Teen Wolf Season 2- Waterproof escrita por Apenas Lorena


Capítulo 5
Kanima


Notas iniciais do capítulo

Oi todo mundo!
Mais um capítulo para vocês.
ENJOY!
Não se esqueçam de comentar ♥



Roupas da Loren => http://www.polyvore.com/krkv/set?id=204063395



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Stiles arrumou tudo enquanto eu fiquei plantada num canto com cara de doida.

—Stiles.- O chamei enquanto ele tirava alguns livros de cima da cama.

—Hum?-

—Acha que eu estou ficando louca?- Perguntei.

—Hum...Por que? Porque você disse que viu Peter Hale, que morreu queimado e está enterrado à sete palmos de terra? Não. Isso é super normal.-

Bufei. -Nem sei porque ainda tô aqui.- Baixei o olhar e fui em direção a porta. Se fosse pra ser dada como louca, era melhor ir pra casa.-

—Ei, espera! Não vai embora.- Stiles fechou a porta antes que eu pudesse sair.

—Pra quê? Pra quê ficar aqui se você não acredita em mim?-

—Loren, não é que eu não acredite em você. Olha, eu entendo, sabe? Deve estar cansada. Essa atmosfera, essa coisa de tutor maluco, agressão, processos jurídicos, violência. Isso é Beacon Hills. Você está estressada. Eu sei que presenciar a morte do Peter não foi uma experiência legal. Você só está traumatizada. Por quê não tenta relaxar um pouco? Esquecer isso?-

—Mas eu...-

—Mas nada. Você precisa dormir. Está tarde.-

—Não tô com sono.-

—Ok. Vamos fazer o seguinte: Se você esquecer dessa história de morto-vivo, relaxar e dormir por pelo menos 6 horas eu convenço o Scott a ir comigo na propriedade dos Hale e verificar se o morto continua lá. Que tal?- Falou me guiando (lê-se empurrando) até a cama e me fazendo sentar ali.

—Se contar pra ele, ele vai achar que eu sou doida.- Falei.

—Eu prometo que não conto. Só quando você deixar.-

—Ok.- Respondi.

Stiles se posicionou atrás de mim e tirou com delicadeza o cachecol.

—Ele não deveria ter feito isso.- Falou e senti ódio em sua voz.

—Isso foi...Eu nem sei o que foi.- Suspirei

—Isso não vai ficar assim. Não vai sair barato, Loren. Mais cedo ou mais tarde alguém vai notar.-

—Não podem notar. Não podem saber que eu andei apanhando de um idiota. É que dessa vez ele parecia maior, mais forte.- Alguma coisa mudou dele. Não era só a babaquice habitual. Era crueldade.- Falei. Senti a mão de Stiles passear pelo meu pescoço.

—Não foi só um ato impulsivo.- Falou.

—É, mais isso...Esquece isso.-

—Tudo bem.-

—Hey, eu quase esqueci! Tenho que falar com Red.- Disse, me levantando. Fui até minha bolsa e retirei o smartphone.

—Red?- Perguntei quando o telefone foi atendido.

—Errou, tenta de novo.-

—Dembe?-

—Uhum.-

—Dembe, boa noite. Cadê o John?- Perguntei.

—John está em Washington.-

—Fazendo?-

—Processando o Estado da Califórnia. Aparentemente eles acham que Kinney é o tutor perfeitamente adequado à você. Estamos com problemas, Loren.-

—Ele conhece gente.-

—Muita. Ele está comprando juízes, acessores...Red já investiu mais de meio milhão só em Beacon Hills.-

—Mande ele investir o que precisar, temos de sobra.- Falei decidida.

—Ele está falando com os chefões.-

—Ok.- Respondi suspirando. -Como vai a família, Dembe?-

—Minha neta nasceu ontem.-

—Que maravilha! Graças a Deus! Está sendo avô tão cedo. Nem posso imaginar! Mande minhas lembranças a sua família, Dembe Zuma.-

—Agradeço, senhorita Koreshkov. Preciso desligar.-

—Sim.- Respondi e desligamos a ligação.

—E então?- Stiles perguntou.

