de férias, Kate está o tempo todo com Elliot e aquela casa é muito grande, me sinto sozinha. – Disse fazendo drama.

—Tudo bem! Podemos ir. – Falei desistindo.

Mia pulou de alegria e me arrastou até seu carro. Durante o caminho à sua casa não parou de falar sobre as coisas que faríamos, a maioria delas era sobe o casamento. Queria me mostrar onde seria montada a pista de dança e onde estariam as mesas durante a recepção. Já que tudo foi muito rápido, não houve tempo para alugar um local, então tanto a cerimonia como a festa seriam realizadas na casa dos pais de Mia que, para mim, parecia uma mansão, mais do que adequada para realizar um casamento.

—O que você achou da minha ideia? – Perguntou enquanto andávamos pelo jardim.

—Acho que vai ficar lindo. – Falei imaginando aquele local arrumado cheio de flores.

                        Mia e eu passamos o resto da tarde conversado, vendo televisão e comendo salgadinhos, me fazendo recordar da época em que estávamos na escola e passávamos horas conversando de noite e comendo porcarias. Sentia muita falta disso. Quando estava escurecendo, Kate apareceu se juntando a nós e quando eu falei que precisava ir a mãe de Mia me convenceu a ficar para o jantar, e eu não pude recusar, ela era muito doce e gentil para dizer que não. Mais tarde Mia acabou me convencendo de passar a noite na casa dela, prometendo me deixar em casa na manhã seguinte. Eu aceitei depois de lembrar que tinha deixado comida o bastante para Gus.

Foi divertido passar a noite na casa de Mia, ficamos conversando até tarde como fazíamos antigamente e acabamos dormindo na sala. Na manhã seguinte acordamos com um barulho vindo da entrada.

—Esqueceram de como subir as escadas. – Disse uma voz atrás de nós. Eu levantei em um pulo e dei de cara com Christian, perfeitamente vestido, de pé ao lado do sofá.

—Para de ser chato Christian! – Disse Mia se espreguiçando, ainda deitada. Ela estava superconfortável com a situação. Claro! Era o seu irmão. Mas a única coisa que EU conseguia pensar era que devia estar horrível, com cara de sono e os cabelos bagunçados.

Mia se levantou e foi abraçar o irmão.

—Tem muitas camas lá em cima, sabiam? – Brincou com a gente, enquanto levantávamos. _Mas se nenhuma delas for do seu agrado, sempre tem a minha. – Disse baixo, para que apenas eu ouvisse, assim que passei do lado dele. Eu olhei pra ela chocada pelas palavras, mas ele apenas sorriu e foi andando atrás de Mia.

—O que faz aqui tão cedo, irmãozinho? – Perguntou Mia.

—Mamãe pediu que eu passasse aqui para buscar umas caixas. – Respondeu pegando uma xicara de café na cozinha.

—Daqui você vai pro trabalho? – Perguntou Mia de forma suspeita.

—Vou, nem todo mundo se pode dar ao luxo de dormir até tarde no sofá.

—Eu estou de férias, você deveria experimentar isso de vez em quando. – Brincou Mia. _Mas já que você esta indo ao trabalho, você podia deixar a Ana no caminho. – Disse me olhando logo em seguida. Eu desejei poder matar Mia nesse exato momento. – O apartamento dela é no caminho do seu trabalho. Você não se importa, não é? – Disse sorrindo.

—Claro que não. – Respondeu Christian com um grande sorriso.

—Perfeito! Eu sei que falei que te deixaria em casa, mas lembrei que preciso resolver algumas coisas. Tudo bem pra você, né? – Perguntou sínica.

Eu apenas forcei um sorriso, por que abrisse a boca, falaria coisas não muito agradáveis.

—Vou sair daqui a pouco, da tempo de você tomar café da manhã. – Disse Christian apontando para a mesa cheia de coisas.

De novo, preferi não falar nada, apenas balancei a cabeça e peguei algumas coisas para comer. Mia ficou sentada do meu lado sorrindo, como se tivesse ganhado um presente, já Christian sumiu no segundo andar, mas não demorou muito em descer carregando algumas caixas.

—Está pronta, Anastácia? – Disse entrando pela porta.

—Sim. – Me limitei a responder. _Até mais, Mia. – Falei chegando perto dela. _Você me paga. – Disse enquanto à abraçava.

—A gente fala mais tarde, Aninha.

Antes que eu pudesse responder, Mia saiu correndo em direção ao segundo andar. Quando me virei Christian estava me esperando com a porta da sala aberta. Ambos saímos da casa o seu carro se encontrava na entrada, com um homem segurando a porta aberta para nos dois.

—Anastácia, este é o Taylor, meu chefe de segurança.

—Senhorita. – Comprimento o homem.

—Bom dia, é um prazer Taylor. – Cumprimentei de forma amigável.

—Taylor vamos passar na casa da senhorita Steele antes de ir para a empresa.

—Sim, senhor.

Ambos sentamos na parte de trás do carro e Taylor começou a dirigir.

—Como tem passado Anastácia? – Christian iniciou uma conversa.

—Muito bem, obrigada.  E pelo que vi ontem, acredito que você também esteja bem. – MALDITA BOCA! Pude ver Christian sorrindo levemente pelo canto do olho.

—Não sabia que você reparava tanto em mim. – Brincou.

—Reparo apenas nas coisas que acontecem ao meu redor. – Tentei salvar o pouco de dignidade que ainda me restava.

—Gosto de pensar que você presta mais atenção em mim.

—Você pode pensar o que quiser, não deixar de ser apenas um fruto de sua imaginação.

—As coisas são bem melhores na minha imaginação. – Disse me olhando diretamente. Nesse ponto eu não consegui mais responder, me limitei à virar de costas e olhar para fora do carro. Pude ouvir Christian rindo baixinho, mas não de importância.

—Mia me disse o bairro onde você morava, mas preciso do endereço certo. – Disse Christian depois de alguns minutos.

—Você pode me deixar aqui, minha casa não é muito longe, - Falei vendo que estávamos bem perto de casa.

—Eu falei que te deixaria em casa e não perto, Anastácia.

—Não precisa....

—Anastácia, você não vai sair deste carro a menos que me diga onde você mora. – Disse em um tom sério. Um tom que poderia ter assustado a qualquer pessoa, mas o efeito e mim foi diferente... Eu gostei. Desvie o olhar tentando não transparecer minhas emoções e respondi sem olhar para ele.

Chegamos à porta do meu prédio em menos de dois minutos, nenhuma palavra foi dita no tempo decorrido.

—Entregue. – Disse sorrindo.

—Obrigada pela carona, espero não ter te atrasado. – Disse tentando agir normalmente.

—Não me atrasou, sou o chefe, posso chegar no horário que eu quiser. – Disse cheio de si.

—Privilegio de poucos.  -Comente. _Até mais, Christian e obrigada pela carona. – Disse pronta para abrir a porta do carro, mas Taylor foi mais rápida que eu, e quando vi ele já estava abrindo minha porta.

—Não precisa agradecer senhorita Steele.

Cheguei no meu apartamento precisando urgentemente de um banho, não por me sentir suja, mas me sentia queimando por dentro. Christian Grey consegue mexer comigo, mais do que eu gostaria de admitir, Nesse momento lembrei da minha conversa com Mia, sobre voltar a sair, nada serio, apenas para me divertir. E essa conversa se misturou com a que tivemos no restaurando, a do Christian não namorar, ter apenas amigas. Talvez ele fosse uma boa forma de começar...


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