Admirador secreto? escrita por Isa


Capítulo 16
Redenção?




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Dylan assistia a “cena” com desgosto. Chegava a ser patética a forma como o ex – ex? – decidira lidar com a situação. Sequer havia se dado ao trabalho de conversar com ele, resolver a situação entre os dois, antes de voltar correndo para Lydia... Como isso o enfurecia! Contudo, a raiva não era o sentimento mais presente dentro dele naquele momento. A tristeza e a decepção o consumiam de uma maneira que não sabia nem explicar. Poxa, teria sido o momento perfeito para que tudo desse certo entre eles, mesmo sendo uma situação tensa. Não acreditava no quão covarde Tyler conseguia ser, depois de todas as declarações de amor e momentos especiais que haviam passado juntos. Era ultrajante vê-lo ali, de mãos dadas com a namoradinha, agindo como se o áudio vazado fosse algum tipo de encenação de Elliot e Maritza, para que Camilla conseguisse se vingar dele por não a querer. Aquilo tudo o enojava. Por mais que compreendesse o medo que ele sentia de se assumir, saber que Ty preferia estar infeliz com Lydia que feliz ao seu lado, fazia com que se sentisse péssimo.

“Será que o errado sou eu?” Questionava-se, vez ou outra. Sabia que não, mas poxa, seria possível que Tyler não confiasse nele o bastante para vir até ele conversar? Porque é um fato irrefutável de que junto do amor é necessário que venha a confiança, para que as coisas deem certo... Sendo honesto, era incapaz de qualquer tipo de racionalidade nas recentes atitudes do outro garoto.

— Dyl... – Maritza o chamou, notavelmente preocupada com seu estado emocional. – Não fica vendo, assim é pior...

— Eu só não entendo, sabe? – ele resmungou em resposta. – Mas você está certa. Vamos para a classe.

Ela sorriu compreensiva e estendeu-lhe a mão. Não foi um ato da “velha Mari”, apaixonada por ele, afinal, estava mais do que feliz com Nate, mas sim uma maneira de se mostrar ali, presente. Tinha sua parcela de culpa naquela confusão toda e isso a trazia certo... Arrependimento. Queria que o amigo soubesse que estaria ali, sempre que ele precisasse, para confortá-lo.

— Obrigado. – Dylan agradeceu, segurando a mão dela e passando por Tyler, fazendo um enorme esforço e, felizmente, conseguindo não olhar para trás.

Ty, por outro lado, foi incapaz de não acompanhá-los com o olhar. Se sentiu mal ao vê-lo, queria ir até ele, dizer que o amava e pedir desculpas por ser tão covarde, mas não podia. Tinha medo. E não somente isso o impedia, como também o acordo que havia feito com Lydia. Precisava se esforçar para se apaixonar por ela mais uma vez.

— Isso vai ficar melhor, certo? – perguntou a ela, que suspirou. – Acho que isso foi um “não tão cedo”, não é verdade?

— Seria tão mais fácil se nada disso nunca tivesse acontecido. – Lydia afirmou, se referindo não apenas à questão de seu namorado ter se apaixonado por Dylan, quanto sua recém-descoberta paixão por sua melhor amiga. – Mas já conseguimos aguentar uma semana. Agora, quase ninguém acredita na Camilla mais, se continuarmos assim, logo tudo vai se estabilizar.

— Espero que sim. – Tyler disse, esperançoso.

***

Allison chorava, sentada em um balanço, que ficava no parque próximo à escola. Não conseguia lidar com o que estava acontecendo na última semana. Se fosse apenas a decisão estúpida de Lydia em permanecer com Tyler, estaria tudo bem – ou quase –, daria um jeito de superar, uma hora ou outra. Porém, a pior parte era que a ruiva havia se afastado, parado de falar com ela. Talvez por medo de machucá-la, ou para proteger a si mesma, mas nada justificava. Eram melhores amigas há anos! Não importava o quão difícil fosse para as duas lidar com o que sentiam uma pela outra, dariam um jeito de superar! Se pertenciam, afinal de contas.

— Oi... – ouviu a voz de Elliot Chang e ergueu o olhar. – Posso me sentar aqui? – apontou para o balanço vazio, ao seu lado. Alli deu de ombros. – Certo... – ele se sentou. – Imagino que saiba o que fiz, como todo mundo.

— Sim. – ela respondeu, a voz ainda falhando, devido aos vários minutos de choro constante. – Imagino que saiba que é um grande babaca.

— Tenho ouvido muito isso nas últimas semanas, então sim. – um riso sem humor escapou pelos lábios de Elliot. Ele estava tenso. “Talvez ele esteja começando a lidar com a culpa”, a loira concluiu. – Por que está chorando?

— Por que eu deveria confiar em você e te contar? – inquiriu Allison, olhando-o com a sobrancelha erguida.

