Imperfeitos escrita por Rayanne Granger


Capítulo 11
Vigiados


Notas iniciais do capítulo

Estou aqui com mais um capítulo, que até agora foi o mais difícil de escrever, mas felizmente chegou.
Boa leitura.



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Poderia está em um pior dia de trabalho? Foi isso o que Hermione perguntou para si mesma. Ela não conseguia se concentrar em nada, o que não era normal já que era uma das melhores nutricionista do hospital. Aquela mensagem rodava sua cabeça como se quisesse infiltra-la, só conseguia pensar em uma coisa: ele está atrás dela. Rodava pelo consultório sem saber exatamente para onde ir, foi quando ouviu seu celular tocar. Com as mãos tremulas o pegou do bolso. Era Rony. 

 

—Oi Rony. 

—Oi Mione, eu só queria pedir desculpa pelo beijo que roubei, na verdade não era para a Gina ficar sabendo. 

—Tudo bem—Falou com a voz baixa—Rony. 

—Sim. 

—Podemos nos encontrar hoje? 

—Claro, mas, porque? Quer dizer...você está bem?—Rony estranhou o modo que Hermione estava falando e principalmente pelo pedido dela. 

—Estou! Só quero me distrair hoje.—ela mascarou os acontecimentos. 

—Ok, onde você quer ir? 

—Pode ser no bar. 

—Tudo bem, até mais então! 

—Tchau. 

 

Hermione voltou a sua sala e tentou trabalhar, já que a sua mente vagava para as mensagens que recebeu. Teve vontade de jogar o celular na parede para poder não ter o azar de lê aquelas palavras novamente, por mais que tivesse vontade de fazer isso se segurou, não era rica para quebrar um celular toda vez que tivesse  um mal dia. Respirou fundo e tentou focar em seu trabalho. Não teve sucesso, então resolveu pegar suas coisas e ir embora antes que sua chefe percebesse, e já que a mulher não era um anjo de pessoa resolveu não arriscar. 

 

Caminhou até a cantina do hospital e pediu um café quente, normalmente pediria um capuccino, mas naquele estado não sentiria o gosto adocicado do mesmo. O café desceu como tequila, como o esperado não sentiu o gosto, só queria colocar seus pensamentos no lugar antes de dirigir. Fechou os olhos e fez sua tática para se acalmar, contou de um à dez. Quando estava mas calma foi até o estacionamento e dirigiu até o bar onde encontraria Rony. Entrou no bar e seus olhos bateu em uma mesa perto do pequeno palco, lá estava Rony e não estava só. 

 

Uma moça de cabelos pretos como carvão e olhos verdes estava ao seu lado com um sorriso maior que o do gato da Alice, Rony não ficava por fora com a mão por cima de seus ombros. Toda a raiva que Hermione tentou mascara se revelou com aquela cena, seu dia estava péssimo e a única pessoa com quem ela achava que poderia se distrair estava muito bem acompanhado por outra pessoa. Queria dá meia volta e sair daquele bar, mas não deixaria eles naquela intimidade toda. Caminhou a passos largos até a mesa. 

 

—Estou atrapalhando algo?—perguntou irônica. 

Os olhos da moça avaliou Hermione de cima a baixo o que só aumentou sua raiva. 

—Mione—Rony levantou-se e deu um beijo em sua bochecha— Você nunca atrapalha. 

—Claro que não—disse a moça sarcástica. 

Hermione escutou aquilo —apesar dela ter dito baixo—O sangue correndo nas veias por tudo que aconteceu naquele dia.  

Quem é você na fila do pão garota?—Seu pensamento gritou. 

—Oh desculpe eu não queria atrapalhar, mas acontece que foi eu quem chamei o Rony, então se está incomodada a porta da rua é serventia da casa—Foi fria. Os olhos da mulher quase saltaram das órbitas segundos antes dela dá um sorriso amarelo. 

 

—Tudo bem, já estava de saída—levantou-se e deu um beijo no canto da boca de Rony—Pode me ligar a qualquer hora—e saiu rebolando. 

Rony sorriu, mas ao vê o olhar mortal de Hermione pigarreou. 

—É...tudo bem? Quer uma bebida? 

—Eu não estaria aqui se não quisesse—Fria novamente. 

Rony chamou o barman e pediu dois copos de rum. 

—Então...—começou Hermione que já tinha tomado metade do copo—Quem era a moça? 

—A Joyce? Ninguém muito importante—bebericou um pouco de rum—Conheci ela hoje, e como estava sozinho resolvi bater um papo! 

 

—Parece que vocês fizeram mais do quer só bater um papo—murmurou—Até trocaram o número de telefone. 

