The Wonders Vol 1: Catastrofe escrita por Marcos Bossolon


Capítulo 8
Episódio 1: Eclipse (pt 8)




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Erica - Rio de Janeiro

Erica se sentia sufocada naquele aeroporto lotado. Tanto ela como Amanda tinham passado as ultimas horas olhando para trás e rodando a cidade na esperança de despistar qualquer um que as estavam seguindo.

— Caros passageiros, — soou uma voz feminina no auto-falante — Informamos que o vôo 176 com destino para Porto Alegre partirá em breve.

— Bom, não é o nosso. — Disse Amanda. — Vem. Precisamos comprar nossas passagens.

As duas se dirigiram para a fila no balcão de compras de mãos dadas, costurando pela multidão. A fila não estava muito grande, pelo menos não tão grande quanto imaginavam. Compraram suas passagens para Nova York na classe econômica. Não podiam comprar com antecedência pelo celular pois assim que usassem o cartão de crédito, provavelmente o pai teria acesso a informação e tudo iria por água abaixo. Compraram então com dinheiro vivo. Também tiveram que falsificar seus documentos, já que seu pai tinha bloqueado seus passaportes.

— Tivemos sorte de ter dois lugares na classe econômica para Nova York hoje. — Falou Erica. — Isso não é muito comum.

— Deve ser porque é dia de semana. — Observou Amanda. — Só empresários viajam no meio da semana.

As duas compraram seu almoço na praça de alimentação do Aeroporto. Não carregavam muita coisa apenas uma mochila cada uma com algumas mudas de roupas, dinheiro e a roupa do corpo. Amanda tinha alguns conhecidos no exterior que tinham concordado em ajudá-las em Nova York. Morariam com alguns amigos até terem um  emprego e condições de viverem juntas.

Tudo estava indo conforme o plano até aquele momento. Por um breve momento, Erica olhou para o lado e viu algo que estragaria tudo. A alguns metros de distancia, dois homens pareciam estar procurando algo. Um deles era alto com o cabelo negro penteado todo para trás, o outro tinha vestes de militar e parecia absurdamente forte. Erica apertou mais a mão de Amanda.

— Homens do meu pai. — Disse apontando com a cabeça disfarçadamente.

— Ah que merda! — Retrucou Amanda. — Tudo bem. Acho que eles não nos viram.

Precisamente nesse instante, o militar virou a cabeça na direção delas. As duas se desesperaram na mesma hora e se puseram a correr. Estranhando a atitude, o militar avisou seu parceiro que se puseram em perseguição.

As duas correram pela multidão com o militar na cola delas. Tiveram que se arriscar a virar corredores que não conheciam e entrar em partes autorizadas apenas a funcionários. Conseguiram, por fim despistar os dois quando, ao virar em um corredor entraram numa loja de roupas e se esconderam no meio de um provador antes que os homens pudessem vê-las. Derrotados, os homens desistiram e voltaram pelo caminho que vieram. Erica e Amanda evitaram a outra parte do Aeroporto até o momento de embarcarem, algumas horas mais tarde.

Apesar de estarem na classe econômica o avião era bem confortável. Erica tremia a perna impacientemente, aguardando que o avião decolasse logo. Sabia que ninguém mais as seguira desde que despistaram aqueles homens, mas até que o avião pousasse em segurança em Nova York.

Pouco tempo depois o avião começou a se mover. Acelerou na pista, e Erica sentiu o bico do avião levantar-se. Amanda segurou sua mão, ciente que a namorada tinha um pouco de medo de voar. Em pouco tempo o avião estava decolando.

— Ei. — Sussurrou Amanda no ouvido da namorada. — Vai ficar tudo bem agora.

Erica sorriu, mas a felicidade não durou nem um segundo. O avião começou a tremer e parecia sem controle. Erica olhou pela janela onde viu uma das turbinas da aeronave em chamas. O desespero subiu pelo seu corpo na mesma hora em que máscaras de gases caíram em frente a elas.

— Fique comigo! — Dizia Amanda apertando sua mão. — Olha par mim, meu amor! Olha nos meus olhos!

 Erica olhou nos olhos da namorada. Sua paixão aumentava cada vez mais quando fazia isso. Sentia que o mundo pertencia apena a elas. Mesmo assim, o pânico não diminuiu. Erica sabia exatamente o que aconteceria. O avião iria cair e as duas morreriam. O bico do avião foi subitamente apontado para baixo e ele começara a perder altitude a grande velocidade.

Um estrondo chamou a atenção de Erica. A porta do avião abrira e pessoas estavam sendo jogadas para fora. O cinto não estava agüentando muito. Erica olhou para a namorada e viu que seu sinto estava se soltando. Antes que pudesse avisar, a namorada fora arremessada. Erica segurou a mão de Amanda o mais forte que podia, mas os dedos dela escorregaram por entre os de Erica.

Amanda gritou enquanto era puxada pelo ar até a porta. Erica sentia as lágrimas quentes escorrerem em seu rosto. Fechou os olhos com muita força. Se soubesse que aquilo aconteceria, não teria embarcado. Nem sequer teriam comprado as passagens.

— Caros passageiros, — Erica ouviu a voz feminina no auto-falante. — Informamos que o vôo 176 com destino para Porto Alegre partirá em breve.

A garota abriu os olhos e, como num passe de mágica, tudo tinha desaparecido, o pânico, o avião, sua namorada sendo jogada para fora. Estava novamente no aeroporto, com Amanda ao seu lado.

— Bom, não é o nosso. — Disse Amanda. E depois se virou para Erica parecendo preocupada. — O que foi? Por que está chorando?

Amanda a envolveu nos braços e limpou a lágrima que escorria pelo rosto de Erica.

— Não é nada. — Disse — Só é bom... estar com você.

Amanda sorriu sem jeito corando um pouco.

— Vem. Vamos comprar nossas passagens.

— Não! — Disse Erica rapidamente. — Que tal se irmos ao pão de açúcar primeiro?

— Ao pão de açúcar?

— Isso! Você queria ir la, não queria? Vamos!

— Erica o que ta acontecendo? Quando saímos do hotel você queria ir em bora o quanto antes e agora quer ir ao pão de açúcar?

— Mudei de idéia! Vamos! — Erica puxou a namorada para fora do aeroporto, levando-a consigo até um taxi.


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