—Estou ferrada.- Respondi me jogando na cama. -Vou dormir.-

—Eu não estou com um pingo de sono.- Stiles falou entediado.

25 minutos depois...

Stiles estava rocando no colchonete ao lado da cama. Depois de cochilar cinco minutos, acordei e fiquei pensando na história do Peter Hale.

Me levantei silenciosamente e fui até o computador de Stiles. Me sentei na cadeira e liguei-o tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordá-lo, o que foi uma pena, pois assim que liguei o computador uma voz estridente afirmou que as definições de vírus foram atualizadas. Levei um baita susto e o meu coração pulou.

—Filha da mãe!- Praguejei baixinho. Stiles não acordou. Parecia uma pedra.

Comecei a pesquisar coisas aleatórias no Google. Extremamente entediada, pesquisei até como fazer um Coq au vin. Quando vi, já estava pesquisando sobre Tabuleiro de Ouija, jogo do copo e mediunidade.

Abri o Youtube para colocar uma música enquanto lia os artigos.

Eu tenho certeza que cliquei em "Panic! At the disco- I write sins not tragedies", mas não entendi bem quando Peter apareceu na tela. O nome do vídeo no Youtube era "Receita simples de Coq au vin com Peter Hale".

—Olá, Loren! Hoje eu vou ensinar como fazer um Coq au vin decente e maravilhoso, diferente da outra receita que você leu, porque aquela vai dar errado. Mas antes, vamos à alguns avisos. Eu sou real...- Antes que ele pudesse continuar à falar, fechei imediatamente a página, que reabriu.

—Ora, Loren, não seja rude! Se não for gentil comigo não vou falar o tipo de vinho que se usa na receita.-

—Não é real, não é real...- Comecei a repetir de olhos fechados, quando de repente uma frequência sonora fina e estridente soou no fone de ouvido tão alto que acho que poderia ter acordado Stiles. A frequência estava cada vez mais alta e chegou a me dar uma dor de cabeça muito forte. As coisas começaram à ficar escuras pra mim e apaguei, mas não antes de escutar uma frase ao meu pé de ouvido.

—Eu sou bem real, Loren.-

...

POV. Stiles.

Acordei de madrugada e fui imediatamente procurar Loren, só que não a encontrei na cama. Ela estava em frente ao computador. Não exatamente em frente, ela estava dormindo com a cabeça na mesa de escritório. Havia uma página aberta do Youtube, mas o vídeo não funcionava. Estava "Excluído pelo usuário". Estranho.

Eu sei que é invasão de privacidade, mas adoraria saber o que tirou o sono dela.

Apertei o Ctrl. H e abri o histórico de navegação. Onde encontrei várias pesquisas sobre coisas sobrenaturais, fantasmas, mediunidade, coq au vin e "Como me livrar do fantasma do Ex-Alfa morto pé no saco". Também tinha uma pesquisa "Como provar para meu amigo que eu não estou psicótica se falei pra ele que estou sendo assombrada por um lobisomem morto que tem cabelo sedoso e hidratado".

Ri baixo, mas fiquei preocupado. Talvez eu devesse dar um pouco de crédito a Loren, já que vivemos no meio de coisas sobrenaturais, mas é que fantasmas...? Não sei.

Peguei Loren e a levei para cama, onde ela deveria ter passado a noite. Lembrei que precisava levar o Jeep para o mecânico. Escrevi um bilhete avisando que iria dar uma saída.

...

Acordei meio esquisita. Eram 4 da madrugada e eu estava na cama. Eu tenho certeza que apaguei na mesa do computador de Stiles, que encontrei desligado e com um bilhete. Aparentemente o Jeep tá meio ferrado e ele levou ao mecânico.

Sinto que preciso falar com Derek. Eu tenho que saber onde está enterrado o corpo de Peter Hale.

Um detalhe sobre a morte dele é que ninguém, NiNGUÉM mesmo, me contou onde ele foi enterrado, se é que ele foi enterrado. Eu preciso saber se ele continua lá.

Enviei uma mensagem pra Dembe perguntando por onde anda Derek. Dembe Zuma não é só um afilhado, ou segurança pessoal de Red. Ele cuida de todo o sistema de mapeamento Koreshkov. Ele rastreia, protege, recolhe informações...Ele é muito bem treinado, fora que é formado em Literatura britânica por Oxford.