—Ela que me deu o número, eu não—retrucou. 

—Sério? E aquele sorrisinho que eu vi no seu rosto era miragem? Não, era mas uma tática do Rony Macho Alfa. 

—Macho Alfa?—engasgou-se Rony—Mione, do que você está falando? Eu não sou um Macho Alfa. 

Hermione estreitou os olhos. 

—Bem...pode ser que eu seja, mas isso não vem ao caso agora, eu estava te esperando pra gente conversar. 

Hermione suspirou. 

—Ok Rony desculpa, eu só tive um dia cheio hoje—esvaziou o resto do copo. 

—Percebi. Quer me contar? 

—Talvez! Mas não agora, só quero sua companhia. 

—Tudo bem! 

 

Minutos se passaram e a única coisa que se ouvia era o barulho dos copos batendo na mesa. Já estava no terceiro copo de rum e Hermione parecia sombria por fora, mas dentro estava muito confusa. Estava precisando de alguém para dizer que tudo ficaria bem, mas não estava disposta a contar seus problemas para Rony, não agora. Os pensamentos estavam se embaralhando em sua cabeça, foi quando viu um homem estranho entrar no bar, com óculos escuros. Claro que ela se assustou, afinal, quem usa óculos assim às 19:00hs da noite? 

 

—Rony...tenho que ir. 

—Fica mais um pouco, está cedo. 

 

Ela olhou em direção ao homem. Constatou que algo estava errado, ela tinha encontrada um cara bem parecido e com o mesmo óculos, e minutos depois aparece aquela mensagem, poderia ser coincidência, mas não queria arriscar, precisava ir. 

 

—Eu realmente tenho que ir Rony. 

—Deixa eu pelo menos te levar, você veio de carro e bebeu mais do que eu. 

—Ok, tudo bem. 

 

Saíram do bar sobre olhares do tal homem, o que fez Hermione ficar mais nervosa. Rony dirigiu até o apartamento dela devagar, não bebeu tanto quanto ela, mas ainda sim bebeu, todo cuidado era pouco. Quando chegaram Hermione pareceu não querer entrar, ficava olhando o prédio de cima a baixo como se esperasse alguma coisa os atacar. 

 

—Quer que eu entre com você?—Rony sugeriu. 

—Quero. 

Entraram em silêncio, Hermione ligou a luz da casa e jogou a bolsa do sofá. 

—Eu já volto, sinta-se em casa—avisou. Foi para o quarta e colocou um pijama, não estava se importando se Rony acharia bizarro seu pijama com estampas de limões. Bebeu um copo de água e voltou a sala. 

 

Rony estava sentado no sofá com as mãos apoiadas nas costas do mesmo, quando viu Hermione estendeu a mão para ela se aconchegar em seus braços. 

 

—Não vai me dizer o que está acontecendo? E nem adianta dizer que não é nada, eu sei que você está mal assim por alguma coisa—perguntou fazendo carinhos em seus cabelos. 

—Recebi uma mensagem hoje, foi isso que me deixou mal. 

—E o que dizia essa mensagem? 

 

Ela se aconchegou mais em seus braços e ficou calado por um tempo. Como iria dizer que estavam atrás dela? Rony não tinha nada a ver com isso, queria apenas ficar com ele e esquecer tudo daquele dia. 

 

—Nada que eu queira lembrar, só quero ficar aqui com você! 

Rony resolveu não pressionar, seja o que fosse que aquela mensagem dizia, não era hora dele ficar perguntando, cedo ou tarde ela iria falar. 

—Tudo bem! Não precisa contar nada agora. 

 

Hermione suspirou aliviada, ele a entendia e isso só fez com que se apaixonasse mais, por mais que não quisesse isso, era incontrolável, ele estava ali com ela e isso já bastava para dizer que ela já não controlava o que sentia. Se aproximou e o beijou. 

 

O beijo pegou Rony de surpresa, mas não deixou de corresponder, era impossível não se deliciar com o beijo dela, algo em seu coração dizia que queria a beijar pra sempre, mas quem disse que ele dava atenção para um coração sofredor. Ele não poderia. Mas já era tarde demais. A beijou com gosto e só poderia dizer que se ela lhe pedisse a lua o beijando daquele jeito, ele pegaria o primeiro foguete para a Nasa. 

 

—Gostei do pijama!—Rony falou após o beijo. 

Hermione sorriu. 

—Claro que gostou, quem não gostaria de um pijama com estampas de limões? 

—Talvez a Gina, ela prefere unicórnios—falou beijando o topo de sua cabeça. 

—Foi uma pergunta retórica. 

