Quando Rony saiu Hermione se sentia mais feliz, apesar de estar um pouco decepcionada, Rony não estava apaixonado e ela devia tentar não se apaixonar também, mas as coisas não são tão fáceis assim. Estava em seus pensamentos quando Astoria entrou. 

—Conta-me tudo, não esconda nada. 

—Essa sua mania irrita, sabia? 

—Eu sei, agora desembucha. 

Hermione contou tudo o que ela e Rony conversaram na escada e em seu apartamento, Astoria apenas ouvia calada. 

—Até que... 

—Que... 

—Ele me beijou. 

Astoria arregalou os olhos e sorriu 

—Beijou? Beijou mesmo? De língua? 

—Sim! 

—Quem diria, nem parece aquela Mione que dizia que não tinha nada com o Rony e que... 

—Mas não tínhamos nada...até hoje. 

—Vocês estão namorando? 

—Não. 

—Então vocês só ficaram? 

—Tecnicamente sim... 

—E você não gostou? 

—Gostei, mas, não quero um cara só para ficar quando tiver vontade—desabafou—Eu quero um relacionamento serio. 

—E você falou isso pra ele? 

—Claro que não! 

Astoria deu tapinha em sua cabeça. 

—E porque não Mione? 

—Porque ele não quer, quando eu perguntei se ele ainda amava a Lilá ele não desmentiu não quero me iludir Tory, porque quem vai acabar se machucando sou eu. 

—Sabe do que isso me lembrou? 

—O quê? 

—Quando você me ligava de Istambul para falar do... 

—Não termine essa frase—interrompeu Hermione—É diferente, você sabe que nunca o amei... 

—Ok, desculpa—Astoria levantou as mãos em rendição. 

Ficaram um tempo em silêncio até Hermione o quebrar. 

—Ela era bonita? 

—Quem? 

—Lilá. 

—O que tinha de bonita, tinha hipócrita, não tenho provas, mas tenho quase 100% de certeza que no dia do casamento deles no civil, ela o traiu. 

—Como você sabe? 

—O Neville me disse, você sabe como ele é fofoqueiro. Disse que viu ela saindo de um motel acompanhada de um homem, se pelo menos ele tivesse visto a cara dele—lamentou. 

—Que nojenta! 

—Pois é, tenho que ir agora... 

Era sempre assim, Astoria aparecia e ia embora em seguida, Hermione já estava acostumada. 

—OK—deu um beijo em seu rosto—Tchau. 

Astoria foi embora, agora era só ela e seus pensamentos. 

*** 

No Dia seguinte... 

—Rony...—Hermione quebrou o beijo—Acho melhor eu ir, sua irmã pode não gostar de me vê aqui. 

Hermione estava no apartamento de Rony, ele tinha ligado para ela dizendo que queria vê-la, não tinha passado nem da porta e ele a puxou para um beijo, estavam ali há quase uma hora e quanto mais se beijavam, mais queriam se beijar. 

—A Gina?—ele sorriu—Acho que é o que ela mais quer, nos vê juntos 

—Mas... 

Ele a beijou de novo, e de novo, e de novo. 

—Delicia—sussurrou. 

—O que? 

—Seus lábios...são uma delicia. 

Hermione corou. 

—Você gosta de me deixar envergonhada, não é mesmo? 

Rony deu de ombros. 

—Só estou falando a verdade 

A porta abriu-se sobressaltando os dois. Era Gina. 

—Rony, porque a porta está quase abert...Mione?? 

—Olá Gina—cumprimentou 

—Atrapalhei alguma coisa? 

—Não, claro que não, já estava de saída. 

—Não precisa ir tão rápido, fica mais um pouco. 

—Desculpe, mas tenho que ir trabalhar. 

—Tudo bem, então. 

—Tchau Ron. 

Rony nem se importou que Gina estava observando, a puxou pela cintura e deu um longo beijo. Gina arregalou os olhos surpresa. 

—É...tchau Gina—falou envergonhada. 

—Tchau. 

Hermione saiu dali as pressas iria matar Ronald Weasley. Estava tão entretida irritada com a atitude dele, que trombou com algo, ou melhor, alguém. 

—Desculpe senhor...—Ela parou. Era impressão sua ou já tinha visto esse cara uma hora atrás perto de seu prédio? Ele estava usando óculos preto e um terno da mesma cor. 