Ele sempre me mantém atualizada sobre "potenciais", que são as pessoas que vivem ao meu redor ou que oferecem risco a mim. No caso de Derek ele é um potecialzão. Depois de receber uma mensagem, fiquei sabendo que ele foi visto perto do antigo metrô de Beacon Hills várias e várias vezes, e como a casa dele está meio ocupada com corpos e etc...

Peguei minha bolsa, calcei meus sapatos e atravessei a rua. Não iria nem mortinha encontrar Derek e talvez um bando de lobos sem antes tomar um belo banho e trocar de roupa. Sem falar que está frio de mais a essa hora pra sair por aí de vestidinho de algodão. Depois de um banho quente rápido e trocar de roupa, calcei minhas botas e segui meu caminho.

A área era totalmente abandonada e escura, e existiam duas opções: Eu poderia encontrar Derek lá dentro, ou poderia ser morta, violentada, sequestrada, machucada...Enfim, as duas coisas são perigosas.

Desci as escadas silenciosamente.

—Não vai fazer isso de novo.- Disse irritado para Erica.

—Por quê? Porque eu sou uma beta?-

—Não. Porque eu tenho outra pessoa em mente pra você.-

—Terminamos? Porque eu tenho uns cem ossos que precisam de algumas horas pra sarar.- Isaac reclamou jogado em um canto. Derek fez uma cara de pena duvidável e chegou perto de Isaac. -Vem cá.- Falou pedindo o braço de Isaac. Quando eu achei que ele fosse ajuda-lo de qualquer maneira, ele quebrou o membro violentamente, de uma maneira que até eu ouvi os ossos quebrarem. -É cento e um.- Corrigiu.

—Aí! Esse doeu em mim.- Ironizei adentrando o local.

—Loren, o que está fazendo aqui?-

—Passeando no metrô desativado esquisito procurando incessantemente por um assalto às quatro da madrugada, e você?-

—Isso não tem graça.-

—Sabe o que não tem graça? Boyd estar no seu bando à oito horas e já estar cogitando sair. Carísma não é uma das suas qualidades, sabia Derek? Mas sabe quem tinha essa qualidade? O seu tio morto.- Quando falei isso, os olhares dos betas, que aliás, já estavam em mim, parecem ter ficado mais tensos e mais curiosos. Quem não parava de me olhar de uma maneira bem estranha era Erica.

Derek veio até mim em passos pesados e me puxou para um canto.

—O que tem o Peter?-

—Fora o fato de ele não estar tão morto assim? Nada, ele está ótimo.-

—O que quer dizer com isso?-

—Eu vi ele. Ele...- Estava complicado falar a palavra. Era tão ridículo que eu quase não consegui dizer. -Está me assombrando. Ele tem me perseguido por aí e invadido o computador do Stiles, e me ensinado receitas de Coq au vin...- Eu achei que Derek fosse rir da minha cara e me chamar de louca, mas foi muito pior que isso.

—Loren, me escute bem.- Começou.-Peter está morto. Eu sei disso porque eu o matei. Sei que pode ser difícil pra você, mas isso é só o estresse. Quanto tempo faz que não dorme?- Disse e segurou com leveza meu braço.

—Me solta.- Me afastei rapidamente. -Eu sei o que está pensando, mas eu não sou maluca.- Falei.

—Eu não disse isso, eu só acho que se talvez você descansasse um pouco...-

—Descansar? Como eu posso descansar se ninguém acredita em mim?-

—Deveria passar um tempinho na Eichen House.- Erica apareceu ao lado de Derek com um sorriso maldoso no rosto. O que diabos é Eichen House?. -Agora não, Erica.- Derek a repreendeu.

—Ué? Eu não falei nada de mais. Eichen house é pra onde gente maluca deve ir.-

—Erica...- Derek a repreendeu.

—Fica defendendo ela só por causa dessa sua quedinha ridícula...- Sua voz saiu amarga e cheia de rancor.

—Erica, já chega!- Derek perdeu a paciência e Erica seguiu seu caminho por um caminho escuro à passos largos.