 

Ele sorriu, ficaram calados por muito tempo até ele perceber que Hermione já tinha se entregado ao sono, a pegou em seus braços e foi em direção ao quarto, a colocou com cuidado na cama e procurou um edredom na parte superior do guarda-roupas. Estava fazendo frio. Quando já estava caminhando para fora, parou e a olhou, seus cabelos castanhos espalhados pelo travesseiro, seu peito subindo e descendo tranquilamente. 

 

—Eu não posso mais controlar o que sinto—sussurrou e foi embora. 

 

*** 

 

—O que mais descobriram?—a voz de Córmaco era ansiosa. 

—Ficamos um tempo em frente ao apartamento dela Sr. McLanggen, ela entrou com um homem e estão lá a mais de duas horas. 

—Um homem? Quem era? 

—Não sabemos senhor. 

Córmaco passou as mãos pelos cabelos em um claro sinal de impaciência. 

—Sabem pelo menos como ele é? 

—Alto, ruivo e com sardas! 

—Só isso? Sabem quantos homens ruivos altos tem nesse mundo? Não sabem nem o nome? 

—Para falar a verdade existe poucos ruivos no mundo senhor, a população mundial... 

—Poupe-me das suas aulas de geografia ou seja lá o que for, eu quero detalhes desse homem—exigiu. 

—Vamos descobrir senhor! 

—Pois tratem de fazer isso rápido. 

 

Não esperou resposta e desligou o celular. Um homem, ela estava com um homem, ele sabia que ela nunca o amou, mas porque tão cedo? Porque fugiu? A resposta era clara para ele, mesmo assim, ela não fugiria mais. Não tinha mas suas táticas de a obrigar a nada e isso era preocupante. A mulher que ele deixou para trás e a que fugiu dele tinha uma diferença gritante. 

 

Qualquer pessoa olharia para ele e diria que era feliz em sua posição. Pobres inocentes. Ele tinha acabado com duas vidas ao mesmo tempo sem precisar de armas, tinha acabado com um casamento e colocado uma irmã em uma situação difícil com seu irmão quando a própria descobriu um de seus segredos. O certo era deixar tudo isso como estava, mas não conseguia, queria olhar para a pessoa que fez mal e dizer que sentia muito, que era a única pessoa no meio dessa confusão com quem tinha afeição. 

 

Fechou os olhos e pensou no que iria fazer, ele não voltaria a Londres se não tivesse um grande motivo, ainda mais sabendo que correria um risco, certamente iria se reencontrar com pessoas que não gostaria de vê, e com absoluta certeza essas pessoas não soltariam fogos ao vê-lo. 

 

Mas seus problemas não estava só em Londres e isso era o que mais lhe assustava, teria que manter a discrição enquanto estivesse por lá, não queria que ninguém soubesse onde ele estava, isso traria mais problemas do que ele gostaria. Voltaria assim que resgatasse o que perdeu. 

 

*** 

 

Rony desceu o elevador mais contente do que deveria estar, tinha um sorriso bobo nos lábios e só foi perceber isso quando mirou o espelho a sua frente. Foi até um táxi estacionado na frente do prédio, estava tirando o dinheiro do bolso quando ouviu uma voz: 

 

—Com licença Senhor!! 

—Pois não—Rony virou-se e deu de cara com um homem de mais ou menos 1,76 m de altura, ele usava um colete preto e óculos escuros. 

—O senhor mora nesse prédio? 

—Não, eu estava acompanhando uma pessoa, por quê?—perguntou desconfiado. 

O homem parecia aborrecido. 

—Por nada, é que essas áreas são perigosas à noite, estamos alertando a todos que passam por aqui—falou olhando em volta. 

—Manterei isso em mente, boa noite—Rony entrou no carro que deu partida ganhando as ruas de Londres. 

O homem ainda ficou parado no mesmo lugar pensando se ligaria ou não para dá a informação, resolveu ligar, então em segundos apertou o botão de rediscagem que foi logo atendido. 

—E então?—ouviu a voz perguntar. 

—Eles não moram juntos, então certamente não são casados, mas com certeza tem um relacionamento, o ruivo pareceu bem desconfiado então não deu para descobrir seu nome, mas isso é só questão de tempo, logo logo saberemos praticamente tudo sobre ele. 

 

—Será que são namorados? hum...—perguntou mais para si—Ok, continue me dando informações e espero que dá próxima seja melhores. Pode ir para casa, mas amanhã cedo quero você de guarda. 

—Obrigado senhor, até amanhã. 

Desligou e foi embora, seu turno tinha acabado... por aquele dia. 


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?? então cometem *-* o que acharam da atitude do Córmaco?? espero suas opiniões. Bjs *-*



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