— O que eu faria com a informação? Nenhum dos meus amigos fala mais comigo. – o asiático retrucou, amargurado.

— Você tem um pouco de razão, eu acho... – Alli cedeu. – Mas é uma longa história, tem certeza de que quer ouvir?

— Tenho. – ele assegurou, dando um leve sorriso gentil. Por um instante, ela se questionou se ele era realmente uma pessoa tão ruim...

Allison começou então a explicar-lhe tudo e Elliot prestava atenção em cada palavra. Se surpreendeu, ao saber que havia um envolvimento entre as duas garotas. Quem diria que no meio de todo o “drama” de Dylan e Tyler existiria outro quase casal com problemas tão semelhantes?

Uou. Tenho que admitir, não esperava por isso. – foi o que ele disse, quando a “história” terminou de ser contada. – Agora entendo porque está tão mal. Mas olha, não que tenha pedido por um conselho meu ou algo assim, eu acho que não deve ficar assim por uma decisão que foi dela. Precisa se reerguer, Alli.

— Até que você não é um completo imbecil. – Allison inferiu e uma expressão um tanto quanto contente surgiu no rosto dele. – Ei! Isso não diminuí a idiotice que você fez com o Dylan, entendeu? Então não fique todo felizinho.

— Eu sei que não. – Elliot assegurou, olhando para o “nada”. – E pretendo resolver tudo...

***

Camilla estava sentada nas arquibancadas do ginásio, assistindo ao treino do time de basquete. Se considerava uma pessoa observadora e, graças à isso, não teve dificuldade em notar a tensão presente ali, entre dois jogadores bem específicos. Esses eram, é claro, Tyler e Dylan. O ex “quase casal” vez ou outra trocava olhares, de tristeza e saudade. Se distraíam, consequentemente, no entanto, os outros jogadores estavam focados demais no treino para se darem conta disso.

Maritza, que estava ao lado da irmã, para assistir o melhor amigo e o namorado jogarem, tendo o mesmo “talento” de Cami, não pôde evitar perceber o quão entretida a outra parecia com a confusão que causaram. Mesmo sendo tratadas como as “mentirosas” que haviam inventado toda a história – graças à continuidade do namoro de Lydia e Tyler –, ela não parecia se importar. Se perguntava como alguém podia ser tão desligada da realidade ao ponto de não se importar mais com as coisas ruins que causava aos outros.

A mais nova também reparou que, diferente do que costumava ver, Lydia não parecia nada bem. Sabia da história entre ela e Allison, graças a Nate que, como melhor amigo de Tyler, obviamente tinha “acesso” a esse tipo de revelação, antes de qualquer pessoa.

E falando no namorado...

— Amor, preciso falar com você.

— Pode falar. – ela respondeu, inocentemente, em seguida vendo o olhar do rapaz ser direcionado à Camilla. – Oh, certo.

Se levantou e o seguiu até uma sala de aula vazia. Ainda estava se acostumando com a ideia de não poder mais confiar na irmã.

— Então... – Nate disse, enquanto “ajeitava” os cabelos loiros, que pareciam incomodá-lo naquele momento, devido ao suor. Amava jogar basquete, mas odiava como ficava após os treinos. Era um tanto quanto nojento. – Eu ‘tô realmente preocupado com o Ty agora. Isso que ele e a Lyds estão fazendo não é saudável, ‘pra nenhum dos dois. E, de bônus, ainda machucam o Dyl e a Alli...

— Pois é! O Dylan tem estado tão ‘pra baixo, eu me sinto péssima vendo ele desse jeito. – Mari acrescentou. – Precisamos resolver isso...

— Concordo. Mas como? – a expressão de Nate era de preocupação e dúvida. O que fazer para consertar tudo? Não queria ver seus amigos sofrendo... Aquilo era péssimo!

Antes que qualquer um dos dois pudesse pensar em algo, ouviram a voz daquele que menos queriam ali se fazer presente:

— Eu tenho uma ideia.

— Não precisamos das suas ideias, Chang. — soltou Maritza, ríspida, vendo o ex-amigo se aproximar.

— Além do mais, quais as chances de você, de repente, querer nos ajudar? – Nathaniel ressaltou. – Não confiamos em você, Elliot. Não vai nos enganar.

— Enganar para fazer o quê, exatamente? – questionou o outro rapaz, irônico. – Me digam, por favor, como a situação pode ficar pior do que já está. – nem Nate nem Maritza responderam. – Foi o que eu pensei. E, qual é, o que eu tenho a perder com isso?

— Uma pergunta melhor seria: o que você tem a ganhar? – Maritza foi rápida em replicar.

— Perdão, meus amigos de volta, alívio de consciência... – Elliot começou a enumerar, vendo a expressão raivosa de ambas as partes do casal suavizar. Sorriu, satisfeito. – Vão me ouvir agora?

— Comece. – pediu Mari, ainda desconfiada, porém um pouco mais calma.


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