Eu estava meio tonta. Aquela atmosfera de brigas, intrigas e todo mundo achando que eu sou maluca era muito novela mexicana pra mim.

—Não acredita em mim.- Resumi. -Ok, mas eu sei o que eu vi. Se eu estiver louca, eu mesma me interno na Eichen House.- Falei e dei as costas à Derek.

O sol já estava nascendo ao horizonte, mas as ruas de Beacon continuavam tão vazias quando as minhas chances de provar que não estou enlouquecendo.

—Esses é o pior defeito do Derek. Ele é incrédulo.-

—Ahh, por favor, lá vem você de novo. Não dá pra me deixar em paz só por um instante?-

—Não. Estou muito sozinho, Loren. Vamos conversar. Qual o seu filme de romance favorito?-

E ele me infernizou o caminho inteiro até a minha casa. Pelo menos Kinney não está aqui.

...

Depois de passar horas ouvindo a opinião de Peter sobre o final de "Te amarei para sempre", cheguei na escola para o segundo horário e passei o dia inteiro sem ver Scott ou Stiles. Entretanto, hoje eu tenho jogo de Lacross. E no exato momento estou no vestiário trocando de roupa e conversando com Danny.

—...Aí ele disse que era o tipo de todo mundo.- Falou me passando o agasalho do time.

—Narcisista.- Falamos ao mesmo tempo. Tirei a camisa para colocar a do time. Eu já me acostumei a trocar de roupa na frente do Danny. Ele joga no outro time, então não tem problema.

—Sutiã legal. Victoria Secrets?- Perguntou

—Uhum.-

—Loren, que marca é essa no seu pescoço?-

—Hum.. Ah, Isso? Eu levei uma queimadura de urtiga no jardim.- Respondi.

—A ultima pessoa que mentiu mal pra mim assim foi Isaac Lahey e ele sofria abuso do pai.- Falou e bufei me dando por vencida.

—Não vai contar pra ninguém.- Falei.

—Uma hora alguém vai desconfiar. A verdade sempre aparece.- Falou.

—Bom, nem que essa aparecesse eu conseguiria me livrar do meu problema.- Falei. -Vamos, o treinador Bobby deve estar azucrinando o resto do time.

—--

—Qual é! Você é adolescente mesmo? Eu vou querer ver a certidão de nascimento!- O treinador gritou para o "monstro" do time rival. É sério, logo logo ele vai exigir exame antidoping. 

—O quê ou quem é aquele experimento genético?- Perguntou para Stiles que estava no banco. Eu só tinha ido ali pra tomar um gole da minha garrafa d'água. Estou no jogo.

—Eddie Obomowitz, senhor.- Respondeu. -Chamam ele de "abominação".-

—Ai que porcaria.- Bufou. Eu larguei minha garrafa no banco e estava quase voltando ao campo. 

—Espera aí! Loren, minha filha, não vai lá. Ele vai te matar.-

—Treinador, eu já estou no jogo. Não posso fugir. Relaxa. Bebe uma água com açúcar. Eu vou voltar lá e tentar dar o meu melhor.- O reconfortei.

—Ok, ok.- Ele soou o apito. -Gente! Koreshkov no campo.- Avisou.

Voltei pro campo e vi que Jackson conversava com Scott. Cheguei perto o suficiente para entender que ele estava tentando convencer Scott à ganhar o jogo com seus poderes de lobo, mas Scott não queria. Então convenci Jackson a me dar cobertura, já que eu sou menor e um alvo mais difícil. Ao fim, conseguimos convencer o resto do time a me passar a bola. Começamos uma jogada e estava ficando cada vez mais complicado manter a bola no time, já que a abominação do Obomowitz estava derrubando todos. Ele deu uma boa pancada em Danny, que quase saiu do jogo. Só que estamos com um jogador a menos, que por acaso é Stiles, que por acaso está em uma missão de achar um livro do avô cão da Allison. Um livro que eu não faço a mínima ideia do que se trata porque ninguém está me falando nada desde que eu voltei.

Estamos completamente ferrados.

Ou estávamos, já que o treinador descolou um jogador de ultima hora. Que é ninguém mais ninguém menos que Boyd.

