I'll Break Your Heart escrita por Eponine


Capítulo 1
Already Broken


Notas iniciais do capítulo

ALOOOOOOO ALOOOO
LEIA LEIA
LEIA LEIA

TEM POSSIVEIS SPOILERS DE CURSED CHILD, TEJEM AVISADOS

A
LEIA
LEIAAAAA
ALO ALO



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Ludovico Einaudi - Experience

 

 

Astoria era cegamente apaixonada por Scorpius.

Praticamente rastejou-se pelo quarto, em direção da janela, sorrindo para Draco e Scorpius no jardim, testando a nova vassoura do garoto. Ela tocou seu peito, com a respiração fraca. Sorriu enormemente, admirada. Seu filho era a pessoa mais linda que já vira no mundo. Talvez os ditados fossem verdadeiros, as mães são cegas de amor. Sentiu-se mais fraca do que já estava quando voltou para perto da cama, sentando-se.

Tomou ar, ofegante. Sentia que seu pulmão estava se desfragmentando.

Nunca sentiu tanto ódio em sua vida, nem mesmo quando inventaram boatos maldosos sobre sua família. Sua incapacidade estava lhe enlouquecendo a ponto de pensar em suicídio toda vez que mal consegue chamar Scorpius, com seu pulmão lhe traindo todas as vezes. Sente-se uma farsa, uma Malfoy não é fraca.

Era uma mulher amaldiçoada, sabia disso e avisara Draco:

“Vou quebrar seu coração”, alertou.

Ela, os pais de Draco e até mesmo os Greengrass tentaram evitar aquele casamento destinado ao fracasso. Ele sabia que seu destino era ficar viúvo, mas insistiu, por quinze anos, investiu em duas pesquisas em busca da cura, perdendo metade da fortuna dos Malfoy.

“Já está quebrado”, retrucou.

Idiota, quem se casa com uma mulher marcada para morrer? Sabia que não duraria muito, os Greengrass estavam em extinção há décadas, fora um milagre sua avó ter sobrevivido o suficiente para criar ela e sua irmã, já que seus pais morreram. Mais uma família de sangue puro sendo morta. Sentia um desespero contínuo, mas não por conta da morte, mas pelo que vem depois para os que ficaram.

Todas as noites reforça a Draco, como se fosse seu último dia na Terra:

Ensine-o a respeitar as mulheres.

Faça com que ele seja um bom garoto.

Por favor, cuide da saúde dele. Faça os testes, gaste todo o seu dinheiro para achar a maldita cura se Scorpius tiver essa maldição. Salve meu bebê, Draco, prometa.

Prometa-me, Draco, salve meu filho.

Não deixe que ninguém faça mal a ele.

Morra, mas acabe com esse maldito boato, não quero que riam dele, quero que ele seja um garoto normal, com uma família normal...

Case-se novamente. Dê uma mãe a ele.

Ela gosta de dormir agarrada em Scorpius, rindo de suas aventuras com seu amigo Albus, imaginando como seria o garoto. Não queria assustar seu amigo com seu rosto cadavérico e suas tosses incessantes. Ainda mais um Potter. Ouvia com atenção os relatos de Scorpius, não estranhando ele não ter nenhum outro amigo além do Potter. Chorava de angustia quando o filho não estava, tinha medo de apontarem para ele em Hogwarts, de o isolarem, e sentia-se de dor ao ver que o filho capava essa realidade para que a mãe não sofresse.

Como era apaixonada por ele, amava tudo que ele amava, faria tudo que ele lhe pedisse. Amava admirá-lo durante o sono, fascinada em quão branco um cabelo pode ser e quão dócil pode ser sua fisionomia ao sono. Sempre tão recatado, tão retraído e silencioso na presença dos outros... Ele sabe o que pensam dele e sente vergonha, como se fosse o culpado. O mundo ficaria até quando sem saber que seu bebê era um garoto engraçado, atrapalhado e dócil, sempre com um sorriso para dar, implorando por aceitação.

“Aquele... Maldito do Potter quer separar Albus de Scorpius a qualquer custo!”, relatou Draco, vestindo-se, irritado. “Eu sinto vontade de estrangulá-lo. Primeiro ele espalha aquele boato maldito e ainda atrapalha a vida de Scorpius!”

Astoria assiste o marido ir e voltar, todos os dias, sente pena dele, não tem uma esposa, tem uma morta em sua cama.

“Se ele ousar dizer algo para Scorpius...”, Draco abotoou o último botão, trêmulo. Olhou sua esposa, sério, como se estivesse com medo de si mesmo. “Eu o mato, Astoria. Não estou blefando, eu tenho coragem”.

“Não pode mata-lo, precisa cuidar de Scorpius”, sorriu ela, abrindo os braços para seu marido. O homem deu-lhe um sorriso dolorido, indo em sua direção. Beijou-lhe todo o rosto, dócil, dizendo o quanto a amava, o quão preciosa ela era para ele, que não conseguia respirar sem ela, que em breve sairia de férias e ficariam o dia inteiro juntos, assim como Scorpius voltaria para o Natal.

Ela deu-lhe um olhar pesado, querendo chorar.

“Não... Não, por favor”, implorou ele, beijando os olhos encharcados. “Você precisa me deixar encher essa casa, traga todos os seus parentes, eu peço para que Theodore traga suas netinhas, elas são duas pestes, você vai adorá-las”.

“Não quero que me vejam assim”, implorou ela.

“Astoria, pelo amor de Merlin...”

“Draco, não”, reforçou, ainda chorando. Não havia choro em si, estava tão lotada de lágrimas que elas simplesmente saiam sem chamar atenção. O homem pareceu incrivelmente velho quando assentiu, beijando a testa da esposa. Ela assistiu seu marido sair do quarto, com sua maleta e fechou os olhos, temerosa. Ficou algumas horas no silêncio, olhando a foto em sua cabeceira. Sempre ficava admirada em quão lindo Scorpius é.

Sua respiração ficou tão apertada com o tempo, que tentou fazer uma bolha de ar, mas não conseguiu. Seus pulmões negaram-se a puxar ar novamente.

Olhou a foto de Scorpius.


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Notas finais do capítulo

Minha Astoria normalmente é loura e azeda, mas agora eu tenho a que morre e está fraca demais para ser filha da puta.

SOFRAM COMIGO! ;(


Segundo capítulo dessa história, no POV do Draco:
https://fanfiction.com.br/historia/695579/Already_Broken/


Obrigada por ter lido.