—Não se preocupe Srta. 

Ela continuou andando e quando olhou para trás o homem ainda estava a encarando. Estranho. 

*** 

Córmaco estava em uma reunião de negócios quando seu celular tocou, todos o encararam, inclusive seu pai. 

—Desculpem, volto em um minuto. 

Ele saiu da sala e caminhou até a recepção, não havia ninguém vivo naquele lugar, apenas a recepcionista de cabelos verdes. 

—Ė melhor você ter boas noticias, porque acaba de me tirar de uma reunião muito importante—rosnou. 

—Achamos ela Sr. McLanggen. 

Córmaco sorriu e poderia jurar que se não fosse pela recepcionista o encarando, comemoraria como se tivesse feito um gol olímpico. 

—Onde ela mora? Me passem tudo. 

—Não sabemos exatamente onde ela mora, mas sabemos o bairro e o prédio. 

A porta da sala de reuniões abriu-se e o pai de Córmaco saiu carrancudo. 

—O que você pensa que está fazendo? Largue essa porcaria desse celular e volte para a reunião agora—rosnou. 

—Passe as informações para meu e-mail—falou para o detetive, e desligou. 

—Com quem estava falando? 

—Com minha secretaria, já está tudo resolvido—caminhou até a porta e a abriu, olhou para trás e viu seu pai o encarando com a sobrancelha arqueada— Vamos? 

Eles entraram na sala. 

*** 

Hermione estava andando pelas ruas de Londres. Não estava acreditando que tinha aceitado o convite de Rony para ir até seu apartamento, nunca tinha feito isso antes. Que merda ela tinha na cabeça? Certo que não tinham feito nada além de beijos e carinhos, mas estava nervosa e nem ela sabia o por quê. 

O seu celular vibrou anunciando uma nova mensagem, parou a caminhada para visualiza-la melhor. Era número desconhecido. Apertou e a mensagem abriu. 

"Olá querida, saudades?" 

Ela releu aquela mensagem três vezes. Será que era sua mãe mandando mensagem de um outro celular? Não, não era sua mãe, ela não costumava mandar mensagens, segundo ela, não havia motivos em digitar várias palavras se poderia digitar oito números e falar o que quisesse sem precisar corrigir. Será que tinham se enganado de número? A curiosidade a fez responder. 

"Quem é?" 

Era uma pergunta simples, para muita curiosidade, mas era a única coisa que vinha a mente naquele momento. Foi ai que percebeu que estava parada no meio da calçada feito uma retardada. Guardou o celular no bolso e caminhou até o trabalho. 

Meia hora depois Hermione estava caminhando pelo grande e branco corredor do consultório, a resposta do desconhecida havia chegado, contudo ela decidiu esperar até que chegasse em sua sala para poder lê-la. E foi o que ela fez, assim que entrou em sua sala, sentou-se em sua mesa e pegou o celular do bolso, com um toque a mensagem abriu-se.

"Não sabe quem é, Mili? 

Ela congelou. 

Mili... só uma pessoa a chamava assim, mas não poderia ser, essa pessoa estava longe, muito longe. Fechou os olhos, era um pesadelo, tinha que ser um pesadelo. Suas mãos começaram a suar, sua respiração estava falha. Uma enorme dor de cabeça a atingiu. Mirava o celular que estava em sua mão, com medo de receber mais mensagens ela o afastou, entretanto continuava o olhando como se estivesse hipnotizada. 

Bateram na porta e ela teve um sobressalto. 

—Pode entrar—sussurrou quase sem voz. 

—Dr. Granger, estão chamando a Srta.   na sala 56—Uma funcionaria muito simpática, colocou a cabeça para dentro da sala, mas ao vê a palidez de Hermione se prontificou a perguntar—A Srta  está bem? 

Hermione assentiu. 

—Diga que já estou indo, por favor. 

A funcionaria saiu e Hermione levantou-se devagar, no seu estado estava com medo de perder o equilíbrio e cai sentada. Olhou para o celular antes de sair e deu tempo de vê uma última mensagem do "desconhecido". 

"Eu disse que te encontrava" 

E foram apenas essas cinco palavras que a fizeram perder a paz naquele dia.