—Boyd! O que está fazendo aqui?- Perguntei.

—Dando cobertura. Eu pego o Obomowitz, você faz o ponto.- Falou.

—E se eu não conseguir? É melhor você...- Ele não deixou eu terminar de falar. Correu para um posto e me deixou com cara de moita no meio do campo.

Em um determinado momento da correria Danny me jogou a bola e eu meti o pé a correr. Obomowitz apareceu na minha frente e eu achei que fosse o meu fim, só que Boyd apareceu e fez cosplay de muro. Aí foi só eu dar uma escorregada acidental no chão quando eu estava correndo e pah! Acertei a bola em cheio. Eddie estava jogado no chão depois de ter esbarrado em Boyd.

Como eu já estava no chão, lá eu fiquei. O povo começou a comemorar e Boyd teve seus minutos de fama. Fiquei feliz por ele, e mais feliz ainda pela barrinha de cereal de coco com chocolate que me ofereceram como suborno em troca de eu me levantar e sair do meio do campo. Me levantei e tirei toda a "armadura" do lacrosse, ficando apenas de legging, camisa e cachecol. O jogo continuou sem mim e faltavam poucos pontos para ganharmos.

—Tá vendo, Greenberg? Por quê você não é um clone da Koreshkov?-

 

Entrei na escola e coloquei minhas botas de cano curto, depois saí à procura de Stiles.

—Stiles?- Chamei. Continuei minha busca e ouvi vozes vindo da área da piscina.

—...Ah, e tem uma calda também!- Explicou. O quê tem calda? Entrei no lugar e encontrei Derek, Erica e Stiles.

—Mas o que diabos...- Comecei a falar.

—Loren, sai daqui.- Derek falou com cuidado, me interrompendo.

—Sai daqui? Sai daqui você! Quem tem uma matrícula nesta instituição sou eu!- Me revoltei.

—Gente, que cara é essa?- Stiles perguntou. De fato, Erica olhava pra cima como se tivesse um palhaço assassino dançando hula na frente dela.

—Loren, sai daí devagar, vem pro meu lado.- Derek recolocou as palavras em um tom baixo.

—Meu filho, isso aqui não é Star Wars, não! Eu não vim aqui pra...- Ouvi um grito esquisito atrás de mim. Era meio que um rugido animal réptil. -Tem um bicho atrás de mim, né?- Presumi, sem me mover. Fiz uma careta de descontentamento.

—Tem sim.- Derek respondeu.

—Droga.-

Erica avançou em direção à coisa e ela lançou Erica contra uma parede. Corri puxando Stiles para o outro lado da piscina e o bicho veio atrás da gente. Derek tentou segurar o réptil e ele foi arranhado no pescoço. O que aconteceu depois foi interessante, porque o alfa fodão da história começou a ficar meio tonto e a passar mal. Voltamos e começamos a puxar Derek para a saída.

—Tá vendo ele, Loren?- Stiles me perguntou.

—Não. Essa coisa é uma lagartixa!- Falei.

—Liga pro Scott.- Derek disse. Ele estava cada vez pior. É como se o corpo dele não funcionasse mais.

Stiles começou a discar o número, mas deixou o telefone cair no chão. O pior é que o gênio soltou Derek, que caiu na piscina.

—Ah, droga!- Praguejou.

—Pega ele, eu ligo pro Scott.- Falei pegando o celular. Stiles se jogou na piscina e eu comecei à discar o número. Stiles pegou Derek e ficou com ele na piscina. -Acho que ele já foi.- Falou.

—Acho que não.- Disse Derek.

O bicho apareceu na minha frente.

—Merda.- Falei correndo desajeitadamente do réptil. Eu teclava o número enquanto corria desesperada. O telefone começou a tocar. E tocou. Por um bom tempo. Até cair na caixa postal.

Recebi uma rasteira da calda da coisa e levei um belo tombo perto da arquibancada.

—Loren!- Stiles gritou.

—Stiles, não é uma boa hora pra se desesperar.- Falei me arrastando pra trás a medida que o bicho avançava na minha direção. -Porque eu sou de peixes! Eu não funciono muito bem sob pressão.- Falei olhando ao meu redor em busca de alguma coisa que pudesse me ajudar.

—Deus é pai...- Sussurrei quando percebi que haviam vários pesos de academia bem ao meu lado. Peguei dois quilos e joguei no rosto do bicho, que caiu perto da piscina e logo se afastou da água. Tô começando a achar que ele tem medo de água.

—Gente!- Chamei eles jogando outro peso no bicho. -Eu acho que ele tem hidrofobia!- Corri para o outro lado da piscina com dois pesos de cinco quilos.

—Hidrofobia? Ele é um réptil!- Ouvi Derek.

—Não fala comigo não, que eu entro aí pra bater em você!-

—Você tá muito estressada.-

—E maluca, por favor, não se esqueça!-

—Não me diz que ela falou com você sobre o Peter?- Ouvi Stiles.

—Falou sim.-

—Stiles, cala a boca!- Gritei, pulando um obstáculo qualquer. Corri mais uma vez dando uma volta na ao redor da piscina, mas o réptil conseguiu me passar uma rasteira (novamente), me fazendo tropeçar e quase cair. O bonitinho é que ele me arranhou e eu não me mantive em pé por muito tempo. Comecei a cambalear e tentar me manter andando, mas as minhas pernas começaram a pesar e tudo ao meu redor ficou meio embaçado.

—Loren?- Derek me chamou. Tentei responder, mas as palavras não saíram da minha boca. Levei com dificuldade minha mão direita até o ombro, onde havia um arranhão que sangrava vividamente.

—Loren?- Dessa vez Stiles me chamou. -Ela foi arranhada.- O ouvi dizer. -Derek, eu vou soltar você.- Avisou.

Juntei minha forças para falar algo enquanto meus joelhos cediam no chão.

—N-não...- Minha voz saiu baixa e caí de barriga pra baixo no chão, ficando com a cabeça virada pra piscina.

—Vai.- Derek concordou.

—Não!- Forcei minha garganta. -Stiles, não!- Neguei. Eu não conseguia mexer nada no meu corpo. Falar e piscar os olhos era difícil.

—Se eu não for, ele vai te matar.- Falou nadando em minha direção. Stiles saiu da piscina e o réptil ficou em alerta. Ele veio até mim e estava pronto para rasgar a minha garganta. Eu já estaria morta, se Stiles não tivesse me puxado para o lado. O bicho ficou furioso e eu ouvi um barulho, mas não era dele, o barulho foi Scott, que brotou magicamente de Nárnia.

—Loren? Tudo bem?- Stiles me perguntou tirando uma mecha de cabelo do meu rosto. Agora eu estava virada de barriga pra cima e Stiles era a visão que eu tinha, a única, aliás, já que eu não podia mexer a cabeça.

Percebi que Derek já estava fora da piscina, salvo de um provável afogamento e funeral de caixão fechado.

Scott começou a lutar com a coisa e não estava obtendo muito êxito, até que foi lançado contra um espelho. O engraçado é que os 7 anos de azar que ele ganhou também salvaram a vida dele, porque ele foi gênio o suficiente para tentar usar um caco de espelho como arma, só que o bicho viu o espelhou, se admirou um pouquinho e depois foi embora gritando.

—Que escandalosa.- Me referi ao réptil.

—É, acho que você tá bem.- Presumiu.

Scott me levou pra fora da escola (que já estava vazia ) e me colocou deitada no carro. Stiles mandou ele fechar a porta. Espera! Stiles mandou ele fechar a porta. Encarando o teto do carro e sem ouvir nada do que rolava lá fora.

—Gente? Vocês esqueceram de mim!- Falei. -Pessoal? Não dá pra ouvir nada daqui.

—Esse é o objetivo.- Stiles falou por uma brecha do vidro da janela.

—Isso é injusto!- Reclamei.

Stiles e Scott ficaram do lado de fora conversando com Derek (já curado) e Erica, enquanto eu rezava para não ficar paralisada para sempre.

Não deu pra ouvir quase nada da conversa. A única coisa que eu ouvi foi a palavra "Kanima."


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Notas finais do capítulo

Comenta, mizerávi.



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